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quarta-feira, 31 de julho de 2013

AINDA ANASTÁCIA E DOMINGUINHOS

A recifense Lucinete Ferreira, na música popular conhecida por Anastácia (aí na foto comigo, no Jô, em 1990) é, sem dúvida, uma mulher de muita força, no sentido de coragem e honestidade.
Ela tem cerca de 800 músicas gravadas nos gêneros mais diversos.
Cerca de 200 dessas obras foram compostas em parceria com o sanfoneiro e cantor Dominguinhos, desaparecido hoje faz uma semana e com quem ela dividiu cama e casa por quase 12 anos, na capital paulista.
A paixão e o amor pelo artista de Garanhuns, PE, não acabaram depois da separação, “ao contrário”, ela diz.
E diz também que Dominguinhos foi a razão da sua vida.  
Antes de conviver com Anastácia, Dominguinhos casara com Janete Silva de Moraes. Dessa união, resultaram dois filhos: Mauro e Madalena, recentemente desaparecida, aos 49 anos de idade.
Espírita da linha kardecista, Anastácia se confessa uma mulher feliz e de bem com a vida.
O que ela sentiu com a doença e morte do parceiro?
“Uma tristeza imensa”.
A compositora - e cantora - conta que rezou muito pela saúde de Dominguinhos; e que compareceu ao velório na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Ela conta que na Assembleia sentiu pena de Guadalupe – que também conviveu com Dominguinhos; e pena também sentiu de Liv, nascida da união de Guadalupe com Dominguinhos numa cerimônia afro, em Recife.
“Senti pena delas porque lhes transmiti meus pêsames e elas me responderam com silêncio e ódio” no rosto, disse a coautora do clássico popular Eu só Quero um Xodó, que já conta com mais de 400 gravações no Brasil e no Exterior, sendo a primeira feita por Marinês para o LP (CBS) Só Pra Machucar, de 1973.
No disco, o título saiu truncado: Eu Quero um Xodó.
A segunda gravação dessa música coube a Gilberto Gil fazer, para um compacto simples (Philips) lançado também em 1973, com muito sucesso.
Ao todo, Dominguinhos gravou 34 LPs e 38 CDs. Fora isso, a presença dele ficou registrada em dezenas de LPs e CD de amigos famosos e outros nem tanto.
Dominguinhos era incrível! 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

VIVA O PAPA! VIVA DOMINGUINHOS!

O frio de ontem, aparentemente tão intenso quanto o de hoje, levou-me a sair de casa para arriscar uns passos bolerais - tortos que fossem - com o fito único de alegrar e esquentar o corpo ali no Clube Piratininga, que fica aqui perto. Tomei umas e puxei Andrea – coitada! - para o sacrifício de dançar comigo no salão, onde um monte de gente oriunda do século passado, como eu, tentava se equilibrar de modo um tanto desajeitado tentando na dança um influenciar o outro, enquanto ritmos indiferentes caiam pelas bordas da pista.
Um horror, na verdade.
Muita salsa, Caribe etc.
Sofri, sofremos.   
Durante mais de duas horas o que se ouviu e dançou foram estilos musicais de péssimo gosto e, pior, mal interpretados por um cantor - que não sei quem - cansado de voz, sem voz, equipado, porém, com uma bateria de coisas gravadas chamadas, grosso modo, de playback, infernizava os nossos ouvidos.
Antes das dez da noite, eu me vi liquidado, arrasado como homem e gente.
E fui-me de volta ao lar, doce lar, com o farol baixo como se diz de onde eu vim, o Nordeste.

PAPA
Francisco nem bem começou o papado, já entrou para a história. Ele consegue dizer o que todos, ou quase todos, querem ouvir. Vida longa a Francisco, meu xará!

ZÉ CUPIDO
O sanfoneiro Zé Cupido, de batismo José Idelmiro Cupido, morreu ontem em Jacareí, SP, depois de três paradas cardíacas em sua casa. Ele era natural do distrito de Quiririm, Taubaté, a cerca de 130 quilômetros da capital paulista.  Zé Cupido extraiu do repertório do ídolo Luiz Gonzaga músicas para dois LPs, que gravou no começo dos anos 1980.  

DOMINGUINHOS
Amanhã fará uma semana que Dominguinhos partiu. E amanhã postaremos um vídeo muito bonito com ele tocando no Projeto Música do Brasil, que dirigi e apresentei na unidade Sesc Pinheiros em novembro de 2006, junto com a rainha do forró, Anastácia; a rainha do baião, Carmélia Alves (acima, na foto comigo), Cezar do Acordeon – outro grande -. Oliveira de Panelas etc. Antes, em 2005, nos apresentamos no Teatro Brincante, cá em Sampa. 
CLIQUE:

