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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

BOLSONARO DEBOCHA DA CULTURA DO POVO

Jornais e revistas internacionais tiram sarro do Presidente brasileiro, quando se referem a nós.
Uma vergonha é o que é o ex capitão Bolsonaro, que foi forçado a deixar a carreira militar por não se adequar as regras. 
Outro dia eu disse não saber o que tem na cabeça dele. E não sei mesmo. Embora suspeite que não seja coisa que se cheire. 
Além de ignorante absoluto das questões nacionais, Bolsonaro constrange o País ao fazer "brincadeiras" de mau gosto, pensadas, contra as minorias. 
Ontem 29 por exemplo, no Maranhão, ele mostrou ser um homofóbico irrecuperável. 
Com sua trupe de puxa-sacos soltou esta pérola: “Agora virei boiola igual maranhense, é isso?”. 
Essa gracinha ele disse após beber o guaraná Jesus, criado no Maranhão em 1927. Produto exclusivo dos maranhenses. 
Nem o pai e nem a mãe de Bolsonaro existiam à época da criação desse refresco, de coloração rosa. 
Em centenas de municípios brasileiros há produtos exclusivos, desconhecidos na maioria do País. 
Em Taguatinga, SP, há um outro refrigerante muito famoso: guaraná Ideal, que pouquíssimos brasileiros conhecem. Esse refri surgiu em 1916. 
Em Salvador há os famosos acarajés das baianas e outros produtos da culinária local, igualmente saborosos. 
À propósito, Caymmi (1914 -2008) compôs um belo samba. Este: Você já foi à Bahia?


No Rio de Janeiro tem Partido Alto, em São Paulo tem Cururu, em Minas Gerais tem Calango, na Paraíba tem Nau Catarineta, em Pernambuco tem Frevo e Maracatu, no Sul, no Norte, no Nordeste, no Sudeste, no Centro-Oeste tem gente muito bonita, mas Bolsonaro não vê isso. Ele só vê o que não presta: os seus seguidores alucinados, para quem governa, quando deveria governar para todos os brasileiros, pois pra isso foi eleito. 
Ao dizer o que disse no Maranhão, o Bolsonaro menospreza os produtos regionais, a cultura popular, o povo. 
Enquanto isso, a Amazônia continua pegando fogo, o Pantanal também...



  
 

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

NORDESTE, DE ERUDITOS E POPULARES

 

O Nordeste brasileiro tem o tamanho do mundo. Do mundo todo, que fique bem claro:
O povo do Nordeste brasileiro é um povo arretado, inteligente e sensível. E religioso.
No Nordeste tem artista em tudo quanto é canto. Populares e eruditos, como Alberto Nepomuceno.
Nepomuceno nasceu em julho de 1864, em Fortaleza, CE, e partiu para a Eternidade no dia 16 de outubro de 1920, mesmo ano em que nasceu o pernambucano Mário Souto Maior.
Mário era estudioso da cultura popular e deixou uns 50 livros publicados. Mas não nos perdemos no relato.
Eu relato o seguinte: são muitos e valorosos os poetas repentistas e poetas de bancada que o Nordeste nos deu. Entre os pioneiríssimos repentistas não podemos nunca nos esquecer de Ugolino e seu irmão Nicandro, Romano da Mãe d'Água e Inácio da Catingueira. Entre os poetas de bancada Silvino Pirauá e Leandro Gomes de Barros.
E são muitos os jovens que continuam se interessando pelo repentismo e cordelismo.
No cordelismo temos inspirados os poetas na Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará...
José Edvaldo Lopes é um cara que escreve poesia com a naturalidade de um beija-flor pendurado no espaço.
Esse José, conhecido como Cacá Lopes, nasceu no interior de Pernambuco e mora em São Paulo há 35 anos. Aqui ele se casou com uma bela Maria e com ela teve o prosseguimento de sua vida: Rafaela de 17 e Alince, 9.
Hoje o Cacá tirou uma hora da sua agenda pra me visitar. E trouxe meia dúzia de folhetos por ele escritos e recentemente publicados. Um deles trata da trajetória do cantor e ritmista paraibano Jackson do Pandeiro. Outro, sobre a história do forró (na foto) e mais um sobre a trajetória do potiguar José Xavier Cortez, que em novembro completará 94 anos de idade.
Cacá também trouxe folhetos de outros cordelistas: Defensores do Nordeste, A Justiça do Amor, Guarema, Tem Futebol no Céu?, de Assis Oderan e Hiury Souza; e A Fé de um Caminhoneiro, de Assis Oderan.
Cacá é desses caras que não para de por a cachola pra tocar. Tem um monte de projetos para executar. Um deles trata dos bairros paulistanos, que quer contar em folhetos de cordel. Já tem dez, prontos para entrar na linha de impressão.
Com livros e três dezenas de folhetos publicados, dois discos compactos, um LP, e cinco CDs lançados à praça, Cacá Lopes é um nome talentoso nascido para ser lembrado.

 

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JORNALISTA: PROFISSÃO PERIGO

A profissão de jornalista é uma profissão difícil e perigosa.
Desde que o ex-capitão do exército Jair Bolsonaro assumiu o poder, muita coisa mudou no Brasil. Pra pior.
Bolsonaro, seus filhotes e cúmplices, não tratam com respeito os jornalistas, modo geral falando.
Desde que sentou-se na cadeira de presidente, Bolsonaro desacatou centenas de vezes os jornalistas, sem medir palavras, e independentemente se homem ou mulher.
Em dezembro passado, Bolsonaro humilhou um jornalista de o Globo. Chegou a insinuar que o profissional era gay: "Você tem uma cara de homossexual terrível. Nem por isso eu te acuso de ser homossexual. Se bem que não é crime ser homossexual...".
Dois meses depois Bolsonaro fez galhofa com a profissional de jornalismo Patrícia Campos Mello, da Folha. Disse: “Ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”.
Sem dúvida, o atual presidente da República demostra ser o tempo todo uma pessoa sem noção, menosprezando até a importância do cargo em que ocupa. 
O comportamento do presidente termina induzindo comportamentos desastrosos, como o que acaba de ocorrer em Boa Vista, capital de Roraima. 
Segunda 26 o jornalista Romano dos Anjos, da TV Imperial, foi sequestrado em casa enquanto jantava com mulher e filho. No dia seguinte, o profissional foi encontrado amarrado e ferido, na zona rural do seu município. 
Ontem 28 o senador Telmário Mota, do PROS-RR, soltou vídeo na internet, dizendo: "Para mim, se o cabra não presta, pode até morrer, não vou dizer ‘ah, coitadinho, morreu”. Não. Se não presta, não presta. Acabou”.
Pois é, a profissão de jornalista não é brinquedo. 
No Brasil, jornalista é preso, espancado e morto desde meados do século XIX. 

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https://assisangelo.blogspot.com/2017/05/o-jornalismo-ainda-vive-viva-o-furo.html
https://assisangelo.blogspot.com/2013/05/amado-batista-de-bem-com-torturadores.html



terça-feira, 27 de outubro de 2020

ATENÇÃO BRASIL, GOLPE À VISTA


Há momentos na vida que faz-se extremamente necessário que paremos para pensar. Agora por exemplo.
Ouço no rádio e TV o líder do governo da Câmara, Ricardo Barros, soltar a ideia de um plebiscito para mudar a Constituição em vigor.
Isso é golpe, à vista!
Por isso mesmo, a sociedade brasileira precisa ficar/continuar atenta, ri-go-ro-sa-men-te atenta.
Há malandros profissionais de plantão, querendo nos ferrar.
O sonho do atual presidente da República é perpetuar-se no poder. Para isso, ele fará o possível e o impossível.
O possível para ele não existe. O impossível, também.
Somos uma democracia.
Lutamos, fomos às ruas, e aqui estamos com o poder da palavra, em movimento. Não será um ex-capitãozinho iniciado na vida como dedo-duro que vai por tranca na nossa boca.
Fiquemos atentos.
Num dia qualquer deste ano, Bolsonaro disse ser ele a própria Constituição.
Ele quer mudar a Constituição Cidadã, que foi entregue ao povo brasileiro no dia 5 de outubro de 1988. É essa Constituição a 7ª do País, é a mais completa e a que garante de modo amplo os direitos do povo, das pessoas, da população.
A atual Constituição já sofreu pouco mais de 100 emendas.
Como jornalista, chefe de reportagem da editoria de política do jornal O Estado de S.Paulo, acompanhei passo a passo as discussões que geraram a atual Constituição. Mediei vários encontros, no Estadão, com deputados constituintes. Entre eles Lula (foto acima), José Serra, Afif Domingos e Robertão do antigo Centrão. A propósito, o líder do governo Ricardo Barros é do atual Centrão.

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COISA DE DOIDO

De fato, não sei o que há na cabeça do presidente Bolsonaro. Vejam essa pérola que ele acaba de lançar: "Não é mais barato investir na cura do que na vacina?" .

