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segunda-feira, 14 de agosto de 2023

HISTÓRIA: CIDADANIA E BRUCUTUS

A morte ontem 13 do historiador e sociólogo mineiro José Murilo de Carvalho, aos 83 anos de idade, me fez lembrar a importância da Cidadania, do ser cidadão, por estas e outras plagas mundo afora.
A direita brucutu está pondo suas garras fascistas de fora até mesmo na vizinha Argentina, onde grande parte dos jovens estão tomando partido a favor de Javier Milei nas primárias que escolherão os candidatos à presidência no próximo ano.
Além da Argentina, os brucutus estão em ascensão na Alemanha de Hitler, na Itália de Mussolini, no Chile de Franco e nos Países Baixos assim hoje chamada a velha Holanda. 
Na França a Marie Le Pen pode substituir Macron.
Na Turquia, Erdogan foi reeleito.
Na Grécia, o partido Nova Democracia fatura as eleições legislativas e fica no topo do poder, representado pelo primeiro ministro Kyriakos Mitsotakis.
Pois bem, os brasileiros de bom senso acabam de chutar para o esgoto político Bolsonaro e sua tchurma de lambe botas mais próxima. À propósito, parte do grupelho que vê em Bolsonaro um "deus", aos poucos está ajustando contas com a polícia e daí com a Justiça.
São inúmeros os processos que apuram as safadezas de Bolsonaro e sua gangue de desocupados verde-oliva, nos últimos quatro anos. No balaio há processos sobre desvio de grana em várias instâncias do governo, entre as quais o Ministério da Saúde. E agora tem o caso das joias das Arábias.
Será essa uma versão nova, às avessas, das Mil e uma Noites?
José Murilo de Carvalho, vítima de Covid, foi um dos grandes intelectuais brasileiros. Era membro da Academia Brasileira de Letras, ABL, onde ocupou a cadeira nº5. Deixou uma obra significativa em duas dezenas de livros. Entre esses livros Forças Armadas e Política no Brasil e o pequeno, mas significativo, Cidadania no Brasil: O Longo Caminho.
O livro sobre as Forças Armadas trata do ciclo militar no Brasil, entre 64 e 85, e suas consequências políticas refletidas ainda na atualidade.
Cidadania no Brasil tem poucas páginas e quatro capítulos cuja leitura nos prende como a um ímã. São todos ótimos, mas destaco A Cidadania Após a Redemocratização. Esse título me remeteu a um pequeno poema que fiz e que diz assim:

Diógenes foi um craque
Do escracho e do Saber
Viveu antes de Cristo
Tentando só entender
Por que se rouba tanto
E se rouba até morrer

Procurar um ser honesto
Em plena luz do dia
Com uma lanterna acesa
Como Diógenes fazia
É coisa para quem sabe
O que é cidadania

Cidadania se faz
É com Democracia
Muita força de vontade
E muita teimosia
Sem essas três "coisinhas"
Não se faz Cidadania

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