Limeira e Pinto do Monteiro eram verdadeiros mestres ensinando a todos ao compor, ao cantar e ao tocar na hora H, sempre de improviso.
Os poetas clássicos e populares, incluindo esses e outros repentistas, seguem à risca a rima, a métrica e a oração nos versos acomodados em estrofes bem feitas, de tamanhos e modos diversos.
Para eles – esses mestres –, sextilhas são sextilhas e decassílabos são decassílabos.
E pronto!
Isto é: os versos têm casa certa para morar.
A casa dos versos são as modalidades.
Porém na safra dos mais novos, como Bráulio Tavares e Jessier Quirino, há os que seguem a tradição e outros, não; como Astier Basílio e Ricardo Anísio.
São provocadores esses poetas, são eles arredios à tradição.
A poética de Anísio ainda está em fase de gestação, mesmo assim ele já demonstra com intensidade uma qualidade muito acima do comum.
É autêntico.
Ricardo Anísio dá a parecer que é arredio à rima e à métrica, enquanto se impõe com força na oração.
Nos tercetos, ele se mostra tão ousado quanto Ronaldo Cunha Lima (1936-2012).
Talvez melhor.
Um bom exemplo disso pode ser extraído de Enseada, contido no seu novo livro:
Não vejo mais meus amores
Não vejo mais meus penhores
Perdi a rota e não posso sonhar...
Estes são versos completos, perfeitos, que demonstram dor e impotência do poeta diante de realidades, quase aos moldes de mestre Augusto, rendido: “Não posso sonhar”.
E ele segue triste, decepcionado pela realidade em torno:
Dentro de mim o soçobro
Fora de mim o salobro
A morte já foi secreta...
Na busca pela identidade, o poeta se pergunta nos versos de três pés Eu:
De quem sou eu
De que sou feito
Que me exaspero
De quem sou eu
De que sou feito
Que me dilacero
A poética de Ricardo Anísio é pessoal, é bonita e tem valor, ele diz no seu Enigma:
Levei a ela um louva-deus
E meus sonhos cerzidos
Ela atirou ao mar...
Anísio é um poeta diferente, mesmo parecendo com Augusto e a angústia de Augusto:
A vida é um fardo ao mar
Um barco que não tem ré
Vou me afogando nela
Braço a braço
Talvez assim vire sargaço.
Mas Anísio é um poeta, verdadeiro, e por ser verdadeiro é tão necessário lê-lo, já.
Viva Ricardo Anísio!
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sexta-feira, 30 de novembro de 2012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
RICARDO ANÍSIO (1)
A poética clássica paraibana se acha nos escritos imortais de nomes que vão de Antônio Joaquim Pereira da Silva (1876-1944) e Raul Campelo Machado da Silva (1891-1954) a Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (1884-1914) e Miguel Jansen Filho, esse nascido nas quenturas do município de Monteiro em 1925 e desaparecido numa cidade do interior de São Paulo, em 1994.
Como Antônio Joaquim, de Araruna, e Raul Campelo, de Monteiro, Jansen Filho ainda está para ser descoberto por leitores e críticos, como já o foi Augusto dos Anjos.
A poética de Jansen Filho tem a força de um vulcão.
E clássica ou não, diga-se: a poética paraibana também passa por nomes mais recentes, como Geraldo Vandré e Zé Ramalho – estrelas de grande brilho do universo musical.
O detalhe da poética desenvolvida por esses dois autores é que neles se acha um quê musical que de modo especial os enriquece, e também a seus admiradores.
Na obra de Vandré há a presença de algo quase invisível dos cantadores repentistas de antanho, quase DNA, mas há; o exato contrário do que se vê na obra de Ramalho, isto é: a presença repentista, forte e intencional dos martelos, por exemplo.
E o que dizer dos poetas de bancada de ouro Silvino Pirauá de Lima (1848-1913) e Leandro Gomes de Barros (1865-1918), gênios pioneiros no campo da poética classificada como literatura de cordel?
Esses poetas são incríveis, como incríveis são os violeiros improvisadores do naipe de um Zé Limeira (1886-1954) ou de um Severino Lourenço da Silva, chamado de Pinto de Monteiro (1895-1998), O Cascavel do Repente.
Só a presença de um ou de outro desses artistas – ases da improvisação mais antiga e moderna – numa cantoria de viola valia por tudo, tamanha a categoria como se apresentavam nos pés de parede em duelos linguísticos de vida e morte.
Eram tão grandes, mas tão grandes, que na falta de palavras eles as inventavam num piscar d´olhos; como, aliás, fazia o estudioso das coisas e hábitos do sertão, o mineiro João Guimarães Rosa (1908-67).
Como Antônio Joaquim, de Araruna, e Raul Campelo, de Monteiro, Jansen Filho ainda está para ser descoberto por leitores e críticos, como já o foi Augusto dos Anjos.
A poética de Jansen Filho tem a força de um vulcão.
E clássica ou não, diga-se: a poética paraibana também passa por nomes mais recentes, como Geraldo Vandré e Zé Ramalho – estrelas de grande brilho do universo musical.
O detalhe da poética desenvolvida por esses dois autores é que neles se acha um quê musical que de modo especial os enriquece, e também a seus admiradores.
Na obra de Vandré há a presença de algo quase invisível dos cantadores repentistas de antanho, quase DNA, mas há; o exato contrário do que se vê na obra de Ramalho, isto é: a presença repentista, forte e intencional dos martelos, por exemplo.
E o que dizer dos poetas de bancada de ouro Silvino Pirauá de Lima (1848-1913) e Leandro Gomes de Barros (1865-1918), gênios pioneiros no campo da poética classificada como literatura de cordel?
Esses poetas são incríveis, como incríveis são os violeiros improvisadores do naipe de um Zé Limeira (1886-1954) ou de um Severino Lourenço da Silva, chamado de Pinto de Monteiro (1895-1998), O Cascavel do Repente.
Só a presença de um ou de outro desses artistas – ases da improvisação mais antiga e moderna – numa cantoria de viola valia por tudo, tamanha a categoria como se apresentavam nos pés de parede em duelos linguísticos de vida e morte.
Eram tão grandes, mas tão grandes, que na falta de palavras eles as inventavam num piscar d´olhos; como, aliás, fazia o estudioso das coisas e hábitos do sertão, o mineiro João Guimarães Rosa (1908-67).
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
ESPAÇO CULTURAL ZÉ RAMALHO
Do amigo juiz de Direito da Comarca de João Pessoa, Onaldo Queiroga, recebo esta crônica que compartilho com vocês:
Fazer cultura no Brasil é algo muito difícil. O fato é que a cultura sempre encontra no seu caminho portas fechadas. Raros são os momentos em que ela encontra uma mão estendida com o intuito de abrir espaço para o seu fortalecimento. É importante dizer que a mídia, por exemplo, dedica seu espaço, concedido pelo poder público, no mais das vezes para atender às conveniências de um lixo sonoro que transita pelas ondas dos rádios, na telinha dos canais de TV ou mesmo nas páginas dos jornais impressos. E a verdadeira cultura? Só lhe resta a maratona da eterna luta, da perseverança, de acreditar que o modismo sempre passa e que o que é verdadeiro continuará com a luz acesa. Existem alguns poucos abnegados que persistem nessa luta em nome da verdadeira cultura, mesmo contra tudo e todos. Em Brejo do Cruz, por exemplo, há um espaço dedicado ao cantor Zé Ramalho. Como sabemos, foi naquela cidade que esse ícone paraibano nasceu, e, por isso, um abnegado de nome Aurílio Santos, há muitos anos, criou esse espaço, uma espécie de memorial destinado ao filho maior da Pedra Ondulada, aberto diariamente para visitação do público. Esse espaço vem sendo mantido sem ajuda de quem quer que seja, sem apoio de órgãos públicos municipais, estaduais e/ou federais.
A nossa preocupação no momento é o fato de que Aurílio anuncia que, por falta de verbas, o Acervo Zé Ramalho não terá como se manter, e, caso não receba auxílio, fechará as portas a partir de janeiro de 2013. Esse acervo é patrimônio não só paraibano, mas nacional. Para sobreviver, Aurílio promove a venda de produtos reproduzidos do próprio artista. Com o iminente fechamento do acervo, não sabemos o destino que será dado ao patrimônio ali existente.
Um artista da estirpe de Zé Ramalho merece todas as honras dos paraibanos, principalmente das autoridades constituídas, que têm obrigação de criar novos espaços, sejam museus ou memoriais para visitação diuturna, ações que devem ir além do Acervo de Zé Ramalho, para contemplar, também, todos os filhos ilustres que muito já fizeram por nossa Paraíba.
É uma pena a ausência de consciência, compromisso e maturidade cultural não só das autoridades, como também da própria sociedade, isto no sentido de resguardar a sua própria história. A Europa, sabidamente, vive da sua história. São incontáveis os turistas que vão ao velho mundo para visitação dos museus e monumentos seculares e até milenares. Em Buenos Aires existem vários espaços em homenagem a Carlos Gardel, visitados por inúmeros turistas. Alagoa Grande, hoje, tem o Museu de Jackson do Pandeiro. Mantenhamo-nos unidos e diligentes em prol da a permanência do Acervo Zé Ramalho. Ele e a Paraíba merecem esse espaço!
Agora que leu, clique:
Fazer cultura no Brasil é algo muito difícil. O fato é que a cultura sempre encontra no seu caminho portas fechadas. Raros são os momentos em que ela encontra uma mão estendida com o intuito de abrir espaço para o seu fortalecimento. É importante dizer que a mídia, por exemplo, dedica seu espaço, concedido pelo poder público, no mais das vezes para atender às conveniências de um lixo sonoro que transita pelas ondas dos rádios, na telinha dos canais de TV ou mesmo nas páginas dos jornais impressos. E a verdadeira cultura? Só lhe resta a maratona da eterna luta, da perseverança, de acreditar que o modismo sempre passa e que o que é verdadeiro continuará com a luz acesa. Existem alguns poucos abnegados que persistem nessa luta em nome da verdadeira cultura, mesmo contra tudo e todos. Em Brejo do Cruz, por exemplo, há um espaço dedicado ao cantor Zé Ramalho. Como sabemos, foi naquela cidade que esse ícone paraibano nasceu, e, por isso, um abnegado de nome Aurílio Santos, há muitos anos, criou esse espaço, uma espécie de memorial destinado ao filho maior da Pedra Ondulada, aberto diariamente para visitação do público. Esse espaço vem sendo mantido sem ajuda de quem quer que seja, sem apoio de órgãos públicos municipais, estaduais e/ou federais.
A nossa preocupação no momento é o fato de que Aurílio anuncia que, por falta de verbas, o Acervo Zé Ramalho não terá como se manter, e, caso não receba auxílio, fechará as portas a partir de janeiro de 2013. Esse acervo é patrimônio não só paraibano, mas nacional. Para sobreviver, Aurílio promove a venda de produtos reproduzidos do próprio artista. Com o iminente fechamento do acervo, não sabemos o destino que será dado ao patrimônio ali existente.
Um artista da estirpe de Zé Ramalho merece todas as honras dos paraibanos, principalmente das autoridades constituídas, que têm obrigação de criar novos espaços, sejam museus ou memoriais para visitação diuturna, ações que devem ir além do Acervo de Zé Ramalho, para contemplar, também, todos os filhos ilustres que muito já fizeram por nossa Paraíba.
É uma pena a ausência de consciência, compromisso e maturidade cultural não só das autoridades, como também da própria sociedade, isto no sentido de resguardar a sua própria história. A Europa, sabidamente, vive da sua história. São incontáveis os turistas que vão ao velho mundo para visitação dos museus e monumentos seculares e até milenares. Em Buenos Aires existem vários espaços em homenagem a Carlos Gardel, visitados por inúmeros turistas. Alagoa Grande, hoje, tem o Museu de Jackson do Pandeiro. Mantenhamo-nos unidos e diligentes em prol da a permanência do Acervo Zé Ramalho. Ele e a Paraíba merecem esse espaço!
