O prefeito Bruno Covas de São Paulo morreu hoje 16 às 08h20, num leito do hospital Sírio Libanês.
Covas era santista.
Em fevereiro de 1969, o clube de Pelé ganhou de 2 x 1 de um time desconhecido da Nigéria. Até aí, nada demais. O detalhe é que em seguida surgiu notícia dando conta de que Pelé teria parado uma guerra.
Futebol une e desune pessoas e grupos. E até nações.
Tudo começou, no Brasil, quando o paulistano Charles Muller (1874 —1953), volta de uma viagem de estudos na Inglaterra trazendo na bagagem duas bolas e um manual de como jogar futebol, esporte recém criado naquele país.
Isso foi em 1902.
A parti daí, o futebol começa a ganhar campo no nosso país. Mas era coisa da elite, sem a participação de pobres e negros.
Muita gente gostou e muita não gostou desse novo esporte. Entre os que não gostaram, incluía-se o escritor Lima Barreto.
"Na verdade, o Lima não acreditava que fosse possível dá certo um esporte que tivesse um monte de marmanjo correndo atrás de uma bola", opina o baiano de Paiaiá Carlos Sílvio.
Sílvio é goleiro do Paiaiá FC(foto ao lado), acostumado a "pegar até vento".
Há controvérsias. O historiador Zurc diz, por exemplo, que o Sílvio fica debaixo da trave só pra posar pra foto.
Auto suficiente até a tampo, ele diz que tem sido injustiçado por todos os técnicos dos grandes times. Jura que não entende tamanho descaso. Não à toa, "o Brasil perdeu de 7x1 em 2014, lembra?".
Verdade seja dita:
Em 1969, Bruno Covas não era nascido.
Em 1969, Pelé tinha 39 anos incompleto. E verdade seja dita: Pelé não parou guerra nenhuma.
À época, a Nigéria lutava contra a recém criada República do Biafra. Essa república durou apenas dois anos e sete meses.
Mais de um milhão de pessoas morreram nessa guerra vencida pela Nigéria pouco depois do jogo do Santos.
O futebol é usado, politicamente, desde sempre. Não foi diferente no caso em pauta.
O Santos FC decretou luto de sete dias pelo desaparecimento de Bruno Covas.