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sábado, 30 de abril de 2022

JOILTON LUTA PELA VIDA

Dona Rosa, mãe de Joilton, ao lado de Assis Angelo e o treinador Eresmar

A vida é luta.
A vida é viver.
Como viver a vida?
Viver faz bem viver é bom. Conhecer pessoas é tão bom.
Na vida, tudo é bom. 
Isso tudo eu disse um dia a um amigo. E ele fez: Hmmmm...
Eu sou da vida. Adoro tudo que há ao ar livre.
Hoje 30 fui à feira. Aqui de perto, rua Adolfo Gordo. Fui com o querido amigo Jorge Ribbas. Eu e ele, juntos com Cláudio. Menino, o Cláudio. Advogado especializado em Direito Autoral. E músico. Baterista.
Eu fui à feira hoje 30 junto com Ribbas e Cláudio. Foi bom demais.
A feira bateu palmas quando declamei um poema meu que nem título tem ainda.
Clique para ler
Ribbas e o filho ficaram bestas, com as palmas ouvidas. Chorei.
E vamos andando...
A vida vai e viva Eresmar e dona Rosa.
Eresmar, baiano de Salvador, é o treinador do boxeador Joilton Ramos.
Joilton vai disputar cinturão daqui a pouco. Às 18:20. Pois, já já. Transmissão pela internet. Ia-me esquecendo: Joilton vai ganhar cinturão "brigando" com Dandão.
Palmas, sempre, para o melhor.
Aposto no Joilton.
E a vida é a vida. Coisa bonita demais.
Aliás, tem um RAP muito bonitinho que fala dessa coisa, a vida:

Vida É Luta

Projota


Eu tô voltando pra casa, deixa a luz acesa
E deixa o meu prato sob a mesa
Por que meu dia foi tão longo e minhas costas doem
Mas eu não sou do tipo, digno de dó
Em casa sempre alaga, tomara que não chova
Da última vez foi foda, chorei a noite toda
Eu corri pra ver o mundo que só vi da TV e eu gostei
E agora eu quero apresentar pra você
É, já cedo eu aprendi a correr, vão
Os dias eu quero crescer, são
As marcas que a vida me deu
Nos olhos que te entristeceu

A luz no fim do túnel só você pode acender
Por que o túnel é um caminho pra dentro de você
E eu sinto muito se você não acredita em mim
Mas eu nasci pra vencer, a vida me fez assim
Lutar faz parte da minha conduta
Faz parte da minha história
E quem não teve os dias de luta
Não conhece os dias de glória

Algo dentro de mim me diz que eu nasci pra voar
Mas eu não tenho asas
Então eu vou correr tão veloz que meus pés vão descolar
Pra te dizer que são fases
Eu sei que tá difícil, mas são fases
Um dia eu vou olhar pra trás e ver que são fases
A vida é luta, a vida é luta, a vida é luta, a vida é luta

Todos os sonhos do mundo de baixo do meu capuz
Todos os anjos torcendo pra eu carregar minha cruz
Todos os anos tentando ser alguém melhor do que eu fui
Ser alguém que aqui contribui
Acreditar que a vida flui
Ter habilidade de mudar o mundo onde eu passar
Ter honestidade pra vencer sem roubar
Ter simplicidade pra viver e crescer
Sem ter que esquecer meu lugar
Sem desmerecer a luta
Pra fortalecer quem sonha
A vida é uma caixa de sonhos

E sonho que a vida possa ser melhor
Carrego comigo tudo que aprendi com quem vi, convivi
Deixo aqui meu suor
Se eu penso e existo, então posso
Se posso eu insisto em dá meu melhor
Não abaixo a cabeça, não peço licença
Só corro atrás pra me tornar maior
Sinto muito e você não acredita em mim
Mas eu nasci pra vence, a vida me fez assim
Lutar faz parte da minha conduta
Faz parte da minha história
E quem não teve os dias de luta
Não conhece os dias de glória

