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sábado, 26 de dezembro de 2015

CARÊNCIA NATALINA

É Natal, dizem que é Natal.
Por minhas lembranças, o período é de Natal mesmo.
É dezembro, é Natal.
Nos meus tempos lá de trás, me disseram que o Deus Menino nasceu num dezembro.
Pelas minhas contas, hoje, o Menino Deus já tem mais de dois mil anos. Disseram-me ainda que Ele
nascera para o bem e morrera pelos maus.
Pois bem, no tempo do Menino Deus ainda não havia a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), portanto as pessoas ainda não se comunicavam por carta. Aliás, as pessoas continuam a não usar a carta como meio de comunicação. Agora, os meios resumem-se à internet.
Os Correios servem para o envio de pacotes, de encomendas, muitos até com surpresas desagradáveis, como cobras dentro deles. Isso já aconteceu mais de uma vez. Um horror!
A última vez que eu soube que alguém se comunicara por carta deu uma zebra danada. O remetente foi Temer e o destinatário, uma destinatária: Dilma. E como se sabe, deu no que deu: a destinatária está emburrada até agora.
O caso fez-me lembrar a canção Mensagem, de Aldo Cabral e Cícero Nunes, gravada em 1945 por Isaurinha Garcia e por ela mesma regravada dez anos depois, pela Victor. A música começa assim: "Quando o carteiro chegou/ E o meu nome gritou/ Com uma carta na mão..."

Mas eu estava falando do Natal. E não faz muito tempo as pessoas ainda tinham por hábito mandar cartas e telegramas, para amigos, parentes e aderentes...
Faz tempo, muito tempo, que não recebo uma carta escrita de próprio punho. Sinto falta disso. Guardo ainda comigo muitas cartas, de amigos, parentes, aderentes, ouvintes e leitores. Mas, danado, faz muito tempo que não recebo uma carta escrita de próprio punho.
Mas eu estava falando do Natal.
Desvirtuaram o Natal.
O Natal virou comércio e, grosso modo, confraternização de falsidade. Leiam isto:

É difícil, mas eu vou dizer:
Eu não gosto do Natal
Mas poderia gostar
Se não fosse tão banal
Se não fugisse como foge
Da essência original

Mas eu não gosto do Natal porque não recebo cartas, telegramas, afagos escritos de próprio punho; pois no tocante a cheiros e abraços, ah!, esses são verdadeiros. Como ontem ocorreu na casa da dona Val, em Santo André, para onde fomos levados por minha filha Clarissa e seu companheiro de vida, Daniel.

VANDRÉ NA PARAÍBA

O amigo Vitor Nuzzi, autor da excelente biografia Geraldo Vandré - Uma canção Interrompida (Kuarup), manda ao blog o link abaixo.



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