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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

NO EGITO, CAI MAIS UM DITADOR

Olharam o relógio?
Pois é, caiu há minutos mais um fela.
Sim, ele mesmo: Mubarak, do Egito, depois de três décadas de judiação contra um povo que o mundo todo sabe oprimido desde tempos de antanho.
O velho ditador dissera há cerca de 40 horas atrás, em pronunciamento pela televisão, que não largaria o osso pelo menos até a próxima primavera. E, oportunista e ardiloso, acenou com aumento em torno de 5% no salário da população, desde que todos voltassem a seus lares, comportadinhos.
Mas ninguém se comportou como ele queria e o que se viu é o que se ver: a vitória do povo, neste primeiro momento.
Portanto, a estratégia do “cala boca” não pegou e Mubarak fugiu com o rabo entre as pernas, como o seu coleguinha Ben Ali, da Tunísia, no final da primeira parte do mês passado.
O grito de libertação continua se alastrando pelo mundo árabe.
Agora é acompanhar os desdobramentos - e o movimento norte-americano - e ver quem assume o novo poder no Egito.

O POVO UNIDO ETC. TORÇAMOS PELO EGITO

Não faz muito, eu disse que o mundo árabe é um barril de pólvora prestes a explodir. E é.
Hoje, 18 dias passados de intensos e compreensíveis protestos populares nas ruas a favor da liberdade, o Egito se mostra um caos absoluto; e o exército, caso opte por ficar do lado de Mubarak - figura áspera e enjoativa que manda por lá há 30 anos, sob os auspícios do governo norte-americano -, um massacre a almas humanas sem precedentes poderá ocorrer no país.
Mas é improvável que o exército fique contra o povo. É mais provável que assuma o poder, após possível renúncia ou mesmo fuga do ditador Mubarak.
Os egípcios estão fazendo bonito, eu disse também. E estão.
São milhões de pessoas nas ruas tentando romper os grilhões que lhes prendem há séculos...
Conversando há pouco com um amigo, o engenheiro paulistano de origem egípcia, do Cairo, Peter Alouche (foto), arrisca prognósticos após a crise que está deixando os Estados Unidos loucos e o planeta em estado de alerta.
São quatro as possibilidades que Peter aponta:
1ª) Ditadura militar mais ferrenha do que a de Mubarak.
2ª) Regime teocrático islamista, do tipo de que vê no Irã.
3ª) Democracia laico-islâmica, aos moldes da que há na Turquia.
4ª) Invasão de Israel (como a vislumbrada na 1ª possibilidade).
A probabilidade de a 1ª e a 2ª possibilidades ocorrerem, Peter avalia em 40%; e a 3ª, 15%.
Israel está esfregando as mãozinhas santas para controlar a situação.
Suas possibilidades ainda segundo Peter, é de algo em torno de 5%.
A Liga Árabe, de Amr Moussa, que representa 200 milhões de pessoas espalhadas em 22 países da região, poderá assumir o Egito. O grupo ou partido Fraternidade Muçulmana, que existe há mais de 60 anos e a direita ocidental diz que não presta, também poderá assumir o poder. Nesse caso, o nome mais cotado é o do prêmio Nobel de 2005, Mohamed ElBaradei.
Eu, hein!
No nosso Nordeste, a temperatura é mais amena.
E fiquemos de olho no relógio.

PS - Antes de Peter avaliar a situação que o Egito vive no momento, ele disse, em tom de profunda tristeza: "Estou sem dormir direito há dias, pois o meu país está ferido". Fica o registro.

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