Agora que leu, clique:
http://youtu.be/sbzeATyAuL4
terça-feira, 27 de novembro de 2012
JOÃO CLÁUDIO E SINFÔNICA DE TERESINA
A atual ministra da Cultura, a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, andou pelo Grande ABC visitando os antigos estúdios da Vera Cruz.
Ela promete revitalizar os estúdios.
Isso é bom.
A sua visita deveu-se a inauguração do centro Audiovisual do município, que visa a formação de profissionais na área do cinema.
O investimento inicial feito pelo Ministério é da ordem de R$ 5 milhões.
KLABIN
No próximo dia 6 estarei proferindo palestra na Fundação Cultural Ema Klabin, como parte da programação da série Aula de Mestres. A Fundação está localizada à Rua Portugal, 43, Jardim Europa. Tema: Luiz Gonzaga, o Divisor de Águas da Música Brasileira. Mais informações pelo telefone 3062.5245.
MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA/Ensaio
A cantora Socorro Lira, Oswaldinho do Acordeon, o multipercussionista Papete e eu estaremos apresentando o espetáculo O SAMBA DO REI DO BAIÃO no Memorial da América Latina, no próximo dia 9, às 20 horas.
Agendem-se, porque a coisa é bonita.
E atenção: se você não assistiu anteontem ao programa Ensaio, da TV Cultura, tem hoje na virada da meia-noite a oportunidade de assisti-lo. A artista convidada é Socorro Lira (aí na foto, acarinhada pelo amigo e criador do programa, Fernando Faro). Não perca, à 1h15.
CANTATA GONZAGUIANA
E se você estiver em Brasília ou redondezas no próximo dia 3, vá ao Congresso Nacional aplaudir a Cantata Gonzaguiana, com a Orquestra Sinfônica de Teresina & João Cláudio Moreno.
Nota mil.
Clique: http://www.youtube.com/watch?v=3oLQj7ms40g
TCC
Do estudante Rafael Carneiro da Cunha eu acabo de receber o email que diz:
- Estou passando aqui para avisar que a minha banca de TCC será hoje, äs 20h15, lá na PUC.
Como comentei com você, eu fiz um livro com histórias de nordestinos que vieram para São Paulo em busca de uma vida melhor e retornaram para a sua terra natal. Alguns dos personagens ainda estão por aqui e sonham, se planejam para essa volta. Os motivos? São os mais diversos. Alguns querem voltar/voltaram porque a economia nordestina está crescendo significativamente. Outros não aguentam mais viver aqui, não se sentem parte de São Paulo ou não tiveram sucesso na cidade. A busca por boas histórias não me impôs limites e até para o Piauí de ônibus eu fui.
Ssucesso Rafael, na sua empreitada. Estou torcendo por você.
Ela promete revitalizar os estúdios.
Isso é bom.
A sua visita deveu-se a inauguração do centro Audiovisual do município, que visa a formação de profissionais na área do cinema.
O investimento inicial feito pelo Ministério é da ordem de R$ 5 milhões.
KLABIN
No próximo dia 6 estarei proferindo palestra na Fundação Cultural Ema Klabin, como parte da programação da série Aula de Mestres. A Fundação está localizada à Rua Portugal, 43, Jardim Europa. Tema: Luiz Gonzaga, o Divisor de Águas da Música Brasileira. Mais informações pelo telefone 3062.5245.
MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA/Ensaio
A cantora Socorro Lira, Oswaldinho do Acordeon, o multipercussionista Papete e eu estaremos apresentando o espetáculo O SAMBA DO REI DO BAIÃO no Memorial da América Latina, no próximo dia 9, às 20 horas.
Agendem-se, porque a coisa é bonita.
E atenção: se você não assistiu anteontem ao programa Ensaio, da TV Cultura, tem hoje na virada da meia-noite a oportunidade de assisti-lo. A artista convidada é Socorro Lira (aí na foto, acarinhada pelo amigo e criador do programa, Fernando Faro). Não perca, à 1h15.
CANTATA GONZAGUIANA
E se você estiver em Brasília ou redondezas no próximo dia 3, vá ao Congresso Nacional aplaudir a Cantata Gonzaguiana, com a Orquestra Sinfônica de Teresina & João Cláudio Moreno.
Nota mil.
Clique: http://www.youtube.com/watch?v=3oLQj7ms40g
TCC
Do estudante Rafael Carneiro da Cunha eu acabo de receber o email que diz:
- Estou passando aqui para avisar que a minha banca de TCC será hoje, äs 20h15, lá na PUC.
Como comentei com você, eu fiz um livro com histórias de nordestinos que vieram para São Paulo em busca de uma vida melhor e retornaram para a sua terra natal. Alguns dos personagens ainda estão por aqui e sonham, se planejam para essa volta. Os motivos? São os mais diversos. Alguns querem voltar/voltaram porque a economia nordestina está crescendo significativamente. Outros não aguentam mais viver aqui, não se sentem parte de São Paulo ou não tiveram sucesso na cidade. A busca por boas histórias não me impôs limites e até para o Piauí de ônibus eu fui.
Ssucesso Rafael, na sua empreitada. Estou torcendo por você.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
HERNÂNI DONATO É HOJE ESTRELA NO CÉU
Só agora lendo os torpedos do bom, querido e atento Luís Avelima é que me dei conta de que o Brasil perdeu um de seus mais brilhantes filhos: o escritor Hernâni Donato.
Hernani, uma pessoa sempre de bem com a vida, teve uma relação muito boa com o número 2.
Ele nasceu em Botucatu, SP, no dia 12 de dezembro de 1922 e morreu na capital paulista no dia 22 deste mês e ano de 2012.
Esse número é um número interessante, por representar carinho, respeito, amor e compreensão.
O matemático Malba Tahan, de batismo Júlio Cesar de Melo e Souza, carioca de 1895, já dizia isso.
Eu gostava muito de Hernâni.
São de sua autoria os indispensáveis livros Dicionário das Batalhas Brasileiras e A Revolução de 1932, clássicos que nos ajudam a entender o Brasil e, particularmente, São Paulo.
Junto com Mário Albanese, Ives Gandra, que acaba de prefaciar o livro Antologia dos Pensionistas; e Paulo Vanzolini, entre outros, uma vez por mês ocupávamos espaço na Pensão Jundiaí, criada por Mariazinha Congilio, uma poeta paulista de Planalto, muito querida por todos nós.
Hernâni foi contista, romancista, ensaísta, biógrafo e historiador.
E como ser humano, incrível!
Num livro de minha autoria, publicado em 1996, à guisa de apresentação ele escreveu:
“Às vezes, a obra aprisiona o criador. E o conduz, molda. Aconteceu assim a Assis Ângelo em relação a seu texto a Presença dos Cordelistas e Cantadores Repentistas em São Paulo. A crônica dirá tratar-se de um dos mais persistentes, argutos, conscienciosos pesquisadores debruçados sobre a multifacetada estrutura da sociedade paulistana. É de justiça incluí-lo no rol dos que, a seu modo, amaram e serviram a cidade nem sempre fácil de entender, conquistar, manter no achego dos grandes afetos {...} Neste trabalho de fôlego e pertinência, Assis Ângelo estuda o cordel, o repente (introduzindo o leitor na antiguidade, nos requintes, na beleza, nas dificuldades do gênero)...”.
Ele finda o texto extraindo de uma sextilha uma quadra a mim me dirigida pelo grande poeta repentista Otacílio Batista, esta:
Nosso companheiro Assis
Que é poeta de raça
Gosta muito de São Paulo
E sem São Paulo não passa...
Além do mais, Hernâni Donato era um ser generoso.
PALESTRA
Ontem Roniwalter Jatobá, Chambinho do Acordeon e eu, sob a experiente batuta da jornalista Mirian Paglia (aí, no clique da produtora cultural Andrea Lago), fizemos palestra de encerramento do projeto literário independente Primavera dos Livros na Biblioteca de São Paulo, no Parque da Juventude. Roni, que é autor do livro O Jovem Luiz Gonzaga (Nova Alexadnria), agora na 2ª edição, falou com categoria da infância de Gonzaga em Exu e a sua chegada ao Rio de Janeiro. Eu falei da obra e um pouco do homem e Chambinho, naturalmente, discorreu sobre a experiência de levar o personagem para a telena (Gonzaga, de Pai Pra Filho, atualmente em cartaz nas boas salas do ramo).
Depois da troca de ideias na mesa, Chambinho deu show num dos espaços da biblioteca.
Arrasou.
O evento é promovido pela Liga Brasileira de Editoras (Libre).
Além de primavera, o ano tem outras estações: inverno, outono e verão.
Sugestão: por que não um evento chamado LEITURAS DE VERÃO, hein?
DE PAI PRA FILHO
Hoje faz um mês que o filme Gonzaga, de Pai Pra Filho, de Breno Silveira, entrou em cartaz nos cinemas do Brasil. Até agora, cerca de 1,3 milhão de pessoas já o assistiram. Muita gente tem saído chorando, caso do criador da Cortez Editora, José Cortez.
CASA DO REPENTISTA
O amigo Chico Repentista convida amigos para uma tertúlia na Casa do Cantador em Ceilância, no Distrito Federal, na próxima sexta, 30, às 20 horas. A Casa foi criada em 1986 e ergueu-se com projeto de mestre Oscar Niemeyer.
Hernani, uma pessoa sempre de bem com a vida, teve uma relação muito boa com o número 2.
Ele nasceu em Botucatu, SP, no dia 12 de dezembro de 1922 e morreu na capital paulista no dia 22 deste mês e ano de 2012.
Esse número é um número interessante, por representar carinho, respeito, amor e compreensão.
O matemático Malba Tahan, de batismo Júlio Cesar de Melo e Souza, carioca de 1895, já dizia isso.
Eu gostava muito de Hernâni.
São de sua autoria os indispensáveis livros Dicionário das Batalhas Brasileiras e A Revolução de 1932, clássicos que nos ajudam a entender o Brasil e, particularmente, São Paulo.
Junto com Mário Albanese, Ives Gandra, que acaba de prefaciar o livro Antologia dos Pensionistas; e Paulo Vanzolini, entre outros, uma vez por mês ocupávamos espaço na Pensão Jundiaí, criada por Mariazinha Congilio, uma poeta paulista de Planalto, muito querida por todos nós.
Hernâni foi contista, romancista, ensaísta, biógrafo e historiador.
E como ser humano, incrível!
Num livro de minha autoria, publicado em 1996, à guisa de apresentação ele escreveu:
“Às vezes, a obra aprisiona o criador. E o conduz, molda. Aconteceu assim a Assis Ângelo em relação a seu texto a Presença dos Cordelistas e Cantadores Repentistas em São Paulo. A crônica dirá tratar-se de um dos mais persistentes, argutos, conscienciosos pesquisadores debruçados sobre a multifacetada estrutura da sociedade paulistana. É de justiça incluí-lo no rol dos que, a seu modo, amaram e serviram a cidade nem sempre fácil de entender, conquistar, manter no achego dos grandes afetos {...} Neste trabalho de fôlego e pertinência, Assis Ângelo estuda o cordel, o repente (introduzindo o leitor na antiguidade, nos requintes, na beleza, nas dificuldades do gênero)...”.
Ele finda o texto extraindo de uma sextilha uma quadra a mim me dirigida pelo grande poeta repentista Otacílio Batista, esta:
Nosso companheiro Assis
Que é poeta de raça
Gosta muito de São Paulo
E sem São Paulo não passa...
Além do mais, Hernâni Donato era um ser generoso.
