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sábado, 3 de setembro de 2016

VAMOS À BIENAL?


A 24ª Edição da Bienal Internacional do Livro termina amanhã, 04.
Hoje, às 20 hs, estarei lá, de braços abertos,  dando e recebendo abraços a amigos novos e a amigos velhos, por provocação da Câmara Cearense do Livro, CCL, que achou de me fazer agrados com um troféu, segundo o cordelista Marco Haurélio, muito bonito. É um troféu que tem no formato uma viola etc.
As origens do livro datam de tempos imemoriais.
Antes não havia a escrita, é claro.
A comunicação entre os humanos ocorria por gestos e grunhidos, até que, depois de descer das árvores, o homem foi se virando como pode nas pernas que descobriu ter. As mãos, ele as usava para pegar bichos a unha e devorá-los, até os seus próprios iguais.
Muito tempo passou até que a inteligência ganhou forma e diferenciou o humano dos outros bichos. Mas essa mudança ainda não é tão clara...
É impossível saber o dia, mês ou ano em que o homem juntou letras e fez  be a bá, be é bé, be i bi, oba!
Deve ter sido interessante a cena em que ocorreu isso, como interessante também deve ter sido o momento em que o homem, já metido à besta, bateu uma pedra na outra, riscando faísca, e daí, fogo!
Encurtando a história, é o seguinte: o homem aprendeu a ler, a fazer fogo e a judiar seu próximo...
E aí veio Gutenberg com sua prensa fazendo a primeira impressão da Bíblia e revolucionando os quatro cantos do mundo. Isso, no século XV. Verdade seja dita, que séculos antes os chineses já haviam feito experiências nesse campo. Os sul-coreanos também. O fato é que... Viva Gutenberg!
Hoje, tantos anos passados, a invenção de Gutenberg continua em atividade.Livros ainda são impressos aos milhões, mas o número de leitores mingua, mingua cada vez mais.
Para ler é preciso saber. Analfabeto não lê e o que mais há no Brasil é analfabeto, temos analfabetos analfabetos e analfabetos funcionais, esses então...
Pesquisas indicam que mais de 12% da população brasileira não sabem distinguir um o de uma roda de caminhão.
Recente pesquisa do Instituto Pró-Livro revela que 56% dos brasileiros nunca leram um livro na vida.
Outra pesquisa, essa de Retratos de Leitura do Brasil, dá conta de que os brasileiros lêem, em parte ou por completo, apenas quatro vírgula  qualquer coisa, ou menos de cinco livros ano.
Pois é, o quadro é feio ou não é? E olhem que a população atual do Brasil é de 206 milhões de almas, a imensa parte dela sem saber o prazer que dá a leitura de um livro.
Ler Machado, Graciliano, Rosa, Augusto, Alencar...
O cearense José de Alencar, que morreu quando tinha apenas 48 anos de idade, deixou-nos uma obra monumental. A começar por Iracema e O Sertanejo. Nesse livro, de 1875, Alencar mostra o Sertão como ele é. O personagem Arnaldo, um vaqueiro, dá rumos à trama. E mais não digo. Depois, Alencar gerou O Guarani, uma obra indianista que o italiano Antonio Scalvini e o paulista Carlos Gomes transformaram na ópera homônima, em quatro atos, levada à cena, no teatro Ala Escalla de Milão, no ano de 1870. Na ocasião o célebre Verdi, instigado por um repórter, disse: "esse rapaz começa por onde eu termino".
Esse rapaz era Carlos Gomes.
Sei não, mas acho que Euclides da Cunha bebeu na mesma fonte de onde saiu O Sertanejo. Curiosamente, a obra prima de Euclides intitula-se Os Sertões. Em comum os autores apresentam ao leitor o terreno pisado pelos personagens.
Ler é bom demais.
Vamos à Bienal??


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