O brasileiro Leon Barg partiu hoje de madrugada para a eternidade, levando consigo a certeza de ter cumprido a missão a que se deu em vida, que foi a de ajudar o Brasil a se conhecer um pouco melhor através da música popular, sabidamente uma das melhores do mundo. Isso ele fez com a firmeza de um titã, a partir do selo musical Revivendo que criou em setembro de 1987 na capital do Paraná, Curitiba, onde residia desde o ano de 54. Mas a idéia de preservar a memória musical do País ele teve quando em 1938, por volta dos 14 anos, adquiriu um disco de 78 RPM do rei da voz Chico Alves, com a marcha Ui, que Medo eu Tive!, de Aníbal Portela e José Mariano Barbosa; e o frevo-canção Júlia, de seu conterrâneo Capiba.
Chico foi, assim, o embrião dessa história toda.
Leon, que parte deixando saudade e um acervo estimado em cerca de 120 mil títulos, se casou e virou pai duas vezes, de Lilian e Laís, que desde sempre cuidam do Revivendo com paixão e zelo.
Mas e agora?
Lembro que em fevereiro de 97, em artigo que publiquei na Revista Shopping Music sobre marchinhas de carnaval (A Marchinha Agoniza, mas não Morre), inseri opinião de Leon, segundo a qual a marchinha sobreviveria se “Roberto Marinho começasse a fazer um programa em que só tocassem marchinhas de carnaval, aí seria possível trazê-la de volta, caso contrário...”.
Marinho morreu e a marchinha hoje pula miúdo no salão de Momo.
Sim, o fundador do Revivendo tinha dimensão da importância e força dos meios de comunicação; e para ele, era a Globo e ponto!
Multiplicam-se as leis de incentivo cultural por aí a fora e mínguam com a mesma rapidez as chances para projetos de real valor, seja pelos entraves burocráticos comuns ao Estado, seja pelo controle imperial dos espaços por grupos fechados etc.
A política cultural do País, a meu ver, precisa ser democratizada com seriedade e firmeza.
Revivendo sempre existiu sem apoios institucionais, você sabia?
Pois é.
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♦ Eliane Alves manda dizer que amanhã haverá lançamento da Editora Horizonte, que comanda, no bar Brahma, à Avenida São João, 677. O livro é de Luciana Fátima e Arlindo Gonçalves: Carinhas(os) Urbanos (os), com prefácio do jornalista Heródoto Barbeiro. Na compra de um exemplar, um chopp 0800, isto é: na faixa. Informações pelo telefone 3333.0855.
♦ Luciana Stábile também avisa que a Jazz Sinfônica e Fábio Caramuru apresentam músicas de cinema no Auditório Ibirapuera, nos próximos dias 16 e 17. No repertório, pérolas como Blue Moon. Mais informações pelo email imprensa@iai.org.br ou pelo telefone 3629.1017.
♦ A talentosíssima Cris Aflalo manda email convidando para apresentação única que fará no próximo dia 16, no Teatro Cacilda Becker, no Paço Municipal de São Bernardo do Campo. O convite é extensivo a todos os que gostam do que é bom. Informações pelo telefone 4348.1081.
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terça-feira, 13 de outubro de 2009
ESPETÁCULO PARA TODAS AS IDADES
Singelo e muito bonito.
É assim o espetáculo infantil Sapecado, com texto e direção assinados por Marcelo Romagnoli.
No palco dez atores, mais o talentoso sanfoneiro Olívio Filho, o Olivinho, enchem os olhos de todos.
A história é simples: uma mulher do campo, um cachorro vira-lata e um carteiro aspirante a cantor fazem viagem por estrada comprida até um lugarejo imaginário de nome do título da peça, para assistir a um casamento nos moldes antigos. No correr do caminho, coisas curiosas e engraçadas acontecem. Entre essas as quais, o desafio entre o bem e o mal representados por uma benzedeira e pelo Demo; e a troca de falas entre uma vaca e sapos, enquanto, de noite, a mulher e o carteiro, doidos pra dormir, se vêm às voltas com muriçocas e outras pequenas pragas incômodas dos brejos dos confins do País.
Antes disso, e de tudo terminar numa bela festa caipira com a mulher Assunta e o carteiro Adauto fazendo juras de amor eterno, a platéia se deleita com a categoria e graça dos atores tocando e cantando cantigas do mundo rural, algumas autorais e outras adaptadas do nosso folclore. Tudo fluindo ao som de instrumentos simples, como o tarol, a viola e o contrabaixo.
