O caso se deu no meio da manhã de hoje, na UTI domiciliar instalada no apartamento onde ele morava no bairro de Tambaú, à beira mar da capital pessoense.
Tenho boas lembranças de Ronaldo, que na vida foi tudo: advogado, vereador, prefeito, deputado, governador, senador, poeta e declamador dos melhores que já vi.
Deixou muitos livros publicados.
No começo dos 90, à época prefeito de Campina Grande, ele participou do programa de televisão Show Sem Limite, respondendo sobre a vida e obra do poeta Augusto dos Anjos.
A final do programa foi emocionante (clique abaixo).
Ronaldo quase sempre estava com um sorriso na cara, pronto para uma boa prosa.
Era bem humorado e brincalhão.
Uma vez, um sábado como hoje, chegando a São Paulo ele me telefonou para almoçar junto com o conterrâneo jornalista José Nêumanne Pinto, uma das canetas e línguas mais afiadas e lúcidas do País, na atualidade.
Ronaldo perguntou:
- O que vamos almoçar?
E eu:
- Pode ser uma peixada, um baião-de-dois...
E ele:
- Eu venho lá da nossa terrinha, Assis, pra comer peixe e baião aqui?
E foi então que ainda caí na besteira de perguntar se ele se comeria um bode; e nem deu tempo pra dizer se grelhado etc. A resposta foi rápida:
- Se alguém segurar...
A risada de nós três reboou no saguão do hotel e fomos comer não sei o quê no Dinhos ou no Rubaiyat, ali na alameda Santos.
Que Deus o tenha num bom lugar.