domingo, 28 de julho de 2013

INÉDITAS DE DOMINGUINHOS-ANASTÁCIA

Nessa tarde de frio danado, deleito-me ouvindo a nova produção autoral – um álbum duplo pra lá de bonito – do artista maranhense que de música sabe tudo: Papete, que comentarei aqui, neste espaço, na próxima semana.
Mas se agora eu falo do cantor, compositor e multi-instrumentista Papete é que acabei de ouvir as sanfoninhas choradeiras de Toninho Ferragutti dando cor à canção Senhor José, de Alberto Trabulsi; e a de Ruy Mário alegrando a guarânia Cubanita, de Almir Sater e Paulo Simões.  
E ouvindo Toninho e Ruy eu me lembrei de Dominguinhos que partiu terça, aos 72 anos.
Lembrei-me também de um espetáculo (Projeto Música do Brasil; acima) que dirigimos e apresentamos nas noites de 25 e 26 de novembro de 2006 na unidade Sesc Pinheiros, com a presença dele, Dominguinhos, Cezar do Acordeon – outro grande, hoje pouco lembrado –, o cantador repentista Oliveira de Panelas, o violonista Gereba, os emboladores Caju & Castanha, a cantora Socorro Lira, a rainha do forró, Anastácia; uma camerata regida por Marcelo Martins; e a rainha do baião, Carmélia Alves.
Naquela ocasião, esses artistas nos ajudaram a contar a história do baião, riquíssima.  
Esse espetáculo foi de grande importância para todos nós; mais ainda para Anastácia, que há muito não se apresentava num mesmo palco com sua eterna paixão, Dominguinhos, ao lado de quem conviveu por 12 anos.
Com Dominguinhos, Anastácia compôs exatas 213 músicas.
Desse enorme repertório, a Rainha do Forró ainda guarda algumas inéditas, quatro das quais estarão no seu próximo CD de produção independente, a ser lançado até setembro.
O CD, que provavelmente se chamará É Sempre Verão, trará 18 faixas.
As inéditas compostas por Anastácia e Dominguinhos são: Baião do Trabalhador, rancheira; Ave de Arribação, arrasta-pé; Se Meus Olhos Falassem, samba-choro; e o xote Redenção, cuja letra diz:

No sertão quando sei
Que o mormaço vai esquentar
Anunciando a seca, o chão se vê rachar
O sanfoneiro não dorme mais
Acabou a sua paz...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

DOMINGUINHOS ERA UMA FESTA

Com Dominguinhos foi sepultada ontem, no final da tarde, a ideia de conclusão de um filme que iniciamos há quase três anos em Paris, sobre Luiz Gonzaga.
O filme, ainda sem título, trata da primeira vez que o Rei do Baião deixou o Brasil para uma apresentação musical, a convite da cantora e compositora Nazaré Pereira, acreana de Xapuri, parceira sua numa música (Acre Doce), que ele jamais gravou.
Era forte o nosso desejo - meu e dos produtores - de Dominguinhos pontear o filme, por ter sido ele o sanfoneiro que melhor conheceu Luiz Gonzaga, tornando-se, inclusive, o seu primeiro e mais fiel seguidor musical.
Dominguinhos, como Gonzaga, era incrível.
Gonzaga era explosivo; Dominguinhos, não.
Gonzaga era de ajudar, de incentivar candidatos a sanfoneiro.
Dominguinhos, também.
Um e outro davam sanfonas; Gonzaga, mais.
Gonzaga deu sanfona a Oswaldinho do Acordeon, Waldonys (acima) e a mais umas 200 pessoas.
Oswaldinho e Waldonys são incríveis; Oswaldinho, mais calmo.
Em 1989, eu pedi a Dominguinhos que escrevesse um texto sobre Luiz Gonzaga, para o livro Eu Vou Contar Pra Vocês, que eu publicaria logo depois. Ele não se fez de rogado e escreveu de próprio punho (abaixo, um trecho).
Antes disso, em abril de 1980, eu publiquei um artigo dizendo ser ele “o novo rei do baião” (abaixo).
Ele achou graça, e contou que em 1957 a revista Radiolândia, que não existe mais, fez uma longa entrevista com Luiz Gonzaga, que na ocasião o nomeou seu herdeiro musical. Os anos se passaram e eu achei essa revista com a reportagem. Ele ficou curioso e pediu uma cópia. Dei-lhe a revista, dada
depois a Waldonys que a guarda até hoje.
Levei Dominguinhos muitas vezes aos meus programas de rádio (abaixo).
 Dominguinhos queria que eu escrevesse um livro a seu respeito. Demorei e... Ele chegou a dizer isso em programas de televisão, como o que as cantoras Celia e Celma apresentavam no Canal Rural.
Dominguinhos disse mais de uma veza amigos que Waldonys seria o seu herdeiro musical.
Hoje lembrei isso a Waldonys. Ele deu uma risada e retrucou:
- Tá doido?
Como Luiz Gonzaga, Dominguinhos saiu pouquíssimas vezes do Brasil, para se apresentar fora. Clique na linha azul acima, para vê-lo em ação na televisão italiana, em 1984. 
Agora conheça um pouco mais o artista que Dominguinhos considerava o seu sucessor, musicalmente falando.
Clique: 
http://www.youtube.com/watch?v=xb8mf1AHXBo
http://www.youtube.com/watch?v=xb8mf1AHXBo
http://www.youtube.com/watch?v=NnMAC9A_dXc
http://www.youtube.com/watch?v=maLlVPxMv7I

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O PAPA, SOLIDARIEDADE E CACHAÇA

