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sexta-feira, 30 de outubro de 2020
BOLSONARO DEBOCHA DA CULTURA DO POVO
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
NORDESTE, DE ERUDITOS E POPULARES
O Nordeste brasileiro tem o tamanho do mundo. Do mundo todo, que fique bem claro:
O povo do Nordeste brasileiro é um povo arretado, inteligente e sensível. E religioso.
No Nordeste tem artista em tudo quanto é canto. Populares e eruditos, como Alberto Nepomuceno.
Nepomuceno nasceu em julho de 1864, em Fortaleza, CE, e partiu para a Eternidade no dia 16 de outubro de 1920, mesmo ano em que nasceu o pernambucano Mário Souto Maior.
Mário era estudioso da cultura popular e deixou uns 50 livros publicados. Mas não nos perdemos no relato.
Eu relato o seguinte: são muitos e valorosos os poetas repentistas e poetas de bancada que o Nordeste nos deu. Entre os pioneiríssimos repentistas não podemos nunca nos esquecer de Ugolino e seu irmão Nicandro, Romano da Mãe d'Água e Inácio da Catingueira. Entre os poetas de bancada Silvino Pirauá e Leandro Gomes de Barros.
E são muitos os jovens que continuam se interessando pelo repentismo e cordelismo.
No cordelismo temos inspirados os poetas na Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará...
José Edvaldo Lopes é um cara que escreve poesia com a naturalidade de um beija-flor pendurado no espaço.
Esse José, conhecido como Cacá Lopes, nasceu no interior de Pernambuco e mora em São Paulo há 35 anos. Aqui ele se casou com uma bela Maria e com ela teve o prosseguimento de sua vida: Rafaela de 17 e Alince, 9.
Hoje o Cacá tirou uma hora da sua agenda pra me visitar. E trouxe meia dúzia de folhetos por ele escritos e recentemente publicados. Um deles trata da trajetória do cantor e ritmista paraibano Jackson do Pandeiro. Outro, sobre a história do forró (na foto) e mais um sobre a trajetória do potiguar José Xavier Cortez, que em novembro completará 94 anos de idade.
Cacá também trouxe folhetos de outros cordelistas: Defensores do Nordeste, A Justiça do Amor, Guarema, Tem Futebol no Céu?, de Assis Oderan e Hiury Souza; e A Fé de um Caminhoneiro, de Assis Oderan.
Cacá é desses caras que não para de por a cachola pra tocar. Tem um monte de projetos para executar. Um deles trata dos bairros paulistanos, que quer contar em folhetos de cordel. Já tem dez, prontos para entrar na linha de impressão.
Com livros e três dezenas de folhetos publicados, dois discos compactos, um LP, e cinco CDs lançados à praça, Cacá Lopes é um nome talentoso nascido para ser lembrado.
LEIA MAIS:
JORNALISTA: PROFISSÃO PERIGO
Desde que o ex-capitão do exército Jair Bolsonaro assumiu o poder, muita coisa mudou no Brasil. Pra pior.
Bolsonaro, seus filhotes e cúmplices, não tratam com respeito os jornalistas, modo geral falando.
Desde que sentou-se na cadeira de presidente, Bolsonaro desacatou centenas de vezes os jornalistas, sem medir palavras, e independentemente se homem ou mulher.
Em dezembro passado, Bolsonaro humilhou um jornalista de o Globo. Chegou a insinuar que o profissional era gay: "Você tem uma cara de homossexual terrível. Nem por isso eu te acuso de ser homossexual. Se bem que não é crime ser homossexual...".
Dois meses depois Bolsonaro fez galhofa com a profissional de jornalismo Patrícia Campos Mello, da Folha. Disse: “Ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”.
terça-feira, 27 de outubro de 2020
ATENÇÃO BRASIL, GOLPE À VISTA
Há momentos na vida que faz-se extremamente necessário que paremos para pensar. Agora por exemplo.
Ouço no rádio e TV o líder do governo da Câmara, Ricardo Barros, soltar a ideia de um plebiscito para mudar a Constituição em vigor.
Isso é golpe, à vista!
Por isso mesmo, a sociedade brasileira precisa ficar/continuar atenta, ri-go-ro-sa-men-te atenta.
Há malandros profissionais de plantão, querendo nos ferrar.
O sonho do atual presidente da República é perpetuar-se no poder. Para isso, ele fará o possível e o impossível.
O possível para ele não existe. O impossível, também.
Somos uma democracia.
Lutamos, fomos às ruas, e aqui estamos com o poder da palavra, em movimento. Não será um ex-capitãozinho iniciado na vida como dedo-duro que vai por tranca na nossa boca.
Fiquemos atentos.
Num dia qualquer deste ano, Bolsonaro disse ser ele a própria Constituição.
Ele quer mudar a Constituição Cidadã, que foi entregue ao povo brasileiro no dia 5 de outubro de 1988. É essa Constituição a 7ª do País, é a mais completa e a que garante de modo amplo os direitos do povo, das pessoas, da população.
A atual Constituição já sofreu pouco mais de 100 emendas.
Como jornalista, chefe de reportagem da editoria de política do jornal O Estado de S.Paulo, acompanhei passo a passo as discussões que geraram a atual Constituição. Mediei vários encontros, no Estadão, com deputados constituintes. Entre eles Lula (foto acima), José Serra, Afif Domingos e Robertão do antigo Centrão. A propósito, o líder do governo Ricardo Barros é do atual Centrão.