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

O BRASIL EM TEMPOS DE DEMOCRACIA

Toda vez que chega um amigo a minha casa, meu coração fica em festa. Quando chegam dois, a alegria é dobrada.
E hoje de repente, derrepentemente, batem a minha porta o cartunista Fausto e o escritor Darlan Zurc.
Fausto é essa figura incrível que o Brasil conhece há muito tempo.
Zurc, é o escritor perfeccionista que o Brasil ainda não conhece.
Eu os conheço a ambos, há muito tempo.
E falamos, e falamos, e falamos...
O Fausto, leitor viciado em tudo que é leitura, começou falando de poetas gregos e franceses. Mas não demorou muito a voltar a por os pés no Brasil. E aí foi uma festa.
A tudo Zurc observava. Interferindo o mínimo possível.
E lá pras tantas, briga de presidente com governador sobre vírus, o Fausto começa a lembrar de presidentes que marcaram época como Juscelino (JK).
Uma vez, recorda Fausto das leituras, o Brasil em greve e o presidente (JK) acuado.
O presidente chama o líder da greve para uma conversa em seu gabinete. Puxa a cadeira de presidente e pede para o líder da greve nela se sentar.
A greve acaba e todos chegam a um ponto comum: o Brasil acima de tudo, porém com categoria.
Zurc pergunta a Fausto: Isso foi quando?
E Fausto: No tempo em que o Brasil dialogava com o Brasil.

CORDÉIS E RABUGICES DO PRESIDENTE

Sinceramente, não sei o o que se passa na cabeça de Bolsonaro. Aliás, nem sei o que tem dentro dela. Suspeito, porém, que o que tem lá não é coisa boa. E nem que se cheire.
Enquanto o número de mortes por Covid-19 se aproxima de 160 mil, no Brasil, Bolsonaro repolitiza a questão da vacina. 
Agora ele diz que vacina para ser aplicada precisa do aval da medicina. Ora, ora, hein?
Na sua rabugice negativista diz que a vacina, quando/se vier, não será obrigatória. 
O número de brasileiros contaminados já beira à casa dos 5,5 milhões. 
E Bolsonaro continua dizendo que a Cloroquina é remédio de cura pra Covid. 
Enquanto isso, os preços dos alimentos alcançam a estratosfera. 
Hoje um cidadão pediu pra o Presidente interceder no preço do arroz, que anda muito alto. 
Sabe como Bolsonaro respondeu? 
Bolsonaro mandou o cidadão comprar arroz na Venezuela. Assim, puro e simples.
É muita falta de respeito, não é? 
Terça 3 que vem, os norte americanos vão às urnas. E se o Trump perder, hein?
A pandemia provocada pelo novo coronavírus tem feito muita gente se reinventar, fazendo até o que não fazia antes. 
Eu mesmo escrevi e publiquei quatro folhetos de cordel tratando do assunto e pondo Bolsonaro como um dos personagens. 
As capas dos folhetos foram feitas por Klévisson e Fausto: 


Confira: https://institutomemoriabrasil.com.br/pagina/1522492/cordeis/




domingo, 25 de outubro de 2020

ENTREVISTA REFORÇA A GRANDEZA DE NÉLIDA PIÑON

Ler, ler, ler. É fundamental ler.
A leitura informa, educa e dá prazer.
Ler Rachel de Queiroz (1910 - 2003) é um bálsamo, é alegria, é festa.
E o que dizer de Nélida Piñon, cujo os livros nos proporcionam tanta coisa boa, tudo ao alcance dos olhos?
Já na primeira hora e meia da madrugada de hoje eu estava acordado, ouvindo rádio. De repente o dial parou na CBN. Os jornalistas Fernando e Tatiana entrevistavam, a distância, os gêmeos Otávio e Gustavo Pandolfo. Obra fantástica têm os dois.
Desde de 2004 que a carioca Nédila Piñon, da safra de 37, não publicava nenhum livro. Agora ela vem com o livro que certamente fará parte da galeria de clássicos da Literatura Nacional. Título: Um Dia Chegarei a Sagres (ed. Record, 512 págs.).
Nélida foi a próxima entrevistada da madrugada. A façanha coube à jornalista Tânia Morales.
Tânia é um orgulho do nosso jornalismo.
Com naturalidade, firmeza e categoria, Tânia Morales nos envolve facilmente com suas perguntas. Fácil, fácil, ela torna-se parceira da entrevistada, do entrevistado. Foi assim comigo há uns 3 ou 4 anos.
A jornalista começou dizendo à entrevistada que ainda não acabara de ler Um Dia Chegarei a Sagres.
A escritora logo foi falando do enredo do livro.
Que a ideia de escrever a obra ocorreu em 2005. Era história forte, que obrigava a deslocar-se do Brasil a Portugal. O tema girava/gira em torno dos tempos das grandes navegações. O infante D. Henrique, provável criador da escola naval de Sagre, parecia chamá-la. E ela foi.
Até dar o ponto final a esse novo livro, Nélida trabalhou duro no decorrer de dois anos.
São muito as personagens do livro, mas Mateus é destaque.
O personagem Mateus é filho de uma prostituta, criado pelo avô Vicente.
Um dia Mateus encontra a mãe que lhe diz duramente: "Fuja daqui, filho da minha miséria!"
Nélida Piñon é uma autora densa, fortíssima. Suas frases são, quase sempre, curtas e cortantes.
Atualíssima, Nélida é uma antena que tudo capta da sociedade.
Já no final da entrevista, que durou uns trinta minutos soltou esta pérola: "Cultura é o anteparo da educação".
Ao fim, ela revelou à jornalista que esse novo livro é tão forte quanto foi A República Dos Sonhos, romance de 1984. Lembrou sua amizade com Clarisse Lispector (1920-2020) e que o feminismo de hoje é diferente do feminismo de ontem.
Brilhante Nélida Piñon, a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras.
Brilhante Tânia Morales.
Esse é um livro que eu gostaria de ler, mas não posso porque há 8 anos a luz dos meus olhos sumiu.
Guardo na memória as cores da obra dos gêmeos Otávio e Gustavo que estão expondo pela primeira vez num grande espaço fechado: A Pinacoteca do Estado de São Paulo. Os ingressos para a exposição já estão esgotados até novembro.

sábado, 24 de outubro de 2020

COISAS SIMPLES DE OUTUBRO

 


Ouvir no rádio notícia de que a chuva de ontem voltaria hoje à Capital paulista. Não voltou. De qualquer modo, amanhã e a tarde foram ótimas como está sendo este início de noite.

Na rua, um silêncio danada, aconchegante. Uma buzina aqui, outra acolá. E só. Até o telefone andou preguiçoso.

Um trin aqui, outro acolá. Além do trinado de um passarinho solitário, ali na árvore.

No começo da tarde o telefone avisou que Marquinho queria falar. Marquinho é músico e dos bons. 

No começo da manhã, por volta das 8h, 8h30, Rômulo liga de Campina Grande, PB, pra perguntar se alguém já havia lido pra mim o livro o Magnífico Sivuca - Maestro da Safona de Flávia Barreto (ao lado). 

Flávia é filha de Sivuca. Eu disse que ninguém lera ainda pra mim. Aliás, eu nem sabia da existência desse livro.

Amigos costumam telefonar pra me fazer ouvir algumas de suas novas criações. Poemas ou músicas. Sebastião Marinho faz isso. Como isso também fazem Vital farias, Téo Azevedo, Cadu, do trio Gato Com Fome, Anastácia...

Marquinho(acima) mostrou-me hoje um monte de coisa bonita que anda fazendo ao piano. Até Blues. E ele gosta Robert Johnson (1911-1938).

Johnson  foi o repentista do Blues, gravou pouca coisa e depois o mataram. Era negro e era magnífico, como Sivuca.

Rômulo diz que está chocado com o que soube sobre Humberto Teixeira (1915-1979).

Lendo o livro de Flávia Barreto, que foi lançado em 2012, Rômulo ficou sabendo que Humberto era uma baita machista. "Perdi boa parte da admiração que nutria por ele", disse desgostoso o biógrafo do compositor pernambucano Rosil Cavalcanti(1915-1968).

A cultura popular, incluindo a música, precisa voltar à pauta.

OUTUBRO NA HISTÓRIA

O dia 24 de outubro de 1929 foi uma quinta-feria. Nessa quinta, começou a quebradeira da Bolsa de Nova York. O mundo todo sentiu reflexo da tragédia que foi essa quebradeira. Nos EUA, da noite para o dia milhões e milhões de pessoas ficaram pobres e até sem ter o que comer. Um horror! História.
Exatamente um ano depois, Getúlio Vargas (1882-1954) com o apoio de militares, derrubou o presidente Washington Luís (1869-1957) e tomou o poder. Nessa brincadeira, Júlio Prestes(1882-1946) entrou para a história como o presidente que não assumiu o cargo.
Foi exilado, como Washington Luís.
Curiosidade: Washington Luís foi derrubado por Getúlio dois dias antes de completar 61 anos de idade.
Que presente!
A quebradeira da Bolsa de Nova York fez com que Getúlio ordenasse a queima de milhões e milhões de sacas de café. Triste, mas fazendo assim ele valorizou o produto e pôs o Brasil no prumo. Mais: criou o Ministério do Trabalho e anos depois, a CLT. Ele sabia da importância do trabalhador, do operário. 
Logo depois, Getúlio chamou para seu governo o poeta Carlos Drumonnd e o compositor e maestro Villa Lobos.
Naquele ano de crise, o paulista de Tietê Cornélio Pires (1884-1958) lançava a primeira moda de viola, Jorginho do Sertão (abaixo). Essa música integrou um dos 52 discos de 78 rpm produzidos e pagos à Colúmbia ou Cornélio.
Cornélio Pires foi o primeiro empreendedor musical do Brasil.
Os discos produzidos por Cornélio do acervo do institutomemoriabrasil.com.br (IMB).