O papa Chico, Francisco na origem, está botando pra quebrar.
No bom sentido, claro.
Ele quebrou, até aqui, todas as formalidades que o cargo oferece e exige.
Hoje no complexo de Manguinhos, no Rio, Chico papa falou um monte de coisas legais.
Falou sobre cultura da solidariedade, por exemplo.
Lá pras tantas, disse que gostaria de sair batendo na porta das casas, pedindo água de beber e um cafezinho, mas “um copo de cachaça, não”.
Pois é, eu acho que ele pecou aí, pois uma cachacinha não faz mal a ninguém, principalmente se for de Minas ou da Paraíba.
A Volúpia é ótima!
É ou não é Roniwalter, Severo e Maçal Aquino?
Mas o nosso papa, que é da Argentina - e lá não tem cachaça que preste - pecou também quando disse que faz parte do que entendemos ser dito popular a expressão “água no feijão”; mais claramente e precisamente ele disse numa referência ao comportamento brasileiro, solidário: “Sempre colocam mais água no feijão, né?”, ao que o público da Jornada respondeu todo hipnotizado: “Sempre!”.
Na verdade a expressão em questão se tornou popular através de Chico Buarque, que em 1977 compôs e no ano seguinte lançou o samba Feijoada Completa, em cuja letra o autor prepara terreno livre, belo e espontâneo para os exilados que começariam a voltar ao País em 1979, com o processo de Abertura desencadeado pelo governo do general Geisel.
Não custava o papa Francisco citar o Chico compositor, certo?
Mas eu estou acostumado a esse tipo de coisa.
No seu discurso de posse, a presidente de todos os brasileiros, dona Dilma, disse que “a cultura popular é a alma de um povo”.
Este Francisco aqui, Chico jornalista, anos antes já dizia que “a cultura popular é a digital de um povo”.
Ora, ora.
Anos antes, uma agência de publicidade do governo fazia pôr em todos os impressos oficiais a expressão: “O melhor do Brasil é o brasileiro”.
Frase de mestre Câmara Cascudo, que a maioria dos próprios brasileiros certamente ainda desconhece.
Eita!
E agora vejo na telinha de fazer doido, como dizia Stanislaw Ponte Preta, que é preciso que a Igreja vá às ruas.
Lula disse algo parecido antes, ou seja: que é preciso que o PT vá às ruas...
Viva Chacrinha!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

DOMINGUINHOS NÃO MORREU

O telefone toca.
É o repórter Rodrigo, da Folha de S.Paulo, pedindo que eu escreva sei lá o quê.
Ele insiste:
- Dominguinhos morreu. Por favor, escreva qualquer coisa.
- Ora, ora - eu digo - deixe disso! Ele morreu coisa nenhuma!
Provocação, não é?
Sei, sei, é meio sina.
Tem hora que nordestino diz que morre só pra chamar atenção.
Nordestino é uma gente besta; mas não é o caso aqui, sei, sei, diz Rodrigo.
Eu conheci Dominguinhos sanfoneiro, de batismo José Domingos de Morais, faz tempo.
Faz tempo também que conheci Luiz rei do baião, Gonzaga do Nascimento.
Conheci Dominguinhos depois de Luiz.
Lembro que uma vez eu disse a Luiz que iria escrever um livro a seu respeito.
Anos 1980.
Luiz, que eu chamava de Gonzaga, caiu na gargalhada:
- E eu mereço?
E a gargalhada rebombou no ar.
Contei isso a Dominguinhos.
E Dominguinhos também gargalhou. E disse:
- Tá vendo? É assim o seu Luiz.
Eu nunca chamei Gonzaga de seu Luiz.
E Dominguinhos achava graça nisso, por eu não chamar Luiz de seu Luiz.
 E ele dizia:
- Só você, Assis, faz isso; e ele (Gonzaga) gosta disso, porque você é espontâneo.
Gonzaga e Dominguinhos eram também espontâneos; carne e unha, um e outro, no peito, na fala, no pensamento, no dizer, no saber de um e outro.
Gonzaga nunca teve filho biológico.
Dominguinhos teve.
Quando Dominguinhos resolveu casar, com 17 anos, Gonzaga estrilou.
- Eu vou deserdar você!
Prestem atenção na frase e na exclamação...
Dominguinhos viveu a vida aprendendo as notas de todas as sanfonas, desde a primeira.
E foi de Luiz Gonzaga a primeira sanfona de qualidade que caiu, de graça, no peito de Dominguinhos, e que ele, Dominguinhos, carregou por toda a vida.
Dizer mais o que sobre Dominguinhos?
Dominguinhos foi um cara legal, como lhe ensinou seu mestre Luiz Gonzaga.
Dominguinhos jamais disse não a quem quer que fosse.
Dominguinhos foi incrível, um exemplo de vida.
Sei lá, eu acho que o Brasil e todos os forrozeiros estão de luto; e mais: todos os forrozeiros de hoje e sempre gostariam de ser Dominguinhos.
Por isso, Dominguinhos vive.
Por isso, Luiz Gonzaga vive.
Sucessor?
Todos os forrozeiros o são.
Viva Dominguinhos, que costumava frequentar o programa São Paulo Capital Nordeste (registro acima) que eu apresentei por mais de seis anso, ao vivo, na Rádio Capital, de São Paulo! 
Há exatamente um mês, eu escrevi isto. 
CLIQUE:

terça-feira, 23 de julho de 2013

O PAPA É DO CARALHO!