LEIA MAIS:
- A NOSSA CONSTITUIÇÃO CHEGA AOS 32 ANOS
- CONSTITUIÇÃO GARANTE A CULTURA POPULAR
- CONSTITUIÇÃO DE 1988, PAZ, AMOR E GUERRA
- O BRASIL SABE O QUE QUER, ACHO
- VIVA A DEMOCRACIA!
- CONSTITUIÇÃO CIDADÃ, 30 ANOS
- JOGARAM A ÉTICA NO LIXO
COISA DE DOIDO
De fato, não sei o que há na cabeça do presidente Bolsonaro. Vejam essa pérola que ele acaba de lançar: "Não é mais barato investir na cura do que na vacina?" .
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
O BRASIL EM TEMPOS DE DEMOCRACIA
E hoje de repente, derrepentemente, batem a minha porta o cartunista Fausto e o escritor Darlan Zurc.
Fausto é essa figura incrível que o Brasil conhece há muito tempo.
Zurc, é o escritor perfeccionista que o Brasil ainda não conhece.
Eu os conheço a ambos, há muito tempo.
E falamos, e falamos, e falamos...
O Fausto, leitor viciado em tudo que é leitura, começou falando de poetas gregos e franceses. Mas não demorou muito a voltar a por os pés no Brasil. E aí foi uma festa.
A tudo Zurc observava. Interferindo o mínimo possível.
E lá pras tantas, briga de presidente com governador sobre vírus, o Fausto começa a lembrar de presidentes que marcaram época como Juscelino (JK).
Uma vez, recorda Fausto das leituras, o Brasil em greve e o presidente (JK) acuado.
O presidente chama o líder da greve para uma conversa em seu gabinete. Puxa a cadeira de presidente e pede para o líder da greve nela se sentar.
A greve acaba e todos chegam a um ponto comum: o Brasil acima de tudo, porém com categoria.
Zurc pergunta a Fausto: Isso foi quando?
E Fausto: No tempo em que o Brasil dialogava com o Brasil.
CORDÉIS E RABUGICES DO PRESIDENTE
Enquanto o número de mortes por Covid-19 se aproxima de 160 mil, no Brasil, Bolsonaro repolitiza a questão da vacina.
domingo, 25 de outubro de 2020
ENTREVISTA REFORÇA A GRANDEZA DE NÉLIDA PIÑON
A leitura informa, educa e dá prazer.
Ler Rachel de Queiroz (1910 - 2003) é um bálsamo, é alegria, é festa.
E o que dizer de Nélida Piñon, cujo os livros nos proporcionam tanta coisa boa, tudo ao alcance dos olhos?
Já na primeira hora e meia da madrugada de hoje eu estava acordado, ouvindo rádio. De repente o dial parou na CBN. Os jornalistas Fernando e Tatiana entrevistavam, a distância, os gêmeos Otávio e Gustavo Pandolfo. Obra fantástica têm os dois.
Desde de 2004 que a carioca Nédila Piñon, da safra de 37, não publicava nenhum livro. Agora ela vem com o livro que certamente fará parte da galeria de clássicos da Literatura Nacional. Título: Um Dia Chegarei a Sagres (ed. Record, 512 págs.).
Nélida foi a próxima entrevistada da madrugada. A façanha coube à jornalista Tânia Morales.
Tânia é um orgulho do nosso jornalismo.
Com naturalidade, firmeza e categoria, Tânia Morales nos envolve facilmente com suas perguntas. Fácil, fácil, ela torna-se parceira da entrevistada, do entrevistado. Foi assim comigo há uns 3 ou 4 anos.
A jornalista começou dizendo à entrevistada que ainda não acabara de ler Um Dia Chegarei a Sagres.
A escritora logo foi falando do enredo do livro.
Que a ideia de escrever a obra ocorreu em 2005. Era história forte, que obrigava a deslocar-se do Brasil a Portugal. O tema girava/gira em torno dos tempos das grandes navegações. O infante D. Henrique, provável criador da escola naval de Sagre, parecia chamá-la. E ela foi.
Até dar o ponto final a esse novo livro, Nélida trabalhou duro no decorrer de dois anos.
São muito as personagens do livro, mas Mateus é destaque.
O personagem Mateus é filho de uma prostituta, criado pelo avô Vicente.
Um dia Mateus encontra a mãe que lhe diz duramente: "Fuja daqui, filho da minha miséria!"
Nélida Piñon é uma autora densa, fortíssima. Suas frases são, quase sempre, curtas e cortantes.
Atualíssima, Nélida é uma antena que tudo capta da sociedade.
Já no final da entrevista, que durou uns trinta minutos soltou esta pérola: "Cultura é o anteparo da educação".
Ao fim, ela revelou à jornalista que esse novo livro é tão forte quanto foi A República Dos Sonhos, romance de 1984. Lembrou sua amizade com Clarisse Lispector (1920-2020) e que o feminismo de hoje é diferente do feminismo de ontem.
Brilhante Nélida Piñon, a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras.
Brilhante Tânia Morales.
Esse é um livro que eu gostaria de ler, mas não posso porque há 8 anos a luz dos meus olhos sumiu.
Guardo na memória as cores da obra dos gêmeos Otávio e Gustavo que estão expondo pela primeira vez num grande espaço fechado: A Pinacoteca do Estado de São Paulo. Os ingressos para a exposição já estão esgotados até novembro.
sábado, 24 de outubro de 2020
COISAS SIMPLES DE OUTUBRO
Ouvir no rádio notícia de que a chuva de ontem voltaria hoje à Capital paulista. Não voltou. De qualquer modo, amanhã e a tarde foram ótimas como está sendo este início de noite.