Perfeito.
Ah! Sim, mas é bom que se diga logo e com prazer: Sapecado não é um espetáculo só para o público infantil; é um espetáculo para todos os públicos.
A foto que ilustra este texto é de autoria de Edu Marim Kessedjian.
................
Vão se agendando aí: o Grupo Sombrero de Teatro, sob a direção de Sérgio Milagre, apresenta nos próximos sábado e domingo, no Teatro Irene Ravache (Rua Capote Valente, 500, Pinheiros), a peça O Grito, de Plínio Marcos. O texto é uma adaptação de outros textos de Plínio: Querô, O Abajur Lilás e Navalha na Carne. Traz a trajetória de um menino de rua como tantos, filho de prostituta como tantas, que come o pão que o diabo amassou e ainda paga caro por não se render a policiais bandidos e outros personagens do submundo, na sua luta pela sobrevivência. Atualíssimo. Reflete a sociedade injusta em que vivemos.
................
De Luciano Sá, assessor de imprensa do Centro Cultural Banco do Nordeste, recebo informação de que o IV Festival BNB da Música Instrumental apresentará 22 concertos de 14 formações instrumentais oriundas de seis estados de quatro regiões brasileiras (Nordeste: Ceará e Paraíba; Sudeste: Rio de Janeiro e São Paulo; Sul: Paraná; e Centro-Oeste: Distrito Federal). Essas apresentações ocorrerão entre os dias 14 e 17 próximos, com entrada franca. Detalhes através de lucianoms@bnb.gov.br ou pelos telefones 85.3464.3196 e 8736.9232.
É assim o espetáculo infantil Sapecado, com texto e direção assinados por Marcelo Romagnoli.
No palco dez atores, mais o talentoso sanfoneiro Olívio Filho, o Olivinho, enchem os olhos de todos.
A história é simples: uma mulher do campo, um cachorro vira-lata e um carteiro aspirante a cantor fazem viagem por estrada comprida até um lugarejo imaginário de nome do título da peça, para assistir a um casamento nos moldes antigos. No correr do caminho, coisas curiosas e engraçadas acontecem. Entre essas as quais, o desafio entre o bem e o mal representados por uma benzedeira e pelo Demo; e a troca de falas entre uma vaca e sapos, enquanto, de noite, a mulher e o carteiro, doidos pra dormir, se vêm às voltas com muriçocas e outras pequenas pragas incômodas dos brejos dos confins do País.
Antes disso, e de tudo terminar numa bela festa caipira com a mulher Assunta e o carteiro Adauto fazendo juras de amor eterno, a platéia se deleita com a categoria e graça dos atores tocando e cantando cantigas do mundo rural, algumas autorais e outras adaptadas do nosso folclore. Tudo fluindo ao som de instrumentos simples, como o tarol, a viola e o contrabaixo.
Perfeito.
Ah! Sim, mas é bom que se diga logo e com prazer: Sapecado não é um espetáculo só para o público infantil; é um espetáculo para todos os públicos.
A foto que ilustra este texto é de autoria de Edu Marim Kessedjian.
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Vão se agendando aí: o Grupo Sombrero de Teatro, sob a direção de Sérgio Milagre, apresenta nos próximos sábado e domingo, no Teatro Irene Ravache (Rua Capote Valente, 500, Pinheiros), a peça O Grito, de Plínio Marcos. O texto é uma adaptação de outros textos de Plínio: Querô, O Abajur Lilás e Navalha na Carne. Traz a trajetória de um menino de rua como tantos, filho de prostituta como tantas, que come o pão que o diabo amassou e ainda paga caro por não se render a policiais bandidos e outros personagens do submundo, na sua luta pela sobrevivência. Atualíssimo. Reflete a sociedade injusta em que vivemos.
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De Luciano Sá, assessor de imprensa do Centro Cultural Banco do Nordeste, recebo informação de que o IV Festival BNB da Música Instrumental apresentará 22 concertos de 14 formações instrumentais oriundas de seis estados de quatro regiões brasileiras (Nordeste: Ceará e Paraíba; Sudeste: Rio de Janeiro e São Paulo; Sul: Paraná; e Centro-Oeste: Distrito Federal). Essas apresentações ocorrerão entre os dias 14 e 17 próximos, com entrada franca. Detalhes através de lucianoms@bnb.gov.br ou pelos telefones 85.3464.3196 e 8736.9232.
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