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

DOMINGO 25 DE HERZOG



O jornalismo é o ar da democracia. Força.
Se eu não fosse jornalista, eu seria o quê?
Não sei eu o que seria se não fosse jornalista.
O jornalismo é a força que leva pra vida a verdade.
O jornalista Vladimir Herzog (1937 - 1975) pagou com a vida por apostar na vida, na verdade.
Jornalista é jornalista em todas as línguas, que nem a vida e a verdade. A jornalista que mediou o encontro entre Trump e Biden fez com a beleza do ser que pensa em prol do ser, se me entendem.
Kristen Welker foi a voz da democracia, a voz que entendeu a voz do povo.
Vladimir Herzog foi tão grande quanto a voz da democracia.
Leia mais:
https://assisangelo.blogspot.com/2018/10/vladimir-herzog-esta-vivo.html
https://assisangelo.blogspot.com/2016/10/anjos-da-repressao.html





PELÉ ETERNO. VIVA PELÉ.

23 de outubro, tarde anunciando noite. Pelé está vivo.
O moleque Edson Arantes do Nascimento, filho de Três Corações, MG. Nasceu sem saber que o futuro lhe garantiria a eternidade.
Tinha ele ali 17 anos quando, na Copa de 58, pela primeira vez botou a cara no mundo. Botou e de lá não mais saiu.
Pelé é a síntese do sucesso.
Como homem, pecou.
Como produto, exemplo de tudo que dá certo. Nos esportes.
Pelé é máquina. Capitalista.
Eu o conheci muito rapidamente. Primeiro, numa entrevista coletiva no Instituto Tomi Ohtake, no bairro de Pinheiros, SP. Depois, num coquitél de lançamento do filme Pelé Eterno, num shopping paulistano. Fui consultor musical desse filme.
O direto de Pelé Eterno, Aníbal Massaini, um dia veio cá em casa pra conhecer o acervo do Instituto Memória Brasil, IMB. E aí mostrei-lhe a quantidade enorme de músicas que tratam do mestre da bola Pelé.
Pelé Eterno começa com o paraibano Jackson do Pandeiro (1919-82) cantando Pelé.
Pelé brincou com a bola, com violão, com a voz e deu-nos alegria de todos os modos.
Elis Regina gravou em duo com Pelé, Jair Rodrigues também.
Pelé é Pelé.



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TIÃO CARREIRO E PARDINHO, IMORTAIS

Tião Carreiro e Pardinho formaram uma dupla de violeiros em 1956, em São Paulo. Marcaram época. 
Tião, de batismo José Dias Nunes, era mineiro de Monte Azul, nascido em 13 de dezembro de 1934. Tempos duros, aqueles. O Vargas estava no poder preparando o novo golpe. 
Pardinho, de batismo Antônio Henrique de Lima, nasceu no município paulista de São Carlos em 14 de agosto de 1932. São Paulo estava em guerra. 
O primeiro disco da dupla Tião Carreiro e Pardinho foi lançado em 1956. De um lado trazia a moda de viola Boiadeiro Punho de Aço, de Teddy Vieira e Pereira; do outro, o cururu Cavaleiros de Bom Jesus, de Teddy Vieira e João Alves Mariano. Esse disco passou batido pela crítica, mas outros vieram, despertando a atenção de todo mundo. 
Em 1960, Tião e Pardinho lançaram um novo ritmo musical: o pagode. 
Pagode em Brasília, além de marcar a vida da dupla, fez grande sucesso no País. Essa música, feita em homenagem ao novo Distrito Federal, trazia a assinatura de Teddy Vieira (1922-65) e Lourival do Santos (1917-97). 
Tião Carreiro conheceu Teddy Vieira um ano antes de gravar o primeiro disco. E logo os dois fizeram amizade. 
Teddy era diretor da gravadora Continental. 
A vida de José Dias Nunes e Antônio Henrique de Lima não foi fácil. Ambos tiveram uma infância puxada, mas muito cedo sabiam o que queriam: ser artistas. E assim foi. 
É longa a discografia de Tião e Pardinho. Porém, a relação pessoal dos dois não era das melhores. Brigavam com muita frequência e se separaram algumas vezes. 
Tião recebeu grande influência de Tonico e Tinoco. 
Pardinho teve muita influência de Florêncio, da dupla com Torres. Em 1994, participei da série musical Som da Terra (Continental). Essa série foi lançada nas versões CD, LP e fita-K7, no total de 26 títulos. Assinei encarte e contracapa de todos. Nessa série foram incluídos três volumes com repertório e interpretação de Tião Carreiro e Pardinho e outros três de Tonico e Tinoco. O primeiro volume começa com Cornélio Pires e o último, com Rolando Boldrin. 
Em 1934, Getúlio Vargas assinava a terceira Constituição brasileira. Três anos depois, ele decretava o Estado Novo. 
A Revolução Constitucionalista, ou Guerra de São Paulo, durou 87 dias e deixou um saldo de mil a dois mil e poucos mortos. 
Tião morreu em 15 de outubro de 1993. 
Pardinho morreu em 2 de junho de 2001. 
O acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) tem todos os discos da dupla Tião Carreiro e Pardinho.

DEBATE TRUMP E BIDEN. GANHOU A DEMOCRACIA

Sho!
O primeiro e único debate real da campanha Trump-Biden, pela TV, ocorreu ontem 22. Foi transmitido pela NBC, a partir da Universidade Belmont, no Tenesse, EUA.  
Começou pontualmente às 22 horas e terminou noventa minutos depois, e eu cá a postos acompanhando tudinho, tim tim por tim tim, pela Band. 
A mediadora, Kristen Welker, uma jornalista negra de altíssimo nível, abriu os microfones para os debatedores. 
Todos os principais temas do cotidiano norte-americano e mundial foram postos a discussão. 
O primeiro tema girou em torno do novo Coronavírus e das vacinas em teste. 
Mais uma vez Trump mentiu, mentiu, mentiu. 
Houve acusações pessoais de lado a lado. 
Trump acusou Biden e família de receberem grana da China, e de outros lugares, por debaixo do pano. 
Biden também acusou Trump de receber grana dos chineses e de não pagar impostos à receita do seu País. 
Rússia e Irã também entraram na pauta. A violência da polícia de Trump contra os negros foi tema posto à mesa por Biden. Trump pulou que nem calango numa frigideira em fogo. Disse um monte de besteira. Disse, por exemplo, que foi o presidente que mais defendeu os negros nos últimos tempos. 
Um bololô dos diachos que a mediadora, com firmeza e profissionalismo, soube muito bem conduzir, controlar. 
O ditador da Coréia do Norte foi chamado de bandido por Biden, o que deixou Trump com cara de mané. Perdoem-me os Manueis.
O meio ambiente também foi tema posto em discussão. E Trump titubeou, aqui e acolá. O Brasil não foi citado. 
O positivo nisso tudo foi que o telespectador teve a oportunidade de saber um pouco mais a respeito do atual presidente Trump e do vice de Obama, Joe Biden. 
Biden ganhou a parada de ontem por poucos pontos, já que mostrou ser mais autêntico nas propostas do que o atual ocupante da Casa Branca. 
Ah, sim! Ia me esquecendo, um ponto para o Trump por deixar o Biden falar. 
Kristen Welker é uma profissional que faz bem ao jornalismo. 
 

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

BRINCANDO COM FOGO

No dia 22 de outubro de 1912 era deflagrada a Guerra do Contestado. Balas e doenças de todo o tipo mataram mais de 10mil pobre, negros, mulheres... Saiba o que foi essa guerra: VIRGENS GUERREIRAS DO CONTESTADO

A minha avó Alcina era pobre e nunca pisou numa escola. Mas tinha grandes rompantes, grandes sacadas. Era sábia.
Diante dessa latomia toda provocada pelo presidente Bolsonaro, ela certamente diria: "Esse sujeito é uma besta quadrada".
Bolsonaro vê comunista até na própria sombra. Autoritário, pinta e borda no seu quadrado.
Ele pode muito, mas não pode tudo.
Bolsonaro foi picado pela mosca azul.
É possível que ele nunca tenha pensado em sair da toca de deputado do baixo clero. Mas aí partiu para o crime cibernético junto com os filhotes. E deu no que deu. Enrolados até o pescoço, os filhotes estão na moita.
Há fogo nas regiões de Minas, Alagoas, Maranhão, Pará, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, interior de São Paulo.
Pois é, o fogo não dá trégua e continua engolindo mato de norte a sul do nosso País.
O titular da pasta do Meio Ambiente Ricardo Salles, está fazendo o que o chefe manda: incentivando a queima.
O novo Coronavírus pegou mais um ministro: o da pasta da Saúde, Eduardo Pazuello.
O general Pazuello é da ativa e acaba de ser humilhado pelo chefe, Bolsonaro.
Pazuello garantiu aos governadores que seu Ministério iria bancar a compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa que está em testes finais. E Bolsonaro disse: "Nã-na-ni-na-não".
Que coisa!
Cuidado Bolsonaro, no meio do caminho pode ter uma pedra.
A minha avó não chegou sequer ao começo dos anos 70.
Bolsonaro não sabe, de história ele nada sabe, mas deveria ficar ligado: o primeiro presidente da República, marechal Deodoro, foi vítima da sua própria prepotência e renunciou no dia 23 de novembro de 1891. 

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

A RAÇA POLÍTICA DÁ DÓ. DÁ?

