Tradicionalmente
o mês de junho é mês de frio, é mês de inverno, é mês de São João.
Desse
mês guardo na memória muitas coisas bacanas, muitas histórias.
Cresci
ouvindo histórias de Trancoso e da 2ª Grande Guerra.
Hoje,
no rádio, ouvi alguma coisa a respeito do baiano de Salvador, Raul Seixas.
O
Raul nasceu num dia como o de hoje dois meses antes do anúncio da guerra.
O
Raul, como todo nordestino, também cresceu com as lembranças das festas
juninas. Luiz Gonzaga, o rei do baião, era um dos seus ídolos.
Lembro
disso por uma razão simples: hoje é véspera do dia de São Pedro e São Paulo,
santos que integram o calendário dos festejos juninos que começam no dia 13
(Santo Antônio) e 24 (São João).
Na
tradição popular, São Pedro é o chaveiro do céu e o cara que abre e fecha a
torneira pra despejar chuva na terra; e São Paulo, o apóstolo que empresta o
nome à 5ª quinta maior cidade do mundo, que é esta em que moramos.
Este
é um mês festivo em todo o Nordeste, especialmente em Caruaru, PE e Campina grande,
PB, cidades que disputam à unha a fama de realizarem o maior São João do mundo.
Uma bobagem, mas enfim...
Há
uma dúzia de anos, mais ou menos, inventaram em Pernambuco um tal de Trem do
Forró, que na origem ia de Recife a Caruaru com muita música boa do repertório
gonzagueano. Hoje esse percurso é feito entre a cidade do Cabo de Santo
Agostinho e Caruaru. Morei em Caruaru e lá editei um jornal chamado Diário do
Agreste. A cidade do Cabo foi o berço do rei da embolada, Manezinho Araújo
(1910-1993).
Coisa
parecida com o que se inventou em Pernambuco há também na Paraíba, onde um trem
de forró parte de João Pessoa a Cabedelo.
Cabedelo
é uma cidade portuária, distante cerca de 18 quilômetros da capital paraibana. Esse
mesmo trajeto eu o fiz algumas vezes no tempo que havia trem, mas não trem de
forró. Era um tempo de Luiz, rei do baião, e do também adolescente Raul Seixas,
lá na Bahia de São Salvador.
Agora
dão-me a notícia de que “todos os forrós” do Nordeste anunciaram com pêsames o
acidente que vitimou o famoso cantor desconhecido Cristiano não-sei-o-quê,
que -diga-se de passagem- não faz a
menor falta ao mundo da música. Eu disse Música.
Arra!