Na rua, um silêncio danada, aconchegante. Uma buzina aqui, outra acolá. E só. Até o telefone andou preguiçoso.
Um trin aqui, outro acolá. Além do trinado de um passarinho solitário, ali na árvore.
No começo da tarde o telefone avisou que Marquinho queria falar. Marquinho é músico e dos bons.
No começo da manhã, por volta das 8h, 8h30, Rômulo liga de Campina Grande, PB, pra perguntar se alguém já havia lido pra mim o livro o Magnífico Sivuca - Maestro da Safona de Flávia Barreto (ao lado).
Flávia é filha de Sivuca. Eu disse que ninguém lera ainda pra mim. Aliás, eu nem sabia da existência desse livro.
Amigos costumam telefonar pra me fazer ouvir algumas de suas novas criações. Poemas ou músicas. Sebastião Marinho faz isso. Como isso também fazem Vital farias, Téo Azevedo, Cadu, do trio Gato Com Fome, Anastácia...
Marquinho(acima) mostrou-me hoje um monte de coisa bonita que anda fazendo ao piano. Até Blues. E ele gosta Robert Johnson (1911-1938).
Rômulo diz que está chocado com o que soube sobre Humberto Teixeira (1915-1979).
Lendo o livro de Flávia Barreto, que foi lançado em 2012, Rômulo ficou sabendo que Humberto era uma baita machista. "Perdi boa parte da admiração que nutria por ele", disse desgostoso o biógrafo do compositor pernambucano Rosil Cavalcanti(1915-1968).
A cultura popular, incluindo a música, precisa voltar à pauta.
OUTUBRO NA HISTÓRIA
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
DOMINGO 25 DE HERZOG
O jornalismo é o ar da democracia. Força.
Não sei eu o que seria se não fosse jornalista.
O jornalismo é a força que leva pra vida a verdade.
O jornalista Vladimir Herzog (1937 - 1975) pagou com a vida por apostar na vida, na verdade.
Jornalista é jornalista em todas as línguas, que nem a vida e a verdade. A jornalista que mediou o encontro entre Trump e Biden fez com a beleza do ser que pensa em prol do ser, se me entendem.
Kristen Welker foi a voz da democracia, a voz que entendeu a voz do povo.
Vladimir Herzog foi tão grande quanto a voz da democracia.
Leia mais:
https://assisangelo.blogspot.com/2018/10/vladimir-herzog-esta-vivo.html
https://assisangelo.blogspot.com/2016/10/anjos-da-repressao.html
PELÉ ETERNO. VIVA PELÉ.
23 de outubro, tarde anunciando noite. Pelé está vivo.
O moleque Edson Arantes do Nascimento, filho de Três Corações, MG. Nasceu sem saber que o futuro lhe garantiria a eternidade.
Tinha ele ali 17 anos quando, na Copa de 58, pela primeira vez botou a cara no mundo. Botou e de lá não mais saiu.
Pelé é a síntese do sucesso.
Como homem, pecou.
Como produto, exemplo de tudo que dá certo. Nos esportes.
Pelé é máquina. Capitalista.
Eu o conheci muito rapidamente. Primeiro, numa entrevista coletiva no Instituto Tomi Ohtake, no bairro de Pinheiros, SP. Depois, num coquitél de lançamento do filme Pelé Eterno, num shopping paulistano. Fui consultor musical desse filme.
O direto de Pelé Eterno, Aníbal Massaini, um dia veio cá em casa pra conhecer o acervo do Instituto Memória Brasil, IMB. E aí mostrei-lhe a quantidade enorme de músicas que tratam do mestre da bola Pelé.
Pelé Eterno começa com o paraibano Jackson do Pandeiro (1919-82) cantando Pelé.
Pelé brincou com a bola, com violão, com a voz e deu-nos alegria de todos os modos.
Elis Regina gravou em duo com Pelé, Jair Rodrigues também.
Pelé é Pelé.
LEIA MAIS:
OS MIL GOLS DE PELÉ; BUDA RAM E O PADRE CÍCERO
BRASIL TRI: 50 ANOS!
HÁ 50 ANOS, PELÉ FAZIA O MILÉSIMO GOL NA PARAÍBA
HOJE É DIA DE REIS, PELÉ E JACKSON DO PANDEIRO
PELÉ, 80 ANOS
TIÃO CARREIRO E PARDINHO, IMORTAIS
DEBATE TRUMP E BIDEN. GANHOU A DEMOCRACIA
O primeiro e único debate real da campanha Trump-Biden, pela TV, ocorreu ontem 22. Foi transmitido pela NBC, a partir da Universidade Belmont, no Tenesse, EUA.
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
BRINCANDO COM FOGO
A minha avó Alcina era pobre e nunca pisou numa escola. Mas tinha grandes rompantes, grandes sacadas. Era sábia.
Diante dessa latomia toda provocada pelo presidente Bolsonaro, ela certamente diria: "Esse sujeito é uma besta quadrada".
Bolsonaro vê comunista até na própria sombra. Autoritário, pinta e borda no seu quadrado.
Ele pode muito, mas não pode tudo.
Bolsonaro foi picado pela mosca azul.
É possível que ele nunca tenha pensado em sair da toca de deputado do baixo clero. Mas aí partiu para o crime cibernético junto com os filhotes. E deu no que deu. Enrolados até o pescoço, os filhotes estão na moita.
Há fogo nas regiões de Minas, Alagoas, Maranhão, Pará, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, interior de São Paulo.