PALESTRA
Ontem Roniwalter Jatobá, Chambinho do Acordeon e eu, sob a experiente batuta da jornalista Mirian Paglia (aí, no clique da produtora cultural Andrea Lago), fizemos palestra de encerramento do projeto literário independente Primavera dos Livros na Biblioteca de São Paulo, no Parque da Juventude. Roni, que é autor do livro O Jovem Luiz Gonzaga (Nova Alexadnria), agora na 2ª edição, falou com categoria da infância de Gonzaga em Exu e a sua chegada ao Rio de Janeiro. Eu falei da obra e um pouco do homem e Chambinho, naturalmente, discorreu sobre a experiência de levar o personagem para a telena (Gonzaga, de Pai Pra Filho, atualmente em cartaz nas boas salas do ramo).
Depois da troca de ideias na mesa, Chambinho deu show num dos espaços da biblioteca.
Arrasou.
O evento é promovido pela Liga Brasileira de Editoras (Libre).
Além de primavera, o ano tem outras estações: inverno, outono e verão.
Sugestão: por que não um evento chamado LEITURAS DE VERÃO, hein?
DE PAI PRA FILHO
Hoje faz um mês que o filme Gonzaga, de Pai Pra Filho, de Breno Silveira, entrou em cartaz nos cinemas do Brasil. Até agora, cerca de 1,3 milhão de pessoas já o assistiram. Muita gente tem saído chorando, caso do criador da Cortez Editora, José Cortez.
CASA DO REPENTISTA
O amigo Chico Repentista convida amigos para uma tertúlia na Casa do Cantador em Ceilância, no Distrito Federal, na próxima sexta, 30, às 20 horas. A Casa foi criada em 1986 e ergueu-se com projeto de mestre Oscar Niemeyer.
domingo, 25 de novembro de 2012
LUIZ GONZAGA EM QUADRINHOS
Daqui a pouco, às 16 horas, eu e Roniwalter Jatobá estaremos participando da última mesa redonda do projeto Primavera do Livro 2012, que será mediada pela jornalista Mirian Paglia no auditório da Biblioteca de São Paulo.
Essa biblioteca ocupa espaço privilegiado no Parque da Juventude, ali na Avenida Cruzeiro do Sul, 2630, perto da estação Tietê do metrô.
No local, durante anos, existiu a Casa de Detenção.
O tema da mesa é o pernambucano de Exu rei do baião Luiz Gonzaga, que desapareceu no dia 2 de agosto de 1989, em Recife, e este ano, em dezembro, completaria 100 anos de nascimento.
Na ocasião a editora Cumaru lançará Luiz Gonzaga, o Rei do Baião (reprodução da capa, acima), de minha autoria, com quadrinhos do cearense Klévisson Viana.
A publicação é direcionada às crianças de todo canto, mas – é claro – vale ser lida também por todos os adultos de todos cantos.
O sanfoneiro Chambinho, que vive no cinema o autor de Vira e Mexe e Asa Branca, fecharará o evento com chave de ouro, ou seja: cantando e tocando para todo mundo dançar.
A entrada é gratuita, assim como ao que dirá a mesa; mas é recomendável chegar ali pelas 15 horas.
Roniwalter é romancista dos mais aplaudidos, no Brasil e no Exterior.
A sua presença na mesa se deve ao fato de ele ter escrito um dos mais belos livros sobre o grande artista pernambucano: O Jovem Luiz Gonzaga, lançado pela editora Nova Alexandria, de São Paulo, em 2009.
FLORIPA
Anteontem estive proferindo palestra sobre Gonzaga no auditório da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (registro abaixo, no clique de Andrea Lago). Foi legal. Depois passeei um pouco pelo centro velho de Florianópolis, tendo como cicerone Marco Zanfra, jornalista das antigas, dos bons, e autor do livro As Covas Gêmeas, lançado ano passado pela Editora Brasiliense e já na agulha para ganhar a telona. O dia lá em Floripa terminou no Arante Bar e Restaurante, plantado no Morro das Pedras e com vistas para o mar. Fantástico!
E por falar em Fantástico, clique:
http://www.youtube.com/watch?v=2K6kxGykzGU
E clique também:
SOCORRO LIRA
Logo mais às 23 horas a cantora Socorro Lira estará dando o ar da sua graça na telinha da TV Cultura, mais precisamente no programa Ensaio, do craque bom de fala e registro Fernando Faro.
Essa biblioteca ocupa espaço privilegiado no Parque da Juventude, ali na Avenida Cruzeiro do Sul, 2630, perto da estação Tietê do metrô.
No local, durante anos, existiu a Casa de Detenção.
O tema da mesa é o pernambucano de Exu rei do baião Luiz Gonzaga, que desapareceu no dia 2 de agosto de 1989, em Recife, e este ano, em dezembro, completaria 100 anos de nascimento.
Na ocasião a editora Cumaru lançará Luiz Gonzaga, o Rei do Baião (reprodução da capa, acima), de minha autoria, com quadrinhos do cearense Klévisson Viana.
A publicação é direcionada às crianças de todo canto, mas – é claro – vale ser lida também por todos os adultos de todos cantos.
O sanfoneiro Chambinho, que vive no cinema o autor de Vira e Mexe e Asa Branca, fecharará o evento com chave de ouro, ou seja: cantando e tocando para todo mundo dançar.
A entrada é gratuita, assim como ao que dirá a mesa; mas é recomendável chegar ali pelas 15 horas.
Roniwalter é romancista dos mais aplaudidos, no Brasil e no Exterior.
A sua presença na mesa se deve ao fato de ele ter escrito um dos mais belos livros sobre o grande artista pernambucano: O Jovem Luiz Gonzaga, lançado pela editora Nova Alexandria, de São Paulo, em 2009.
FLORIPA
Anteontem estive proferindo palestra sobre Gonzaga no auditório da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (registro abaixo, no clique de Andrea Lago). Foi legal. Depois passeei um pouco pelo centro velho de Florianópolis, tendo como cicerone Marco Zanfra, jornalista das antigas, dos bons, e autor do livro As Covas Gêmeas, lançado ano passado pela Editora Brasiliense e já na agulha para ganhar a telona. O dia lá em Floripa terminou no Arante Bar e Restaurante, plantado no Morro das Pedras e com vistas para o mar. Fantástico!
E por falar em Fantástico, clique:
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E clique também:
SOCORRO LIRA
Logo mais às 23 horas a cantora Socorro Lira estará dando o ar da sua graça na telinha da TV Cultura, mais precisamente no programa Ensaio, do craque bom de fala e registro Fernando Faro.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
BOSSA NOVA, 50 ANOS
Há exatos 50 anos e numa quarta-feira como esta, só que às 20h30, a mais famosa casa de shows nova-iorquina, Carnegie Hall, abria as suas portas para um grupo de artistas brasileiros apresentar o ritmo bossa nova surgido quatro anos antes, na zona sul do Rio de Janeiro.
Nas suas origens, a batida de João Gilberto que deu forma à bossa nova traz óbvios e ululantes fragmentos rítmicos do jazz, que é a boa música negra dos norte-americanos.
Após a apresentação dos brasileiros lá na Hall - pífia, segundo registro de jornais da época - a bossa começou aos poucos a ganhar repercussão na terra do Tio Sam, mas não tardou a virar praga aqui e alhures.
Vítima disso tombou momentaneamente o Rei do Baião, que chegou até a ensaiar a sua retirada do campo da nossa música. "Ninguém me quer mais", ele resmungou aos ouvidos de Dominguinhos, seu mais autêntico sucessor. Mas recompôs-se ao surgir o boato de que os beatles iam gravar Asa Branca.
The Beatles não gravou Asa Branca, mas o boato levado às páginas dos jornais e revistas da época revigorou Luiz Gonzaga.
Todas as células musicais do baião são de origem brasileira.
Por conta do sucesso da bossa no Exterior - mas não do show no Carnegie Hall, como indica matéria do jornal O Globo, acima - muitos artistas seguiram a pancada quase inaudível do papa João.
Até o conjunto de samba mais antigo do País, o Demônios da Garoa, entrou na onda (abaixo, reprodução da capa de um LP lançado na Argentina).
Aliás, na noite de 21 de novembro de 1962 um grupo de argentinos também participou da festa, regada a café.
A festa no Carnegie Hall foi patrocinada todinha pelo governo brasileiro, que queria que os norte-americanos se não trocassem pelo menos incluissem nos seus hábitos o gosto pelo café.
A trilha da bosa é The Girl From Ipanema, de Gimble-Jobim-Moraes.
Curiosidade: no dia 23 de janeiro de 1961, o norte-americano criador do be bop junto com Charlie Parker, Dizzy Gillespie, apresentou no Monterey Jazz Festival, na Califórnia, Estados Unidos, o maracatu em ritmo de bossa Pau de Arara, de Luiz Gonzaga e Guio de Moraes. Essa gravação saiu em 1962 no LP Dizzy on The French Riviera, na penúltima faixa do lado B (o lado A trazia Desafinado). Detalhe: desse mesmo festival, e naquele ano, participaram Louis Armstrong e Duke Ellington, entre outros artistas de peso.
Nas suas origens, a batida de João Gilberto que deu forma à bossa nova traz óbvios e ululantes fragmentos rítmicos do jazz, que é a boa música negra dos norte-americanos.
Após a apresentação dos brasileiros lá na Hall - pífia, segundo registro de jornais da época - a bossa começou aos poucos a ganhar repercussão na terra do Tio Sam, mas não tardou a virar praga aqui e alhures.
Vítima disso tombou momentaneamente o Rei do Baião, que chegou até a ensaiar a sua retirada do campo da nossa música. "Ninguém me quer mais", ele resmungou aos ouvidos de Dominguinhos, seu mais autêntico sucessor. Mas recompôs-se ao surgir o boato de que os beatles iam gravar Asa Branca.
The Beatles não gravou Asa Branca, mas o boato levado às páginas dos jornais e revistas da época revigorou Luiz Gonzaga.
Todas as células musicais do baião são de origem brasileira.
Por conta do sucesso da bossa no Exterior - mas não do show no Carnegie Hall, como indica matéria do jornal O Globo, acima - muitos artistas seguiram a pancada quase inaudível do papa João.
Até o conjunto de samba mais antigo do País, o Demônios da Garoa, entrou na onda (abaixo, reprodução da capa de um LP lançado na Argentina).
Aliás, na noite de 21 de novembro de 1962 um grupo de argentinos também participou da festa, regada a café.
A festa no Carnegie Hall foi patrocinada todinha pelo governo brasileiro, que queria que os norte-americanos se não trocassem pelo menos incluissem nos seus hábitos o gosto pelo café.
A trilha da bosa é The Girl From Ipanema, de Gimble-Jobim-Moraes.
Curiosidade: no dia 23 de janeiro de 1961, o norte-americano criador do be bop junto com Charlie Parker, Dizzy Gillespie, apresentou no Monterey Jazz Festival, na Califórnia, Estados Unidos, o maracatu em ritmo de bossa Pau de Arara, de Luiz Gonzaga e Guio de Moraes. Essa gravação saiu em 1962 no LP Dizzy on The French Riviera, na penúltima faixa do lado B (o lado A trazia Desafinado). Detalhe: desse mesmo festival, e naquele ano, participaram Louis Armstrong e Duke Ellington, entre outros artistas de peso.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
O SAMBA DO REI DO BAIÃO (II)
Aguardem O Samba do Rei do Baião.
Disco, espetáculo etc. e tal.
Foto aí ao lado, de Andrea Lago no tal assim chamado clic panorâmico é registro.
....................
Depois de amanhã estarei falando prum monte de estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina, como sempre faço para escolas e estudantes sobre cultura popular e Luiz Gonzaga.
Que Deus nos salve.
................
Mestres Oswaldinho do Acordeon, Jorge Ribbas e Papete estão participando e dando tudo de si e do melhor que aprenderam na vida.
São geniais.
Feijão é alimento simples que faz bem e alimenta.
Disco, espetáculo etc. e tal.