São três as cores primárias: vermelha, amarela e azul.
Há também as cores secundárias e terciárias. As cores secundárias são três e as cores terciárias, seis.
É possível que Adão e Eva, se existiram, não tinham na pele os mesmos pigmentos.
As cores primárias, que não se misturam entre si, e as secundárias e terciárias geram inúmeras cores e pigmentações.
Da mesma forma que as cores primárias geram outras cores, os segmentos da pele geram outros segmentos. Exemplo?
Preto com preto é preto. Branco com branco é branco. Misturando branco com preto, aí começa a miscigenação entre pessoas, povos.
Eu sou pardo.
Há milhões de pardos no Brasil. E no mundo.
A raça é uma só: humana.
Bom, mas há quem diga que há uma raça além da raça humana: política.
A raça política é, portanto, uma raça diferente da raça humana.
Os políticos fazem tudo que normalmente as pessoas de bom senso não fazem.
Os políticos engolem sapos, por exemplo. Em benefício próprio.
O povo pagador de impostos é quem paga o pato: ou recolhem-se a sua insignificância ou corrompe. 
O senador mais enrolado em processos na atual República é o alagoano Renan Calheiros. 
Há muitos outros senadores na mira da Justiça.
O ex-presidente e atual senador Collor de Melo deveria estar preso, mas não está. Que nem Calheiros. E outros e outros.
O filhote senador do presidente Bolsonaro também já deveria estar preso, mas não está.
O Senado está aprovando o nome do indicado de Bolsonaro à cadeira de Celso de Melo no STF.
Por que isto, hein?
A esquerda e a direita se misturam fácil, fácil, como sal com farinha ou açúcar.
Enquanto isso, Zé Polvim que se dane.
Ah! Sim: e o senador flagrado com dinheiro no rabo, hein?
Esse senador, Chico-Não-Sei-Quê, atendendo "espontaneamente" às pressões dos coleguinhas do Senado, afastou-se das funções por 121 dias. O ministro Barroso, do STF, sugeriu 90 dias. Enfim: no lugar desse Chico vai estar, no Senado como senador, o filhote Pedro Arthur.
Pois é, parece que ainda estamos nos tempos das capitanias hereditárias.
As capitanias hereditárias, 14 ou 15, foram dadas a ricaços pelos portugueses em 1534. 
As duas capitanias que mais deram certo foram a de Pernambuco, PE, pela produção de cana-de-açúcar; e a de São Vicente, SP, por investir na caça e venda de índios...
A raça política não é mole, não. 
Agora, no finalzinho deste texto, da colaboradora do IMB Anninha, recebo a informação de que na faculdade Artes Visuais as cores primárias são magenta, amarela e ciano.
Então tá.

ÊTA, BRASIL!

Intriga, suspense, confusão, mentira, emoção atentado contra a ordem e a lei e otras cositas mas
O cantor, compositor e instrumentista Tom Jobim (1927 - 1994) tinha razão quando dizia que "O Brasil não é para iniciantes". 
O colunista social Ibrahim Sued (1924 - 95) costumava dizer, "Em sociedade tudo se sabe". 
Mudanças políticas no Brasil ocorrem com a velocidade de um raio. 
Ontem mesmo, o ministro da Saúde General Pazuello declarou em reunião com 24 governadores que seu ministério iria liberar verba para compra de 46 milhões de doses da vacina contra o novo Coronavírus e a favor da população. Essa vacina, em fase final de estudos, tem o nome de CoronaVac, e será produzida em escala industrial pelo Instituto Butantã. Detalhe: a origem dessa vacina é chinesa. 
Hoje cedo o Presidente da República acionou sua metralhadora giratória contra a China e o Governador de São Paulo, disse em alto e bom som que não vai comprar porra nenhuma dos chineses. Tampouco vacina. 
Porém, não é de agora que o ocupante do Planalto diz besteira contra tudo e contra todos, seguindo à risca tudo que diz o seu ídolo Trump. Triste, né?
O comportamento irresponsável do Presidente é estímulo para que seus seguidores radicais cometam diabruras violentas contra a paz, a ordem e a vida. Estamos fu. 
E como sempre, sobrou pra imprensa. 
O secretário do Ministério da Saúde disse há pouco que a fala de Pazuello, seu chefe, foi mal
interpretada pelos governadores e jornalistas. Que coisa! 
Bolsonaro tem dito que a vacina, quando houver, não será obrigatoriamente aplicada. Quer dizer, vacina-se quem quiser.
Pra ele, sujeito de miolo mole, todo mundo é comunista. Inclusive o Papa e o governador Dória. Ai, ai. 
Vacina é obrigatória no Brasil há muito tempo. Crianças sem carteirinhas em dia não são matriculadas, por exemplo. Essa decisão do Presidente é de deixar o vírus todo pimpão, ou não é?
Uma vez o governador biônico Francelino Pereira, de Minas Gerais, perguntou-se: "Que país é este?". Isso deu música (Abaixo). https://assisangelo.blogspot.com/2020/08/brasil-pais-dos-absurdos.html 
Isso tudo me faz lembrar a famosa carta de Caminha. 
O primeiro repórter/missivista em terras brasileiras, fez chegar a El Rey o seguinte: "Em se plantando aqui tudo dá".
A Covid-19, que Bolsonaro chama de "gripezinha", já matou 155 mil brasileiros. Números de hoje. 
Pela ordem os EUA, Brasil e Índia são os países que mais registraram mortes provocadas por essa peste que continua assustando o mundo. 
Enquanto isso, a bancada petista no Senado anuncia estar propensa a votar em peso a favor da indicação do nome que substituirá Celso de Mello no STF. 
Êta, Brasil!


terça-feira, 20 de outubro de 2020

ESCRITOR EM BUSCA DA PERFEIÇÃO

Assis ladeado por Silvio (E.) e Zurc

O emblemático título A Fúria de Papéis Espalhados é um livro que reúne 24 textos críticos sobre música e literatura, basicamente.
O autor desse livro é o baiano de Nova Soure, BA, Darlan Zurc, historiador de formação.
Zurc é um chatíssimo perseguidor da perfeição, intelectualmente falando.
A objetividade desse autor chega a ser irritante.
O livro A Fúria de Papéis Espalhados começou a ser escrita há uns dois séculos, mas até agora inda não teve o conjunto de seus textos levado a público, por uma razão: indecisão intelectual do autor.
Esse livro ainda não foi levado a público, mas já tive acesso a ele.
Os textos são alinhavados com a naturalidade da aranha que tece sua teia.
No decorrer da leitura, o leitor será brindado com textos que remetem a Machado e a Vinícius. E até ao esperto Paulo Coelho.
Mas chega até ser engraçado o texto referente a Coelho.
Coelho, como mundo e meio sabe, é tão profundo como uma poça d'água.
Pois bem, tido isso digo mais: Zurc acaba de dar uma de apresentador, entrevistando o locutor Carlos
Silvio.
Interessantíssima entrevista de Silvio a Zurc.

E como nada a mim ninguém perguntou dou por encerrado este texto. A entrevista é a que segue: 

SAMYRA CRESPI EM QUARENTENA 201

A entrevista nº 202 do programa Em Quarentena receberá a especialista em ambientalismo Samyra Crespi, hoje 20, a entrevistada sabe tudo e mais um pouco a respeito de amdientalismo, floresta etc... Recomendo. Não percam.No Instagram @cspaiaia, às 20h30. https://www.youtube.com/watch?v=QM33ocgLfXk&t=3088s

CHUVA É FESTA, É VIDA, É TUDO

Poucos minutos depois das 15, o céu iluminou-se com raios abrindo caminho para trovões estrondarem com naturalidade em mim, em nós.
Cena bonita.
Do céu, a chuva começou a cair alegrando sementes em gestação, no campo e na cidade.

São Paulo, capital, 20 de outubro de 2020.

O céu está em festa. E eu também.
Lá de um lugar qualquer de onde moro Ivone, entusiasmada, diz que nunca seus olhos e sua máquina fotográfica registraram tamanha beleza.
Os passarinhos, em seus ninho, devem estar encantados com tudo que ora passa.
A natureza é perfeita.
Poderíamos imitar a natureza, no seu equilíbrio natural.
É bom viver.
Por que nós, classificados de humanos, insistimos tanto no erro de viver sem ver e sentir a beleza da natureza?

Há uns 20 anos ou mais, Téo Azevedo e eu compusemos uma música que a cantora mineira Fatel Barbosa gravou. Começa assim:

O vento sou eu
O vento sois vós
Sem o vento ventando
O que será de nós...



segunda-feira, 19 de outubro de 2020

ESTOU ATÉ NO INSTAGRAM

Assis Ângelo – Forró Patrimônio Cultural

Pois é, estou ficando moderno... Eu não vejo mais com os meus olhos, mas vocês podem me ver nas diversas redes sociais: neste blog, no Facebook, no YouTube, no site e, agora, no Instagram.
Quem já viu as postagens no Instagram diz, com todas as letras: EX-CE-LEN-TE!
Estou todo ancho, todo assim-assim, metido e pimpão. Não é pra menos, é?
Ah! Também tenho até canal próprio. E até uma web rádio.
Lá vão os endereços:

Facebook: https://www.facebook.com/institutomemoriabrasil

YouTube: https://www.youtube.com/user/assisangeloimb

Site IMB: https://institutomemoriabrasil.com.br/

Instagram:https://www.instagram.com/assisangelo_imb/


PELÉ, 80 ANOS


Meio mundo pensa que o milésimo gol do Pelé foi marcado na noite de 19 de novembro de 1969, no estádio do Maracanã.
Pois bem, meio mundo pensa desse modo e pensa errado.
O milésimo gol de Pelé foi marcado cinco dias antes, ou seja: na noite de 14 de novembro de 1969, em João Pessoa. Foi no jogo entre o Botafogo paraibano e o Santos.
A expectativa era grande. O estádio José Américo de Almeida, que naquela noite seria inaugurado, estava lotado até a tampa.
Os locutores esportivos espalhavam no rádio a pergunta entusiasmante: Pelé vai fazer ou não o seu milésimo gol em João Pessoa?

