Hoje
faz dois meses que o Estadão publicou um longo texto a meu respeito assinado
pelo jornalista Júlio Maria http://cultura.estadao.com.br/noticias/musica,depois-de-ficar-cego--assis-angelo-luta-para-digitalizar-acervo,1744449
.
No texto era dito do acidente natural que
levou a luz dos olhos para o céu. No texto eu falava da importância da cultura
popular brasileira, na vida brasileira. Falava também do acervo ( Instituto Memória
Brasil – IMB) que constitui ao longo de 40 anos, reunindo milhares milhares de discos em todos os formatos,
milhares e milhares de fotografias de artistas e partituras, livros e jornais e
revistas em edições centenárias, além de muitas outras “coisas” referentes ao
fazer da cultura popular, colhidas nas
minhas andanças mundo afora.
São
milhares e milhares de raridades que devem ser preservadas com todos os
cuidados possíveis, incluindo digitalização, catalogação e, naturalmente, disponibilização
pública em ambiente próprio escolhido para esse fim.
Pois
bem, faz dois meses que a reportagem no Estadão foi publicada.
Hoje
o mesmo Júlio Maria assina texto, também no Estadão, falando sobre a “crise”
ora cantada em prosa e verso em todos os tipos de mídia. Traz falas de
representantes do Sesc, Itaú cultural, Natura e outras entidades envolvidas no
processo de divulgar as artes feitas no nosso País.
É
um choramingas danado.
Há
dois meses o Maria já me falava da ordem de suspensão do programa de apoio
cultural da Petrobras.
O
quadro apresentado no Estadão de hoje é de uma tristeza que dói,dói tanto que
nos leva a crer que tudo esta perdido, que a cultura popular nem existe mais.
O
representante do Sesc chega a falar sobre a alta do dólar e da economia, pois
esta repensando tudo, inclusive se continua a trazer ou não artistas de outros
países para se apresentar aqui.
Pela
reportagem fiquei sabendo que a Petrobras chegava a investir até R$ 600 mil na
produção de um simples cd, com direito a show de lançamento... Pela reportagem também
fiquei sabendo que a música popular se resume a Emicida, GAL Costa, Ney
Matogrosso, Elza Soares, Arnaldo Antunes, BNegão e Tom Zé.
Que
a música popular brasileira acabou, isso eu já sabia.
Voltarei
ao tema.