Pois é, o fogo não dá trégua e continua engolindo mato de norte a sul do nosso País.
O titular da pasta do Meio Ambiente Ricardo Salles, está fazendo o que o chefe manda: incentivando a queima.
O novo Coronavírus pegou mais um ministro: o da pasta da Saúde, Eduardo Pazuello.
O general Pazuello é da ativa e acaba de ser humilhado pelo chefe, Bolsonaro.
Pazuello garantiu aos governadores que seu Ministério iria bancar a compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa que está em testes finais. E Bolsonaro disse: "Nã-na-ni-na-não".
Que coisa!
Cuidado Bolsonaro, no meio do caminho pode ter uma pedra.
A minha avó não chegou sequer ao começo dos anos 70.
Bolsonaro não sabe, de história ele nada sabe, mas deveria ficar ligado: o primeiro presidente da República, marechal Deodoro, foi vítima da sua própria prepotência e renunciou no dia 23 de novembro de 1891.
quarta-feira, 21 de outubro de 2020
A RAÇA POLÍTICA DÁ DÓ. DÁ?
ÊTA, BRASIL!
interpretada pelos governadores e jornalistas. Que coisa!
terça-feira, 20 de outubro de 2020
ESCRITOR EM BUSCA DA PERFEIÇÃO
Assis ladeado por Silvio (E.) e Zurc |
O emblemático título A Fúria de Papéis Espalhados é um livro que reúne 24 textos críticos sobre música e literatura, basicamente.
O autor desse livro é o baiano de Nova Soure, BA, Darlan Zurc, historiador de formação.
Zurc é um chatíssimo perseguidor da perfeição, intelectualmente falando.
A objetividade desse autor chega a ser irritante.
O livro A Fúria de Papéis Espalhados começou a ser escrita há uns dois séculos, mas até agora inda não teve o conjunto de seus textos levado a público, por uma razão: indecisão intelectual do autor.
Esse livro ainda não foi levado a público, mas já tive acesso a ele.
Os textos são alinhavados com a naturalidade da aranha que tece sua teia.
No decorrer da leitura, o leitor será brindado com textos que remetem a Machado e a Vinícius. E até ao esperto Paulo Coelho.
Mas chega até ser engraçado o texto referente a Coelho.
Coelho, como mundo e meio sabe, é tão profundo como uma poça d'água.
Pois bem, tido isso digo mais: Zurc acaba de dar uma de apresentador, entrevistando o locutor Carlos
Silvio.
Interessantíssima entrevista de Silvio a Zurc.
E como nada a mim ninguém perguntou dou por encerrado este texto. A entrevista é a que segue:
SAMYRA CRESPI EM QUARENTENA 201
CHUVA É FESTA, É VIDA, É TUDO
Cena bonita.
Do céu, a chuva começou a cair alegrando sementes em gestação, no campo e na cidade.
São Paulo, capital, 20 de outubro de 2020.O céu está em festa. E eu também.
Lá de um lugar qualquer de onde moro Ivone, entusiasmada, diz que nunca seus olhos e sua máquina fotográfica registraram tamanha beleza.
Os passarinhos, em seus ninho, devem estar encantados com tudo que ora passa.
A natureza é perfeita.
Poderíamos imitar a natureza, no seu equilíbrio natural.
É bom viver.
Por que nós, classificados de humanos, insistimos tanto no erro de viver sem ver e sentir a beleza da natureza?Há uns 20 anos ou mais, Téo Azevedo e eu compusemos uma música que a cantora mineira Fatel Barbosa gravou. Começa assim:
O vento sou eu
O vento sois vós
Sem o vento ventando
O que será de nós...
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
ESTOU ATÉ NO INSTAGRAM
Pois é, estou ficando moderno... Eu não vejo mais com os meus olhos, mas vocês podem me ver nas diversas redes sociais: neste blog, no Facebook, no YouTube, no site e, agora, no Instagram.
Quem já viu as postagens no Instagram diz, com todas as letras: EX-CE-LEN-TE!
Estou todo ancho, todo assim-assim, metido e pimpão. Não é pra menos, é?
Ah! Também tenho até canal próprio. E até uma web rádio.
Lá vão os endereços:
Facebook: https://www.facebook.com/institutomemoriabrasil
YouTube: https://www.youtube.com/user/assisangeloimb
Site IMB: https://institutomemoriabrasil.com.br/
Instagram:https://www.instagram.com/assisangelo_imb/
PELÉ, 80 ANOS
Pois bem, meio mundo pensa desse modo e pensa errado.
O milésimo gol de Pelé foi marcado cinco dias antes, ou seja: na noite de 14 de novembro de 1969, em João Pessoa. Foi no jogo entre o Botafogo paraibano e o Santos.
A expectativa era grande. O estádio José Américo de Almeida, que naquela noite seria inaugurado, estava lotado até a tampa.
Os locutores esportivos espalhavam no rádio a pergunta entusiasmante: Pelé vai fazer ou não o seu milésimo gol em João Pessoa?
Marcado para as 20h, o jogo começou duas horas depois.
No primeiro tempo, 2 a 0 para o Santos. No segundo tempo, aos 23 minutos, Pelé enche o pé e marca de pênalti o tão esperado milésimo gol.
Ouvi pelo rádio.
Cinco dias depois, no Maracanã, também de pênalti, Pelé marcaria o 1.001º gol. Esse jogo assisti depois pelo Canal 100.
