Conteúdo é conteúdo, informação é outra coisa.
Uma
publicação bonita, bem diagramada, arejada, ajuda a passar a notícia pra frente, girando o mercado, é claro; mas sem
conteúdo, os leitores batem asas e vão se embora.
E
é exatamente isso o que está ocorrendo agora, como notam, aflitos, editores de revistas
e jornalões do País.
Conteúdo
é o que intelectualmente acrescenta ao leitor.
Em
67, o baiano Caetano trilhava a ladeira do tropicalismo cantando para perguntar:
O
Sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia?
Eu vou...
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia?
Eu vou...
Pois
é, aí está o X da questão: “Quem lê tanta notícia”?
O
desafio é trocar “tanta notícia” por reportagens, entrevistas que contentem o
leitor.
Aliás,
não podemos esquecer que nos anos 50 a revista O Cruzeiro, da rede Associada, batia
nas bancas a casa do milhão.
Para
se ter ideia do que isso significa, basta dizer que a Veja, hoje, não chega à
metade disso.
A
conclusão óbvia, portanto, é que a falta de conteúdo é razão para a fuga dos
leitores.
Outra
é a falta de interatividade.
Jornalismo
globalizado dá nisso.
Por
que tanta importância e espaço dados ao noticiário internacional, em
detrimento ao noticiário local?
Sinceramente?
Não sei.
Talvez seja do poeta português Fernando Pessoa, ou do romancista russo Tolstói, o ensinamento que diz algo como “Se queres ser universal, cantes (falas ou pintes) a tua aldeia”.
Não sei.
Talvez seja do poeta português Fernando Pessoa, ou do romancista russo Tolstói, o ensinamento que diz algo como “Se queres ser universal, cantes (falas ou pintes) a tua aldeia”.
Poesia, arte e canto são vias de ensinamento; e ninguém pensa ou fala por estas plagas de preparar futuros leitores e cidadãos.
O negócio é negócio, ou seja: ir direto ao bolso do consumidor de notícias, inclusive.
E então?
O negócio é negócio, ou seja: ir direto ao bolso do consumidor de notícias, inclusive.
E então?
Mas o
filósofo canadense McLuhan um dia previu que viveríamos numa tal de Aldeia
Global.
Pois
é, aí está ela.
Será que ainda dá pra reverter a questão?
OS MISERÁVEIS
Assisti
ontem ao belíssimo musical Os Miseráveis, que é baseado na obra-prima homônima
de Victor Hugo. O experiente Tom Hooper é o diretor. Ainda hoje pode ganhar algumas
estatuetas, inclusive de Melhor Ator, Melhor Atriz e melhor um monte de coisas.