Hoje na barbearia perto aqui de casa, no final da tarde, o barbeiro pernambucano José – eu disse barbeiro... -, dando jeito ao que me resta de cabelo, disse:
- Esse papa é incrível!
Silenciosamente, meio cabreiro, eu concordei.
- Esse papa é do caralho! – ele, o barbeiro, continuou de modo o mais natural possível.
E acrescentou, com ar angelical:
- Eu nunca vi um papa se comportar tão espontaneamente perante o mundo, como esse Francisco.
- É... – eu disse, reticente, mas dando um tom de inteligência na voz.
E o barbeiro, sem ligar pra isso, incontrolável nas suas opiniões a respeito do papa Francisco, repetiu:
- Esse papa é do caralho!
Opa!
Sim, esse papa é do caralho!
E isso é cultura popular.
É cultura popular, mas certamente o papa Francisco não vai estar com cordelistas e cantadores repentistas nordestinos dessa vez, como esteve em 1980 o papa João Paulo II, em Fortaleza, CE, com o poeta Pedro Bandeira e o rei do baião, Luiz Gonzaga.