Foto aí ao lado, de Andrea Lago no tal assim chamado clic panorâmico é registro.
....................
Depois de amanhã estarei falando prum monte de estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina, como sempre faço para escolas e estudantes sobre cultura popular e Luiz Gonzaga.
Que Deus nos salve.
................
Mestres Oswaldinho do Acordeon, Jorge Ribbas e Papete estão participando e dando tudo de si e do melhor que aprenderam na vida.
São geniais.
Feijão é alimento simples que faz bem e alimenta.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
O SAMBA DO REI DO BAIÃO
Decerto nunca houve, não há e nem haverá dois Luizes do tamanho do Rei do Baião, aqui ou fora daqui. Sim, eu me refiro aquele nascido no pé da serra de Exu, PE, no dia 13 de dezembro de 1912 e batizado no dia 5 de janeiro de 1913, definitivamente o maior sanfoneiro que o Brasil já deu em todos os tempos.
Como cidadão, ele também era exemplar.
Eu o conheci bem.
Luiz Gonzaga nos deixou como herança um repertório enorme.
Refazendo as contas, lá vai: o número de músicas que ele nos legou chega a 676, incluindo as que ele compôs sozinho e com parceiros ou simplesmente de outros autores, gravadas nos mais diferentes ritmos e gêneros; desde sambas, marchas carnavalescas e até fado.
Nessa conta incluo as que ele compôs com o pai Januário e com nomes de peso à época como o jornalista David Nasser, gravadas por Isaurinha Garcia, Jamelão e Augusto Calheiros, entre outros.
Parte da sua obra desconhecida integra o projeto O Samba do Rei do Baião, de iniciativa do Instituto Memória Brasil e ora em andamento.
O primeiro ensaio (no registro acima) foi feito ontem com Oswaldinho do Acordeon, Papete, Jorge Ribbas, maestro-arranjador responsável pela transcrição em pauta; e Socorro Lira (de costas, na foto).
O júri do Prêmio da Música Brasileira reconheceu este ano Socorro Lira como a melhor cantora do País, na categoria regional.
É ela quem dá voz à obra gonzagueana garimpada por mim no acervo do Instituto.
Socorro dividirá faixas no disco O Samba do Rei do Baião com Papete, Osvaldinho da Cuíca e outros grandes artistas, incluindo a portuguesa Suzana Travassos e a galega Uxía, com quem, aliás, ela fará espetáculo na noite de 21 próximo na Funarte, na Sala Guiomar Novaes.
LUIZ GONZAGA
Acesse clicando:
jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular04.pdf
BOA COMPANHIA
O instrumentista Fábio Peron lança daqui a pouco o CD EM BOA COMPANHIA, todo com músicas de sua autoria e a participação de cobras, só cobras, como Zeli Silva (contrabaixo), Fernando Amaro (bateria), Tiago Saul (violão seis cordas) e o paizão Ítalo, no violão sete cordas. Ao lançamento seguirá um show no Teatro da Vila, que fica ali na Rua Jericó, 256, esquina com a Rodésia, no bairro de Vila Madalena.
BELCHIOR
Pois é, o cantor cearense Belchior agora está sendo procurado pela Polícia do Uruguai; mas ele não será preso ou condenado, pois lá dever dinheiro não é crime. Pelos cálculos de quem entende do riscado, o artista deve uns 200 mil reais. A pergunta que todo mundo faz é: por que Bel abandonou tudo para seguir o resto de seus dias à margem da vida?
Como cidadão, ele também era exemplar.
Eu o conheci bem.
Luiz Gonzaga nos deixou como herança um repertório enorme.
Refazendo as contas, lá vai: o número de músicas que ele nos legou chega a 676, incluindo as que ele compôs sozinho e com parceiros ou simplesmente de outros autores, gravadas nos mais diferentes ritmos e gêneros; desde sambas, marchas carnavalescas e até fado.
Nessa conta incluo as que ele compôs com o pai Januário e com nomes de peso à época como o jornalista David Nasser, gravadas por Isaurinha Garcia, Jamelão e Augusto Calheiros, entre outros.
Parte da sua obra desconhecida integra o projeto O Samba do Rei do Baião, de iniciativa do Instituto Memória Brasil e ora em andamento.
O primeiro ensaio (no registro acima) foi feito ontem com Oswaldinho do Acordeon, Papete, Jorge Ribbas, maestro-arranjador responsável pela transcrição em pauta; e Socorro Lira (de costas, na foto).
O júri do Prêmio da Música Brasileira reconheceu este ano Socorro Lira como a melhor cantora do País, na categoria regional.
É ela quem dá voz à obra gonzagueana garimpada por mim no acervo do Instituto.
Socorro dividirá faixas no disco O Samba do Rei do Baião com Papete, Osvaldinho da Cuíca e outros grandes artistas, incluindo a portuguesa Suzana Travassos e a galega Uxía, com quem, aliás, ela fará espetáculo na noite de 21 próximo na Funarte, na Sala Guiomar Novaes.
LUIZ GONZAGA
Acesse clicando:
jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular04.pdf
BOA COMPANHIA
O instrumentista Fábio Peron lança daqui a pouco o CD EM BOA COMPANHIA, todo com músicas de sua autoria e a participação de cobras, só cobras, como Zeli Silva (contrabaixo), Fernando Amaro (bateria), Tiago Saul (violão seis cordas) e o paizão Ítalo, no violão sete cordas. Ao lançamento seguirá um show no Teatro da Vila, que fica ali na Rua Jericó, 256, esquina com a Rodésia, no bairro de Vila Madalena.
BELCHIOR
Pois é, o cantor cearense Belchior agora está sendo procurado pela Polícia do Uruguai; mas ele não será preso ou condenado, pois lá dever dinheiro não é crime. Pelos cálculos de quem entende do riscado, o artista deve uns 200 mil reais. A pergunta que todo mundo faz é: por que Bel abandonou tudo para seguir o resto de seus dias à margem da vida?
domingo, 18 de novembro de 2012
ONDA DE CRIMES
Nós brasileiros de grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis, vivemos num clima de pé de guerra provocado por bandidos.
Em São Paulo tudo começou em julho, quando a Polícia matou seis integrantes do PCC, o tal Primeiro Comando da Capital, que lá atrás as autoridades ditas constituídas diziam que não existia e que era coisa de jornalista sem ter o que fazer.
Os fatos comprovaram o contrário.
A partir de agosto último, o crime organizado e atuante de dentro e de fora das grades mostrou a sua cara feia, matando até aqui mais de 90 policiais e uma quantidade absurda de inocentes.
No Rio, a Polícia subiu os morros e começou a desalojar criminosos.
A onda agora chega a Florianópolis e outras cidades do Sul.
Enquanto isso, as autoridades de São Paulo e Florianópolis dizem que a situação está controlada, que não há o que temer etc.
Tudo está sobcontrole dos criminosos, é claro.
PALESTRA
No próximo dia 23 estarei palestrando na Universidade Federal de Santa Catarina. Tomara, pois, que o crime não tenha chegada à universidade.
Em São Paulo tudo começou em julho, quando a Polícia matou seis integrantes do PCC, o tal Primeiro Comando da Capital, que lá atrás as autoridades ditas constituídas diziam que não existia e que era coisa de jornalista sem ter o que fazer.
Os fatos comprovaram o contrário.
A partir de agosto último, o crime organizado e atuante de dentro e de fora das grades mostrou a sua cara feia, matando até aqui mais de 90 policiais e uma quantidade absurda de inocentes.
No Rio, a Polícia subiu os morros e começou a desalojar criminosos.
A onda agora chega a Florianópolis e outras cidades do Sul.
Enquanto isso, as autoridades de São Paulo e Florianópolis dizem que a situação está controlada, que não há o que temer etc.
Tudo está sobcontrole dos criminosos, é claro.
PALESTRA
No próximo dia 23 estarei palestrando na Universidade Federal de Santa Catarina. Tomara, pois, que o crime não tenha chegada à universidade.
sábado, 17 de novembro de 2012
GERMANO MATHIAS LANÇA DISCO NOVO
O paulistano Germano Mathias, que insiste em não perder a voz nem envelhecer (está com 78 anos), lança hoje à noite, na unidade Sesc Belenzinho, mais um belo disco: Raiz e Tradição, com a sua marca de total qualidade.
Germano começou a gravar discos em 1956, quando entrou nos estúdios da Polydor e gravou o 78 RPM 1137 (reprodução do selo, acima), que trazia no lado A o samba Minha Pretinha, de Jair Gonçalves e Edison Borges, e do lado B, de sua autoria e Doca, de nascimento Firmo Jordão, Minha Nega na Janela, também um samba que provocou sucesso e um certo furor por causa da letra considerada racista que a certa altura dizia:
Diz que tá tirando linha/
Eta nega, tu é feia que parece macaquinha...
O novo disco de Germano também tem uma faixa que pode não ser considerada politicamente correta.
É Sapato de Maria, de Vitor Dagô.
Diz a letra que num dia de carnaval foi achado na avenida um sapato de uma certa Maria, que sambou nua etc. O companheiro da sambista não gosta do que lhe contam e jura:
Na quarta-feira de cinzas ela vai ver/
Quando voltar para o nosso barracão/
O pau vai comer.
O novo CD de Germano Mathias, que traz belas composições de Jorge Costa/Venâncio, Haroldo Lobo/Milton de Oliveira, Allcyr Pires Vermelho; Pedro Caetano e Nelson Cavaquinho/Cesar Brasil, entre outros, sai com o selo da Gênesis Music.
Atenção para as faixas que trazem Lua Nova (Caio Silveira Ramos) e Sapato de Maria, já referida.
SERGIO RICARDO?
clique:
Germano começou a gravar discos em 1956, quando entrou nos estúdios da Polydor e gravou o 78 RPM 1137 (reprodução do selo, acima), que trazia no lado A o samba Minha Pretinha, de Jair Gonçalves e Edison Borges, e do lado B, de sua autoria e Doca, de nascimento Firmo Jordão, Minha Nega na Janela, também um samba que provocou sucesso e um certo furor por causa da letra considerada racista que a certa altura dizia:
Diz que tá tirando linha/
Eta nega, tu é feia que parece macaquinha...
O novo disco de Germano também tem uma faixa que pode não ser considerada politicamente correta.
É Sapato de Maria, de Vitor Dagô.
Diz a letra que num dia de carnaval foi achado na avenida um sapato de uma certa Maria, que sambou nua etc. O companheiro da sambista não gosta do que lhe contam e jura:
Na quarta-feira de cinzas ela vai ver/
Quando voltar para o nosso barracão/
O pau vai comer.
O novo CD de Germano Mathias, que traz belas composições de Jorge Costa/Venâncio, Haroldo Lobo/Milton de Oliveira, Allcyr Pires Vermelho; Pedro Caetano e Nelson Cavaquinho/Cesar Brasil, entre outros, sai com o selo da Gênesis Music.
Atenção para as faixas que trazem Lua Nova (Caio Silveira Ramos) e Sapato de Maria, já referida.
SERGIO RICARDO?
clique:
http://www.youtube.com/watch?v=S6qQQlZsbpk
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
VIVA A ARTE E OS ARTISTAS DO NORDESTE!
O Nordeste é dividido em quatro sub-regiões e ocupa 1.558,196 km2, ou 18,2% dos 8.511.965 km2 do território nacional.
Lá se acha o Polígono das Secas, que é formado pelo Semi-árido, Agreste e Sertão.
Lá também caberiam mais de um Peru, dois Chiles, quase três Franças, quatro Alemanhas, cinco Filipinas, onze Hungrias, quatorze Cubas, dezesseis Portugais, vinte Dinamarcas, mais de trinta Holandas, mais de quarenta Itálias...
Os Estados que o formam, são Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, onde vivem 52.191.238 habitantes, de acordo com dados do IBGE colhidos em 2007.
