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quinta-feira, 21 de abril de 2022

AUDÁLIO, CLEMENTINA E CAROLINA NO CARNAVAL

Eu tenho uma coisa a dizer, uma coisa a revelar. Eu conheci Clementina ali pelos anos de 1978/79, talvez 80. Mas a revelação, é: no primeiro momento em que eu me apresentei disse-lhe batendo a porta do hotel onde ela estava hospedada, ali na avenida São João: "Obrigado por me receber, dona Ivone...".
Clementina riu com um desenho bonito na cara, que identifiquei somente depois: "Entre, você é da Folha, não é?".
Guardei comigo esse encontro durante muito tempo e só agora tive a coragem de revelar, de contar a beleza da Clementina diante de mim, um simples jornalista.
A história de Clementina é uma história muito grande. 
A história de Clementina, uma negra, é a história de quem sempre viveu à sombra do branco.
Clementina é, de fato, uma deusa como define no seu canto a escola Mocidade Alegre (abaixo).
Clementina, artisticamente, foi descoberta por Hermínio Belo de Carvalho.
Outra negra que está sendo cantada na avenida, memorialmente necessária, em São Paulo com muita beleza e reconhecimento tardio é a escritora mineira Carolina Maria de Jesus
Carolina também foi muito grande. Viveu tempestades.
E Audálio Dantas?
O jornalista alagoano Audálio Dantas foi quem descobriu o talento de Carolina, para a literatura brasileira. Sem ele, nesse ponto, ela não teria existido. 
O enredo, da Colorado do Brás, parece ter sido encomendado para apagar o nome de Audálio.
Os desfiles de escola do Carnaval paulistano começam amanhã 22.

A DEMOCRACIA SOBREVIVE, APESAR DOS ATAQUES

O povo brasileiro, o que trabalha, dá duro, sofre e se lasca todinho em busca do pão de cada dia há muito anda mal representado na Câmara e no Senado.
Não à toa faz parte do falatório popular a frase segundo a qual "político é tudo ladrão, safado e sem-vergonha".
De fato, as nossas casas representativas na esfera política estão aquém dos seus objetivos.
Desde há muito os eleitores elegem figuras esquisitas para representá-los. E aqui nem é preciso que se faça uma relação enumerando políticos "sem-vergonhas". Seria redundante, pelo histórico.
Caso triste e perigoso está sendo registrado pela crônica diária.
O deputado bolsonarista Daniel Silveira, do PTB-RJ,  acaba de ser condenado pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão, perda de cargo, inelegibilidade eleitoral e o pagamento de 192,5 mil reais por atentar contra a Democracia.
Os bolsonaristas são, quase sempre, violentos que nem pitbulls acuados.
O presidente da Câmara Arthur Lira, um pitbull enrustido, ficou decepcionado com a decisão dos juízes.
Foram 10 votos a 1, quase unanimidade, contra Silveira.
Lira está reclamando ao STF e pedindo para que a decisão de cassação fique por conta da Câmara. Ora, ora, há 9 meses se acha engavetado pelo próprio Lira o processo contra o seu colega Arthur Silveira...
Falei de perigo. Pois bem, justíssimo o julgamento contra o deputado que, além de atentar contra a Democracia, atiçou seus correligionários e outros a surrar e até a matar juízes do Superior Tribunal Federal. Crime gravíssimo.
Kassio Nunes, bolsonarista de carteirinha, não viu crime algum na prática criminal de Daniel Silveira. 
Depois dizem que o cego sou eu, só porque perdi a visão dos olhos.
É preciso cuidado. Precisamos estar atentos contra a violência e malandragem de figuras horrorosas como o deputado que acaba de ser condenado.

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