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segunda-feira, 25 de março de 2019

CARLOS GOMES, FILHO DUMA TRAGÉDIA



A manhã do dia 26 de julho de 1844 trouxe a surpresa de um corpo feminino inanimado. Nele havia a marca de um tiro e quatro facadas. A vítima, Fabiana, tinha 28 anos de idade e era mãe de Antônio Carlos Gomes (1836-1896), a época criança de oito anos.
Até hoje não se sabe exatamente quem matou Fabiana. Suspeitas recaíram sobre um negro alforriado, Francisco, que teria sido usado por uma Maria poderosa, de alta linhagem burguesa. Era baronesa. Suspeitas também recaíram sobre o marido de Fabiana, Manuel, o Maneco.
O crime ocorreu no lugar hoje chamado Campinas, SP.
Na obra do maestro e compositor Carlos Gomes essa tragédia aparece de modo implícito. Mas aparece.
Carlos Gomes, uma sumidade nacional, é considerado o maior compositor erudito das Américas. A propósito: Gomes, apadrinhado por D. Pedro I, estreou artisticamente no Teatro ALLA SCALA de Milão, Itália, com a Opera Il Guarany, baseado no romance homônimo do cearense José de Alencar. Essa estreia deu-se na noite do dia 19 de março de 1870.
Sem dúvida: Antônio Carlos Gomes é um gênio, morreu pobre e tal, em Belém do Pará. Sua casa em Campinas não foi preservada, como preservada também não foi a casa em que viveu boa parte da vida o poeta baiano Castro Alves.
Eu escrevi um livro sobre Carlos Gomes.
No acervo do Instituto Memória Brasil se acham livros sobre o compositor campineiro e quase toda a sua obra, incluindo a primeira gravação completa (ai na foto), em três LPs, feita na extinta Continental. Essa gravação foi feita em 1969, portanto exatamente 50 anos.

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