Além de sua enormidão territorial e populacional, o Nordeste é historicamente grande celeiro de poetas de altíssima qualidade, a exemplo dos nomes aqui reunidos.
Apesar disso, não são muitos os que perduram na memória coletiva, como Augusto dos Anjos, Gonçalves Dias, Castro Alves, Jorge de Lima, Ascenço Ferreira, Carlos Pena Filho e João Cabral de Melo Neto; Zé da Luz, Zé Limeira e Patativa do Assaré.
Digo isto à guisa da seleta que fiz em disco (Poetas Nordestinos dos Séculos XIX e XX) para mostrar a grandeza de poetas nordestinos do passado, como Manoel Moreira, Guimarães Passos, Cristóvão Barreto, Rodolfo Teófilo, Paula Nei, Álvaro Martins, José Carvalho, Raimundo Correia, Joaquim Serra, A. J. Pereira da Silva, Raul Machado, Honório Monteiro, Domingos Magarinos de Sousa Leão, Jonas da Silva, Da Costa e Silva, Auta de Sousa, Ferreira Itajubá e Hermes Fontes, cujas obras, graças a Deus, se acham em domínio público.
Não foi difícil encontrar esses nomes.
Difícil foi localizar as obras deles, espalhadas e nunca reeditadas.
E aí resolvemos interpretá-las para mostrar um pouco a beleza da arte da declamação, praticamente em extinção nos dias de hoje.
Um dos pioneiros dessa forma de expressão foi o pernambucano Luiz Vieira, que em 1953 gravou e lançou pelo selo Todamérica o belíssimo poema, de sua autoria, Se Eu Pudesse Falar, no qual denuncia os problemas centenários decorrentes da seca no Nordeste, que nenhum político ou grupo de políticos (partidos, leiam-se) resolveu acabar até hoje.
O radialista Paulo Gracindo também gostava de declamar.
Muita gente gostava de declamar.
Geraldo Vandré declama hoje como ninguém.
Nos primeiros anos de 1950, o produtor Irineu Garcia criou o selo Festa e fez Cecília Meireles, Carlos Drummond, Cassiano Ricardo, Manuel Bandeira, Murilo Mendes e João Cabral dizer seus próprios poemas.
Por que não retomamos essa bela prática?
Você sabe o que é o INSTITUTO MEMÓRIA BRASIL?
Clique:
Lá se acha o Polígono das Secas, que é formado pelo Semi-árido, Agreste e Sertão.
Lá também caberiam mais de um Peru, dois Chiles, quase três Franças, quatro Alemanhas, cinco Filipinas, onze Hungrias, quatorze Cubas, dezesseis Portugais, vinte Dinamarcas, mais de trinta Holandas, mais de quarenta Itálias...
Os Estados que o formam, são Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, onde vivem 52.191.238 habitantes, de acordo com dados do IBGE colhidos em 2007.
Além de sua enormidão territorial e populacional, o Nordeste é historicamente grande celeiro de poetas de altíssima qualidade, a exemplo dos nomes aqui reunidos.
Apesar disso, não são muitos os que perduram na memória coletiva, como Augusto dos Anjos, Gonçalves Dias, Castro Alves, Jorge de Lima, Ascenço Ferreira, Carlos Pena Filho e João Cabral de Melo Neto; Zé da Luz, Zé Limeira e Patativa do Assaré.
Digo isto à guisa da seleta que fiz em disco (Poetas Nordestinos dos Séculos XIX e XX) para mostrar a grandeza de poetas nordestinos do passado, como Manoel Moreira, Guimarães Passos, Cristóvão Barreto, Rodolfo Teófilo, Paula Nei, Álvaro Martins, José Carvalho, Raimundo Correia, Joaquim Serra, A. J. Pereira da Silva, Raul Machado, Honório Monteiro, Domingos Magarinos de Sousa Leão, Jonas da Silva, Da Costa e Silva, Auta de Sousa, Ferreira Itajubá e Hermes Fontes, cujas obras, graças a Deus, se acham em domínio público.
Não foi difícil encontrar esses nomes.
Difícil foi localizar as obras deles, espalhadas e nunca reeditadas.
E aí resolvemos interpretá-las para mostrar um pouco a beleza da arte da declamação, praticamente em extinção nos dias de hoje.
Um dos pioneiros dessa forma de expressão foi o pernambucano Luiz Vieira, que em 1953 gravou e lançou pelo selo Todamérica o belíssimo poema, de sua autoria, Se Eu Pudesse Falar, no qual denuncia os problemas centenários decorrentes da seca no Nordeste, que nenhum político ou grupo de políticos (partidos, leiam-se) resolveu acabar até hoje.
O radialista Paulo Gracindo também gostava de declamar.
Muita gente gostava de declamar.
Geraldo Vandré declama hoje como ninguém.
Nos primeiros anos de 1950, o produtor Irineu Garcia criou o selo Festa e fez Cecília Meireles, Carlos Drummond, Cassiano Ricardo, Manuel Bandeira, Murilo Mendes e João Cabral dizer seus próprios poemas.
Por que não retomamos essa bela prática?
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quinta-feira, 15 de novembro de 2012
DIA FRIO, TRISTEZA E VLADO HERZOG
Ontem de lua Nova desde o dia anterior, mais uma vez reunimos amigos em torno de uma feijoada para troca de considerações sobre tudo e ideias, aqui no bairro de Campos Eliseos.
O clima variável de 21 a 16 graus contribuiu para que tudo corresse bem.
O escritor Roniwalter Jatobá e o compositor/instrumentista Papete estavam especialmente inspirados, ambos falando pelos cotovelos.
Papete, considerado pela crítica especializada como um dos mais completos percursionistas do mundo, entre uma e outra birita de Minas, contou o quanto anda empolgado para participar da gravação de um disco que se chamará O Samba do Rei do Baião, que começará a ganhar forma a partir do próximo dia 18.
Pois, pois.
E foram chegando mais amigos: Darlan Ferreira com Vandré, o Paulo Benites...
As conversas se estenderam até a boca da noite.
Mas, confesso, eu nunca vi o Vandré tão triste, tão profundamente triste como ontem.
Na foto acima, da esqeurda para a direita, aparecem Papete, Darlan, Vandré, Roni e Paulo.
AUDÁLIO DANTAS Anteontem 13 o colega e amigo Audálio Dantas reuniu amigos em torno do livro As Duas Guerras de Vlado Herzog, da Perseguição Nazista na Europa à Morte sob Tortura no Brasil (Civilização Brasileira), lançado no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo. Acho que esse é o livro definitivo sobre a trajetória e fim trágico de Vlado. À pág. 244 lê-se: No Sindicato dos Jornalistas, onde alguns diretores se mantinham de plantão desde bem cedo, o tesoureiro Wilson Gomes foi o último a sair para o enterro. Ao sair, viu que restava alguém que ele não conhecia, sentado num canto da sala da diretoria, em silêncio. Perguntou-lhe: - Você vai ficar? - Não, eu estou esperando uma carona no carro do Sindicato. - O Sindicato não tem carro, mas eu vou de táxi ao enterro. Se quiser aproveitar... O estranho mal respondeu que aceitava, mas seguiu o direotr. No táxi a caminho do cemitério, ele se manteve o tempo todo em silêncio. Wilson Gomes chegou a imaginar que se tratasse de algum agente disfarçado, mas logo atribuiu a ideia à paronoia que tomava conta da cabeça de muitos de nós naqueles dias de incerteza. Ia conversando consigo mesmo, amargando a angústia e, mais do que isso, a raiva que sentia e a impotência contra um inimigo muito grande, podereoso a ponto de matar e permanecer impune. Quando o táxi parou no portão do cemitério, Wilson nem teve tempo de se despedir do carona. Mas logo viu que ele era cercado por várias pessoas e só então ficou sabendo de quem se tratava: era Geraldo Vandré, que voltara do exílio e se recolhera a um silêncio que as multidões que haviam saído às ruas "caminhando e cantando" contra a ditadura não conseguiam entender. Vandré, que silenciara o seu canto, logo se diluira entre a pequena multidão que acompanhava o sepultamento de Vlado. Possivelmente, como muitos dos que ali estavam, derramou silenciosamente algumas lágrimas. Tristeza por tristeza, talvez a tristeza que vi ontem em Vandré seja aquela tristeza de tempos passados.
O clima variável de 21 a 16 graus contribuiu para que tudo corresse bem.
O escritor Roniwalter Jatobá e o compositor/instrumentista Papete estavam especialmente inspirados, ambos falando pelos cotovelos.
Papete, considerado pela crítica especializada como um dos mais completos percursionistas do mundo, entre uma e outra birita de Minas, contou o quanto anda empolgado para participar da gravação de um disco que se chamará O Samba do Rei do Baião, que começará a ganhar forma a partir do próximo dia 18.
Pois, pois.
E foram chegando mais amigos: Darlan Ferreira com Vandré, o Paulo Benites...
As conversas se estenderam até a boca da noite.
Mas, confesso, eu nunca vi o Vandré tão triste, tão profundamente triste como ontem.
Na foto acima, da esqeurda para a direita, aparecem Papete, Darlan, Vandré, Roni e Paulo.
AUDÁLIO DANTAS Anteontem 13 o colega e amigo Audálio Dantas reuniu amigos em torno do livro As Duas Guerras de Vlado Herzog, da Perseguição Nazista na Europa à Morte sob Tortura no Brasil (Civilização Brasileira), lançado no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo. Acho que esse é o livro definitivo sobre a trajetória e fim trágico de Vlado. À pág. 244 lê-se: No Sindicato dos Jornalistas, onde alguns diretores se mantinham de plantão desde bem cedo, o tesoureiro Wilson Gomes foi o último a sair para o enterro. Ao sair, viu que restava alguém que ele não conhecia, sentado num canto da sala da diretoria, em silêncio. Perguntou-lhe: - Você vai ficar? - Não, eu estou esperando uma carona no carro do Sindicato. - O Sindicato não tem carro, mas eu vou de táxi ao enterro. Se quiser aproveitar... O estranho mal respondeu que aceitava, mas seguiu o direotr. No táxi a caminho do cemitério, ele se manteve o tempo todo em silêncio. Wilson Gomes chegou a imaginar que se tratasse de algum agente disfarçado, mas logo atribuiu a ideia à paronoia que tomava conta da cabeça de muitos de nós naqueles dias de incerteza. Ia conversando consigo mesmo, amargando a angústia e, mais do que isso, a raiva que sentia e a impotência contra um inimigo muito grande, podereoso a ponto de matar e permanecer impune. Quando o táxi parou no portão do cemitério, Wilson nem teve tempo de se despedir do carona. Mas logo viu que ele era cercado por várias pessoas e só então ficou sabendo de quem se tratava: era Geraldo Vandré, que voltara do exílio e se recolhera a um silêncio que as multidões que haviam saído às ruas "caminhando e cantando" contra a ditadura não conseguiam entender. Vandré, que silenciara o seu canto, logo se diluira entre a pequena multidão que acompanhava o sepultamento de Vlado. Possivelmente, como muitos dos que ali estavam, derramou silenciosamente algumas lágrimas. Tristeza por tristeza, talvez a tristeza que vi ontem em Vandré seja aquela tristeza de tempos passados.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
MARIO ZAN, PUC E MACKENZIE
Amanhã faz 66 anos que Mario Zan entrou pela primeira vez num estúdio para acompanhar à sanfona uma dupla feminina: Irmãs Castro.
As duas irmãs cantaram a guarânia Minha Pequena, de Ariowaldo Pires - o Capitão Furtado - e Antônio Cardozo.
O disco, de 78 RPM, saiu pela extinta Continental.
Os primeiros sucessos de Mario foram El Choclo, de A.G.Villoldo, e Namorados, uma valsa de sua autoria, gravados na Continental no dia 17 de junho de 1946.