Algo dentro de mim me diz que eu nasci pra voar
Mas eu não tenho asas
Então eu vou correr tão veloz que meus pés vão descolar
Pra te dizer que são fases
Eu sei que tá difícil, mas são fases
Um dia eu vou olhar pra trás e ver que são fases
A vida é luta, a vida é luta, a vida é luta, a vida é luta
 

NO RÁDIO, A MÚSICA DO NORDESTE (1)

Luiz Wilson com Caju e Castanha
O rádio no Brasil foi inaugurado com a fala do paraibano Epitácio Pessoa, no dia 7 de setembro de 1922.
Corriam as comemorações alusivas ao 1º Centenário da Independência.
À época, Pessoa era o presidente da República.
Atualmente no Brasil há 3.900 emissoras de rádio transmitindo em Frequência Modulada (FM) e 1.200 transmitindo em Amplitude Modulada (AM). Dessas, 917 se acham na região Nordeste.
Dados oficiais de 2014.
Ainda segundo esses dados há 4.700 emissoras comunitárias. Fora as rádios Web e piratas.
As emissoras comunitárias têm potência máxima, atualmente, de até 25 Watts. Mas pode chegar até 300 Watts se for aceita, pelo Ministério das Comunicações, a reivindicação da Associação Brasileira de Rádio Comunitárias (Abraço).
As comunitárias têm muita importância, até porque alguns nomes conhecidos do rádio comercial saíram de lá. Entre esses nomes, se acha o pernambucano de Sertânia Luiz Wilson.
Wilson é cantor, compositor, violonista e improvisador ao som de viola repentina. Sua primeira experiência foi na comunitária Mega FM, de onde migrou para a Rádio Imprensa (FM 102,5).
Na rádio Imprensa, onde está desde setembro de 2007, apresenta sempre ao vivo recortes do cancioneiro nordestino.
Luiz Wilson com Zé viola, Sebastião Dias e Edval Pereira

Luiz Wilson e Dominguinhos
“Na Imprensa, eu apresento todos os domingos o programa Pintando o 7. Esse programa é produzido por Fatel Barbosa, também uma parceira musical. Entro no ar às 10 em ponto e sigo até às 13h. Sou substituído logo em seguida pelo potiguar Germanno Júnior”, conta Wilson.
No programa Pintando o 7 passam muitos artistas contando sua história, entre esses César Amaral, Dominguinhos, Genival Lacerda e Caju e Castanha.
Ao mesmo tempo que apresentava Pintando o 7, Luiz Wilson apresentava o programa Violas e Repentistas. Isso entre 2009 e 2016. Esse programa é, hoje, apresentado pelo paraibano Edval Pereira.
Germanno Júnior, em São Paulo há muitos anos, apresenta um programa que leva o seu nome acrescido de “convidados”.
“Germanno Júnior e Convidados eu apresento há uns 15 anos, mais ou menos. Comecei na rádio Imprensa e depois, na rádio Capital (AM 1.040). E recentemente retornei à Imprensa”, diz o apresentador que também é compositor, cantor e produtor musical.
Em 2005 Júnior foi finalista do Prêmio Tim de Música Popular, concorrendo com Gilberto Gil, Djavan, Lulu Santos, Leonardo e outros bam bam bans da MPB.
No seu programa independente, pois pago por apoiadores, Luiz Wilson tornou-se muito conhecido pelo repertório com que brinda os ouvintes: forró, xote, baião e outros ritmos característicos do Nordeste.
É grande a sua legião de fãs. “Falo com naturalidade e digo com sinceridade o que sinto nas minhas músicas, nos meus forrós, nos meus xotes. E tenho como patrocinadores empresas e amigas e amigos queridos como Gall Moda Íntima & Lojas Poder E Sedução, rede de restaurantes Feijão De Corda, Óticas Mendonça, Elastobor e União Mudanças”, fala do alto de sua experiência o apresentador sertaniênse.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

VIVA WILSON SERAINE!