http://assisangelo.blogspot.com.br/2013/03/memoria-da-cultura-popular-padre-cicero.html
Hoje na barbearia perto aqui de casa, no final da tarde, o barbeiro pernambucano José – eu disse barbeiro... -, dando jeito ao que me resta de cabelo, disse:
- Esse papa é incrível!
Silenciosamente, meio cabreiro, eu concordei.
- Esse papa é do caralho! – ele, o barbeiro, continuou de modo o mais natural possível.
E acrescentou, com ar angelical:
- Eu nunca vi um papa se comportar tão espontaneamente perante o mundo, como esse Francisco.
- É... – eu disse, reticente, mas dando um tom de inteligência na voz.
E o barbeiro, sem ligar pra isso, incontrolável nas suas opiniões a respeito do papa Francisco, repetiu:
- Esse papa é do caralho!
Opa!
Sim, esse papa é do caralho!
E isso é cultura popular.
É cultura popular, mas certamente o papa Francisco não vai estar com cordelistas e cantadores repentistas nordestinos dessa vez, como esteve em 1980 o papa João Paulo II, em Fortaleza, CE, com o poeta Pedro Bandeira e o rei do baião, Luiz Gonzaga.  

segunda-feira, 22 de julho de 2013

ESSE PAPA É DEZ!

Não encontro palavra mais adequada senão incrível para classificar o comportamento do papa Francisco em terras brasileiras desde o final da tarde de hoje, quando cerca de dez mil pessoas, hipnotizadas, o acompanhavam pelas ruas do Rio de Janeiro e o chamavam entusiasticamente pelo nome, dizendo amá-lo.
Dito isto, digo também que com seus gestos e comportamento tão simples, humano e acessível, o papa Francisco está mudando, para melhor, rápida e definitivamente, a fachada milenar da Igreja Católica, outrora tão sisuda.
Com sua simplicidade e destemor, ele firma-se, assim, como impoluto divisor de águas da igreja, cujo pontificado foi inaugurado por Pedro no início da era Cristã.
Francisco desembarcou na Base aérea do Rio de Janeiro pouco antes das 16 horas. Depois, seguiu num Fiat Idea de janela aberta até o Palácio Guanabara. Lá, ele foi recebido pela presidente Dilma Rousseff e pelo governador Sérgio Cabral, além do prefeito Eduardo Paes e representantes da Igreja.
Centenas de crianças cantaram para ele, que demonstrava alegria e carinho pelas pessoas.

APARECIDA
As cantoras Celia e Celma participarão amanhã à noite, em Aparecida, de um espetáculo musical em homenagem ao papa Francisco, ao lado de Agnaldo Timóteo, Elba Ramalho, Jair Rodrigues, Neguinho da Beija Flor, Renato Teixeira, Sérgio Reis e padre Antônio Maria.
O espetáculo será transmitido pela TV Aparecida.
As duas irmãs foram convidadas para participar da recepção musical pelo cardeal-arcebispo dom Raymundo Damasceno.
Elas cantarão músicas que integram o repertório do CD Lembrai-vos das Procissões e Devoções de Minas, recém-lançado.
As duas são ótimas.

EDUCAÇÃO
Pois é, tudo leva a crer que somos, mesmo, um país mal educado. Explico: hoje no final da tarde o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, esteve entre as autoridades escolhidas para serem apresentadas ao Papa. Ele estendeu a mão e cumprimentou o sumo pontífice, ignorando completamente a presidente da República, Dilma Rousseff, que estava ao lado.
Que cena! Que pena! O ministro deveria voltar aos bancos escolares, no mínimo para aprender boas maneiras.
DOIS MÚSICOS
Oswaldinho do Acordeon e Antonio Spaccarotella (aí, no clic de Andrea) realizaram um 
belo espetáculo ontem, de manhã, 
no Museu da Casa Brasileira. Os dois foram longa e entusiasticamente aplaudidos várias
vezes pelo público que lotou o local.
Spacca embarcou hoje à noite de Cumbica direto para a sua terra, Itália.  
Antes, ontem à tarde, almoçamos comida baiana num restaurante de Santa Cecília.
Logo mais às 23:30, Oswaldinho estará se apresentando na casa de espetáculos Canto da Ema, 
na região de Pinheiros. 
Eu vou; e você, vai?

FUNK
Atenção! Registro por registrar que recebi há poucos minutos e-mail dando conta da inauguração de um tal Memorial do Funk não sei onde, que teria sido construído com verba pública gerida pelo Ministério da Cultura. Não acredito que isso seja verdade. Se for... Não, não é possível.
De qualquer modo, aguardemos o desenrolar dessa história.

domingo, 21 de julho de 2013

OSWALDINHO E SPACCAROTELLA TOCAM EM SAMPA

http://www.institutomemoriabrasil.org.br/
Daqui a pouco, às 11 horas, dois geniais sanfoneiros se apresentarão gratuitamente no Museu da Casa Brasileira, o brasileiro Oswaldinho do Acordeon e o italiano Antonio Spaccarotella (acima). Eles interpretarão um variado repertório musical, que vai do jazz ao tango, do blues ao baião criado pelo pernambucano Luiz Gonzaga, cujas comemorações em torno do seu centenário de nascimento prosseguem, por exemplo, no espaço de exposições Oca, no Parque Ibirapuera, com uma belíssima exposição que traz a assinatura do paraense Bené Fonteles.
Oswaldinho e Spaccarotella se apresentaram juntos pela primeira no ano passado, em Spoleto, Itália.
O repertório é este:
Hipnose – Oswaldinho do Acordeon
Sob o Olhar de Santa Luzia – Oswaldinho do Acordeon
Corre Pra não Apanhar – Oswaldinho do Acordeon
Asa Branca Blues – Oswaldinho do Acordeon
De Coração pra Coração – Oswaldinho do Acordeon
Lamento Sertanejo – Dominguinhos e Gilberto Gil
Roseira do Norte – Pedro Sertanejo
Libertango - Astor Piazzolla
Prima Del Cuore - Luciano Biondini
Bille's Bounce - Charlie Parker
Surya – Antonio Spaccarotella
Saudade Tango - Antonio Spaccarotella
Um tom pra Jobim – Oswaldinho do Acordeon e Sivuca