Dez anos depois Mario transformaria o tango El Choco em baião.
A essa altura ele já era conhecido como o Rei da Sanfona, por inspiração de Luiz Gonzaga.
Houve uma vez que Mario até quis abandonar a carreira, mas o Rei do Baião o convenceu do contrário arrumando shows para ele no Rio de Janeiro.
Mas essa história eu já contei.
Agora estou falando de Mario Zan por uma razão: Odilon Cardoso telefona me perguntando se o conjunto Demônios gravou Eu Sou Gaúcho.
Odilon é empresário dos Demônios há duas décadas.
Eu Sou Gaúcho é originalmente uma polca de Mario gravada de forma instrumental no dia 12 de março de 1948, nos estúdios da Continental.
Em julho de 1956 o mesmo Mario a regravou no ritmo de xote nos estúdios da extinta RCA Victor, gravadora onde Luiz Gonzaga iniciou a carreira.
Em 1961 Mario voltaria a regravar essa música na Continental e no ano seguinte, com letra de Arlindo Pinto, foi à praça na voz de Cid Gaúcho, pela extinta RGE.
Ele faria outras regravações dessa música, tanto que em 1988 convida o Demônios da Garoa para acompanhá-lo numa faixa (a última, do lado B) do LP Mario Zan, Bandinha e Coro – Festas Juninas. E essa faixa é exatamente Sou Gaúcho.
Detalhe: a primeira gravação em disco do grupo Demônios da Garoa, a rancheira Sanfoneiro Folgado, de Mario Zan e Motinha, saiu no lado A do 78 RPM nº 16.068, feita no dia 6 de maio de 1949 nos estúdios da Continental, em São Paulo.
O grupo musical paulistano sempre nutriu admiração e respeito por Mario, que desapareceu na quarta-feira 9 de novembro de 2006.
Quatro anos antes, ele fora tema da escola de samba Rosas de Ouro, da capital paulista.
A sua música mais famosa é o dobrado Quarto Centenário, que tem letra do português J. M. Alves.
PUC/SP
História, Rádio, Música e Cidade.
Nesse contexto imaginado pelas professoras doutoras Yvone Dias Avelino e Jurema Mascarenhas Paes foram inseridas ontem de manhã numa mesa redonda mediada pelo professor doutor Edgar da Silva Gomes, a vida e a obra do cantador instrumentista e compositor pernambucano Luiz Gonzaga, o rei do baião, numa das dependências da Pontifícia Universidade Católica, no bairro paulistano de Perdizes.
Foi boa a conversa.
Fica o registro.
MACKENZIE
E ontem a menina Clarissa, minha caçula, apresentou TCC a uma banca do Mackenzie onde conclui este ano o curso de Pedagogia. Seu tema escolhido foi Educação Infantil: Da Disciplina à Liberdade dos Corpos. Ao fim do julgamento, nota 10.
Na foto acima: a minha companheira Andrea, Clarissa e eu, todo pimpão.
O momento será inesquecível, sem dúvida.
DIA DA GENTILEZA
Hoje é o Dia Nacional da Gentileza, em homenagem ao paulista de Cafelândia José Datrino, que ficou famoso no Rio de Janeiro ao espalhar pela cidade painéis que criava com espontaneidade. Ele chegou a ganhar duas músicas, uma feita por Gonzaguinha e outra, por Mariza Monte.
A canção de Gonzaguinha diz:
Feito louco
Pelas ruas
Com sua fé
Gentileza
O profeta
E as palavras
Calmamente
Semeando
O amor
À vida
Aos humanos.
DELICADEZA
O novo CD da cantora, compositora e instrumentista paraibana socorro lira se chama Singelo Tratado Sobre a Delicadeza.
Acesse entrevista da artista à TV Brasil clicando:
E:
As duas irmãs cantaram a guarânia Minha Pequena, de Ariowaldo Pires - o Capitão Furtado - e Antônio Cardozo.
O disco, de 78 RPM, saiu pela extinta Continental.
Os primeiros sucessos de Mario foram El Choclo, de A.G.Villoldo, e Namorados, uma valsa de sua autoria, gravados na Continental no dia 17 de junho de 1946.
Dez anos depois Mario transformaria o tango El Choco em baião.
A essa altura ele já era conhecido como o Rei da Sanfona, por inspiração de Luiz Gonzaga.
Houve uma vez que Mario até quis abandonar a carreira, mas o Rei do Baião o convenceu do contrário arrumando shows para ele no Rio de Janeiro.
Mas essa história eu já contei.
Agora estou falando de Mario Zan por uma razão: Odilon Cardoso telefona me perguntando se o conjunto Demônios gravou Eu Sou Gaúcho.
Odilon é empresário dos Demônios há duas décadas.
Eu Sou Gaúcho é originalmente uma polca de Mario gravada de forma instrumental no dia 12 de março de 1948, nos estúdios da Continental.
Em julho de 1956 o mesmo Mario a regravou no ritmo de xote nos estúdios da extinta RCA Victor, gravadora onde Luiz Gonzaga iniciou a carreira.
Em 1961 Mario voltaria a regravar essa música na Continental e no ano seguinte, com letra de Arlindo Pinto, foi à praça na voz de Cid Gaúcho, pela extinta RGE.
Ele faria outras regravações dessa música, tanto que em 1988 convida o Demônios da Garoa para acompanhá-lo numa faixa (a última, do lado B) do LP Mario Zan, Bandinha e Coro – Festas Juninas. E essa faixa é exatamente Sou Gaúcho.
Detalhe: a primeira gravação em disco do grupo Demônios da Garoa, a rancheira Sanfoneiro Folgado, de Mario Zan e Motinha, saiu no lado A do 78 RPM nº 16.068, feita no dia 6 de maio de 1949 nos estúdios da Continental, em São Paulo.
O grupo musical paulistano sempre nutriu admiração e respeito por Mario, que desapareceu na quarta-feira 9 de novembro de 2006.
Quatro anos antes, ele fora tema da escola de samba Rosas de Ouro, da capital paulista.
A sua música mais famosa é o dobrado Quarto Centenário, que tem letra do português J. M. Alves.
PUC/SP
História, Rádio, Música e Cidade.
Nesse contexto imaginado pelas professoras doutoras Yvone Dias Avelino e Jurema Mascarenhas Paes foram inseridas ontem de manhã numa mesa redonda mediada pelo professor doutor Edgar da Silva Gomes, a vida e a obra do cantador instrumentista e compositor pernambucano Luiz Gonzaga, o rei do baião, numa das dependências da Pontifícia Universidade Católica, no bairro paulistano de Perdizes.
Foi boa a conversa.
Fica o registro.
MACKENZIE
E ontem a menina Clarissa, minha caçula, apresentou TCC a uma banca do Mackenzie onde conclui este ano o curso de Pedagogia. Seu tema escolhido foi Educação Infantil: Da Disciplina à Liberdade dos Corpos. Ao fim do julgamento, nota 10.
Na foto acima: a minha companheira Andrea, Clarissa e eu, todo pimpão.
O momento será inesquecível, sem dúvida.
DIA DA GENTILEZA
Hoje é o Dia Nacional da Gentileza, em homenagem ao paulista de Cafelândia José Datrino, que ficou famoso no Rio de Janeiro ao espalhar pela cidade painéis que criava com espontaneidade. Ele chegou a ganhar duas músicas, uma feita por Gonzaguinha e outra, por Mariza Monte.
A canção de Gonzaguinha diz:
Feito louco
Pelas ruas
Com sua fé
Gentileza
O profeta
E as palavras
Calmamente
Semeando
O amor
À vida
Aos humanos.
DELICADEZA
O novo CD da cantora, compositora e instrumentista paraibana socorro lira se chama Singelo Tratado Sobre a Delicadeza.
Acesse entrevista da artista à TV Brasil clicando:
E:
domingo, 11 de novembro de 2012
A SECA SECA E MATA
Foi não foi eu conto aqui o que me contam e que nem sempre sai nos meios de comunicação, incluindo as tão faladas redes sociais.
Anteontem mesmo eu disse que mais uma vez a terra seca está ardendo em fogo e alimentando a miséria no Nordeste da minha vida, que vai do Rio Grande do Norte ao Maranhão.
Hoje, a Folha traz notícia a respeito.
Diz que há pelo menos 50 anos não havia seca tão brutal como a que hoje dizima sem dó a tão maltratada esperança do povo nordestino.
Eu sou de lá, da Paraíba.
Pelo menos 70% da população da minha terra vivem hoje em estado de penúria, em situação de emergência total, humilhada por políticos que, a conta gotas, lhes mantém atrelada ao cabresto.
Rios de dinheiro do Planalto continuam sendo, porém, enviados pra lá e se perdem no caminho.
É a indústria da seca centenária ainda em vigor, a todo vapor.
Enquanto isso, o gado morre de sede e o povo sofre e morre doente.
Enquanto isso aumenta o número de famélicos.
Enquanto isso uns partem para outros ventos em busca de melhoria, tal e qual o poeta do Assaré diz nos versos de A Triste Partida, eternizados pela voz do Rei do Baião.
Ouça:
http://www.youtube.com/watch?v=r-8rsqTJi-0&feature=fvst
E ouça também Vozes da Seca, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas:
http://www.youtube.com/watch?v=b8FLaNdOGs8
BODEGA BRASIL
Ontem à tarde estive batendo palmas para o cantor e compositor piauiense Jorge Mello, no Bodega Brasil. O cabra tocou, cantor e fez poema de improviso, aos moldes dos repentistas nordestinos.
Arrasou.
Na foto, amigos que eu não via há tempo.
Jorge é o terceiro, da esquerda para a direita.
PUC/SP
Amahã, às 9 horas, estarei discorrendo sobre a vida e obra do rei do baião, Luiz Gonzaga. na Pontifícia Universidade Católica, ali em Perdedizes. Entrada franca.
VIOLÊNCIA
No Nordeste, a violência ataca sob a marca da Seca.
Em São Paulo, a terra escolhida pelos retirantes de que fala Patativa do Assaré, a violência ataca sob a marca do PCC, sigla em que se escondem os celerados cangaceiros dos tempos atuais. De ontem pra hoje, mais um caminhão de gente foi assassinada.
Enquanto isso, ass autoridades dizem que tudo está sob controle.
Então, tá.
Anteontem mesmo eu disse que mais uma vez a terra seca está ardendo em fogo e alimentando a miséria no Nordeste da minha vida, que vai do Rio Grande do Norte ao Maranhão.
Hoje, a Folha traz notícia a respeito.
Diz que há pelo menos 50 anos não havia seca tão brutal como a que hoje dizima sem dó a tão maltratada esperança do povo nordestino.
Eu sou de lá, da Paraíba.
Pelo menos 70% da população da minha terra vivem hoje em estado de penúria, em situação de emergência total, humilhada por políticos que, a conta gotas, lhes mantém atrelada ao cabresto.
Rios de dinheiro do Planalto continuam sendo, porém, enviados pra lá e se perdem no caminho.
É a indústria da seca centenária ainda em vigor, a todo vapor.
Enquanto isso, o gado morre de sede e o povo sofre e morre doente.
Enquanto isso aumenta o número de famélicos.
Enquanto isso uns partem para outros ventos em busca de melhoria, tal e qual o poeta do Assaré diz nos versos de A Triste Partida, eternizados pela voz do Rei do Baião.
Ouça:
http://www.youtube.com/watch?v=r-8rsqTJi-0&feature=fvst
E ouça também Vozes da Seca, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas:
http://www.youtube.com/watch?v=b8FLaNdOGs8
BODEGA BRASIL
Ontem à tarde estive batendo palmas para o cantor e compositor piauiense Jorge Mello, no Bodega Brasil. O cabra tocou, cantor e fez poema de improviso, aos moldes dos repentistas nordestinos.
Arrasou.
Na foto, amigos que eu não via há tempo.