Marcado para as 20h, o jogo começou duas horas depois.
No primeiro tempo, 2 a 0 para o Santos. No segundo tempo, aos 23 minutos, Pelé enche o pé e marca de pênalti o tão esperado milésimo gol.
Ouvi pelo rádio.
Cinco dias depois, no Maracanã, também de pênalti, Pelé marcaria o 1.001º gol. Esse jogo assisti depois pelo Canal 100.
Pelé nasceu em 23 de outubro de 1940, em Três Corações (MG). No decorrer da carreira, marcou 1.281 gols em 1.363 partidas. Não à toa, Pelé continua sendo o Rei do Futebol.
No Acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) há grande quantidade de discos e livros referentes a Pelé. E filmes, como Pelé Eterno, do qual modestamente participei como consultor musical. Curiosidade: o novelista Benedito Ruy Barbosa foi o primeiro autor a escrever uma biografia sobre o Rei do Futebol, intitulada Eu sou Pelé (editora Francisco Alves, 1963).
Ah, sim! No livro A Presença do Futebol na Música Popular Brasileira eu conto muitas histórias do Pelé. Está esgotado, mas quem procura...

TEM BODE NA HORTA

O senado brasileiro foi criado no dia 6 de maio de 1826. Tempos do Império. Pedro I mandando e desmandando, antes e depois de entrar para a história como o libertador da Pátria após dar o grito que não deu às beiras do riacho Ipiranga, na zona sul da Capital paulista. 
Que se saiba, não houve escândalos cabeludos no Senado à época do Império.
O jornalista e escritor Machado de Assis (1839 - 1908) costumava cobrir os debates que ocorriam no Senado presidido pelo Marquês de Santo Amaro, de batismo José Egídio Álvares de Almeida (1767 - 1832). Santo Amaro aqui citado é o mesmo Santo Amaro baiano onde nasceram Caetano e sua irmã Bethânia. E o cantor pioneiro na gravação de discos Manoel Pedro dos Santos (1870 -1944). 
Ao contrário dos tempos do Império, os tempos atuais têm registrado escândalos a dar com pau no nosso Senado. Escândalos de todo o tipo. Até de assassinato, peculato, o escambal. 
Até o pai do ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello, Arnon de Mello, andou dando tiros nas dependências do Senado. Isso em 1963. Um dos tiros atingiu e matou o suplente de senador José Kairala. O assassino foi absolvido.
Um em três senadores respondem atualmente algum tipo de processo no STF. Muitos por corrupção, peculato. 
Quando o Senado foi criado, os senadores, em número de 50, eram nomeados pelo imperador. Hoje 81 cadeiras ocupadas pelo que determina as urnas.
Cassar um Senador ou Deputado é a coisa mais difícil do mundo. 
O caso recente do Senador pego em flagrante com a cueca e as partes pudendas cheias de grana pode simplesmente sair-se livre, leve e soltinho da silva da encrenca em que se meteu. Agora mesmo, ele anda dizendo que nunca fora abordado pela polícia e, surpreso, o primeiro pensamento que lhe veio na ocasião foi esconder o dinheiro que pagaria a seus empregados. É mole? 
Enquanto isso, o presidente da casa Davi Alcolumbre costura um meio de preservar o caro colega das garras da justiça. 
A isso dá-se o nome de spirit de corpus, que vem a ser a defesa de um por todos ou todos por um. O popular, porém, chama isso "espírito de porco". 
O senado é uma espécie de casa de mãe Joana ou uma verdejante horta, onde os bodes se refestelam. 
Alcolumbre quer ganhar mais um mandato como presidente do Senado. Isso é claro e para isso ele precisa dos votos de todos os seus coleguinhas. Inclusive dos que estão com as mãos sujas culpa e a alma vendida ao demo pelas maldades praticadas contra o povo. 
No STF há, no momento, mais de 500 processos criminais contra senadores, deputados e outros figurões que gozam de foro privilegiado. 
O que escreveria o jornalista Machado de Assis numa situação dessa, hein?



domingo, 18 de outubro de 2020

ESQUERDA, DIREITA... VOLVER!

Dia desse peguei o telefone perguntei a Vandré, que mora no Rio, como ele se classificaria politicamente: se de esquerda ou de direita. "Nem uma coisa nem outra", respondeu ironicamente,
depois de uma risadinha.
Não é fácil definir-se politica ou ideologicamente no Brasil.
São 33 partidos com representação no Congresso, atualmente. Fora esses, há mais 73 partidos à espera de aprovação pelo TSE.
O Brasil é um país com uma área territorial superior a 8,5 milhões km2, 26 Estados e um Distrito Federal e uma população de mais de 200 milhões de habitantes, com 14 milhões de profissionais desempregados. É certo que muita gente não sabe a definição ou significado de "esquerda" e "direita".
Esquerda é a ideologia que reconhece e aspira a igualdade social. A direita é o contrário. Mais: acha ainda que desgraça e pobreza são coisas naturais.
Radicalismo de esquerda pretende que a sociedade curve-se ao Estado. A mesma coisa acha a extrema direita, em nome da Pátria.
Difícil, não é?
Mas política é uma coisa que contagia muita gente. Quem entra na política dela não deseja mais sair. É assim. Difícil é saber quem é de um lado e de outro, politicamente, ideologicamente.
Isso tudo sem falar nos discursos vazios que ouvimos antes, durante e depois das campanhas.
Há horrores inomináveis no campo minado da política.
Meu amigo, minha amiga, tenha paciência e ligue o rádio ou televisão e acompanhe o blá blá blá dos candidatos a vereador ou a prefeito. A constatação é simples: eles não têm, na grande maioria, proposta alguma a apresentar. Fora isso, há ainda o bang bang verbal entre eles, que sobra pra nós.
Pois é, o Vandré parece que tem razão.


POVO HUMILHADO

O Brasil continua sofrendo muito, nas mãos dos poderosos. Em todos os sentidos. A partir, mesmo, das empresas operadoras de telefonia. Em menos de meia-hora, o sinal do celular que uso para ditar meus textos caiu 19 vezes. Dizer mais o que, hein! É um horror ou não é? Por que os políticos não resolvem essa parada?

EM QUARENTENA

O programa Paiaiá em Quarentena recebe daqui a pouco o historiador e ficcionista Darlan Zurc. O apresentador do programa, Carlos Sílvio, diz estar ansioso para fazer um milhão e meio de perguntas ao Zurc, que está preparando lançamento de uma nova obra. O título é segredo. Tomara que Sílvio consiga extrair o título tão bem guardado. O encontro de ambos, virtualmente, ocorrerá às 20h30.
Acompanhe no Instagram @cspaiaia.

sábado, 17 de outubro de 2020

HOJE É O DIA DA MPB

No dia 17 de outubro 1847 nasceu, no Rio de Janeiro, uma menina de família remediada logo carinhosamente chamada de Chiquinha.
Essa Chiquinha era neta de uma escrava alforriada. Tinha 16 anos de idade quando o pai de Chiquinha arrumou um sujeito pra casar com ela. Era sujeito de posses.Com a família ligada ao comércio de escravos. Com ele Chiquinha teve 3 filhos e pulou fora. Voltou à casa dos pais. O pai não aceitou a separação e a deserdou.
A Chiquinha de quem ora falo recebeu na pia batismal o nome de Francisca Edwiges Neves Gonzaga.
Chiquinha Gonzaga foi a primeira maestrina a reger uma orquestra, no Brasil.
O primeiro grande sucesso musical foi Atraente, um chorinho de 1877.
Depois desse chorinho Chiquinha caiu na boca do povo com a opereta A Corte na Roça e Forró Bodó, peça do Teatro de Revista.
Ó Abra Alas foi a primeira marcha carnavalesca da nossa história. Criação da Chiquinha.
Francisca Edwiges Neves Gonzaga deixou uma obra com cerca de milhares de títulos.
A data do nascimento de Chiquinha a criação do Dia Nacional da Música Popular Brasileira, se comemora hoje.