O Museu da Casa Brasileira está localizado à Avenida Faria Lima, 2705.

sábado, 20 de julho de 2013

O IMAGINÁRIO DO REI, NO IBIRAPUERA

http://www.youtube.com/watch?v=RqqJE_mlfx8
No espaço expositivo Oca, do Parque Ibirapuera, um dos maiores da cidade paulistana, inaugurou-se hoje a mostra O Imaginário do Rei, Visões do Universo de Luiz Gonzaga, sob a batuta do artista plástico, escritor e letrista paraense, de Bragança, Bené Fonteles.
Trata-se de uma importante, bela e necessária retrospectiva da obra – e vida – do rei do baião Luiz Gonzaga, chancelada pelo Itaú, com base na Lei Rouanet e apoio da Fundação Athos Bulcão, de Brasília, e a Prefeitura do Município de São Paulo.
Presentes, crianças de todos os tamanhos e idades.
A área coberta da Oca ultrapassa os 10 mil m2.
Boa parte desse espaço está hoje ocupada com o pensamento poético e musical do pernambucano Luiz Gonzaga.
Esse pensamento poético - e musical - se completa com cenas em preto e branco do sertão nordestino e reproduções fotográficas ampliadas e penduradas nas paredes da Oca.
Há muitos momentos em que o criador do baião aparece, juntamente com personagens nordestinos anônimos e famosos, como Lampião.
O Nordeste todo está vivo na exposição O Imaginário do Rei.
O secretário da Cultura de São Paulo, o ex-ministro Juca Ferreira, chegou à Oca pouco antes das 10 horas e logo deu por inaugurada a exposição.
Após coquetel, o artista piauiense Chambinho, que viveu o Rei do Baião no filme Gonzaga, de Pai Pra filho, de Breno Ferreira, sacou da sanfona e à capela interpretou números musicais do repertório de Luiz Gonzaga, e não demorou o brincante Antônio Nóbrega, de modo espontâneo e improvisado, ocupou espaço ao lado do sanfoneiro e cantou e cantou, sendo entusiasticamente aplaudido.
O entusiasmo apanhou de surpresa o secretário Juca Ferreira que, ao microfone, garantiu pôr para tocar e cantar, na Oca, todos os sábados que durar a exposição Chambinho e Nóbrega.   
A exposição, de entrada franca, finda no próximo dia 15 de setembro.
Na foto abaixo aparecem o ex-empresário de Dominguinhos, João Cícero; o produtor José Mauro e o escrevinhador deste Blog.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

CORDEL NAS ESCOLAS

http://www.anovademocracia.com.br/no-12/1048-uma-breve-historia-do-cordel
Mexendo agora, há pouco, no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, me deparei com o arquivo referente aos dois concursos nacionais de literatura de cordel que idealizei e realizei nos tempos em que eu integrava os quadros de funcionários da CPTM e do Metrô paulistano.
O primeiro concurso foi realizado em 2002 e seus três primeiros lugares foram conquistados pelos cearenses Rouxinol do Rinaré – hoje um nome famoso –, Zé Maria de Fortaleza e pelo paraibano Andorinha, que também é conhecido e aplaudido no campo da poesia improvisada ao som de violas.   
As inscrições para o segundo concurso, que revelou para o Brasil o piauiense Pedro Costa, foram encerradas no dia 24 de julho de 2003; portanto, há dez anos.
À época da realização desses concursos, que receberam apoio da Trends e da fábrica de instrumentos musicais Rozini, a literatura de cordel não era devidamente tão badalada como hoje, e a iniciativa que tomei de distribuir os 410 mil folhetos impressos à rede estadual de ensino acredito ter colaborado para que esse tipo de literatura esteja acertadamente sendo alvo de prazer e conhecimento da parte dos estudantes não só de São Paulo, mas de várias capitais e Estados brasileiros.
Fica o registro.

REI DO BAIÃO
Prosseguem as comemorações em torno do centenário de nascimento do pernambucano Luiz Gonzaga.
Amanhã, às 10 horas, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o secretário da Cultura do município, Juca Ferreira, inauguram na Oca (Avenida Pedro Álvares Cabral, Ibirapuera) a exposição O Imaginário do Rei.
Constam da mostra sob a curadoria do escritor Bené Fonteles raras fotos e discos e livros e filmes que têm Gonzaga como foco.
Da exposição também constarão obras assinadas por artistas plásticos nordestinos.
Entrada franca.

 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

POR QUE SE OPINA TÃO POUCO?