Jorge é o terceiro, da esquerda para a direita.
PUC/SP
Amahã, às 9 horas, estarei discorrendo sobre a vida e obra do rei do baião, Luiz Gonzaga. na Pontifícia Universidade Católica, ali em Perdedizes. Entrada franca.
VIOLÊNCIA
No Nordeste, a violência ataca sob a marca da Seca.
Em São Paulo, a terra escolhida pelos retirantes de que fala Patativa do Assaré, a violência ataca sob a marca do PCC, sigla em que se escondem os celerados cangaceiros dos tempos atuais. De ontem pra hoje, mais um caminhão de gente foi assassinada.
Enquanto isso, ass autoridades dizem que tudo está sob controle.
Então, tá.
sábado, 10 de novembro de 2012
ATÉ TU, JAGUAR?
O homem é frágil, o ser humano é frágil.
Sei lá: a vida é frágil, pois até o Jaguar; vejam! Até o Jaguar, o cartunista que sempre disse nunca ter aprendido a desenhar, abandonou o salutar hábito de se divertir com álcool etcetera e tal.
Pô, Jaguar, até tu?
Eu conheci o Jaguar da maneira mais besta possível do mundo: por telefone.
Explico:
Eu trabalhava no jornal paulistano Folha.
Na ocasião, o editor era Boris; Boris Casoy, de triste memória.
Eu havia escrito uma reportagem enorme, de umas 50 laudas de 20 linhas e 70 toques, como de praxe.
O tema: Esquadrão da Morte.
Com autorização de juiz, por escrita, fui entrevistar na Penitenciária do Estado de São Paulo os assassinos confessos Zé Guarda, Fininho e Correinha, condenados a muitos e muitos anos.
Depois eu fui ouvir o secretário da Segurança Pública, Erasmo Dias.
Depois, o promotor Hélio Bicudo.
E por fim o “cabeça”: o delegado Sérgio Paranhos Fleury, anos depois assassinado de bobeira.
Reportagem explosiva.
Comecinho dos anos 1970,
Boris jamais publicou a minha reportagem, tampouco deu explicações.
Como antes de entregá-la tive o cuidado de tirar uma cópia, peguei o telefone e liguei pro Pasquim.
Ziraldo atendeu e passou ao Jaguar, que me pediu para mandar depressa o que eu havia escrito.
Em suma: três dias depois o Pasquim estampava em chamada de página inteira a reportagem recusada por Boris.
E lá dentro, no jornal, seis ou sete páginas devidamente ilustradas pelos melhores chargistas/cartunistas da época, incluindo Nássara.
Lavei a alma, mesmo com ameaças de morte a mim me dirigidas por telefone...
Depois eu e Jaguar nos encontramos por aí e tomamos ums e outras, junto com o guerreiro Fortuna.
E agora vem o mesmo Jaguar - vejam só! - dizendo na Folha, na mesma Folha, que foi corneado pelo fígado e parou de beber.
Pode?
Na minha terra, a Paraíba, diz-se que desculpa de amarelo é comer barro.
Pois, pois; pois é: o homem é frágil, o ser humano é frágil...
Mais um desfalque, não Roniwalter?
Grande Jaguar!
ONDA DE CRIMES
E essa onda que está ocorrendo em Sampa, hein?
A mim me parece que até agora Alkimim não se acertou com Dilma, na questão socorro ao povo de São Paulo.
Pena.
GENTE POBRE
Os dois principais personagens do livro Gente Pobre, de Dostoievski, traduzido diretamente do russo pelo paraibano Avelima, não teriam a menor chance de sobrevivência nesta cidade abandonada por Kassab, que Haddad assumirá em janeiro.
LUIZ GONZAGA
Há minutos, uma personagem da novela Salve Jorge convidou outra para ir ao cinema assistir o filme Gonzaga, de Pai Pra Filho.
E você, já foi vê-lo?
Está bonito o filme do Breno.
Outro dia andei falando umas coisas sobre o Rei do Baião, no Fantástico.
Clique:
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1681888-15605,00-LUIZ+GONZAGA+REENCONTRA+A+FAMILIA+JA+RICO+E+FAMOSO.html
Sei lá: a vida é frágil, pois até o Jaguar; vejam! Até o Jaguar, o cartunista que sempre disse nunca ter aprendido a desenhar, abandonou o salutar hábito de se divertir com álcool etcetera e tal.
Pô, Jaguar, até tu?
Eu conheci o Jaguar da maneira mais besta possível do mundo: por telefone.
Explico:
Eu trabalhava no jornal paulistano Folha.
Na ocasião, o editor era Boris; Boris Casoy, de triste memória.
Eu havia escrito uma reportagem enorme, de umas 50 laudas de 20 linhas e 70 toques, como de praxe.
O tema: Esquadrão da Morte.
Com autorização de juiz, por escrita, fui entrevistar na Penitenciária do Estado de São Paulo os assassinos confessos Zé Guarda, Fininho e Correinha, condenados a muitos e muitos anos.
Depois eu fui ouvir o secretário da Segurança Pública, Erasmo Dias.
Depois, o promotor Hélio Bicudo.
E por fim o “cabeça”: o delegado Sérgio Paranhos Fleury, anos depois assassinado de bobeira.
Reportagem explosiva.
Comecinho dos anos 1970,
Boris jamais publicou a minha reportagem, tampouco deu explicações.
Como antes de entregá-la tive o cuidado de tirar uma cópia, peguei o telefone e liguei pro Pasquim.
Ziraldo atendeu e passou ao Jaguar, que me pediu para mandar depressa o que eu havia escrito.
Em suma: três dias depois o Pasquim estampava em chamada de página inteira a reportagem recusada por Boris.
E lá dentro, no jornal, seis ou sete páginas devidamente ilustradas pelos melhores chargistas/cartunistas da época, incluindo Nássara.
Lavei a alma, mesmo com ameaças de morte a mim me dirigidas por telefone...
Depois eu e Jaguar nos encontramos por aí e tomamos ums e outras, junto com o guerreiro Fortuna.
E agora vem o mesmo Jaguar - vejam só! - dizendo na Folha, na mesma Folha, que foi corneado pelo fígado e parou de beber.
Pode?
Na minha terra, a Paraíba, diz-se que desculpa de amarelo é comer barro.
Pois, pois; pois é: o homem é frágil, o ser humano é frágil...
Mais um desfalque, não Roniwalter?
Grande Jaguar!
ONDA DE CRIMES
E essa onda que está ocorrendo em Sampa, hein?
A mim me parece que até agora Alkimim não se acertou com Dilma, na questão socorro ao povo de São Paulo.
Pena.
GENTE POBRE
Os dois principais personagens do livro Gente Pobre, de Dostoievski, traduzido diretamente do russo pelo paraibano Avelima, não teriam a menor chance de sobrevivência nesta cidade abandonada por Kassab, que Haddad assumirá em janeiro.
LUIZ GONZAGA
Há minutos, uma personagem da novela Salve Jorge convidou outra para ir ao cinema assistir o filme Gonzaga, de Pai Pra Filho.
E você, já foi vê-lo?
Está bonito o filme do Breno.
Outro dia andei falando umas coisas sobre o Rei do Baião, no Fantástico.
Clique:
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1681888-15605,00-LUIZ+GONZAGA+REENCONTRA+A+FAMILIA+JA+RICO+E+FAMOSO.html
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
JORGE MELLO LANÇA ROMANCE BENEDICTUS
O cantor, compositor e instrumentista piauiense Jorge Mello, também advogado especializado em direitos autorais, está com livro novo na praça: Benedictus, uma Aventura de Magia.
Esse é seu primeiro romance, daí a grande curiosidade em torno dele.
Sabe-se que o personagem que dá título ao livro foi criado com fragmentos de memórias do autor.
Para matar a curiosidade, Jorge convida seus amigos e admiradores para um dedo de prosa amanhã às 16h:30, no prédio da Ação Cultural (Rua General Jardim, 660, Santa Cecília), que fica bem pertinho da estação de mesmo nome do Metrô.
Eu vou e você vai?
GENTE POBRE
Eu já comecei a ler a nova tradução de Luís Avelima, um paraibano, para o primeiro livro de Fiodor Dostoievski, Gente Pobre, direto do idioma russo. Dostoievski escreveu essa obra quando tinha 25 anos de idade.
GONZAGA NA PUC
Continuam as comemorações em torno do centenário do rei do baião, Luiz Gonzaga.
Segunda 12, a partir das 9 horas, estarei participando de uma mesa redonda junto com os professores doutores Antônio Rago Filho e Henri de Carvalho, com mediação de Edgar da Silva Gomes, na PUC/SP, sala 100A, 1º andar, prédio Bandeira de Mello, Campus Perdizes, à Rua Monte Alegre, 984.
O evento, aberto a todos os públicos, será inaugurado pelas professoras doutras Yvone Dias Avelino e Jurema Mascarenhas Paes, que inserirão o artista pernambucano criador do baião no contexto história, rádio, música e cidade.
FLORIANÓPOLIS
No próximo dia 23 estarei em Florianópolis, também falando a respeito da importância de Luiz Gonzaga, na Universidade de Santa Catarina.
Em dezembro tem Porto Alegre e na Fundação Ema Klabin, cá em Sampa no dia 6, na série Aula de Mestres.
A TERRA ARDENDO
O sertão paraibano mais uma vez sofre junto com seu povo, vítima da seca e dos poderosos donos de terra, gado e gente. E os jornais que não falam disso, hein?
HOMEM TAMBÉM CHORA
Chorar não é privilégio feminino ou infantil. É também masculino e adulto.
A prova está no flagrante capturado pelas câmaras de televisão:
O homem mais poderoso do mundo, Obama, derretendo-se em lágrimas, emocionado, ao agradecer os eleitores que o reelegeram.
INSTITUTO MEMÓRIA BRASIL
Clique:
Esse é seu primeiro romance, daí a grande curiosidade em torno dele.
Sabe-se que o personagem que dá título ao livro foi criado com fragmentos de memórias do autor.
Para matar a curiosidade, Jorge convida seus amigos e admiradores para um dedo de prosa amanhã às 16h:30, no prédio da Ação Cultural (Rua General Jardim, 660, Santa Cecília), que fica bem pertinho da estação de mesmo nome do Metrô.
Eu vou e você vai?
GENTE POBRE
Eu já comecei a ler a nova tradução de Luís Avelima, um paraibano, para o primeiro livro de Fiodor Dostoievski, Gente Pobre, direto do idioma russo. Dostoievski escreveu essa obra quando tinha 25 anos de idade.
GONZAGA NA PUC
Continuam as comemorações em torno do centenário do rei do baião, Luiz Gonzaga.
Segunda 12, a partir das 9 horas, estarei participando de uma mesa redonda junto com os professores doutores Antônio Rago Filho e Henri de Carvalho, com mediação de Edgar da Silva Gomes, na PUC/SP, sala 100A, 1º andar, prédio Bandeira de Mello, Campus Perdizes, à Rua Monte Alegre, 984.
O evento, aberto a todos os públicos, será inaugurado pelas professoras doutras Yvone Dias Avelino e Jurema Mascarenhas Paes, que inserirão o artista pernambucano criador do baião no contexto história, rádio, música e cidade.
FLORIANÓPOLIS
No próximo dia 23 estarei em Florianópolis, também falando a respeito da importância de Luiz Gonzaga, na Universidade de Santa Catarina.
Em dezembro tem Porto Alegre e na Fundação Ema Klabin, cá em Sampa no dia 6, na série Aula de Mestres.
A TERRA ARDENDO
O sertão paraibano mais uma vez sofre junto com seu povo, vítima da seca e dos poderosos donos de terra, gado e gente. E os jornais que não falam disso, hein?
HOMEM TAMBÉM CHORA
Chorar não é privilégio feminino ou infantil. É também masculino e adulto.
