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terça-feira, 9 de agosto de 2022

CORDELISTAS HOMENAGEIAM JÔ SOARES

 
Não faz ainda nem uma semana que o ator, autor, apresentador de TV e humorista Jô Soares morreu e já se acha na praça um belo folheto de cordel contando o mal sucedido, no último dia 5, à Nação brasileira. Trata-se de Jô Soares Entrevistado em um Talk Show no Céu (acima), de autoria dos cearenses incríveis Rouxinol do Rinaré e Klévisson Viana. Os dois craques são dos melhores que há no cordelismo. Ambos já publicaram dezenas de livros e centenas de folhetos.
Sobre Rinaré já escrevi um monte de coisas. Leia: ROUXINOL DO RINARÉ, POETA NOTA MIL!
Sobre Klévisson Viana, meu parceiro em duas ou três músicas junto com Gereba, também já escrevi
bastante. Ouça e confira: QUIXOTEANDOKLÉVISSON VIANA, UM MESTRE DOS NOSSOS TEMPOS
Em novembro de 2001, Klévisson Viana foi entrevistado por Jô. Ele lembra: "Por indicação do jornalista Audálio Dantas, eu fui entrevistado no Programa do Jô Soares na sede na Rede Globo SP. Apresentei o cordel 'O atentado terrorista que abalou os EUA' e 'Carta de um Jumento a Jô Soares' (capa ao lado) ambos meus e de Arievaldo Vianna".
Leia, em primeira mão neste Blog, a íntegra do folheto Jô Soares Entrevistado em um Talk Show no Céu:

Mais uma estrela do riso
Neste plano se apagou
Nesta sexta-feira cinco
A mídia noticiou
Que no Sírio-Libanês
Jô Soares nos deixou!

Com oitenta e quatro anos
Faleceu o humorista.
Foi escritor, dramaturgo,
Ator, músico e jornalista
Que merece este registro
Da pena do cordelista.

À família e aos amigos
Nossos sinceros pesares,
Sua legião de fãs,
Que ele fez rir aos milhares,
Numa só voz diz: Adeus,
José Eugênio Soares!

Hoje “O Planeta dos Homens”
Fica sem graça e carente
A ausência de Jô Soares
O Brasil inteiro sente,
Mas fica imortalizado
Seu humor inteligente!

Com sua mente brilhante
Por seu humor refinado
Nosso grande Jô Soares
Pra sempre será lembrado
Todo o Brasil reconhece
Seu valoroso legado.

Jô Soares foi um mestre
Que das musas foi eleito
No humor tinha talento
Gozou de grande conceito
E em tudo que atuou
Procurou fazer bem feito.

Na galeria dos gênios
Nos mais altos patamares
O nosso gordo desponta
Se destaca entre os milhares
Viva o Gordo! Viva o mestre!
Nosso eterno Jô Soares.

Seu programa Viva o Gordo
Marcou sua trajetória
Foi na TV brasileira
Que alcançou fama e glória
Dirigiu, foi roteirista
Fez rir e contou história.

Lembro Coronel Pantoja,
Torcedor Zé da Galera,
Genial era O Reizinho,
Pois nosso Jô era um fera.
Capitão Gay que era fresco
Quais flores na primavera.

Era uma voz contundente
Em defesa do Brasil
Seu humor inteligente
Cheio de graça, sutil,
E como entrevistador
Era engraçado e gentil.

Por tudo que fez nos palcos
Cinema e televisão
Interpretando seus tipos
Com alegria e diversão
Figura entre os mais brilhantes
Artistas desta Nação.

N“O Homem do Sputnik”
Brilhou jovem no cinema
Foi músico, também cantor,
A arte era seu esquema
Seu nome se elevará
Onde o humor for o tema.

Foi ele o gordo mais leve
Que já viveu neste mundo
Era um artista completo
Com seu domínio profundo
Tinha o dom de fazer rir
Todo minuto e segundo.

Com “O Xangô de Baker Street”
Jô traçou um novo esquema
Brilhou como romancista
Sherlock Holmes foi tema
E seu livro foi direto
Para as telas do cinema.

Jô Soares fez história
Foi humano, foi decente
Na condição de amigo
Jô era sempre presente
Não tolerava injustiça,
Sentia o que a gente sente.

Jô Soares num poema
Deixou uma despedida
Recitando como alguém
Que antevê a partida
Disse: "Não chorem em meu túmulo",
Pois há vida além da vida!

Não estou lá em meu túmulo,
Não adianta chorar...
Estou nas águas do rio,
Estou no vento a soprar,
Estou também nas estrelas
Pelas noites a brilhar!

