Estou falando de uma pérola dupla.
O primeiro disco constante do álbum em questão, intitulado Sr. José... de Ribamar e Outras Praias..., é todo composto por músicas de outros autores e nenhuma dele; o que mostra, também, e de certa forma, a grandeza desse artista num tempo em que todo compositor, ou quase todo compositor, grava as suas próprias composições e a partir delas procura se firmar.
Papete, cabeça pensante, é de simplicidade franciscana, como poucos o são.
O segundo disco do álbum Sr. José... também é todo constituído por um repertório impessoal.
Papete foi uma espécie de braço direito do paulista Marcus Pereira, advogado e publicitário que marcou época e ficou para a história ao criar um selo musical com seu nome há exatos 40 anos, ou seja, em 1973.
Através desse selo, autores até então desconhecidos da arte musical do País, como Paulo Vanzolini e Cartola, um de Sampa, outro do Rio, ganharam a oportunidade de mostrar a sua obra a meio mundo.
Ouvindo tanto um quanto o outro disco (Bandeira de Aço) do álbum Sr. José... de Ribamar e Outras Praias... eu fico com a boa impressão de que Papete é, de fato, imbatível em tudo que se refira à arte da música e ao gênero cidadão, também.
Em ambos os discos Papete canta, toca e encanta.
De cara, as duas primeiras faixas de Sr. José, o reggae O Biltre e a toada de boi Senhor José, assinadas por Josias Sobrinho – compositor maranhense frequente na discografia do artista de Bacabal, que é Papete - e Alberto Trabulsi, respectivamente, deixam o ouvinte com a vontade de querer mais e mais, o que vai sucedendo e sucedendo nas faixas seguintes, algumas instrumentais (6, 8, 10, 12 e 13).
O que ocorre nessas faixas Deus duvida; ou, no mínimo, acompanha o seu mentor tocando tambores e enriquecendo o coral.
Esse disco é totalmente incrível e inédito.
E sabem o que penso disso?
Penso que Papete conseguiu o impossível, ou seja: se superar - esse álbum é prova.
E sabem o que penso ainda?
Penso que o Maranhão tem de se curvar ao talento desse seu filho ilustre e lhe pedir perdão e bênção antes que seja tarde, pois, enfim, ele é o único filho de lá, do Maranhão, que leva o Maranhão para o mundo saber o que é o Maranhão.
Mas o Maranhão tem sido injusto com ele, Papete, por que?
E sabem o que penso mais?
Penso que o Brasil tem de reverenciar Papete, um artista que comunica, que dá alegria, que faz arte, que dar cor, que pensa, que chora, que vive o País.
Papete é Maranhão.
Papete é Brasil.
Viva Papete!
E aí embaixo, clique:
http://www.youtube.com/watch?v=KqQ4Q71mrOU
E clique também:
http://www.youtube.com/watch?v=r0Kr6bhgsu0