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quinta-feira, 26 de maio de 2016

ADEUS, PAPETE!

Assis Ângelo e Papete num dedo de prosa
O dia amanheceu frio, feio e triste. E eu também amanheci assim: Frio, feio e triste.
A razão disso?
Terça feira passada eu e Ivone falamos muito sobre Papete. Ela lembrava de um prato especial que o Papete lhe pedira meses atrás pouco antes de ser levado por Gisele para uma “temporada” no Hospital Oswaldo Cruz. Esse prato era uma dobradinha com costelinha e fava verde.
Ontem telefonei para Gisele com o intuito de saber como Papete andava de saúde. O telefone tocou, mas ninguém o atendeu.
Hoje cedo, bem cedo, Celia e Celma me dizem pelo telefone que Papete morreu.
Papete morreu no começo da madrugada de hoje, dia de Corpus Christi. Muita gente morre nesse dia, mas Papete era pra mim, uma pessoa que jamais morreria.
Na verdade, Papete não morreu: Papete encantou-se.
A nossa amizade, minha e de Papete, estendeu-se por uns trinta anos. Ele frequentava muito a minha casa. Proseávamos e cantávamos. Falávamos muito dos rumos do Brasil. Ele torcia e sonhava por um País melhor do que o país que vivemos sob a batuta de oportunistas da raia política...
Papete era um cara incrível.
Cá em casa, proseávamos com Théo de Barros, Tinhorão, Oswaldinho da Cuíca, Osvaldinho do Acorden, Geraldo Vandré, Ana, Joel, Celia e Celma...
A última composição de Papete foi feita em parceria com as irmãs Celia e Celma. A música é um Calango já gravada em disco a ser lançado em breve. Música anterior a essa, A Brasileira Inezita Barroso, foi composta por mim e ele. Ficou linda, chegando a arrancar lágrimas da homenageada.No começo dos anos de 1970, Papete e Oswaldinho da Cuíca compuseram o samba Vai Corinthians, lançado num compacto simples pela extinta gravadora Continental.
Adeus Papete, que Deus o tenha em bom lugar.
Há sim! Pepete é o apelido de José de Ribamar Viana dado pelo pintor cearense Aldemir Martins.

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