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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

INEZITA BARROSO E SUAS MIL HISTÓRIAS


Toda vez que Inezita telefona, telefona rindo e disposta a contar histórias.
Ela é uma figura incrível!
Hoje, telefonou para saber se eu sabia que há índios que fazem à mão viola de cocho.
Mostrei meu espanto, embora sabendo que foram os jesuítas que lhes apresentaram os primeiros instrumentos de cordas, principalmente a referida viola que tem origens fincadas em Portugal e no velho mundo árabe.
Pois é, ela começou, “uma vez me disseram em Cuiabá, no Mato Grosso, que havia por lá um índio que fazia esse tipo de viola”.
Curiosa, ela quis conhecer o índio fabricante de viola de cocho.
“Eu não acreditei muito, mas fui lá”, lembra.
O índio morava num ranchinho de palha, bem humilde.
Quando soube que Inezita queria conhecê-lo, o índio se preparou todo, incluindo sua palhoça etc. Até um tapete, uma espécie de tapete, ele providenciou para recebê-la.
E assim foi.
Mas a primeira impressão que ela teve dele não foi das melhores.
Ele era carrancudo e tinha cara de mau.
Mas foi só a primeira impressão, pois logo em seguida ele se mostrou afável.
Inezita queria comprar uma de suas violas.
Ele não queria vender, queria dar.
E aí começou uma rápida discussão, que terminou com Inezita ficando com duas violas: uma comprada e outra, dada. Mas foi a dada, ele disse, “a mais melhó”.
E ele tocou pra ela ouvir.
E ela ouviu notou um som “diferente”, e pediu explicação.
Ele:
- É que a corda do meio é de tripa de macaco, e se a senhora deixá eu vô trocá essa corda por outra, que não é de macaco.
Foi quando ela ficou sabendo que era proibido matar macaco pra fazer de suas tripas cordas para viola de cocho.
E ainda tem a vez que ela fugiu dum hospital para apresentar seu programa, Viola Minha Viola.
Conto depois.

SAMBA DA VELA
- Logo mais às 21 horas, na unidade Sesc-Vila Mariana, tem pré-lançamento do CD Samba da Vela, Revelando Novos Compositores. Ontem o convidado especial foi Almir Guineto. Hoje, é Mário Sérgio. Os primeiros a me falar sobre essa história de samba da vela, que está fazendo 11 anos, foram os amigos Paulo Vanzolini e Osvaldinho da Cuíca. Começou num bar chamado Ziriguidum, em Santo Amaro, zona sul da capital paulista. Pertencia a Chapinha, que se juntou a Paquera, sócio e parceiro, e deu no que deu. Hoje o chamado Samba da Vela é ponto de encontro de velhos e futuros bambas na Casa de Cultura de Santo Amaro, toda segunda-feira, a partir das 20 horas. Detalhe: lá, pinguço não tem vez; seja bamba ou aspirante a bamba. Motivo? Para que seja garantida a paz no lugar.

CHORINHO
- Antes, às 19h30, tem chorinho saindo alegre do piano do craque Marco Bernardo, num belo espaço da velha sede da Caixa Econômica, ali na praça da Sé, 111. Ele interpretará obras de Antônio Callado, pioneiro do nosso chorinho; Chiquinha Gonzaga, maior compositora brasileira até no volume de obras; Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Zequinha de Abreu, Waldir Azevedo e outros bambas. Eu não irei, pois um mesmo corpo não pode estar ao mesmo tempo em dois lugares... Mas, é claro, recomendo.

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