Hoje a catraquinha ali de baixo deve registrar pelo menos 100 mil acessos aos textos deste blog, que escrevo e posto desde o dia 1º de abril de 2009.
Legal, não é? Mas poderia ser melhor.
Poderia ser melhor se as pessoas que acessam ao que escrevo opinassem sobre o conteúdo; pois, enfim, ler e opinar são um modo muito saudável de acionar os nossos neurônios e participar da vida que nos cerca.
Comecei a blogar textos de forma tímida e descontinuada, sem pretensão.
O primeiro que escrevi foi sobre a atriz e cantora carioca Vanja Orico, de batismo Evangelina, cuja fala a respeito de suas experiências mundo a fora eu mediei na tarde de 26 de março de 2009, para pequena – e seleta – plateia na área de convivência da unidade Sesc Vila Nova http://assisangelo.blogspot.com.br/2009/04/dia-da-mentira.html
Vanja, estrela do filme O Cangaceiro, clássico de Lima Barreto, foi a primeira e única atriz brasileira e da América do Sul a ser dirigida pessoalmente por Federico Fellini (Mulheres e Luzes) na Itália, em 1950.
A sua discografia é extensa.
A primeira música que ela gravou, em abril de 1953, foi Sodade Meu Bem Sodade, de Zé do Norte, pseudônimo do paraibano de Cajazeiras Alfredo Ricardo do Nascimento (1908-79).   
Mas, enfim, neste Blog eu tenho escrito sobre os mais variados assuntos, predominando temas relacionados à música e à cultura popular, notadamente.
A quantidade de textos escritos postos por mim neste espaço já passa de 750.
É isso, e um abraço a todos.

terça-feira, 16 de julho de 2013

TAIGUARA: EXÍLIO E FOTOGRAFIAS

Uruguaio de Montevideo naturalizado brasileiro Taiguara Chalar da Silva foi um dos artistas mais censurados da ditadura militar, com dezenas de músicas impedidas de ganhar espaço em discos; e ele foi também o mais representativo intérprete de músicas de festivais de canções no Brasil, tanto que em 1968 lançou, pela Odeon, o excelente LP Taiguara o Vencedor de Festivais.
Nesse disco ele interpreta com sentimento, talento e profissionalismo ímpares onze grandes obras, entre as quais Benvinda, de Chico Buarque, vencedora do IV Festival da Música Popular Brasileira; Modinha, de Sérgio Bittencourt, 1º lugar do Festival O Brasil Canta no Rio; e Helena, Helena, Helena, de Alberto Land, campeã do 1º Festival Universitário do Rio de Janeiro.
Há 40 anos, ou seja, em 1973, Taiguara lançava pela gravadora Odeon um de seus mais belos LPs, Fotografias.
Nesse LP, todas as músicas são de sua autoria, com exceção da pouco conhecida Não Tem Solução, de Dorival Caymmi e Carlos Guinle.    
Taiguara era um sujeito incrível, sempre a exibir um sorriso largo e bonito a amigos, conhecidos e desconhecidos, como presenciei várias vezes, mesmo de punho cerrado, em nome do socialismo e da liberdade, após espetáculos em teatros como o do Hotel Maksoud, na capital paulista.
Fotografias merece ser ouvido, com calma.
É encantador.
Fui eu quem o apresentou a um de seus ídolos, Geraldo Vandré.
E fui eu quem, antes disso, o entrevistou para os suplementos há muito extintos Mulher e Folhetim (acima), do jornal Folha de S.Paulo.
Taiguara faz, sim, falta.
Lembro-me dele, eu na sua casa, no Tatuapé, tocando ao piano a canção Que as Crianças Cantem Livres, constante do LP Fotografias.
Lembro-me dele também d´outra ocasião, me mostrando ao piano a música até então inédita O Cavaleiro da Esperança, que saiu, acho, no seu primeiro e único CD pela Movieplay.
Essa música foi feita em homenagem a Luís Carlos Prestes.
Lembro-me dele também chegando lá em casa e brincando com minha filha Luciana, ainda pequenina.
Há 40 anos, logo após lançar Fotografias, Taiguara se viu na obrigação de deixar o Brasil e partir para um exílio, digamos, voluntário, em Londres...
Viva Taiguara!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

CULTURA POPULAR E ACADEMIAS DE LETRAS

Não é e nem nunca foi tradição as academias brasileiras de letras darem destaque à cultura popular, mas aos poucos o tema parece que começa a ganhar espaço nas casas especialmente fundadas para cultuar a cultura das línguas, no caso a portuguesa.
Mas a Academia Paulista de Letras, APL, ocasionalmente recebe no seu auditório, há pouco restaurado, artistas plásticos, atores, declamadores e intérpretes da música popular que fazem valer voz e instrumentos diante de boa parte de sisudos acadêmicos diplomados, alguns, em Jornalismo, Direito e Medicina, como o seu fundador, o médico carioca Joaquim José de Carvalho (1850-1918)...
Ao lado do sergipano de Lagarto Silvio Romero (1851-1914), Luiz da Câmara Cascudo http://www.youtube.com/watch?v=TeLQm3SbyJQfoi um dos mais importantes estudiosos dos hábitos e costumes do povo.
Sílvio, que era jornalista como Cascudo, integrou o quadro de acadêmicos da ABL e deixou, também como Cascudo, obras de extrema importância para melhor compreensão do nosso País, como Contos Populares do Brasil (1882), Etnografia Brasileira (1888) e Estudos Sobre a Poesia Popular no Brasil (1888). Este é o tema principal da edição especial deste mês de MEMÓRIA DA CULTURA POPULAR, resultante da parceria do Instituto Memória Brasil com o newsletter Jornalistas&Cia.

