Pois
é, e agora?
Há
pouco foi para a eternidade a paulista de Ibitinga Maria Elisa Campiotti
(1913-2011), mais conhecida por Zica Bergamo, pintora naïf – nas horas que tinha vagas -,
autora da valsa Lampião de Gás tornada clássica ainda no tempo e formato dos discos de 78
rpm, por Inezita Barroso.
Era
uma flor dona Zica, de quem tenho na parede de casa desenhos maravilhosos que me deu e na
memória guardo a sua imagem de vó incrível, sempre sorrindo, de bem com a vida.
Há
pouco também foi para o infinito o paulistano, descendente de italianos, Alberto
Marino Jr. (1924-2011), autor da letra de Rapaziada do Brás, a primeira valsa-choro
– na verdade, a primeira música - que trouxe no título o nome de um bairro da
capital de São Paulo, composta originalmente em 1917 e em disco gravada – ainda
sem letra - pelo próprio autor e seu conjunto, o Sexteto Bertorino Alma, dez
anos depois; e de modo independente, diga-se de passagem.
Paralelamente
à carreira bissexta de poeta e compositor, Alberto Marino Jr. foi um dos mais importantes
promotores, juízes e desembargadores do Brasil.
O
selo musical que acolheu Rapaziada do Brás, na sua origem, chamou-se Brasilphone,
hoje com história perdida na poeira do tempo.
Em
seguida partiu para o céu o carioca Altamiro Carrilho (1924-2012), um deus da flauta.
Agora,
meu Deus, quem acaba de ir para bem distante de nós, mortais, é o maior de
todos os brasileiros atuantes no campo da Biologia e Humanismo, o Dr. Paulo Emílio
Vanzolini (foto) que também foi compositor de música nas horas de lazer e que gerou – atentem! - o
primeiro samba-canção que tem a cidade paulistana, a 3ª maior do planeta em população, como pano de fundo para uma
história de amor de dor: Ronda.
Pois
é, esses nomes, incluindo o pai do Dr. Alberto Marino Jr., o maestro Alberto Marino,
foram muito importantes para o Brasil, em todos os sentidos...
E nenhum livro sobre eles foi publicado até hoje!
A
dois ou três editores conhecidos, eu sugeri que publicassem livros que eu
mesmo escreveria sobre eles, mas...
E eles, os personagens citados, ainda estavam vivos...
Os editores consultados responderam
que não tinham interesse, porém sugeriram: se eu bancasse ou conseguisse quem bancasse os livros que propus
escrever, eles publicariam...
E
assim a história viva do nosso País, no casso a partir da música, vai se perdendo até que eu também vá embora.
Mas que importância tem isso, não é mesmo?
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terça-feira, 30 de abril de 2013
E AGORA?
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