Pelé nasceu em 23 de outubro de 1940, em Três Corações (MG). No decorrer da carreira, marcou 1.281 gols em 1.363 partidas. Não à toa, Pelé continua sendo o Rei do Futebol.
No Acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) há grande quantidade de discos e livros referentes a Pelé. E filmes, como Pelé Eterno, do qual modestamente participei como consultor musical. Curiosidade: o novelista Benedito Ruy Barbosa foi o primeiro autor a escrever uma biografia sobre o Rei do Futebol, intitulada Eu sou Pelé (editora Francisco Alves, 1963).
Ah, sim! No livro A Presença do Futebol na Música Popular Brasileira eu conto muitas histórias do Pelé. Está esgotado, mas quem procura...
TEM BODE NA HORTA
O jornalista e escritor Machado de Assis (1839 - 1908) costumava cobrir os debates que ocorriam no Senado presidido pelo Marquês de Santo Amaro, de batismo José Egídio Álvares de Almeida (1767 - 1832). Santo Amaro aqui citado é o mesmo Santo Amaro baiano onde nasceram Caetano e sua irmã Bethânia. E o cantor pioneiro na gravação de discos Manoel Pedro dos Santos (1870 -1944).
domingo, 18 de outubro de 2020
ESQUERDA, DIREITA... VOLVER!
depois de uma risadinha.
Não é fácil definir-se politica ou ideologicamente no Brasil.
São 33 partidos com representação no Congresso, atualmente. Fora esses, há mais 73 partidos à espera de aprovação pelo TSE.
O Brasil é um país com uma área territorial superior a 8,5 milhões km2, 26 Estados e um Distrito Federal e uma população de mais de 200 milhões de habitantes, com 14 milhões de profissionais desempregados. É certo que muita gente não sabe a definição ou significado de "esquerda" e "direita".
Esquerda é a ideologia que reconhece e aspira a igualdade social. A direita é o contrário. Mais: acha ainda que desgraça e pobreza são coisas naturais.
Difícil, não é?
Mas política é uma coisa que contagia muita gente. Quem entra na política dela não deseja mais sair. É assim. Difícil é saber quem é de um lado e de outro, politicamente, ideologicamente.
Isso tudo sem falar nos discursos vazios que ouvimos antes, durante e depois das campanhas.
Há horrores inomináveis no campo minado da política.
Meu amigo, minha amiga, tenha paciência e ligue o rádio ou televisão e acompanhe o blá blá blá dos candidatos a vereador ou a prefeito. A constatação é simples: eles não têm, na grande maioria, proposta alguma a apresentar. Fora isso, há ainda o bang bang verbal entre eles, que sobra pra nós.
Pois é, o Vandré parece que tem razão.
POVO HUMILHADO
EM QUARENTENA
sábado, 17 de outubro de 2020
HOJE É O DIA DA MPB
Essa Chiquinha era neta de uma escrava alforriada. Tinha 16 anos de idade quando o pai de Chiquinha arrumou um sujeito pra casar com ela. Era sujeito de posses.Com a família ligada ao comércio de escravos. Com ele Chiquinha teve 3 filhos e pulou fora. Voltou à casa dos pais. O pai não aceitou a separação e a deserdou.
A Chiquinha de quem ora falo recebeu na pia batismal o nome de Francisca Edwiges Neves Gonzaga.
Chiquinha Gonzaga foi a primeira maestrina a reger uma orquestra, no Brasil.
O primeiro grande sucesso musical foi Atraente, um chorinho de 1877.
Depois desse chorinho Chiquinha caiu na boca do povo com a opereta A Corte na Roça e Forró Bodó, peça do Teatro de Revista.
Ó Abra Alas foi a primeira marcha carnavalesca da nossa história. Criação da Chiquinha.
Francisca Edwiges Neves Gonzaga deixou uma obra com cerca de milhares de títulos.
A data do nascimento de Chiquinha a criação do Dia Nacional da Música Popular Brasileira, se comemora hoje.
Leia mais:
CHIQUINHA GONZAGA EM REVISTA, NO SESC. IMPERDÍVEL
CHIQUINHA GONZAGA, ELA PRÓPRIA, EM DISCO
IMB
Meu amigo, minha amiga, você conhece o Instituto Memória Brasil?
Clique: www.institutomemoriabrasil.com.br
sexta-feira, 16 de outubro de 2020
O ÓCIO QUE FRUTIFICA
Nestes tempos loucos de pandemia, de político mentindo e enfiando dinheiro na cueca; de violência e abandono, pior ainda.
Os vírus e bactérias, aos milhões, nos rondam cheios de más intenções, no solo e no ar. É preciso calma, muita calma. E cautela nestes tempos loucos de pandemia etc.
Por não ter o que fazer, pois pensar o tempo todo faz a cachola ferver, escrevi e publiquei quatro folhetos de cordel (Capa ao lado). E dei ponto final à adaptação que fiz de Os Lusíadas, de Camões (1524 -1580).
Deixei a aula diária de ginástica de lado para ouvir do professor Anderson Gonzaga a leitura de Tempos de Isolamento (Acima).
O autor começa convidando o leitor para acompanhar suas impressões sobre a vida que trilhou até agora a partir da onda pandêmica que ora assola e assusta o mundo.
É, na verdade, uma viagem o que José Xavier Cortez nos propõe.
Ele é o condutor dessa viagem.
Interessantíssima, diga-se de passagem.