BAHIANO
Natural de Santo Amaro da Purificação, BA, a cerca de 70 quilômetros da capital Salvador, o primeiro cantor profissional do Brasil, Manuel Pedro dos Santos, morreu no dia 15 de julho de 1944, ou seja, há exatos 69 anos. Ele deixou uma enorme quantidade de discos gravados para a Casa Edison do Rio de Janeiro. É dele a primeira gravação de uma música com letra no País, o lundu Isto é Bom, de seu conterrâneo Xisto Bahia (1841-94).

CASCUDO
Ouça um trecho de entrevista que Câmara Cascudo nos deu, clicando:
ww.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular15.pdf

domingo, 14 de julho de 2013

SECA E OMISSÃO DO PODER

Em termos territoriais e populacionais, o Brasil ocupa o 5º lugar dentre os quase 200 países reconhecidos oficialmente pela Organização das Nações Unidas, ONU. Entre as capitais mais populosas, na casa dos 11 milhões de habitantes, se acha São Paulo, populacional e tecnicamente empatada com Pequim, Moscou e Guangzhou, no sul da China.
A nossa região Nordeste, que é formada por nove Estados, tem mais de 1,5 milhão de quilômetros quadrados e 53 milhões de habitantes, ou seja: quase ¼ da população do País.
Por esses parâmetros, e à guisa de curiosidade, no território nordestino caberia, com folga, a população dos 645 municípios de São Paulo, incluindo a capital. E também, ainda com folga, caberia a população inteira das quatro mais populosas cidades do mundo: Xangai, na China; Karachi, no Paquistão; e Nova Delhi na Índia, como Mumbai, que ocupa o 1º lugar nesse ranking.
Israel, politicamente definido como um Estado judeu e democrático, tem uma área total de 20.700 km2 e uma população aproximada de 7,5 milhões de habitantes às turras com os palestinos e outras gentes daquele mundo, o Oriente Médio.
E por que me refiro também a esse pequeno país de formação tão diversificada e em cuja capital, Jerusalém, nasceu Jesus Cristo?
Simples: por ele estar sendo visto, neste momento - e literalmente -, como a salvação da lavoura do Nordeste.
Os israelenses devem nos emprestar, em breve, a sua tecnologia de convívio com a estiagem permanente e, assim, melhorar a vida dos nordestinos nos seus 1.794 municípios, dos quais, hoje, mais de 1.400 estão com o solo seco, esturricado, esquecido – que Deus me perdoe - por Cristo.
Em cidades a exemplo de Anagé, BA, a 560 quilômetros de Salvador, não cai um pingo d´água de chuva há pelo menos três anos; e no semiárido todos os 1.135 municípios há muito foram afetados pela seca, levando tristeza e desespero aos seus mais de 22 milhões de habitantes, ou 12% da população do Brasil.
O ponto comum entre o Nordeste e Israel é a estiagem secular.
A diferença numa e noutra região é que lá, em Israel, o governo cumpre, e bem, o papel de suprir a falta d´água da população e dos animais com criatividade e zelo.
Aqui...
E cadê os olhos das ruas das grandes cidades que não enxergam a tristeza que provoca a seca, hein?
É preciso ver, falar, gritar, denunciar esse crime de omissão do poder Central.

sábado, 13 de julho de 2013

ANASTÁCIA E JORGE PAULO

No começo desta semana que hoje se finda, estiveram conosco, bebendo água e beliscando uns salgados, os amigos Jorge Paulo e Anastácia.
Jorge, paulistano da safra de 1938, é um dos mais famosos homens do rádio inventado no começo do século passado pelo gaúcho Roberto Landell de Moura, que agora o newsletter Jornalistas&Cia quer ver, como todos nós, estudado e homenageado todo dia nas salas de aula do nosso País.
Anastácia, de batismo Luzinete Ferreira, pernambucana da belíssima cidade de Recife, é chamada por meio mundo de Rainha do Forró, título, aliás, a que modesta e gloriosamente diz fazer jus.
Das compositoras brasileiras, ela é das mais férteis e profícuas.
Jorge Paulo e Anastácia (aí no clique sem luz de Andrea Lago, entre mim e Jorge) não se viam pessoalmente há quase 20 anos.
Um reencontro desses é bonito de haver, não é?
 
JORGE MELLO
Daqui a pouco, às 20 horas, o cantor, compositor, instrumentista, advogado especializado em direitos autorais Jorge Mello, piauiense dos bons, estará esquentando o espaço cultural Casa dos Cordéis, à Avenida Torres Tibagy, 90, Gopouva, Guarulhos, e quem lá estiver. Detalhes pelo telefone 2229-0580, com o poeta Bosco Maciel.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

OS GENIAIS MAHATMA E SPACCAROTELLA

Você já ouviu falar em Mahatma Costa?
Em Antonio Spaccarotella sim, eu sei, aqui mesmo neste Blog, quarta-feira passada, 4 (clique http://assisangelo.blogspot.com.br/2013/07/em-acao-oswaldinho-e-spaccarotella.html)
Mahatma é brasileiro de Olinda, PE.
Spaccarotella é italiano de Consenza.
O que ambos têm em comum é a paixão desenfreada pela sanfona, que tocam desde o tempo em que eram guris.
Segunda-feira 8, os dois estiveram conosco, apreciando o acervo do Instituto Memória Brasil, IMB.
Lá para as tantas, Mahatma e Antonio - que chamei de Spacca da Sanfona - deram mão de seus instrumentos - que parecem mágicos, como seus dedos - e entraram numa espécie de duelo.
Interpretaram números difíceis e clássicos, entre os quais o choro Brasileirinho (clique http://youtu.be/rrUeh6I-Nwo)
Foi um espetáculo e tanto!
Antonio Spaccarotella e Mahatma Costa são ainda jovens, incríveis e premiadíssimos nos Estados Unidos, Europa e Ásia.
Em 2011, por exemplo, Mahatma conquistou o 5º lugar num famoso e tradicional festival internacional de sanfoneiros realizado em Xangai, China (clique http://www.coupemondiale.org/2011/cn_report_02_sunday.htm).
Voltarei a falar de ambos.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

