O livro é um chute nos colhões, como diriam os presos da Casa de Detenção de São Paulo, implodida há 22 anos.
O livro, muito bem escrito, reúne histórias hilariantes. Terríveis, contadas ao autor pelos próprios presidiários, ou personagens dessas fabulosas histórias. Na verdade, terríveis histórias.
O realismo em Estação Carandiru é gritante.
Nas histórias colhidas por Varella, há deduragens, adultérios, amores loucos entre homens ativos e passivos, sexualmente falando.
A Casa de Detenção, que era comandada pelo linha dura Luiz Camargo Wolfmann (1931-2012), foi descartada completamente pelo então governador Geraldo Alckimin depois do massacre ocorrido no dia 2 de outubro de 1992. Na ocasião muita gente foi fuzilada. Oficialmente 111, mas esse número pode no mínimo dobrar.
Pois é, cobri vários motins na velha casa do Carandiru.
O livro de Varella virou filme dirigido pelo cineasta argentino Héctor Babenco. Correu mundo, dublado em vários idiomas.
Além de filme, Estação Carandiru rendeu também peça de teatro e foi traduzido para o inglês.
É certo que até agora, cerca de um milhão de exemplares foram vendidos no Brasil.
Ah! Sim: no lugar onde havia a prisão, até então a maior da América Latina, foi construído um espaço social denominado Parque da Juventude.
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