Nesse livro, Cortez recorda sua infância e os primeiros tempos de adolescente na terra onde nasceu, Urrais Novos, RN, a 194 km da capital Rio Grande do Norte, Natal. E o autor vai fazendo comparações até com os tempos da segunda Grande Guerra, quando gente de todo o tipo, idade e sexo foi morta das maneiras mais diversas e brutais na Europa, Ásia e EUA.
A segunda Guerra deixou um saldo de mais ou menos 70 milhões de pessoas, bem menos do que a peste negra que ceifou um terço da população da Eurásia. Século XIV. A gripe espanhola também dizimou meio mundo. Um horror!
Tempos de Isolamento é um livro de crônicas, de memórias.
Cortez traz do passado os tempos que trabalhava no roçado, ao lado de irmãos. Fala também dos tempos de garimpo e do comércio de secos e molhados, até sentar praça na marinha, corporação da qual foi expulso logo após o golpe militar de 1964.
É uma vida movimentada a de José Cortez. Curiosas são suas lembranças de moleque, quando lhe diziam para ter cuidado e não pisar nos restos de cobra. Aqui ele lembra da acauã, ave que come répteis e agoura a vida dos outros. É uma ave de canto arrepiante. Segundo a crença, acauã quando trina numa árvore seca, é sinal de tempo seco, seca. O contrário disso, é ano de chuva e fartura. Parece-se com a asa branca.
Pois é, dá nisso não ter o que fazer. Eu escrevi e publiquei quatro folhetos e Cortez, esse livro cheio de lembranças e recomendações para quem não tem o que fazer, não é mesmo?
Atenção: se tudo der certo e o mundo não se acabar, sob mediação do poeta Moreira de Acopiara, Cortez e eu estaremos amanhã, às 15 horas, falando sobre cultura popular, pandemia, não ter o que fazer e tudo o mais que nos vier à telha. Tudo isso ao vivo!
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
CULTURA POPULAR TEM VEZ AQUI
Neste fim de tarde acabo de receber uma notícia que muito me agradou: o Blog do Assis Angelo ultrapassou a casa dos 500 mil acessos.
O primeiro texto para este blog tratou da cantora e atriz Vanja Orico (1931-2015). Leia: DIA DA MENTIRA
Dados a mim passados por Anna apontam que 48% de todos os acessos são provenientes desse nosso Brasilzão-de-meu-Deus-do-céu. O segundo país a nos acessar são os EUA, com 24%. O terceiro, Alemanha com 8%.
Segundo o IBGE, há cerca de 500 mil brasileiros morando e trabalhando no Exterior.
Os cinco textos mais acessados são:
MORREU A AUTORA DE LAMPIÃO DE GÁS
JOÃO SILVA, ADEUS!
POESIA POPULAR, CORDEL E REPENTE
E O BELCHIOR, PIROU?
ANA BERNARDO, INTÉRPRETE DE PAULO VANZOLINI
Tenho uma amiga querida e sensível, pra lá de brincalhona que foi não foi diz que "no blog do Assis tem tudo quanto é assunto. Tudo mesmo!"
Procuro aqui colocar minhas impressões a respeito da rua onde moro e do país, onde vivo. E do mundo também. Simples, né?
O poeta português Fernando Pessoa (1888-1935) que deu vida a mais de uma centena de personagens, falava com toda propriedade possível: "Se queres ser universal começa por pintar a tua aldeia".
Pois é, a universalidade está em nós.
SOMOS TODOS IGUAIS. IGUAIS?
Ouço no rádio e TV propaganda política paga em que uma cantora de samba discorre sobre o branco e o preto. Ela diz que uma entre duas pessoas da mesma profissão é preterida, na maioria das vezes, pela cor negra da pele.
Triste isso.
Dados do IBGE de 2019 indicam que 42,7% da população brasileira são de brancos. Dizem também os números do IBGE que 46,8% são, declaradamente, pardos. Dizem também os números que 9,4% são, igualmente alto declarados, pretos. E, por fim, a mesma pesquisa aponta que 1,1% dos demais brasileiros é formada por amarelos ou índios.
A população brasileira é formada por pouco mais de 200 milhões de pessoas.
A fala da cantora, Leci Brandão, lembra-me a letra da canção Pra Não dizer Que Não Falei de Flores (Vandré). Diz a certa altura: "... Somo todos iguais, braços dados ou não".
O mundo está de pernas pra cima, ardendo em fogo.
Policiais americanos e brasileiros matam gente negra como nunca. Por nada.
É o tal do racismo pegando pra capar.
O homem surgiu há muitos e muitos anos.
O Homo Sapiens, quer dizer homem "sábio", surgiu no leste da África há coisa de 350 mil anos e como tal hoje somos há algo em torno de "só" 50 mil anos. E não aprendemos. Pioramos pelo visto, a todo instante.
O homem americano que manda muito, mas tudo não manda, mente pelos cotovelos prometendo tresandar na história, caso não seja reeleito no próximo 3 de novembro.
No século 19, por aí, levantou-se a hipótese de criar várias raças humanas: branco, preto... O branco seria europeu, o vermelho norte-americano, o preto africano... Somos apenas Homo Sapiens. Agora há o racismo, não é mesmo?
Racista é o sujeito que por ignorância ou conveniência maltrata o semelhante, independentemente da cor.
Agora há pouco um cabra merecedor de peia, ocupante da cadeira de presidente da Fundação Palmares, exibiu toda sua pequinês intelectual para xingar pessoas como Marina Silva. Ela é preta, ele também. O que diferencia um do outro é, porém, a inteligência, ombridade, honradez. Isso tudo ela tem. Ele, não.
Pois é, lá está o Vandré cantando:
CONSTITUIÇÃO
"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade..."