HÁ 40 ANOS MORRIA AGOSTIHO DOS SANTOS

Às 14h30 do dia 11 de julho de 1973, a torre de controle do aeroporto de Orly, na França, recebia comunicado desesperado do comandante paraibano Gilberto Araújo da Silva dando conta de que o avião Boeing 707 da Varig que comandava ardia em chamas.
Havia 134 pessoas a bordo, incluindo 17 tripulantes.
O avião prefixo PP-VJZ, faria escala em Orly e seguiria até Londres, na Inglaterra, mas não houve tempo para pouso de emergência no aeroporto francês.
E o comandante tinha apenas duas opções: atirar o avião sobre casas edifícios das proximidades de Orly - e matar muita gente - ou atirá-lo sobre uma plantação de cebolas.
A segunda opção foi a escolhida.
122 pessoas morreram, incluindo o cantor paulistano, do Bixiga, Agostinho dos Santos.
Dez tripulantes e o passageiro Ricardo Trajano, que viajava sozinho, escaparam para contar a história.
O comandante Silva também escapou e virou herói.
Um ano e dois meses depois da tragédia, e já recuperado, Ricardo encaminhou-se a uma loja da Varig dizendo que da última vez que comprara um bilhete da Varig para ir a Londres, não conseguiu. Disse isso rindo, com naturalidade, logo virou atração e recebeu sem pagar um novo bilhete até Londres.
O comandante Gilberto Araújo da Silva, natural do município de Santa Luzia, no Vale do Sabugi paraibano, voltou a pilotar, mas seu avião prefixo PP-VLU, de carga, que levantara voo de Narita, em Tóquio, Japão, sumiu com ele e cinco tripulantes na noite do dia 30 de janeiro de 1979, no Oceano Pacífico.
O avião transportava 153 obras do pintor japonês naturalizado Manabu Mabe.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

CHICO SALLES GRAVA BOLDRIN

O paraibano de Souza Francisco de Salles Araújo, por meio mundo conhecido apenas por Chico Salles (aí na foto, comigo e o produtor José Milton), é da raça de artista da boa música, cantor e compositor de forró e sambas, que não tem pressa de gravar e lançar disco. Tanto que, aos 62 anos, tem só cinco CDs espalhados por aí.
Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Chico tem muitos folhetos e livros publicados, entre os quais Cordelinho, premiado pela Academia Brasileira de Letras como melhor livro infanto-juvenil de 2009.
E ontem ele veio do Rio de Janeiro, onde mora há mais de 40 anos, para gravar participação no programa Sr. Brasil, do Boldrin, na TV Cultura de São Paulo, canal 2.
Chico arrasou, como se diz.
Ele cantou três músicas do seu 5º disco, a faixa-título O Bicho Pega, de Bule-Bule; e Circo das Ilusões, de João Bá e Klecius Albuquerque; e Forró do Apagão, de Maciel Melo.
Na gravação do programa ele se fez acompanhar dos craques em música Durval Pereira, Zé Leal, Nino Jeremias, Paulinho 7 Cordas e Andrezinho do Cavaco.
Agora Chico Salles está se preparando para lançar o CD Sérgio Samba Sampaio. Isso, segundo ele, deverá ocorrer daqui a uns 30 dias. “Tá tudo pronto”, garante.
O cachoeirense Sérgio Sampaio, primo do autor do hino de Cachoeiro de Itapemirim, Meu Pequeno Cachoeiro, Raul Sampaio, e de outras pérolas como Quem eu Quero Não me Quer, em parceria com Ivo Santos, foi um compositor pouco compreendido, de certo modo “maldito”, como Tim Maia e Itamar Assumpção.
O novo disco de Chico vem para corrigir a injustiça de Sérgio ter sido crucificado em vida pelos críticos etc.
Em outubro faz 40 anos que o primo do autor de Cachoeiro de Itamemirim lançou o seu primeiro LP, Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua.
Ainda é tempo.

LINKS INCRÍVEIS
Do amigo José Nêumanne acabo de receber a indicação dos 100 melhores links que se deve ver/ouvir antes de batermos com as botas. Realmente, a dica é muito boa. Mas há “poréns”. Na parte de discos não tem Noel Rosa, Wilson Batista, Assis Valente, Sivuca, Hermeto Pascoal, Luiz Gonzaga, Pixinguinha, Dalva de Oliveira. Em contrapartida, tem Vinicius e tem Machado de Assis com suas obras em disponibilidade. Tem também Joaquim Pedro de Andrade com o filme O Poeta do Castelo, produzido pelo Instituto Nacional do Livro do Ministério da Educação e Cultura em 1959. O poeta é Manuel Bandeira (clique abaixo, na linha azul). Tem a fictícia Rádio Camanducaia, mas não tem Di Cavalcanti, Cícero Dias, Bonadei, Volpi e Rebolo. De Portugal, tem Pessoa. Dos EUA, tem tudo. Que coisa, hein?

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