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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

UMA HISTORINHA A VER COM VINHO, NO RÁDIO

Acabei de ver na TV o compadre Rolando Boldrin (numa das fotos aí, eu com ele) apresentando coisas e gentes de que gosta.
O que foi pro ar hoje foi gravação feita mês passado, talvez. Porque no começo deste, ele me disse, por telefone, que estaria na Itália curtindo um pedaço da vida que Deus lhe deu .
Férias.
Mas por que lembro isso?
Porque vi/ouvi o cantor Toninho Nascimento assassinando a canção - na verdade, uma guarânia - Caminhando ou Pra Não Dizer que Não Falei de Flores, de Vandré.
Conheci Toninho de vista, de sopetão, e o elogiei na acústica do Parque Villa-Lobos, há uns dois anos. Talvez três ou um ou um menos.
Boa voz, performance etc.
Mas ele se apresenta em público de forma como se fosse o dono de todas as canções que canta.
Tem de baixar um pouquinho a bola, senão não vai pra lugar nenhum.
Sem câmera a sua frente, aliás, ele é bem melhor.
Mas, enfim, antes de Toninho ter a cara posta no ar, o compadre lembrou de uns causinhos de cana.
Uma: aquela que o cabra tá pra lá das tantas, carregando uma garrafa e a garrafa cai no chão fazendo crac! E o tal lamenta, com a língua enrolada:
- Tomara que seja a minha perna.
A platéia cai na risada.
Outra: o cabra vai se consultar com dores e o médico pergunta:
- Você bebe?
E ele, dobrando também a língua:
- Sim, doutor. Aceito.
Boldrin conta essas coisas de forma pra lá de natural.
Como eloe não tem ninguém. Nisso, é fantástico.
Lembro, porém, que uma vez o chamei prum papo num programa que eu apresentava na Rádio Capital.
Ele foi com uma garrafa de vinho tinto debaixo do braço, e dizendo:
- Só vou ficar uns dez minutos.
E o programa de duas horas, ao vivo, rolando.
E ele bebendo.
Lá pras tantas, num intervalo, pedi um gole. E ele, imperativo:
- Não!
Resultado: ele bebeu o vinho todo sem a minha ajuda - um pecado, não é? - e terminei passando com ele pelo menos dez minutos, além do horário.
Viva Boldrin!

GASTOS, MALUF E CHICO XAVIER

Caso eu pare hoje de fumar, daqui a um ano terei economizado pelos menos 1,7 mil reais.
Quem diz isso são especialistas em previsão da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
...Se desde já eu parar de bebericar - e eu beberico bem -, também economizarei não sei quanto.
Se eu deixar de viajar num ou noutro fim de semana a uma cidadezinha - que seja a belíssima, pacata e resistente São Luiz do Paraitinga, como fiz no último fim de semana - não sei quanto eu deixaria de tirar do bolso; para o bem do meu futuro, claro.
E tem: se eu parar de andar de táxi, mais um tanto eu deixarei de gastar também não sei quanto.
Se eu comprar um carro, estarei lascado!
Se eu comprar um carro e contratar um motorista pra me levar por aí - eu não sei dirigir, nunca tirei carta -, estarei duplamente lascado.
Agora, vamos dizer que resolverei aprender a dirigir...
Pois, pois.
Feito isso, passarei a praticar mais um ensinamento.
Se eu estacionar o carro à ré (o que é isso?), economizarei 6 reais por semana, ou R$ 310/ano (o estacionamento está pela hora da morte...).
Mas se eu fizer plano de saúde com empresas que meu amigo querido Lourenço Diaféria, já no céu, chamava de “açougueiras”, elas me levarão tudo que eu poderia economizar até agora, e mais um tanto, caso seguisse à risca o que aconselham os especialistas das contas dos outros.
E aí tem o que deixaríamos de gastar, vislumbrando, hipoteticamente, uma vida melhor no futuro.
Exemplo:
- Ir a cinema por que, se temos tevê em casa?
- Ir a restaurante por que, se podemos comer em casa?
- Ir a motel pó que se...
Por aí vai a coisa dos especialistas, para nos fazer bem no futuro.
Ora, se sabemos que o equilíbrio é o ponto-chave do bem-viver, o futuro do presente, porque razão, então, nós teríamos de seguir “deixas” desses especialistas?
Aliás, e se há quem siga essas “dicas” e pague por elas a eles, especialistas, se deixar de pagá-las o que deixariam eles de ganhar, hein?
Uma coisinha só: não dá pra ficar pensando que seremos felizes no futuro gastando a grana que poderíamos economizar se perdermos o presente, o prumo da vida.
Ora, ora.

MALUF
- E pensar que o deputado Maluf, ex-governador de São Paulo, movimentou algo em torno de US$ 1 bilhão no exterior, extraído dos cofres públicos para os próprios cofres e os cofres da família... Esta notícia estará nos jornais de amanhã.
Não me lembro direito o ano.
Talvez fins dos 80, quando chefiei a reportagem da Editoria de Política do jornal O Estado de S.Paulo.
O colega jornalista Saulo Gomes me convidou para participar de uma entrevista coletiva.
À época, ele trabalhava para Maluf.
Ligadas as câmeras, uma delas veio a mim e perguntei:
“Doutor Maluf, é verdade que o sr. é ladrão?”.
Fui convidado a sair.
Saulo é o entrevistador da belíssima reportagem sobre Chico Xavier, no programa Pinga Fogo, da extinta TV Tupi, em 1971.

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