A prova está no flagrante capturado pelas câmaras de televisão:
O homem mais poderoso do mundo, Obama, derretendo-se em lágrimas, emocionado, ao agradecer os eleitores que o reelegeram.
INSTITUTO MEMÓRIA BRASIL
Clique:
terça-feira, 6 de novembro de 2012
SOCORRO LANÇA CD; JANAINA GRAVA DVD
Semana passada eu assisti a um espetáculo muito bonito no espaço cultural Itaú, ali na Avenida Paulista.
Ontem, no espaço cultural Tomie Otake, chamado Geo, em Pinheiros, também foi bonito o que vi no palco: um punhado de bons músicos acompanhando a cantora Janaína Pereira (aí ao lado, no clique de Andrea Lago) na gravação de um DVD com repertório vibrante de Luiz Gonzaga, o rei do baião.
Título do DVD: Olhando Pra Lua.
O primeiro espetáculo foi estrelado sexta 2 pela cantora, compositora e instrumentista paraibana Socorro Lira, reproduzindo repertório autoral de seu novo CD: Singelo Tratado Sobre a Delicadeza, uma beleza compartilhada por uma plateia atenta que ocupou todos os lugares do teatro e aplaudiu, sem se fazer de rogada.
O cantor João Pinheiro foi o convidado especial da noite, que ali começou às 20 horas.
A gravação do DVD de Janaína, líder da banda paulistana Bicho de Pé, começou pouco depois das 21 e
se estendeu até por volta da meia-noite, pois o público de 600 pessoas se recusava terminantemente a sair do local, preferindo dançar.
Foi bonita a festa, pa!
Por sua vez, a singeleza e a boniteza de cada canção de Socorro se estendiam pelas outras, desde a primeira faixa (Delicado), passando pela do meio (7ª, Etérea) à última (Remendo de Pano Feio), até atingir o público em cheio, no coração.
Foram muitos os aplausos.
Aplausos também não faltaram à banda Bicho de Pé.
Janaína começou cantando o clássico Baião, de LG e Humberto Teixeira, depois Pé de Serra da mesma dupla e seguiu adoidada, saltitante, com seus agudos excepcionais e aqui e ali emendando faixas.
O convidado para essa festa de gravação foi uma convidada: Taís, cantando e dançando xaxado junto com seu Trio Juriti, uma criação do compositor pernambucano João Silva, autor do maior número de músicas gravadas pelo Rei do Baião.
Socorro Lira (abaixo, noutro clique de Andrea Lago) foi escolhida este ano por uma seleta banca de jurados do Prêmio da Música Brasileira, na sua 23ª edição, como a Melhor Cantora, categoria Regional.
Ontem, no espaço cultural Tomie Otake, chamado Geo, em Pinheiros, também foi bonito o que vi no palco: um punhado de bons músicos acompanhando a cantora Janaína Pereira (aí ao lado, no clique de Andrea Lago) na gravação de um DVD com repertório vibrante de Luiz Gonzaga, o rei do baião.
Título do DVD: Olhando Pra Lua.
O primeiro espetáculo foi estrelado sexta 2 pela cantora, compositora e instrumentista paraibana Socorro Lira, reproduzindo repertório autoral de seu novo CD: Singelo Tratado Sobre a Delicadeza, uma beleza compartilhada por uma plateia atenta que ocupou todos os lugares do teatro e aplaudiu, sem se fazer de rogada.
O cantor João Pinheiro foi o convidado especial da noite, que ali começou às 20 horas.
A gravação do DVD de Janaína, líder da banda paulistana Bicho de Pé, começou pouco depois das 21 e
se estendeu até por volta da meia-noite, pois o público de 600 pessoas se recusava terminantemente a sair do local, preferindo dançar.
Foi bonita a festa, pa!
Por sua vez, a singeleza e a boniteza de cada canção de Socorro se estendiam pelas outras, desde a primeira faixa (Delicado), passando pela do meio (7ª, Etérea) à última (Remendo de Pano Feio), até atingir o público em cheio, no coração.
Foram muitos os aplausos.
Aplausos também não faltaram à banda Bicho de Pé.
Janaína começou cantando o clássico Baião, de LG e Humberto Teixeira, depois Pé de Serra da mesma dupla e seguiu adoidada, saltitante, com seus agudos excepcionais e aqui e ali emendando faixas.
O convidado para essa festa de gravação foi uma convidada: Taís, cantando e dançando xaxado junto com seu Trio Juriti, uma criação do compositor pernambucano João Silva, autor do maior número de músicas gravadas pelo Rei do Baião.
Socorro Lira (abaixo, noutro clique de Andrea Lago) foi escolhida este ano por uma seleta banca de jurados do Prêmio da Música Brasileira, na sua 23ª edição, como a Melhor Cantora, categoria Regional.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
AINDA CARMÉLIA ALVES
Cezar do Acordeon telefona para dizer que está triste com o desaparecimento da rainha do baião, Carmélia Alves.
Eu também.
Ele lembra dos dias e noites que passamos na casa dela, em Teresopolis, RJ.
Lembra das nossas noitadas de cantoria com sua amiga Carminha Mascarenhas.
Lembra também da musica que fizemos juntos em homenagem a ela, Carmélia, ainda inedita.
Lembra das histórias compridas que Carmélia nos contava, de suas apresentações mundo a fora, desde a Africa a Italia.
Carmélia, que recebeu o título de rainha do baião das mãos do rei Gonzaga, depois de uma apresentação na capital pernambucana no comeco da década de 1950, queria muito que eu escrevesse um livro sobre ela e sua carreira.
Cheguei a propor isso a José Cortez, da Cortez Editora.
Mas não deu.
Como também não deu tempo escrever sobre a trajetória de Roberto Marinho Jr. (Rapaziada do Bras), Zica Bergami (Lampião de Gas), Altamiro Carrilho (Rio Antigo) e outros mais, recentemente desaparecidos.
Sim, a vida é de morte.
RAINHA DO BAIÃO
E ontem o caderno Ilustrada, do paulistano Folha de S.Paulo, traz na pagina E3 notícia dando conta do lançamento de mais um livro sobre a música do Nordeste intitulado O Fole Roncou, dos jornalistas Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues. Segundo o jornal, os autores descobriram a roda.
Ainda nao o li, mas se trouxer novidades como a amostra apresentada dando conta de que a rainha do baião era Marinês...
Das duas, uma: ou o jornal ou os autores estão errados.
BICHO DE PÉ
Somente agora ouvi o último CD do grupo Bicho de Pé, recheado de chote, forró e baião; e até um sambarock (Essa Morena Arrasa).
O disco, A Vida Vai (reproducao da capa, ao lado), também traz coco, samba e toada.
Gostei.
E por falar no Bicho de Pé, anotem:
Logo mais as 21 horas o grupo sobe ao palco para gravar um DVD que se chamará Olhando Pra Lua, no teatro Geo (Rua Coropes, 88, Pinheiros; fone 3728.4925).
O DVD faz parte das homenagens em torno do centenário do Rei do Baiao.
PS - Acima um registro da apresentacao da Rainha do Baiao no Sesc Pinheiros, em 2006.
Eu também.
Ele lembra dos dias e noites que passamos na casa dela, em Teresopolis, RJ.
Lembra das nossas noitadas de cantoria com sua amiga Carminha Mascarenhas.
Lembra também da musica que fizemos juntos em homenagem a ela, Carmélia, ainda inedita.
Lembra das histórias compridas que Carmélia nos contava, de suas apresentações mundo a fora, desde a Africa a Italia.
Carmélia, que recebeu o título de rainha do baião das mãos do rei Gonzaga, depois de uma apresentação na capital pernambucana no comeco da década de 1950, queria muito que eu escrevesse um livro sobre ela e sua carreira.
Cheguei a propor isso a José Cortez, da Cortez Editora.
Mas não deu.
Como também não deu tempo escrever sobre a trajetória de Roberto Marinho Jr. (Rapaziada do Bras), Zica Bergami (Lampião de Gas), Altamiro Carrilho (Rio Antigo) e outros mais, recentemente desaparecidos.
Sim, a vida é de morte.
RAINHA DO BAIÃO
E ontem o caderno Ilustrada, do paulistano Folha de S.Paulo, traz na pagina E3 notícia dando conta do lançamento de mais um livro sobre a música do Nordeste intitulado O Fole Roncou, dos jornalistas Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues. Segundo o jornal, os autores descobriram a roda.
Ainda nao o li, mas se trouxer novidades como a amostra apresentada dando conta de que a rainha do baião era Marinês...
Das duas, uma: ou o jornal ou os autores estão errados.
BICHO DE PÉ
Somente agora ouvi o último CD do grupo Bicho de Pé, recheado de chote, forró e baião; e até um sambarock (Essa Morena Arrasa).
O disco, A Vida Vai (reproducao da capa, ao lado), também traz coco, samba e toada.
Gostei.
E por falar no Bicho de Pé, anotem:
Logo mais as 21 horas o grupo sobe ao palco para gravar um DVD que se chamará Olhando Pra Lua, no teatro Geo (Rua Coropes, 88, Pinheiros; fone 3728.4925).
O DVD faz parte das homenagens em torno do centenário do Rei do Baiao.
PS - Acima um registro da apresentacao da Rainha do Baiao no Sesc Pinheiros, em 2006.
domingo, 4 de novembro de 2012
FESTA NO CEU COM O REI E RAINHA DO BAIÃO
Como o rei do baião Luiz Gonzaga, a rainha Carmélia Alves partiu vítima de falência múltipla dos órgãos.
Gonzaga na manhã de 2 de agosto de 1989 no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana; Carmélia na noite de ontem, no Hospital Geral de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, onde se achava internada há dias, em coma.
Carmelia foi uma das mais importantes cantoras brasileiras, surgida no começo dos anos 1950.
Ela cantava de tudo, desde frevo a samba.
Mas foi o baião que a consagrou nacional e internacionalmente e fez o pernambucano Luiz Gonzaga coroá-la rainha, simbolicamente.
Na visão de Gonzaga, no mundo do baião havia uma espécie de dinastia: ele o rei, ela (Carmélia) a rainha, o príncipe Luiz Vieira, a princesa Claudette Soares e ate um barão, Jair Alves.
O baião é um tipo de canto e dança patenteado por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, que era cearense de Iguatu.
O gênero foi gravado pela primeira vez em disco (de 78 RPM) pelo conjunto musical Quatro Ases e 1 Coringa e lançado pela multinacional Odeon no dia 22 de maio de 1946.
Em outubro de 2006, realizamos um espetáculo em duas noites seguidas para mostrar o que é baião.
Foi numa das unidades do Sesc em Sao Paulo, o de Pinheiros, que isso ocorreu.
Desse espetáculo participaram a própria Carmélia, mais Anastácia, Socorro Lira, Cezar do Acordeon, Dominguinhos, Caju & Castanha, Oliveira de Panelas e Gereba, acompanhado de uma camerata na qual se incluía Ricardo Valverde.
Antes, no dia 13 de dezembro de 2005, realizamos, com a presença da mesma Carmélia, um espetáculo no espaço cultural Brincante, de Antônio Nobrega, para comemorar oficialmente o primeiro Dia Nacional do Forró aprovado no Congresso e chancelado pelo então presidente da Republica, Lula.
Desse espetáculo chamado Roda Gonzagueana - que tive o prazer de apresentar - também participaram o Trio Virgulino, Oswaldinho do Acordeon (no video abaixo, clique), Bombarda, o clarinetista Pitoco e o cantador de viola Teo Azevedo, entre outros.
Viva Carmelia!
Viva Carmelia!
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
AVELIMA, LUIS
Pôxa, esse tal de Avelima tem, parece, muito a contar.
Vou ver, vou contar.
Aguardem.
E cliquem algo em torno de brasilidade:
Vou ver, vou contar.
Aguardem.
E cliquem algo em torno de brasilidade:
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