O cantor, compositor e instrumentista baiano Gilberto Gil acaba de ser escolhido, por 21 votos, para ocupar a cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras, a ABL. Essa cadeira tem como patrono o fluminense Joaquim Manuel de Macedo, autor do romance A Moreninha.
Gilberto Gil é autor de pelo menos 5 dezenas de discos e um ou dois livros publicados.
Junto com Caetano, Gil foi um dos líderes do movimento tropicalista.
Além de músico, o artista baiano enveredou pela política no começo dos anos de 1980. Primeiro como vereador em Salvador, BA, depois como ministro da Cultura do governo Lula.
Logo após a decretação do AI-5 na noite de 13 de dezembro de 1968, Gil e Caetano foram presos por agentes da ditadura e depois obrigados a se exilar no Exterior.
Em Londres, Gil gravou um LP em inglês e Caetano um LP no qual incluiu a toada Asa Branca, de Luiz Gonzaga (1912-1989).
O resto é história. E por falar nisso, uma historinha:
Num dia qualquer dos anos de 1980, fim de tarde, eu, Luiz Gonzaga e Gil saíamos de um estúdio da extinta gravadora RCA Victor, em Sampa.
Nós três. Gonzaga à direita, Gil no meio e eu à esquerda, todos nós de manga curta. Eu fumando.
Gonzaga e Gil não fumavam.
De repente, com o cigarro aceso, toquei sem querer no braço de Gil. Pra que! Gil endoido, berrou, chamando-me de filho da outra.
Ao nota o que se sucedera, rachou o bico com uma risada estrondosa.
Pedi desculpas, mas até hoje desculpas Gil não me deu.
É isso!