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quinta-feira, 27 de abril de 2017

CAPITALISMO E GREVE

O sistema capitalista é um sistema que em nós dói. Quer dizer, dói no povo. O povo é a força motriz que alimenta o Capital. E porque isso acontece?
O sistema capitalista é alimentado pelo sangue do povo. Mas por que isso acontece?
Povo é povo em todo o canto, sempre.
Você, meu amigo, minha amiga, sabe o que é mais valia?
Mais valia é a exploração do homem pelo homem.
Pois bem, em 1922 o poeta português Fernando Pessoa (1888-1935) escreveu um conto que deve nunca ser esquecido por ninguém, mas para isso é preciso que nós o leiamos, certo? Pois bem, aí está o conto: O Banqueiro Anarquista.

AMIGOS NUMA NOITE FRIA


No fim da tarde de hoje o querido José Ramos Tinhorão bateu à porta com as mãos frias. Um frio danado tomava conta da cidade e de todos nós.
O vento assobiava lá fora, e Tinhorão foi logo perguntando se tinha algo para esquentar o corpo. E eu disse que não tinha vinho, mas tinha cachaça e uísque. E também palavras boas para conversar. E ele: "então eu quero tomar um pouco desse tal de uísque".
E começamos a falar sobre a decadência da vida moderna, da vida pós-moderna.
Falamos dos cantadores repentistas, que não se renovam.
E falamos também da não renovação dos cordelistas; e dos críticos literários, dos críticos de cinema, de arte.
Lembramos que já não há críticos de música e de teatro.
Lembramos que já não há quem pense artes plásticas como Mário Pedrosa...
Não, não estávamos falando de saudosismo. Estávamos falando de evolução e involução da vida e chegamos à conclusão que involuímos a cada dia. Quer dizer: o pensamento humano segue desastrosamente para o processo desumano. E aí, vamos até aonde?
Tinhorão viaja segunda feira a Portugal.
Desejei-lhe boa ida e boa volta.

ÓPERA É CULTURA POPULAR

O telefone trouxe aos meus ouvidos a voz de Matias José Ribeiro dizendo que gostou do resumo que fiz da ópera Aída, de Verdi. Bom gosto, não é? Depois disso, Ribeiro riu dizendo que passaria para me levar ao centenário do Teatro São Pedro, aqui ao lado, onde seria apresentada a ópera Gianni Schicchi, de Giacomo Puccini. Boa iniciativa. E dito e feito!
Gianni Schicchi  é uma ópera bufa, cujo enredo parte do dia 1º de setembro de 1299, século 13.
Começa com o ricaço Buoso Donati morto, numa cama. Em torno do corpo, uma parentada enorme querendo saber o que o defunto deixou como herança para cada um.
É uma história que se repete até os dias de hoje.
Ópera bufa é um tipo de peça exibida em teatro com argumento cômico, engraçado. Geralmente desenvolvido num ato só. Caso de Gianni Schicchi.
Adorei ter ido ao Teatro São Pedro junto com o amigo Matias José Ribeiro, querido de enorme talento e sensibilidade.
É claro que algum dentre vocês ache que eu tenha falado muito sobre música de concerto e ópera. Sim, é certo.
Toda a obra de Willian Sheakspeare foi baseada nos contos  populares anglo-saxões, não é mesmo? Pois bem, quero dizer com isso que a cultura erudita tem tudo a ver com a cultura popular.
Aída dá um belo poema para cordel.
Gianni Schicchi é cordel puro, até por que a temática é totalmente popular.
O personagem Schicchi, que dá título à ópera de Puccini, é um personagem que não fica longe dos personagens que permeiam o Congresso Nacional destes nossos tempos. Schicchi poderia ser um Renan, por exemplo.
Eu acho apenas uma coisa. Acho que algumas óperas, Schicchi inclusive, poderiam ser apresentadas na nossa língua, certo? Em 1871, Aída foi apresentada pela primeira vez em Francês, no Cairo. O bom gosto faz bem.
Ah sim, esqueci de dizer que adorei ouvir, domingo passado, Aída levada à cena pela Metropolitan Ópera Haouse de Nova York.


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