MINHA GENTE, CORDEL É COISA SÉRIA!
terça-feira, 13 de outubro de 2020
METRÔ DIVULGA CORDÉIS PREMIADOS EM CONCURSOS
Em 2002, eu chefiava o departamento de imprensa da Companhia do Metropolitano de São Paulo. No ano seguinte, eu já atuava na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Os dois concursos registraram a participação de poetas cordelistas de todo o País.
Ao fim e ao cabo, foram selecionados por uma banca de especialistas 20 ganhadores. Os três primeiros receberam prêmios em objetos, como computadores. O 2º concurso seguiram as mesmas regras. No total, foram impressos 410 mil folhetos, distribuídos gratuitamente na rede de ensino público do Estado de São Paulo.
As duas iniciativas foram muito bem recebidas pela imprensa.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo, nas suas redes sociais, está oferecendo ao público os folhetos digitalizados. Confira: https://biblioteca.metrosp.com.br/index.php/ptbr/linha-da-cultura/358-linha-literatura/694-cordel?fbclid=IwAR3a62m0PKWWpJT9XV0k5IoW--z-AlvlJxUuIWu8ADmgatPT5i4RxrqbRo4
O MACHISMO CONTINUA FAZENDO VÍTIMAS
A violência masculina contra mulheres continua subindo, assustadoramente.
Números indicam que o feminicídio aumentou em São Paulo 12%, entre janeiro e julho deste ano. Não é coisa pouca como se vê.
Ontem mesmo mais um desses terríveis casos aconteceu na região de Guaianases, zona leste da Capital paulista. O criminoso, insatisfeito com o fim de namoro, matou a namorada, a mãe da namorada e feriu ainda o pai da namorada. Depois disso fugiu com a arma do crime, uma faca.
O criminoso está foragido.
Crimes desse tipo ocorrem desde de tempos imemoriais. Há registros, fatos até na literatura. Leia: O FEMINICÍDIO NAS ARTES
Em 1992 o ator Guilherme Párdua e sua companheira Paula Thomaz assassinaram a golpes de tesoura a atriz Daniella Perez, filha da novelista Glória Perez. O crime, um feminicídio como se vê, consternou o Brasil. Os assassinos estão soltos há anos e vivendo na paz que pediram ao Diabo. Esse caso inspirou poetas de cordel.
A literatura de cordel registra, historicamente, fatos e histórias inventadas desde a sua criação no século 16.
As mulheres são parte especial da imensa galeria de cordelistas, principalmente no Brasil.
Mas as mulheres também sofreram muito a discriminação dos machistas. Caso claro ocorreu com Maria das Neves Batista, filha de Francisco das Chagas. Maria, a Nevinha, nasceu em 02 agosto de 1913 e foi para a Eternidade no dia 15 de outubro de 1994. Ela era paraibana de João Pessoa. Saiba mais: A MULHER NA LITERATURA DE CORDEL
Você meu amigo, minha amiga, já ouviu falar da Lei Maria da Penha? Clique:
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
CADÊ OS CORDELISTAS
Cordelista é o poeta de bancada.
Poeta de bancada é o poeta que escreve no silêncio do tempo, em casa.
Onde estão os cordelistas da minha terra?
Sou de um tempo recente, mas de um tempo em que os poetas de bancada agiam com rapidez ante os fatos acontecidos ouvidos no rádio.
O poeta de bancada sempre foi, naquele tempo, poeta altamente respeitado.
O povo ouvia rádio, mas ouvia com mais atenção o que os poetas de bancadas contavam nos seus folhetos.
O folheto de cordel mais ou menos como inda hoje conhecemos surgiu na Europa no século 16. Por ali. Ao Brasil, o cordel chegou com a família Real, no começo do século 19.
domingo, 11 de outubro de 2020
PANDEMIA AFASTA FIÉIS DAS PROCISSÕES
Entre o segundo domingo de o e final de outubro cerca de dois milhões de católicos engrossam a procissão do Círio de Nazaré.
Este ano, a partir de hoje, não haverá procissão nas ruas de Belém. E as missas serão transmitidas pela Internet, sem a presença de fiéis. O motivo disso é a Pandemia da Covid-19, claro.
O Círio de Nazaré tem origem em 1793, quando um caboclo encontrou num Igarapé a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.
Essa imagem o caboclo levou pra casa e no dia seguinte descobriu que sumira. Logo depois ele a reencontrou no Igarapé. E de novo a imagem sumiu. E de novo foi achada no mesmo Igarapé... E aí foi criada uma Capela e nela posta a imagem, que não mais sumiu.
Nossa Senhora é conhecida no mundo todo por vários nomes, inclusive Nazaré.
Belém é a capital do Pará, que se localiza ao norte do Brasil.
Nossa Senhora de Nazaré é também chamada de Rainha da Amazônia, que continua ardendo em fogo.
SANTA APARECIDA
Amanhã Nossa Senhora é homenageada com o nome de Nossa Senhora Aparecida.Este ano também não haverá procissão em Aparecida, tampouco missas com a presença de fiéis.
sábado, 10 de outubro de 2020
COVID-19 NA CULTURA POPULAR
A literatura popular é um tipo de literatura que reflete a vida do povo, o cotidiano popular.
Procissões como a do Círio de Nazaré é cultura popular?
É raro o dia em que o Presidente Bolsonaro não xinga ou maltrata alguém do povo.
