Formar,
informar, opinar e criticar é mais do que um ideário humano, humanístico, um direito
claro e lógico dos cidadãos livres de qualquer lugar do mundo, inclusive dos
que vivem nessa parte de cá da linha do Equador, onde se situam países como o Brasil:
é um dever.
O
dever de formar, informar, opinar e criticar é sagrado.
Mas
como fazer isso num país onde o analfabetismo é uma praga, um cancro, uma doença
resistente e de cura difícil?
Como
fazer isso num lugar a onde um enorme contingente de eleitores vai às urnas de tempos
em tempos para votar por interesses estranhos ao bem comum?
No
caso Brasil, pode-se dizer que engatinhamos rumo ao lugar onde a “res pública”, a coisa publica e sua valorização de que falavam os sábios do Direito latino e que tanto sentido fazem para a mudança de uma sociedade que deseje respeito reconhecimento do mundo civilizado.
O
nosso país, um país de guerras e conflitos há cinco séculos, como bem nos
mostra o Dicionário das Batalhas Brasileiras, de Hernani Donato (1922-2012),
ainda não assimilou as lições básicas da democracia reimplantada duas décadas
após um golpe que apeou do poder seu representante legítimo, João Goulart,
passando, então, a ser regido sob as ordens de um governo militar que fez
desaparecer milhares de pessoas que ousaram dele discordar.
No
mais nos esquecemos de tudo, e facilmente, até de fatos que nos marcaram a vida
de modo profundo, como os 46 anos - completados ontem - da passeata que reuniu de
100 mil a 150 mil pessoas, entre estudantes, professores, pais, padres e
freiras na Avenida Presidente Vargas do extinto Estado da Guanabara, exigindo o
fim da ditadura e do arrocho salarial.
Mas
por que eu falo dessas coisas, da ausência do mínimo básico na vida da gente, do
respeito, educação, opinião e crítica que tanto nos faltam?
Esta
semana este blog alcançou a marca de 150 mil acessos Brasil e mundo a fora. Desse
total, há registradas opiniões e loas de apenas algo em torno de 1% do público
que o acessa.
A
falta de opiniões e críticas eu considero grave num país de 200 milhões de
pessoas.
E
um detalhe surpreendente me chamou a atenção na leitura de estatísticas do blog:
sou mais acessado na China do que aqui, no Brasil.
Vou
virar chinês.
Pela
ordem, acessam este blog: China, Brasil, Alemanha e Estados Unidos.
Pode?
Pode?