Leia mais:

CHIQUINHA GONZAGA EM REVISTA, NO SESC. IMPERDÍVEL
CHIQUINHA GONZAGA, ELA PRÓPRIA, EM DISCO

IMB


Meu amigo, minha amiga, você conhece o Instituto Memória Brasil?
Clique: www.institutomemoriabrasil.com.br

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

O ÓCIO QUE FRUTIFICA




Não ter o que fazer é um problema. Aqui e alhures.
Nestes tempos loucos de pandemia, de político mentindo e enfiando dinheiro na cueca; de violência e abandono, pior ainda.
Os vírus e bactérias, aos milhões, nos rondam cheios de más intenções, no solo e no ar. É preciso calma, muita calma. E cautela nestes tempos loucos de pandemia etc.
Por não ter o que fazer, pois pensar o tempo todo faz a cachola ferver, escrevi e publiquei quatro folhetos de cordel (Capa ao lado). E dei ponto final à adaptação que fiz de Os Lusíadas, de Camões (1524 -1580).
Essa adaptação a que intitulei A Fabulosa Viagem de Vasco da Gama no Mar, está pronta pra teatro. É ópera popular. Certamente a primeira feita por um homem cego dos olhos.
Acabo de receber um exemplar do livro, Tempos de Isolamento (Reflexões e Qualidade de Vida), do editor potiguar, José Xavier Cortez. Esse é o primeiro livro de Cortez, aos 83 anos. O texto foi arrumado pela jornalista Goimar Dantas. O sumário está distribuído em 200 páginas.
Deixei a aula diária de ginástica de lado para ouvir do professor Anderson Gonzaga a leitura de Tempos de Isolamento (Acima).
O autor começa convidando o leitor para acompanhar suas impressões sobre a vida que trilhou até agora a partir da onda pandêmica que ora assola e assusta o mundo.
É, na verdade, uma viagem o que José Xavier Cortez nos propõe.
Ele é o condutor dessa viagem.
Interessantíssima, diga-se de passagem.
Nesse livro, Cortez recorda sua infância e os primeiros tempos de adolescente na terra onde nasceu, Urrais Novos, RN, a 194 km da capital Rio Grande do Norte, Natal. E o autor vai fazendo comparações até com os tempos da segunda Grande Guerra, quando gente de todo o tipo, idade e sexo foi morta das maneiras mais diversas e brutais na Europa, Ásia e EUA. 
A segunda Guerra deixou um saldo de mais ou menos 70 milhões de pessoas, bem menos do que a peste negra que ceifou um terço da população da Eurásia. Século XIV. A gripe espanhola também dizimou meio mundo. Um horror!
Tempos de Isolamento é um livro de crônicas, de memórias.
Cortez traz do passado os tempos que trabalhava no roçado, ao lado de irmãos. Fala também dos tempos de garimpo e do comércio de secos e molhados, até sentar praça na marinha, corporação da qual foi expulso logo após o golpe militar de 1964.
É uma vida movimentada a de José Cortez. Curiosas são suas lembranças de moleque, quando lhe diziam para ter cuidado e não pisar nos restos de cobra. Aqui ele lembra da acauã, ave que come répteis e agoura a vida dos outros. É uma ave de canto arrepiante. Segundo a crença, acauã quando trina numa árvore seca, é sinal de tempo seco, seca. O contrário disso, é ano de chuva e fartura. Parece-se com a asa branca.
Pois é, dá nisso não ter o que fazer. Eu escrevi e publiquei quatro folhetos e Cortez, esse livro cheio de lembranças e recomendações para quem não tem o que fazer, não é mesmo?
Que, fica parado é poste!
Atenção: se tudo der certo e o mundo não se acabar, sob mediação do poeta Moreira de Acopiara, Cortez e eu estaremos amanhã, às 15 horas, falando sobre cultura popular, pandemia, não ter o que fazer e tudo o mais que nos vier à telha. Tudo isso ao vivo!




SECA NO NORDESTE

O governo do Estado da Paraíba decretou hoje situação de emergência em 148 municípios. Ontem 15 o governo potiguar já havia decretado situação idêntica em 18 municípios. Há seca também no Ceará e Sergipe. Enquanto isso o fogo continua comendo solto em Minas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e na Amazônia. 



quarta-feira, 14 de outubro de 2020

CULTURA POPULAR TEM VEZ AQUI

 

 Neste fim de tarde acabo de receber uma notícia que muito me agradou: o Blog do Assis Angelo ultrapassou a casa dos 500 mil acessos.

A notícia quem me deu foi a colaboradora ativa do nosso Instituto Memória Brasil, IMB, Anna da Hora.
O primeiro texto para este blog tratou da cantora e atriz Vanja Orico (1931-2015). Leia: DIA DA MENTIRA
Dados a mim passados por Anna apontam que 48% de todos os acessos são provenientes desse nosso Brasilzão-de-meu-Deus-do-céu. O segundo país a nos acessar são os EUA, com 24%. O terceiro, Alemanha com 8%.
Segundo o IBGE, há cerca de 500 mil brasileiros morando e trabalhando no Exterior.
Os cinco textos mais acessados são:

MORREU A AUTORA DE LAMPIÃO DE GÁS
JOÃO SILVA, ADEUS!
POESIA POPULAR, CORDEL E REPENTE
E O BELCHIOR, PIROU?
ANA BERNARDO, INTÉRPRETE DE PAULO VANZOLINI

Tenho uma amiga querida e sensível, pra lá de brincalhona que foi não foi diz que "no blog do Assis tem tudo quanto é assunto. Tudo mesmo!"
Procuro aqui colocar minhas impressões a respeito da rua onde moro e do país, onde vivo. E do mundo também. Simples, né?
O poeta português Fernando Pessoa (1888-1935) que deu vida a mais de uma centena de personagens, falava com toda propriedade possível: "Se queres ser universal começa por pintar a tua aldeia".
Pois é, a universalidade está em nós.

SOMOS TODOS IGUAIS. IGUAIS?

Ouço no rádio e TV propaganda política paga em que uma cantora de samba discorre sobre o branco e o preto. Ela diz que uma entre duas pessoas da mesma profissão é preterida, na maioria das vezes, pela cor negra da pele.
Triste isso.
Dados do IBGE de 2019 indicam que 42,7% da população brasileira são de brancos. Dizem também os números do IBGE que 46,8% são, declaradamente, pardos. Dizem também os números que 9,4% são, igualmente alto declarados, pretos. E, por fim, a mesma pesquisa aponta que 1,1% dos demais brasileiros é formada por amarelos ou índios.
A população brasileira é formada por pouco mais de 200 milhões de pessoas.
A fala da cantora, Leci Brandão, lembra-me a letra da canção Pra Não dizer Que Não Falei de Flores (Vandré). Diz a certa altura: "... Somo todos iguais, braços dados ou não".
O mundo está de pernas pra cima, ardendo em fogo.
Policiais americanos e brasileiros matam gente negra como nunca. Por nada.
É o tal do racismo pegando pra capar.
O homem surgiu há muitos e muitos anos.
O Homo Sapiens, quer dizer homem "sábio", surgiu no leste da África há coisa de 350 mil anos e como tal hoje somos há algo em torno de "só" 50 mil anos. E não aprendemos. Pioramos pelo visto, a todo instante.
O homem americano que manda muito, mas tudo não manda, mente pelos cotovelos prometendo tresandar na história, caso não seja reeleito no próximo 3 de novembro.
No século 19, por aí, levantou-se a hipótese de criar várias raças humanas: branco, preto... O branco seria europeu, o vermelho norte-americano, o preto africano... Somos apenas Homo Sapiens. Agora há o racismo, não é mesmo?
Racista é o sujeito que por ignorância ou conveniência maltrata o semelhante, independentemente da cor.
Agora há pouco um cabra merecedor de peia, ocupante da cadeira de presidente da Fundação Palmares, exibiu toda sua pequinês intelectual para xingar pessoas como Marina Silva. Ela é preta, ele também. O que diferencia um do outro é, porém, a inteligência, ombridade, honradez. Isso tudo ela tem. Ele, não.
Pois é, lá está o Vandré cantando:

CONSTITUIÇÃO

 A nossa Constituição em vigor, de 1988, garante no seu Art. 5º o seguinte:

"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade..."

MINHA GENTE, CORDEL É COISA SÉRIA!



Informação, educação e entretenimento. 
Esses aí são os objetivos do cordelista ao escrever uma história dita de cordel. E é pra valer. 
A literatura de folheto passou a existir mais ou menos um século depois de o alemão Gutemberg inventar a prensa móvel.
Grandes escritores se utilizaram do folheto para divulgar suas obras em poesia e prosa. Entre esses autores podemos incluir o craque português Gil Vicente (1465 - 1536) e até o nosso brasileiríssimo Olavo Bilac.
Os primeiros folhetos de cordel chegaram ao Brasil nos começos do século XVII. A Donzela Teodora foi um dos primeiros a cair nas mãos de autores que o tempo marcaria como genial, refiro-me aqui, especialmente, ao paraibano Leandro Gomes de Barros. 
Não será exagero dizer que Leandro foi, dentre todos os nossos cordelistas, o maior. Inclusive na quantidade de folhetos por ele escritos e publicados. 
Curiosidade: Bilac nasceu e morreu no mesmo ano que nasceu e morreu Leandro Gomes de Barros.
No início dos anos 2000 idealizei e toquei pra frente dois concursos de literatura de cordel, com o propósito de revelar novos nomes. Para tanto, contei com a compreensão das diretorias do Metrô e da CPTM. Com isso, alcançamos o objetivo. 
Os autores revelados e premiados tiveram seus folhetos inseridos em duas caixinhas especiais (acima). 
Em 2003, publiquei na caixinha do 2º Concurso Paulista de Literatura de Cordel o folheto que intitulei: Uma Breve História do Cordel. Para acessar a leitura desse folheto, clique: 
Se eu gostaria de voltar a promover concursos desse tipo, Claro, por que não?!

