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domingo, 13 de maio de 2012

VIDAS SECAS COMEÇOU NUM MÊS DE MAIO

Um casal de retirantes, dois filhos e uma cachorra.
São esses os principais personagens da obra-prima Vidas Secas, do alagoano Graciliano Ramos.
Essa obra começou a ser escrita num quarto de pensão no Rio de Janeiro primeiro na forma de conto para o jornal argentino La Prensa, em 1937, de acordo com carta do autor a sua mulher Heloisa de Medeiros Ramos, datada de 13 de maio daquele ano.
Depois, virou romance.
A história é triste, mas muito bem construída.
Porém ao contrário de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, Vidas Secas não encontrou guarida imediata junto à crítica e público ao ser lançado em 1938.
A primeira edição, de 1.000 exemplares, demorou dez anos para se esgotar.
Só depois desse tempo a história, que tem por personagens Fabiano, Sinhá Vitória, os filhos Maior e Menor e a cachorra Baleia, passou a cair na graça dos comuns leitores e dos literatos tarimbados e de renome, tornando-se um clássico inquestionável do romance regionalista, cujo ciclo se iniciou com a publicação de A Bagaceira, de José Américo de Almeida, em 1928.
É vasta a bibliografia que tem por tema a seca.
A obra de José Américo, um político que chegou a ministro da Viação e Obras Públicas de Getúlio Vargas entre 1935 e 1937, senador em 1947 e governador do seu Estado em 1950, tem por base a tragédia da falta de chuvas na região nordestina no período de 1898 e 1915, como, aliás, mais uma vez se repete desde o Rio Grande do Norte à Bahia.
Ah! Sim.
Acho que Baleia tem a ver com mãe.
Lewi o livro e saiba porque digo isso.

MÃE
Conta-se que no seu leito de morte o poeta paraibano Augusto dos Anjos, autor da obra-prima Eu, após abençoar os filhos Glória e Guilherme, ainda encontrou forças para dizer que mandassem as suas lágrimas à mãe, dona Mocinha.

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