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sábado, 18 de março de 2023

LEANDRO GOMES DE BARROS CONTINUA VIVO (3)

Leandro Gomes de Barros
em xilo de Klévisson Viana
Que as musas mitológicas
Vindas em dourados carros
Cheguem da Fonte Poética
Trazendo água nos jarros:
Dêem-me a taça predileta
Onde bebeu o poeta
Leandro Gomes de Barros.

Por admirar Leandro
Fui em busca da história
Do poeta de Pombal
Com sua rica trajetória,
desde os tempos de criança
Com matizes e nuança
Do seu passado de glória.

Pois além de pioneiro,
Leandro foi um gigante
À poesia popular
Deu legado relevante
Escreveu drama e tragédia
Fez gracejo e fez comédia
Com sua pena atuante…

(Leandro Gomes de Barros - O Pioneiro da Literatura de Cordel; Klévisson Viana)

A cultura popular é o retrato mais fiel de um povo, de uma nação.
A cultura popular brasileira engrandece o mundo, por sua beleza e originalidade.
O Brasil é o quinto ou sexto maior país do nosso planeta, tanto em área territorial quanto em população: somos mais de 200 milhões de pessoas habitando uma terra de mais de 8,5 milhões de Km².
A cultura popular se manifesta na música e nas artes em geral.
O paraibano Leandro Gomes de Barros foi o primeiro e até aqui o mais importante cordelista de que se tem notícia.
O cordel, ou literatura de cordel, não é invenção brasileira. Mas foi no Brasil que esse tipo de literatura, desenvolvida principalmente em sextilhas e septilhas, ganhou forma.
Sim, Leandro foi o grande pioneiro nessa forma de arte.
Já na virada do século 19 Leandro estava ligado a tudo, a todos os acontecimentos no Brasil e em todo o canto.
Antes e depois de Leandro, nenhum cordelista falou em verso de folheto sobre as mazelas e consequências da Primeira Guerra Mundial.
É dele, por exemplo, o folheto AS AFLIÇÕES DA GUERRA NA EUROPA, que começa assim:

Detonam tiros medonhos
Das peças demasiadas
Soam grandes estampidos
Estremecendo as quebradas
Descendo rios de sangue
Como água em enchorradas…

É dele também o segundo folheto sobre a guerra. Título: A ALLEMANHA VENCIDA E HUMILHADA, que começa assim:

Até que afinal chegamos
Ao fim da tal grande guerra
Que tanto mal produziu
Geralmente em toda a terra
E a Allemanha vencida
Se humilha, grita e berra…


Como se não bastasse, Leandro escreveu ECHOS DA PÁTRIA, que começa assim:

Despertai filhos da Pátria
Mostrai a vossa façanha
Arriscai o peito à bala
Ide morrer na campanha
Um soldado brasileiro
Não rende pleito à Allemanha…

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