terça-feira, 13 de outubro de 2020

METRÔ DIVULGA CORDÉIS PREMIADOS EM CONCURSOS


Nos anos de 2002 e 2003, criei e promovi o primeiro e o segundo concursos Paulista de Literatura de Cordel.
Em 2002, eu chefiava o departamento de imprensa da Companhia do Metropolitano de São Paulo. No ano seguinte, eu já atuava na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Os dois concursos registraram a participação de poetas cordelistas de todo o País.
Ao fim e ao cabo, foram selecionados por uma banca de especialistas 20 ganhadores. Os três primeiros receberam prêmios em objetos, como computadores. O 2º concurso seguiram as mesmas regras. No total, foram impressos 410 mil folhetos, distribuídos gratuitamente na rede de ensino público do Estado de São Paulo.
As duas iniciativas foram muito bem recebidas pela imprensa.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo, nas suas redes sociais, está oferecendo ao público os folhetos digitalizados. Confira: https://biblioteca.metrosp.com.br/index.php/ptbr/linha-da-cultura/358-linha-literatura/694-cordel?fbclid=IwAR3a62m0PKWWpJT9XV0k5IoW--z-AlvlJxUuIWu8ADmgatPT5i4RxrqbRo4

O MACHISMO CONTINUA FAZENDO VÍTIMAS

A violência masculina contra mulheres continua subindo, assustadoramente.
Números indicam que o feminicídio aumentou em São Paulo 12%, entre janeiro e julho deste ano. Não é coisa pouca como se vê.
Ontem mesmo mais um desses terríveis casos aconteceu na região de Guaianases, zona leste da Capital paulista. O criminoso, insatisfeito com o fim de namoro, matou a namorada, a mãe da namorada e feriu ainda o pai da namorada. Depois disso fugiu com a arma do crime, uma faca.
O criminoso está foragido.
Crimes desse tipo ocorrem desde de tempos imemoriais. Há registros, fatos até na literatura. Leia: O FEMINICÍDIO NAS ARTES
Em 1992 o ator Guilherme Párdua e sua companheira Paula Thomaz assassinaram a golpes de tesoura a atriz Daniella Perez, filha da novelista Glória Perez. O crime, um feminicídio como se vê, consternou o Brasil. Os assassinos estão soltos há anos e vivendo na paz que pediram ao Diabo. Esse caso inspirou poetas de cordel.
A literatura de cordel registra, historicamente, fatos e histórias inventadas desde a sua criação no século 16.
As mulheres são parte especial da imensa galeria de cordelistas, principalmente no Brasil.
Mas as mulheres também sofreram muito a discriminação dos machistas. Caso claro ocorreu com Maria das Neves Batista, filha de Francisco das Chagas. Maria, a Nevinha, nasceu em 02 agosto de 1913 e foi para a Eternidade no dia 15 de outubro de 1994. Ela era paraibana de João Pessoa. Saiba mais: A MULHER NA LITERATURA DE CORDEL

Você meu amigo, minha amiga, já ouviu falar da Lei Maria da Penha? Clique: 



segunda-feira, 12 de outubro de 2020

CADÊ OS CORDELISTAS

Onde estão os cordelistas da minha terra?
Cordelista é o poeta de bancada.
Poeta de bancada é o poeta que escreve no silêncio do tempo, em casa.
Onde estão os cordelistas da minha terra?
Sou de um tempo recente, mas de um tempo em que os poetas de bancada agiam com rapidez ante os fatos acontecidos ouvidos no rádio.
O poeta de bancada sempre foi, naquele tempo, poeta altamente respeitado.
O povo ouvia rádio, mas ouvia com mais atenção o que os poetas de bancadas contavam nos seus folhetos.
O folheto de cordel mais ou menos como inda hoje conhecemos surgiu na Europa no século 16. Por ali. Ao Brasil, o cordel chegou com a família Real, no começo do século 19.
Os primeiros poetas cordelistas, ou de bancada, começaram a publicar no início da última década do século 19. Silvino Pirauá de Lima e Leandro Gomes de Barros foram os primeiros a levar à praça os primeiros folhetos.
O tipo de poeta que me refiro sempre usou da imaginação os temas que desenvolvem. Temas fantásticos, de reis, rainhas etc.
Os fatos do dia a dia também sempre foram matéria-prima dos poetas.
O povo do fundão brasileiro custou a acreditar no suicídio do presidente Getúlio Vargas. Precisou que o assunto fosse levado a cordel. Só assim foi possível o povo crer na morte do chamado "Pai dos Pobres". 
Faço esse arrodeio todo para dizer que os fatos no Brasil e no mundo se sucedem com a rapidez de um raio.
Getúlio e Lula foram os presidentes do Brasil mais tematizados pelos cordelistas. E onde estão os cordelistas que não falam das agruras e amarguras ora vividas por todos nós?
Eu que não sou cordelista inventei de fazer, com rigor e métrica, quatro folhetos sobre a peste pandêmica que ora atinge o mundo e que o presidente-sem-noção que é esse último eleito por nossas urnas, esnoba. Igualzinho aquele da América do Norte, Trump.
Os três poderes, no Brasil, estão com o moral baixíssimo.
Agora mesmo o ministro Marco Aurélio, do STF, acaba de libertar um dos maiores traficantes do País. Um tal de não-sei-que-lá Rap. Figura forte do PCC. Baseou-se no Art. 316 do CPP (Código do Processo Penal). Esse artigo foi criado recentemente para beneficiar corruptos presos. Quem o chancelou foi TAM TAM TAM TAAAAAAM... Bolsonaro. 
Meus amigos, minhas amigas, vamos encerrar dizendo que os mortos na pandemia no Brasil e a soltura do tal traficante cabem perfeitamente no colo do Sr. Presidente da República.
Mas, cá pra nós, se eu fosse o Marco Aurélio pediria renúncia do cargo de ministro.
Enquanto isso, o Brasil continua em chamas.

domingo, 11 de outubro de 2020

PANDEMIA AFASTA FIÉIS DAS PROCISSÕES

O Brasil é o maior país católico do mundo. E é aqui, no Brasil, que anualmente realiza-se a maior procissão católica do mundo. Tradicionalmente, ocorre nas ruas de Belém, PA.
Entre o segundo domingo de o e final de outubro cerca de dois milhões de católicos engrossam a procissão do Círio de Nazaré.
Este ano, a partir de hoje, não haverá procissão nas ruas de Belém. E as missas serão transmitidas pela Internet, sem a presença de fiéis. O motivo disso é a Pandemia da Covid-19, claro.
O Círio de Nazaré tem origem em 1793, quando um caboclo encontrou num Igarapé a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.
Essa imagem o caboclo levou pra casa e no dia seguinte descobriu que sumira. Logo depois ele a reencontrou no Igarapé. E de novo a imagem sumiu. E de novo foi achada no mesmo Igarapé... E aí foi criada uma Capela e nela posta a imagem, que não mais sumiu.
Nossa Senhora é conhecida no mundo todo por vários nomes, inclusive Nazaré.
Belém é a capital do Pará, que se localiza ao norte do Brasil.
Nossa Senhora de Nazaré é também chamada de Rainha da Amazônia, que continua ardendo em fogo.

SANTA APARECIDA

Amanhã Nossa Senhora é homenageada com o nome de Nossa Senhora Aparecida.
Este ano também não haverá procissão em Aparecida, tampouco missas com a presença de fiéis.


sábado, 10 de outubro de 2020

COVID-19 NA CULTURA POPULAR


A literatura popular é um tipo de literatura que reflete a vida do povo, o cotidiano popular.
Procissões como a do Círio de Nazaré é cultura popular?
É raro o dia em que o Presidente Bolsonaro não xinga ou maltrata alguém do povo.
E meter o pau na imprensa pra ele é exercício que lhe conforta. Nesta semana que acaba, ele tirou onda da imprensa e, estufando o peito, disse que pôs fim a Operação Lava Jato "por que não há mais corrupção".
Hoje o número de mortos pela Covid-19 chegou à casa dos 150 mil, no Brasil.
Em nem um momento o presidente manifestou qualquer sentimento de solidariedade aos familiares das vítimas. O cara é durão, como o seu ídolo Trump.
Entre março e junho escrevi 4 folhetos de cordel narrando as origens e os males provocados pelo novo Coronavírus.
Nesses folhetos não deixo de falar da omissão da mais expressiva autoridade do País, perante as agruras que o povo vive enfrentando, inclusive, a Pandemia que ora aflige o mundo todo.

Falo também da ação profissional dos jornalistas no dia a dia, enfrentando os dissabores dos políticos mal educados. E otras cositas más.
É uma narrativa do mundo real a que faço destes tempos em que vivemos, mas claro que insiro nessa narrativa o irreal, e seres fantásticos como o Cramunhão.
O Cramunhão é um dos muitos e muitos nomes atribuídos ao cão, ao diabo, ao chefe do Inferno.Os 4 folhetos acabam de ser publicados por Edições Rouxinol do Rinaré de Fortaleza, CE.
A procissão do Círio de Nazaré é cultura popular, sim.



