O Brasil é grande, do tamanho de alguns amigos meus queridos. Dentre eles, Jorge Cunha Lima.
Esse Jorge é do tamanho de um gigante.
Eu conheci Jorge Cunha Lima num ano qualquer em que eu trabalhava na TV Plim plim.
Não me lembro bem, mas acho que antes de o governador Orestes Quércia (1938-2010) me encarregar pra assessorar o secretário da Agricultura da época, Tidei de Lima, assessorei com bons propósitos o querido Jorge. Comigo, Fernando.
O tempo passou e cá estou, a lembrar dos tempos de ontem.
Jorge pediu-nos pra fazer um jornal que se chamaria Jornal da Rua.
Tenho guardado o número 0, original, desse jornal no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB.
O tempo de ontem nos traz, quase sempre, saudade...
Jornalista, poeta e tal, Jorge Cunha Lima é mais do que um nome, é uma pessoa marcante na cultura brasileira. E na política.
Em 1986, Jorge, Covas e FHC entrevistaram no Roda Viva Ulysses Guimarães (abaixo).
Fausto telefona rindo e dizendo que gostou do texto poético que fiz e dediquei ao querido conterrâneo José Nêumanne, intitulado PINTO NOVO QUER BRIGAR. "Ficou um barato, Assis!", disse o cartunista perguntando quem era Pinto de Monteiro que cito no já referido texto.
Bom, Pinto era o sobrenome de Severino Lourenço da Silva.
Esse pinto nasceu no município de Monteiro, a cerca de 350 quilômetros da Capital paraibana. Nasceu no dia 21 de novembro de 1895.
Não foi fácil a vida do cidadão Severino Lourenço da Silva Pinto.
Pra sobreviver dignamente, fez de um tudo e mais um pouco na vida: foi vaqueiro e até vendedor de cuscuz nas ruas de Recife, PE.
Foi lá, em Pernambuco, que ele ouvindo cantadores, comprou uma viola e se transformou com o tempo no mais rápido atirador de versos feitos no calor do momento. Isto é, de improviso.
Esse gigante é marca indiscutível do Mundo da Cantoria.
Pinto do Monteiro, como entrou para a história, enfrentou os mais inspirados repentistas do seu tempo, entre eles Otacílio Batista e João Furiba.
João Furiba já partiu, como os irmãos Batista e outros grandões.
Furiba foi o nome que Pinto achou para dar a João Batista Bernardo.
E o nome de Pinto do Monteiro, quem deu?
Em 2006, o paraibano Joselito Nunes publicou um livro contando a história de Pinto do Monteiro. Ouviu um monte de gente incluindo os jornalistas Astier Basílio e Ricardo Anísio. Mais, entre outros, Orlando Tejo (1935-2018).
Orlando, autor do livro Zé Limeira O Poeta do Absurdo, foi uma figura incrível do Mundo da Cantoria e do Jornalismo. Foi meu amigo, mas essa é outra história...
Um dia, o querido Ivan Ferraz me disse no seu programa: "É triste, mas fui eu quem fez a última entrevista com Pinto do Monteiro". Confiram:
PINTO EM DISCOS
Pinto do Monteiro não teve nenhum disco lançado enquanto viveu. Depois que morreu, 3 LPs foram lançados. Esses LPs se acham no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB.
Severino Lourenço da Silva Pinto morreu com 94 anos de idade, no dia 28 de outubro de 1990.