E meter o pau na imprensa pra ele é exercício que lhe conforta. Nesta semana que acaba, ele tirou onda da imprensa e, estufando o peito, disse que pôs fim a Operação Lava Jato "por que não há mais corrupção".
Hoje o número de mortos pela Covid-19 chegou à casa dos 150 mil, no Brasil.
Em nem um momento o presidente manifestou qualquer sentimento de solidariedade aos familiares das vítimas. O cara é durão, como o seu ídolo Trump.
Entre março e junho escrevi 4 folhetos de cordel narrando as origens e os males provocados pelo novo Coronavírus.
Nesses folhetos não deixo de falar da omissão da mais expressiva autoridade do País, perante as agruras que o povo vive enfrentando, inclusive, a Pandemia que ora aflige o mundo todo.
Falo também da ação profissional dos jornalistas no dia a dia, enfrentando os dissabores dos políticos mal educados. E otras cositas más.
É uma narrativa do mundo real a que faço destes tempos em que vivemos, mas claro que insiro nessa narrativa o irreal, e seres fantásticos como o Cramunhão.
O Cramunhão é um dos muitos e muitos nomes atribuídos ao cão, ao diabo, ao chefe do Inferno.Os 4 folhetos acabam de ser publicados por Edições Rouxinol do Rinaré de Fortaleza, CE.
A procissão do Círio de Nazaré é cultura popular, sim.
sexta-feira, 9 de outubro de 2020
MARIO ZAN, 100 ANOS
Mario, de batismo Mario Giovanni Zandomeneghi, nasceu no dia 9 de outubro de 1920, numa cidadezinha italiana de nome Roncade, que fia na região de Vêneto. Chegou ao Brasil ainda muito pequeno, com um ou dois anos de idade. Na capital paulista, fez carreira como compositor e sanfoneiro.
No decorrer da carreira profissional, Mario Zan gravou centenas de músicas. Muitas delas, de sua autoria. O seu maior sucesso foi o dobrado Quarto Centenário, que compôs em parceria com o português João Manoel Alves (J.M Alves). Mario Zan morreu no dia 9 de novembro de 2006.
J. M Alves, que tinha como principal profissão a de militar, morreu na cidade paulista de Guarulhos.
Era muito vaidoso, o Mario. E engraçado. Bom de papo e muito namorador. No meio artístico o chamavam de galã e garanhão. Casado, deixou 5 filhos. Entre os filhos a cantora Mariângela.
Suas primeiras gravações foram feitas ainda na primeira parte dos anos 40.
É de 1954, o dobrado Quarto Centenário. Ouça, na voz de Carlos Galhardo:
Leia mais: https://assisangelo.blogspot.com/2012/11/mario-zan-puc-e-mackenzie.html
O POPULAR E O ERUDITO EM ELOMAR
A lembrança de Vinicius lembrou-me de Elomar Figueira Mello, cantador das quebradas do Reino Encantado do Rio Gavião.
Em 1973, Vinicius endossou com um belo texto de contracapa o primeiro LP de Elomar. Esse disco, uma raridade, é de uma beleza ofuscante. Clique: https://www.mpbnet.com.br/musicos/elomar/
Vinicius chama Elomar de menestrel.
Menestrel era o nome dado aos declamadores de poesias alheias. Elomar é mais do que isso, é trovador.
Trovador era como se chamava o declamador que escrevia seus próprios poemas. É isso: Elomar é a mistura de menestrel e trovador.
O menestrel e o trovador surgiram ali pelos fins do século 11, na Península Ibérica. O trovadorismo foi um movimento surgido entre poetas improvisadores e de bancada. A ver com cordel, cordelismo ( https://anovademocracia.com.br/no-12/1048-uma-breve-historia-do-cordel).
Não será exagero dizer que o menestrel foi uma espécie de folheteiro, sem folheto.
Os trovadores escreviam em galego-português, língua procedente da Galícia, Espanha.
O nosso Elomar fala uma língua que não é, propriamente, a língua portuguesa fluente, corrente. É “sertanesa”, segundo ele mesmo diz. Mistura do falar nordestino com o arcaísmo mais antigo. Tanto que a maioria dos seus discos traz um encarte com glossário.
A estreia de Elomar Figueira Mello em disco ocorreu em 1968: o disco, um compacto simples, trazia as músicas O Violeiro e Canção da Catingueira. Independente.
Não há, nunca houve, um artista brasileiro com o perfil de Elomar Figueira Mello. É diferente em tudo. No compor, no tocar, no cantar e no próprio comportamento. É como se encarnasse as figuras do menestrel e do trovador numa pessoa só. O diferencial talvez seja o cigarro de palha muito frequente no bico.
Elomar navega entre o popular e o erudito. O seu fazer popular é erudito.
Nascido no dia 21 de dezembro de 1937, Elomar tinha 34 anos de idade quando Vinicius escreveu a contracapa do seu primeiro LP.
Se tudo der certo e o mundo não se acabar, neste sábado (10/10), Elomar e amigos (malungos) estarão em espetáculo virtual entre 12h15 e 19h. Confira: https://www.sympla.com.br/as-guariba-encontro-de-elomar-e-malungos---vi-edicao---mao-de-prosa--exibicao-inedita-de-faviela__957621?fbclid=IwAR1QkC8EljH25sY9zi_FcRDX2CGiUr6_OS_W4U3remZpTsmQA9YUQmHekSo
O acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) tem todos os LPS e CDs de Elomar (foto acima).
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
PRESIDENTE DA ABLC FICA CEGO
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
HOJE É DIA DO COMPOSITOR
MACHADO DE ASSIS
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