Quando o Brasil registrou 100 mil mortes pela Covid-19, eu fiz o poema:

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

MARIO ZAN, 100 ANOS

Eu conheci o sanfoneiro Mario Zan num ano qualquer dos 80.
Mario, de batismo Mario Giovanni Zandomeneghi, nasceu no dia 9 de outubro de 1920, numa cidadezinha italiana de nome Roncade, que fia na região de Vêneto. Chegou ao Brasil ainda muito pequeno, com um ou dois anos de idade. Na capital paulista, fez carreira como compositor e sanfoneiro.
No decorrer da carreira profissional, Mario Zan gravou centenas de músicas. Muitas delas, de sua autoria. O seu maior sucesso foi o dobrado Quarto Centenário, que compôs em parceria com o português João Manoel Alves (J.M Alves). Mario Zan morreu no dia 9 de novembro de 2006.
J. M Alves, que tinha como principal profissão a de militar, morreu na cidade paulista de Guarulhos.
Era muito vaidoso, o Mario. E engraçado. Bom de papo e muito namorador. No meio artístico o chamavam de galã e garanhão. Casado, deixou 5 filhos. Entre os filhos a cantora Mariângela.
Suas primeiras gravações foram feitas ainda na primeira parte dos anos 40.
É de 1954, o dobrado Quarto Centenário. Ouça, na voz de Carlos Galhardo:


Leia mais: https://assisangelo.blogspot.com/2012/11/mario-zan-puc-e-mackenzie.html
https://assisangelo.blogspot.com/2020/01/sao-paulo-cidade-mais-cantada-do-mundo.html
https://assisangelo.blogspot.com/2017/08/a-memoria-de-uma-cidade-pela-musica.html

 


O POPULAR E O ERUDITO EM ELOMAR


Ouvi recentemente o papa Francisco fazer referência a um poema do nosso Vinicius de Morais (1913-80). Mais precisamente, falou o papa do Samba da Bênção, na parte que diz: “A vida é arte do encontro / Embora haja tanto desencontro pela vida...”.
A lembrança de Vinicius lembrou-me de Elomar Figueira Mello, cantador das quebradas do Reino Encantado do Rio Gavião.
Em 1973, Vinicius endossou com um belo texto de contracapa o primeiro LP de Elomar. Esse disco, uma raridade, é de uma beleza ofuscante. Clique: https://www.mpbnet.com.br/musicos/elomar/
Vinicius chama Elomar de menestrel.
Menestrel era o nome dado aos declamadores de poesias alheias. Elomar é mais do que isso, é trovador.
Trovador era como se chamava o declamador que escrevia seus próprios poemas. É isso: Elomar é a mistura de menestrel e trovador.
O menestrel e o trovador surgiram ali pelos fins do século 11, na Península Ibérica. O trovadorismo foi um movimento surgido entre poetas improvisadores e de bancada. A ver com cordel, cordelismo ( https://anovademocracia.com.br/no-12/1048-uma-breve-historia-do-cordel).
Não será exagero dizer que o menestrel foi uma espécie de folheteiro, sem folheto.
Os trovadores escreviam em galego-português, língua procedente da Galícia, Espanha.
O nosso Elomar fala uma língua que não é, propriamente, a língua portuguesa fluente, corrente. É “sertanesa”, segundo ele mesmo diz. Mistura do falar nordestino com o arcaísmo mais antigo. Tanto que a maioria dos seus discos traz um encarte com glossário.
A estreia de Elomar Figueira Mello em disco ocorreu em 1968: o disco, um compacto simples, trazia as músicas O Violeiro e Canção da Catingueira. Independente.
Não há, nunca houve, um artista brasileiro com o perfil de Elomar Figueira Mello. É diferente em tudo. No compor, no tocar, no cantar e no próprio comportamento. É como se encarnasse as figuras do menestrel e do trovador numa pessoa só. O diferencial talvez seja o cigarro de palha muito frequente no
bico.
Elomar navega entre o popular e o erudito. O seu fazer popular é erudito.
Nascido no dia 21 de dezembro de 1937, Elomar tinha 34 anos de idade quando Vinicius escreveu a contracapa do seu primeiro LP.
Se tudo der certo e o mundo não se acabar, neste sábado (10/10), Elomar e amigos (malungos) estarão em espetáculo virtual entre 12h15 e 19h. Confira: https://www.sympla.com.br/as-guariba-encontro-de-elomar-e-malungos---vi-edicao---mao-de-prosa--exibicao-inedita-de-faviela__957621?fbclid=IwAR1QkC8EljH25sY9zi_FcRDX2CGiUr6_OS_W4U3remZpTsmQA9YUQmHekSo
O acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) tem todos os LPS e CDs de Elomar (foto acima).


Leia mais: http://assisangelo.blogspot.com/2010/11/ainda-elomar-e-culturabrasileira.html http://assisangelo.blogspot.com/2010/11/elomar-e-sua-obra-delouvor-deus.html




quinta-feira, 8 de outubro de 2020

PRESIDENTE DA ABLC FICA CEGO


Não confundamos Santa Tereza d'Ávila com Santa Terezinha.
Gonçalo Ferreira da Silva é um brasileiro nascido num município de Ipu, CE, no dia 20 de dezembro de 1937. 
Tinha tudo esse Gonçalo para não ser nada na vida. Nasceu pobre, nos cafundós dos Judas. E foi aprender a escrever depois dos 14 anos, no Rio de Janeiro.
Não vou aqui entrar nos detalhes da vida desse Gonçalo. 
Gonçalo Ferreira ganhou a vida de todas as formas. Ganhou a vida para a vida ganhá-lo.
Na casa dos seus pais, lá em Ipu, era natural o menino Gonçalo acordar ao som de violas e violeiros a cantar cantigas do tempo passado e do tempo futuro. Nas pausas, intervalos, os violeiros poetas declamavam histórias de Trancoso que depois todo mundo saberia ser transmitidas, escritas, nos que ora chamamos de folhetos de cordel.
Gonçalo Ferreira da Silva, cearense de Ipu, ficou cego dos olhos faz dois meses.
Telefonei por telefonar a Gonçalo, sem saber do que ocorrera. Quem atendeu a minha ligação foi dona Maria do Livramento, que gosta de ser chamada de Madrinha Nena.
Madrinha Nena tem 70 anos de idade, três filhos e muita história pra contar sobre o seu companheiro Gonçalo. 
O filho mais velho de Madrinha e Gonçalo tem por nome Marlos. O segundo, Rubinho. O terceiro, Jorge.
Como se não bastassem três filhos homens, Madrinha Nena e Gonçalo têm os netos Iasmin, Maria e Alice. E mais: Carol e Noa, bisnetos.
E essa é a história ora vivida por essa família que tem Gonçalo e Madrinha Nena como prosseguimento de vida.
Gonçalo ficou cego dos olhos. E aí eu perguntei à dona Nena: "E ele tem reclamado muito pela perda dos olhos?".
A resposta foi simples: "Não, não. Ele está encarando tudo isso de maneira aparentemente normal, natural".
Aí foi a vez dela perguntar como é que estou encarando a vida de cego. "Numa boa", respondi. "Mas é difícil...".
O cordelista Gonçalo Ferreira da Silva, fundador presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel publicou até aqui cerca de 300 folhetos e 30 livros. 
O cordelista Gonçalo e sua companheira Madrinha Nena moram há muitos anos no bairro carioca de Santa Tereza.
O bairro de Santa Tereza, foi fundado no século 18. Surgiu em torno do convento de Santa Tereza. 
Os primeiros habitantes do bairro de Santa Tereza eram habitantes de grandes posses.
Santa Tereza d'Ávila (1515-1582) foi a Santa fundadora das Carmelitas. Era espanhola.
Santa Terezinha, de batismo Teresa de Lisieux (1873-1897), francesa, entrou pra história cristã como a Santa dos tempos modernos. Nasceu criança e como tal morreu. Pelo menos foi assim que a Igreja entendeu.
Há dois anos foi lançado um documentário sobre a vida e obra do cordelista Gonçalo Ferreira. Veja:


quarta-feira, 7 de outubro de 2020

HOJE É DIA DO COMPOSITOR

Em 1942, o compositor Herivelton Martins (1912-92) integrava o Trio de Ouro, formado por sua mulher Dalva de Oliveira (1917-72) e Nilo Chagas (1917-73). Faziam um sucesso danado. 
Naquele ano, já muito famoso, Herivelton ajudou a fundar a União Brasileira de Compositores, UBC.
São muitos e muitos os autores de música popular e erudita. 
Hoje é o Dia do Compositor Brasileiro. Esse dia foi criado em 1948, por iniciativa de Herivelton.
A primeira pessoa a compor uma música no Brasil foi a carioca Francisca Edwiges Neves Gonzaga (18947-1935).
A história dessa Chiquinha é uma história fantástica. O pai praticamente a obrigou a casar-se com 15 anos de idade. Teve dois ou três filhos e deu no pé, deixando o maridão a ver navios. Era um militar.
É de Chiquinha Gonzaga a primeira marchinha de Carnaval: Ó Abre Alas. Essa música só seria gravada na íntegra no começo dos anos de 1970.
O primeiro compositor a ter uma música gravada em disco, no Brasil, foi Xisto Bahia (1841-94), que durante muito tempo atuou nos palcos carioca como ator. Era soteropolitano.
A música de Xisto chamou-se Isto é Bom, incluída no primeiro disco (78rpm) gravado em nosso País. O intérprete foi Baiano, de batismo Manoel Pedro dos Santos (1870-1944). Era natural de Santo Amaro da Purificação, BA.
Datas efêmeras como o Dia do Compositor servem de reflexão.
Herivelton Martins era, segundo dizem, uma pessoa pessoa de difícil trato. E violenta. Existem muitas histórias a seu respeito. Graves. Apesar de tudo, ele deixou muitas músicas e clássicos como Ave Maria no Morro, gravada por muita gente. A primeira gravação dessa música foi feita pelo Trio de Ouro, em 1942. Ouça: 

MACHADO DE ASSIS

Ouvi a pouco no JH, da Plim Plim, notícia dando conta de que uma historiadora acaba de descobrir um texto de Machado de Assis (1839-1908), inédito em livro. Esse texto, sem assinatura, foi publicado numa revista carioca em 1859. É um texto de 3 páginas sobre a vida do imperador Pedro II