Seguir o blog

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

A POLÍTICA EM JINGLES

Você sabe quem foi o primeiro prefeito do município de São Paulo?
Antes disso não custa dizer que a figura de administrador municipal apareceu por essas plagas em 1563, na pessoa de Salvador Pires. 
O prefeito como tal hoje conhecemos, e elegemos, foi inspirado nos mandachuvas do senado da velha Roma. E por aí segue a história. 
O primeiro prefeito da capital paulista foi Antônio da Silva Prado (1840-1929), que ocupou o cargo em fevereiro de 1899. Prado era riquíssimo. Foi quem mais tempo permaneceu no cargo, até 1911. À época, o mandato era de três anos. Virou quatro com as novas regras ditadas pelo presidente Getulio Vargas, em 1932. No tempo de Vargas eram os governadores que escolhiam os prefeitos. 
Depois da Constituição de 1946, novas regras surgiram. 
O primeiro prefeito de São Paulo eleito depois disso foi o matogrossense Jânio da Silva Quadros (1917-1992). 
Em 1960, Jânio renunciaria à Presidência do Brasil sete meses após eleito. Veja Encontro com Jânio (https://assisangelo.blogspot.com/2012/08/encontro-com-janio.html).
Jânio foi prefeito de São Paulo em duas ocasiões, a última em 1986. 
Com os prefeitos sendo escolhidos pelo povo, fazia-se necessária uma intensa campanha. E é aí que entram os marqueteiros da vida, com suas peças, com seus jingles. 
O jingle político mais conhecido, que mais sucesso fez, foi Varre, Varre, Vassourinha. Ouça! 


Desde que entraram como peças publicitárias, os jingles são sucesso de campanha até hoje. 
Muitos artistas famosos participaram de jingles. Entre eles Jorge Veiga, Dircinha Batista, Luiz Vieira, Altamiro Carrilho, Elisete Cardoso, Ivon Cury e Isaurinha Garcia. 
Até Carmélia Alves e Luiz Gonzaga gravaram jingles induzindo o povo a votar em Jânio Quadros. O disco (na foto isolada), de 78 rpm, foi lançado pelo extinto selo musical Chantecler e trazia os seguintes títulos: Iaiá Quem Vem Aí; Compadre, A Notícia É Boa; A Vida Vai Miorar; e Quero Dizer Neste Côco pra Você. Além dos jingles, músicas foram lançadas em ritmo de marcha, samba, tirando sarro, mais das vezes, das campanhas e dos candidatos. Exemplos: Democracia, Minha Candidatura e Só Mamãe Votou em Mim. 
No nosso acervo há muitos jingles gravados em discos de 78 rpm e em LPs. 
Houve campanhas curiosíssimas em que até animais “ganharam” eleições. No caso, não custa lembrar, Cacareco. Mais uma coisa deve ser dita: os jingles políticos deste ano em São Paulo são de péssima qualidade, com ritmos que vão do funk ao gospel. 
No próximo dia 29 saberemos quem será o novo prefeito de São Paulo. São Paulo já teve 53 prefeitos

O BRASIL ESCRITO COM SANGUE NEGRO

 

Há coisas na vida que não entendo.
Como é que um jogador de futebol consegue, na sua morte, mobilizar o mundo inteiro?
Com todo o respeito...
Mortos e vivos se confundem, entre si.
A fome ainda mata. A miséria é cancro.
Maradona, Pelé.
Pelé é negro e nega a própria cor, por que?
O Brasil de Bolsonaro poderia ser o Brasil dos brasileiros com Ciro Gomes ou Joaquim Barbosa.
Pelé é um ser triste, alegra e mata.
Pelé mata pobres negros pela omissão. O Barbosa, também.
Sim, sim, não falo isso com alegria.

O Juiz Eusébio de Queiroz, em 1850, aprovou Lei freando o tráfico de escravos para o Brasil.
O Exército brasileiro usou de todas as formas negros escravos, nas suas fileiras.
Dói, mas história é história.
A história brasileira continua sendo escrita com o sangue da discriminação, do preconceito, da prepotência, dos horrores da caneta do presidente estranhamente eleito pelas urnas em 2018.
Triste Brasil.
Onde estás tu, Pelé?
Onde estás tu, Joaquim Barbosa?
O vice-presidente do Brasil, general Mourão, diz que não há racismo no meu país Brasil.
Esse generalzinho, que foi lamber botas nos EUA, parece não saber da história sangrenta vivida pelos pobres e negros desse país que tanto amo.
Lugar de general, lugar de militar, é no quartel.
O poeta alagoano Ledo Ivo, na sua sinceridade divina, afirma naquele poema (Pacto ao Cair da Noite):

Está morto o vivo
Que esquece os seus mortos...

MORTES NO COLO DO PRESIDENTE

Certa vez ouvi dizer
"Está morto o vivo
que esquece os seus mortos"
De modo imperativo
Provocativo e mordaz
Isso disse o Ledo Ivo


Poeta brasileiro
Alagoano da Capital
Ledo Ivo foi um mestre
Da cultura nacional
Mas do Brasil reclamava
Por ser país tão desigual


Jornalista, advogada, romancista, tradutor e poeta Ledo Ivo nasceu em Maceió, AL, no dia 18 de fevereiro de 1924.
Tempos de guerra em São Paulo.
Guerra tenentista.
Ledo Ivo logo cedo trocou seu torrão pela capital do Brasil, o Rio. Lá desenvolveu o seu intelecto.
Foi um dos mais ativos representantes da poesia parnasiana.
Ivo é da Geração de 45.
Os poetas dessa geração deixaram uma obra primorosa, mas pouco lembradas no dia de hoje.
A poética do alagoano Ledo Ivo nos lembra, de passagem, poetas de inspiração trágica e mórbida como o paraibano Augusto dos Anjos (1884-1914). Exemplo é Pacto ao Cair da Noite, em que diz: "Está morto o vivo/que esquece os seus mortos".
Bolsonaro era menino de bunda suja quando Ledo Ivo escreveu esse poema. Mas parece que foi hoje, não é mesmo?
O atual presidente do Brasil provoca mortes e esquece seus mortos, que um dia cairão em seu colo. Dele e de Trump.
Foi no dia 13 de novembro de 1986 que Ledo Ivo foi eleito à Academia Brasileira de Letras, ABL.
No dia 7 de março de 1987, Dom Marcos Barbosa saldou o novo imortal, lembrando as preferências culinárias do Ivo. Depois de agradável rodeio, ressaltou:

"...Vossa preocupação é, sobretudo, a palavra, a ponto de lamentardes que os horóscopos tenham tomado nos jornais os espaços outrora ocupados por aqueles que, através do inferno amarelo das polêmicas, encontravam o paraíso da Linguagem. Contudo, os horóscopos não vos metem medo, pois escreveis no 'Pacto ao cair da noite'...".

Foi na Espanha, à véspera do Natal de 2012, que o poeta brasileiro Ledo Ivo se expirou, aos 88 anos de idade.

VICE É PRESIDENTE?

Hummmmmm... O tal do Mourão tem falado pelos cotovelos. Falas de presidente. Basta ver o que ele falou hoje 26 sobre a relação Brasil-China. Hummmmm... Será?

POSTAGENS MAIS VISTAS