Mas Jô ao desencarnar
No quarto do hospital
Teve rápida letargia
E despertou afinal
Num programa de entrevistas
Na corte celestial

Jesus muito sorridente
Consultou na sua lista
E viu o nome de Jô
O nosso estimado artista
E no talk show do céu
Marcou a sua entrevista.

O “JC Onze e Meia”
Que chega a muitos lugares
Tem gigantesca audiência
É um dos mais populares
Jesus disse para o gordo:
— Venha pra cá, Jô Soares!

Nisso o Sexteto Celeste
Tocou de forma singela
Jô deu graças a Jesus
Por sua existência bela
E ficou emocionado
Vendo seu rosto na tela.

Olhando para o Sexteto
Nosso Jô se admira
Um dos músicos que tocava
Numa harpa ou numa lira
Era um velho conhecido,
Seu querido amigo Bira.

Enquanto Bira tocava
Se exibia no telão
Entre efeitos multicores
O cosmos em expansão
Belezas da Via Láctea:
Saturno, Urano e Plutão.

E da Terra, o Taj Mahal,
Um belo símbolo de amor,
Entre outras maravilhas
Nosso Cristo Redentor,
Monumento a “JC”,
O ilustre apresentador.

Inicia a entrevista
Jesus segura-lhe a mão
E recordou a estreia
De Jô na televisão
Lá na Praça da Alegria
Com o personagem Alemão.

Lembram cada atuação
Que seu humor fino encerra
Como o programa global
“Faça humor, não faça guerra”,
Uma sátira à guerra fria
Que envergonhava a Terra.

A certa altura Jesus
Perguntou: — Jô, afinal,
Como a Terra está? Vai bem?
Jô respondeu: — Vai bem mal!
E se ouviu no auditório
A gargalhada geral.

Jesus retruca: — E o Brasil?
Agora é uma nação mítica?
Você que é inteligente
E tem uma visão crítica,
Me diga, o que é que achas
Da situação política?

Jô Soares respondeu:
— Nossa “Pátria do Cruzeiro”
Sofre com a pandemia
Que assola o mundo inteiro
E com um governo tirano
Que massacra o brasileiro!

Jesus fazia perguntas
A fim de descontrair
E Jô, espirituoso,
Deixava o verbo fluir
No talk show a plateia
Bolava de tanto rir!

Jô Soares demonstrava
QI acima da média.
Jesus diz: — No humorismo
Tu és uma enciclopédia!
Jô responde: — É “falha nossa”
Se a vida é uma comédia!

Dos 300 personagens
Que Jô Soares criou
A pedido de Jesus
Alguns ele interpretou:
Tavares, Vovó Naná
Brilharam no talk show...

O professor Gengir Khan,
Irmão Thomas, Manchetão,
Norminha hippie, Zezinho,
Mordomo Gordon, Bocão...
Jô, com versatilidade,
Deu show de interpretação!

De pé a plateia aplaude.
Nesse talk show divino
Vieram abraçar o Jô
Tutuca, Paulo Silvino,
Lúcio Mauro, Chico Anysio,
Mestres do humor genuíno!

Grande Otelo também veio,
Zilda Cardoso, Oscarito,
Jorge Loredo, Golias,
Roni Rios... como um rito
Jô e o elenco do riso
Que vive no infinito.

Todos saudaram felizes
O grande comediante.
Jesus parabenizou
Esse humorista gigante,
Jô com “um beijo do gordo”
Despediu-se cativante!

Jô ficou junto de Deus,
A Suprema Inteligência.
No mundo espiritual
Prossegue sua existência,
Tornando o céu mais alegre
Com graça e irreverência!

Fim 

VOCÊ JÁ ASSINOU A CARTA DA USP?

O mês de agosto, de desgosto, é o mês do cachorro louco. E o bicho que se acha aboletado na cadeira de presidente é bicho sem limite para o mal. Símbolo deste trágico mês de agosto, pois foi nesse mês que Getúlio enfiou um tiro no peito e deixou uma nação em luto. Foi nesse mês também que o Homem da Vassourinha, Jânio Quadros, renunciou à presidência da República.
Muita coisa ruim aconteceu no mês de agosto. 
Bolsonaro tá de garras afiadas pra pegar a pulso a liberdade que a Democracia nos dá. Mas os brasileiros e brasileiras estão se juntando para o Brasil não sucumbir à escuridão.
Meu amigo, minha amiga, você já assinou a Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito elaborada por professores e estudantes da Universidade de São Paulo, USP? Se não assinou, assine. O caminho é este: www.estadodedireitosempre.com
Ah! Mais de 800 mil pessoas com vergonha na cara e desejo de liberdade já a assinaram. Inclusive, eu.

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