No nosso acervo, a 3ª edição de Trovas Burlescas, de 1904 |
Oito anos depois de ser vendido como
escravo, o menino Luís Gama fugiu e muito
tempo depois foi reencontrado servindo o Exército.
Estou falando de um tempo já distante, muito distante.
Luís Gama nasceu em 21 de junho de 1830 e morreu em 24 de
agosto de 1882.
Não foi fácil a vida desse menino.
A mãe de dele, Luísa, era uma africana livre.
Ela e o filho moravam
em Salvador.
Foi em Salvador que Luís Gama nasceu.
Logo após deixar o Exército, ele tentou estudar formalmente na
Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo.
Mas
não conseguiu. O máximo que lhe permitiram foi assistir a aulas de
modo informal.
E assim virou rábula. E, como rábula, conseguiu a
libertação de centenas de escravos.
No momento, está em cartaz nos cinemas do País o filme Doutor
Gama, dirigido por Jeferson De. Gama é interpretado, em três fases
da sua vida, por Pedro Guilherme
(criança), Ângelo Fernandes (jovem)
e César Mello (adulto).
Além de abolicionista de primeira
hora, Luís Gama deixou uma obra
poética de grande expressão. Pequena, mas densa.
Em 1859, seus principais poemas
foram reunidos no livro Primeiras
Trovas Burlescas (Bentley Junior &
Comp − foto). Raríssimo.
Está mais do que na hora de as
editoras relançarem a obra desse
grande brasileiro.
Ia me esquecendo: a mãe de Luís
Gonzaga Pinto da Gama foi uma
pessoa muito importante na Revolta
dos Malês (1835).