Há um tempo, Vandré me perguntou se eu sabia da existência de alguma fábrica de disco de vinil no Brasil. Repondi que ouvira falar de uma, com atividade no Rio de Janeiro.
Perguntei a razão do seu interesse. Respondeu: gostaria de lançar algo no formato de LP.
No texto anterior, abaixo, o dono do sebo Ventania, Alcides Campos Filho, diz crer no retorno da produção de disco de vinil.
Hoje no Caderno 2 do Estadão, li matéria assinada por Lauro Lisboa sobre o assunto: a volta do vinil nacional.
A fábrica é a Polysom, única no gênero no Brasil e em toda a América Latina. Alguns álbuns de pop-rock chegarão à praça nos primeiros dias do próximo mês.
Os responsáveis pela Polysom dizem que têm condições de fabricar até 28 LPs e 12 mil compactos/mês.
É o começo. Melhor: o recomeço.
FIM DO CORDEL
- O grupo Cordel do Fogo Encantado acaba de se dissolver. O lamentável anúncio da decisão tomada por Lirinha foi feito quarta 24, no site do grupo. Lembro de Lirinha, pernambucano de nome cristão José Paes de Lira, no programa de rádio que eu apresentava em Sampa, São Paulo Capital Nordeste. Cabra bom, o Lirinha; bom de papo e dono de grande talento. À época em que o conheci, fins dos 90, o grupo estava tomando pé e nem disco gravado tinha ainda. Gravou três. Carregou influência positiva de Chico Science, Nação Zumbi e Mundo Livre S/A. Pena. Lamento o seu fim.
FIM DO CASCABULHO
- O fim do Cordel me faz lembrar o fim do Cascabulho, que também esteve no São Paulo Capital Nordeste, à época, 98, lançando o primeiro CD: Fome Dar Dor de Cabeça. Seguia na batida do rojão do mitológico Jackson do Pandeiro. À frente do grupo, o incrível Silvério Pessoa, que seguiu carreira solo e na França, hoje, é até mais conhecido do que o mau hábito comum dos garçons ao atender visitantes estrangeiros.
FIM DO MESTRE AMBRÓSIO
- Outro grupo que deixou saudade foi Mestre Ambrósio, fundado por Sérgio Veloso, o Siba, hoje fazendo miséria na região da zona da Mata, no interior de Pernambuco, com seu Fuloresta, que vale a pena ouvir. O primeiro CD do Mestre Ambrósio surgiu em 96 e um ano depois, mais ou menos, também o levei ao meu programa, São Paulo Capital Nordeste. Siba viria a aparecer numa cena do filme de produção franco-brasileira Saudade do Futuro, que teve por base um dos meus livros, A Presença dos Cordelistas e Cantadores Repentistas em São Paulo (Ibrasa). Esse filme, nunca lançado no Brasil, pode ser adquirido (DVD) via Livraria Cultura, a pedido. Claro, recomendo.
SAMBA DO ARNESTO
- Vi há pouco na novela Tempos Modernos o Antônio Fagundes cantar Samba do Arnesto, do Adoniran Barbosa, imortalizado pelo grupo musical mais antigo em atividade profissional ininterrupta do mundo, o paulistano Demônios da Garoa, cuja biografia lancei em livro ano passado. A primeira edição está esgotada. Bom, bem que podiam pôr mais músicas do repertório nacional nas novelas, não?
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sábado, 27 de fevereiro de 2010
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