O
Brasil está doente, o Brasil está chorando, o Brasil está gemendo cheio de
dores, o Brasil está ferido pedindo socorro.
No
Rio de Janeiro a malária dá as caras sob chuva de balas que matam crianças e
adolescentes.
Em
São Paulo, um surto endêmico já registra muitos mortos.
Em
Brasília, bom, em Brasília há crise de tudo: Energética, econômica, política e
de falta de vergonha na cara.
O
Brasil é uma pérola que há séculos desperta a cobiça dos espertalhões.
O
Brasil tem sobrevivido a todas as invasões, a todas as agressões e infâmias expressas
nas mais diversas línguas aqui aportadas desde Cabral.
Você
sabe meu amigo, minha amiga, qual é a origem da expressão “santo de pau oco”?
Pois
bem?
A
expressão foi cunhada há pelo menos há quatrocentos anos. E surgiu de maneira óbvia
e espontânea quando, os primeiros espertalhões que aqui chegaram. Esculpiram em
madeira imagens de santos escolhidos a dedos e venerados pela Igreja Católica.
Essas imagens eram esculpidas cuidadosamente. Nelas era feito uma cavidade na
qual se escondiam riquezas minerais extraídas da nossa terra e enviadas à
terras de Além-mar. Surgiam ai os primeiros contrabandistas do ouro brasileiro.
Hoje é a desgraceira que se vê.
De
novo estão rasgando o coração de Serra Pelada.
São
muitas as riquezas naturais do nosso País.
No
começo dos anos de 1930, foi desenvolvida uma campanha de alcance nacional para
brecar a ambição desmedida dos ratos viciados em roer não a roupa do rei, mas,
sim, o erário público. A campanha dizia: “Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva
acaba com o Brasil”.
A
história mostrou o seguinte, nem uma coisa nem outra ocorreu. E é o que se vê
hoje nas grandes estatais como a Petrobras, criada por Vargas em 1953 e tema
musical desenvolvido e cantado pelo rei do baião, Luiz Gonzaga.
Em
1956, Gonzaga compôs Marcha da Petrobras. Clique:
Mas,
eu ia dizendo,
O
Brasil está chorando...
“Santo
de pau oco”, “nem que a vaca tussa”, “a vaca foi pro brejo”, “pingo nos is” e
outras expressões que o povo consagrou continuam hoje na boca das autoridades
que ocupam a presidência da República, o Senado, a Câmara dos Deputados, o STF
etc.
Mas,
um detalhe: as expressões que enriquecem a nossa cultura popular são repetidas à
exaustão por essas autoridades que, curiosamente, nem sabem a origem dessas e
outras expressões que o povo criou.
O
que eu quero dizer com isso?
Simples:
Os gatunos continuam a garfar o produto do suor do povo enquanto a cultura
popular também é expropriada sem que lhe deem o devido crédito ou importância. Isto
é: A cultura popular brasileira continua órfã.
O
Brasil está ferido, o Brasil está chorando.