Realmente, os valores estão invertidos nessa sociedade de gente maluca. E no campo artístico/musical nem se fala!
Outro dia andei falando a respeito de um Marcinho, MC Marcinho, morto não sei porque num hospital das bandas do Rio. Era funkeiro, cantor de um monte de coisas ditas musicais ou algo assim. Mas muita baixaria nas letras. A Imprensa o chamou de "ícone" em matérias com chamada de capa. Até o Jornal da Cultura, canal 2, foi encerrado com ele cantando. O Jornal Nacional, da plim-plim, findou no dia da sua morte, sexta última, com a redação em silêncio e em penumbra.
Enquanto loas eram ditas em homenagem ao funkeiro, partiam para a Eternidade o cantor Carlos Gonzaga e a cantora Lana Bittencourt. Nada ou quase nada sobre esses dois nomes que marcaram época.
De Carlos Gonzaga eu já disse alguma coisa e alguma coisa eu também já disse sobre Lana, que além de cantora foi atriz.
Fora os nomes até aqui citados, não custa lembrar que neste ingrato mês de agosto nós deixaram outros grandes nomes da nossa música popular. E entre esses vale lembrar que não só partiram como, se vivos fossem, teriam feito 100 anos de nascimento Orlando Dias, Francisco Petrônio, Nazareno de Brito, Catulo de Paula e o menino craque Vassourinha.
Orlando faria 100 anos no último dia 1º, Francisco Petrônio no dia 11 e Catulo dia 13. Antes, no dia 26 de fevereiro, ninguém comemorou os 100 anos de Nazareno de Brito. Em maio foi a vez de tecer loas aos 100 anos de Vassourinha.
Pois é, não sei a razão de tanto silêncio em torno da arte e dos nossos artistas. Os gringos do Norte, ao contrário de nós, preservam a memória dos seus. Caso de ontem 29, por exemplo, quando o Jornal da Cultura foi encerrado com Michael Jackson cantando... Era seu aniversário.
E sobre Lana, nada.
Considero Lana Bittencourt tão grande como sua colega de profissão Dalva de Oliveira. Confiram Lana e Dalva cantando, em gravações diferentes, a beleza que é Ave Maria: Ave Maria, Lana Bittencourt; Ave Maria, Dalva de Oliveira
À propósito, hoje 30 faz 51 anos do desaparecimento de Dalva de Oliveira.
Amanhã 31 é de se lembrar, ou deveríamos todos lembrar dos 100 anos de nascimento de Emilinha Borba. Aliás foi ela quem lançou, em Campina Grande (PB), o baião Paraíba.
Virou história a "disputa" de Emilinha Borba com Marlene. Emilinha era a preferida da Marinha e Marlene, da Aeronáutica. Era briga do faz-de-conta, pois na verdade eram amigas. Mas essa é outra história.
Ouçam Emilinha cantando Paraíba, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira: