A poética clássica paraibana se acha nos escritos imortais de nomes que vão de Antônio Joaquim Pereira da Silva (1876-1944) e Raul Campelo Machado da Silva (1891-1954) a Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (1884-1914) e Miguel Jansen Filho, esse nascido nas quenturas do município de Monteiro em 1925 e desaparecido numa cidade do interior de São Paulo, em 1994.
Como Antônio Joaquim, de Araruna, e Raul Campelo, de Monteiro, Jansen Filho ainda está para ser descoberto por leitores e críticos, como já o foi Augusto dos Anjos.
A poética de Jansen Filho tem a força de um vulcão.
E clássica ou não, diga-se: a poética paraibana também passa por nomes mais recentes, como Geraldo Vandré e Zé Ramalho – estrelas de grande brilho do universo musical.
O detalhe da poética desenvolvida por esses dois autores é que neles se acha um quê musical que de modo especial os enriquece, e também a seus admiradores.
Na obra de Vandré há a presença de algo quase invisível dos cantadores repentistas de antanho, quase DNA, mas há; o exato contrário do que se vê na obra de Ramalho, isto é: a presença repentista, forte e intencional dos martelos, por exemplo.
E o que dizer dos poetas de bancada de ouro Silvino Pirauá de Lima (1848-1913) e Leandro Gomes de Barros (1865-1918), gênios pioneiros no campo da poética classificada como literatura de cordel?
Esses poetas são incríveis, como incríveis são os violeiros improvisadores do naipe de um Zé Limeira (1886-1954) ou de um Severino Lourenço da Silva, chamado de Pinto de Monteiro (1895-1998), O Cascavel do Repente.
Só a presença de um ou de outro desses artistas – ases da improvisação mais antiga e moderna – numa cantoria de viola valia por tudo, tamanha a categoria como se apresentavam nos pés de parede em duelos linguísticos de vida e morte.
Eram tão grandes, mas tão grandes, que na falta de palavras eles as inventavam num piscar d´olhos; como, aliás, fazia o estudioso das coisas e hábitos do sertão, o mineiro João Guimarães Rosa (1908-67).
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quinta-feira, 29 de novembro de 2012
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