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sexta-feira, 13 de agosto de 2021

EU E MEUS BOTÕES (3)

"A minha vida é um desfuturo", diz Jão com as sobrancelhas pra baixo. Eu não entendi, o que você quis dizer com isso, Jão? "O Brasil que eu amo, é um Brasil que o presidente desama".
Jão, um dos meus botões prediletos, estava em baixa. Estava triste. "Mas ele vai se levantar já, já", falou firme Zilidoro. 
O Zé, que é de poucas palavras, diz que entendia perfeitamente o que Jão estava a falar: "O que o sujeito lá do Planalto está fazendo é uma obra de matar o povo".
Os gêmeos Biu e Barrica correram a acudir Jão: "Isso tudo vai passar, você vai ver, Jão".
Lá do canto onde se achava, Mané tentou mudar de assunto: "Calma, calma. Isso tudo que ora vivemos, vai passar". Certamente, disse eu. Acrescentei: os dias brasileiros têm sido dias muito compridos, terríveis. Na política, naturalmente.
Zilidoro, filosoficamente, disse: "A CPI da Covid tá botando pra lascar. Essa CPI vai levar o negacionista Bolsonaro à cadeia".
"Na cadeia, eu tenho uns amiguinhos...", disse Lampa enigmaticamente, lambendo o seu punhal.
Aos meus ilustres botões, perguntei: O que vocês acharam do desfile dos blindados do Exército, diante do esquisito presidente?
Em uníssono, em uma bagunça total, todos responderam: "UM HORROR! UM HORROR!"
"Seu Assis, o sr. conhece uma música chamada Fumacê?", perguntou-me Zé, assanhado. "Pergunto isso porque tem tudo a ver com aquele desfile horroroso, patrocinado pelas Forças Armadas lá em Brasília, em que um tanque se dissolvia em fumaça. Triste e trágico". Eu disse hmmm... E Zé: "Eu gostaria de ouvir essa música e compartilha-la com o povo do meu povo."
Então tá...

MARGARIDA É LIBERDADE

Conterrânea do cantor e compositor paraibano Jackson do Pandeiro, Margarida Maria Alves nasceu no dia da fundação da Paraíba: 5 de agosto.
Margarida foi uma mulher de força retumbante. Acreditava que só com luta era possível alcançar a liberdade. E lutou. 
No dia 12 de agosto de 1983, um bandido negacionista como Bolsonaro atirou uma bala certeira em seu rosto, enquanto uma criança filha sua brincava na calçada da casa onde morava, em Alagoa Grande, PB. Testemunhando tudo. 
A ditadura matou essa Margarida.
Margarida é liberdade.
O cantor, compositor e instrumentista Jorge Ribbas gravou um texto que eu quero que você, meu amigo e minha amiga, ouça:

 

LINDALVA CAVALCANTE DA HORA

Há seres que chegam à vida e deixam marcas, como Margarida Maria Alves. Como Tiradentes. Como Cristo.
Hoje 13 é aniversário de não sei quantos anos da paranaense Lindalva Cavalcante da Hora. Uma brasileiríssima. 
Essa Lindalva, até no nome, ensina crianças e adolescentes na favela Paraisópolis. A molecada desse lugar a adora.
Lindalva Cavalcante da Hora é resistência. É vida.
A busca pela liberdade é eterna. E isso ela busca, ensinando pessoas a serem cidadãs. 

NEGACIONISMO É PRAGA SEM CURA

O negacionismo é uma porcaria.
Os negacionistas são pessoas que transitam na vida de modo irracional. São frouxas. São pessoas que vivem fora do mundo real. Lunáticas. Pior: pessoas que vivem para prejudicar as outras. São ruins. Covardes. 
Esse tipo de pessoa existe desde tempos imemoriais.
Os negacionistas são diferentes dos ateus.
Os ateus não acreditam em Deus, os negacionistas não acreditam na verdade histórica. São contra a Ciência, por exemplo.
Giordano Bruno acreditava na teoria de Nicolau Copérnico, que acreditava na teoria de Eratóstenes.
Eratóstenes, um grego, foi o primeiro cientista a calcular a esfera terrestre. E isso quase 3 séculos a.C. Quer dizer: ele acreditava, já àquela época, que a Terra é redonda.
A teoria de Copérnico, que por pouco não o levou à fogueira, baseava-se no Heliocentrismo.
Bruno apostava todas as fichas em Copérnico. Resultado: ardeu na fogueira, no centro de Roma.
Os negacionistas são um horror. 
Os negacionistas não acreditam na Santa Inquisição, no Holocausto e tudo o mais.
O presidente Bolsonaro, um idiota num estágio mais completo, não acredita que o Brasil viveu duas décadas mergulhado na ditadura militar (1964-1985).
Os negacionistas não acreditam na realidade que lhes incomodam. E não precisamos ir muito longe para confirmar isso.
Em 1902, a varíola invadiu os corpos dos brasileiros.
Os negacionistas não acreditaram na varíola.
Em 1918, os negacionistas botaram de novo as unhinhas de fora: não acreditaram na gripe espanhola.
Os negacionistas são um horror, loucos de pedra. Irracionais. Pe-ri-go-sís-si-mos.
Galileu Galilei apostou que a Terra é redonda, como Bruno, Copérnico e Eratóstenes.
Por pouco, Galileu escapou da fogueira. Pra isso, teve que desdizer a sua teoria perante à Igreja.
Essa raça, de negacionistas, existe há muito tempo.
Não há cura para negacionistas.
E os ateus?
Eu, ein?

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