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sábado, 26 de outubro de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (141)

O assunto é interessante.

Essa coisa de submissão vem de longe, de muito longe. Não foram poucos os poetas e romancistas que tomaram isso como tema para suas histórias.

Lá atrás, bem atrás, Dostoiévski também não resistiu a pegar e desenvolver essa temática.

O personagem que o grande escritor russo desenvolve no conto ou sei lá o quê A Submissa, de 1876, é jovem, loira, magrinha. Idade: 16 anos. E ele, o personagem masculino: 41. Não demora, a menina e o homem tornam-se praticamente um só. 

Um dia, o fulano chega em casa e depara-se com uma atabalhoada e chocante cena: sua amada suicidara-se.

A história segue com o narrador, em 1ª pessoa, procurando entender o comportamento feminino. Ele: “...Eu sabia que uma mulher, ainda por cima de dezesseis anos, não podia evitar tornar-se absolutamente submissa ao homem. Nas mulheres não há originalidade, é um axioma, mesmo hoje, para mim, isto é um axioma! O que importa que esteja agora na sala, em cima da mesa?...”.

Submissão, mais das vezes, pode ser classificada como masoquismo. Assim, simplesmente.

Como se vê, nem Dostoiévski deixou de criar personagens machistas, preconceituosos.

Outro dia ouvi um livro sobre mulher e homem.

Esse livro a que me refiro tem como título O Profano Feminino, de um cara intelectualmente inclassificável chamado Nessahan Alita. É doido, completamente fora da cidadania.

No livro O Profano Feminino, Alita chega ao ponto de escrever o seguinte: “... Escondem que as deliciosas fêmeas desenvolveram sofisticadas artimanhas para nos burlarem e não nos entregarem seus tesouros (o sexo, o carinho e o amor). Na verdade, o que se passa é exatamente o oposto do que pregam esse(a)s idiotas: as fêmeas é que são indiferentes e não gostam muito de homens enquanto nós, os machos, as desejamos, queremos e amamos desesperadamente…”.

Inacreditável, não é mesmo?

No livro O Homem Domado, no original alemão Der Dressierte Mann, de Esther Villar, lê-se muita coisa curiosa a respeito do homem. Esse livro, lançado em 1971, tem como conteúdo narrativo uma história diferente da história contada pelo inescrupuloso Alita. 

Lamentável tudo que se lê de pessoas masculinas que detestam as figuras femininas, mulheres…

Esther diz, lá pras tantas: “Os homens foram treinados e condicionados pelas mulheres, assim como Pavlov condicionou seus cães, para se transformarem em seus escravos. Como compensação por seus trabalhos, podem usar periodicamente suas vaginas”.

Esther Villar é o pseudônimo da argentina Esther Margareta Katzen.

Não há perfeição no homem nem na mulher. 

Homem mente, mulher mente.

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