Eu tenho pessoas muito queridas na minha vida.
Pessoas que nasceram em épocas diferentes, algumas iguais ao tempo em que nasci: 1952.
Tanta gente bonita eu conheci. Tanta gente bonita eu continuo a conhecer. Cláudio Monteverdi, por exemplo. Músico e advogado especializado em Direito Autoral. Cabra bom.
Cabra bom também é o seu pai Jorge Ribbas.
Gente bonita demais têm acontecido na minha vida: Zé Ramalho, Fagner, Boldrin, Júlio Medaglia, Geraldo Vandré, Taiguara, Martinho da Vila, Mussum, Gereba, Jorge Mello...
Luiz Wilson e Fatel, incríveis na luta do dia a dia, também meus amigos.
Consultando a memória, recordo que hoje é dia que o piauiense Wilson Seraine está a fazer 56 anos de idade. Já passei por isso. Faz algum tempo...
Parabéns!
Wilson Seraine é professor e antes de ser professor decidiu optar pela Engenharia Nuclear.
A casa dele, agora, neste momento, está em festa. Em festa como está o meu coração, pelo respeito e carinho que tenho por ele.
Dizer o que sobre alguém que a gente gosta, hein?
A propósito, Jorge Ribbas manda um abraço bem forte para Wilson, o aniversariante do dia; e para Bia (sua esposa), Rossana, Fabrício, Mateus, Tiara, Ana Glícia e Hércules.
Hércules é um cachorro. Hmmmm, besta.
Wilson Seraine está há 15 anos à frente do programa A Hora do Rei do Baião. 
Esse programa é do caralho. Ouça:

VIVA DUQUE-ESTRADA!

Meu amigo, minha amiga, você sabe quem foi Osvaldo Duque-Estrada?
Duque-Estrada foi uma personagem muito importante na poesia brasileira. É dele a letra do Hino Nacional Brasileiro.
O Hino Nacional foi feito logo depois do grito de Pedro I. Um grito que não existiu. E a história é longa e curiosa.
A cena do grito que não existiu foi "retratada" pelo paraibano Pedro Américo. O quadro é famoso. Nele aparece, em tese, o "herói" Pedro I, montado num belíssimo cavalo.
Cavalo não sobe ladeira, como camelo não desce ladeira. Impossível.
Osório Duque-Estrada nasceu em terras do Rio. Foi diplomata, professor e crítico literário. Abandonou o curso de Direito, já no fim, no tempo em que estudava na faculdade do Largo de São Francisco.
A bibliografia de Estrada é curta, pequena. 
Na bibliografia de Duque-Estrada, ão conta oficialmente, o livro Noções de Historia do Brasil.
O Livro Noções de Historia do Brasil se acha em único exemplar no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB.
Meu amigo, minha amiga, de prosa por ora chega. Leia: DE VANUSA E HINO NACIONAL BRASILEIRO
Meu amigo, minha amiga, no ano de 1918 Vicente Celestino gravava pela Odeon o nosso Hino Nacional. Foi o primeiro a fazê-lo. Naquela época a Gripe Espanhola corria solta. Ouça:

quinta-feira, 28 de abril de 2022

BOLSONARO DIZ A VERDADE: É MENTIROSO

Quem lê ou profere uma frase por inteiro há muito desconfiava que Bolsonaro é um maluco carente de camisa de força, como são ou foram sujeitos iguais ou parecidos com ele: Hitler, Mussolini, Mao Tsé Tung...
Bolsonaro está destruindo o Brasil, até um cego como eu percebe isso.
Sim, o Brasil corre perigo.
A destruição do Brasil está sendo feita no dia a dia, a passos largos.
Desde que assumiu a Presidência, Bolsonaro começou a desenvolver seu plano de destruição, de maldade, de ódio, de violência contra o Estado de Direito. Acabou com o Ministério da Cultura, os ministérios da Saúde e Educação estão no limbo. E por aí vai. Seu desejo maior é destruir a imprensa e as instituições democráticas.
O Tribunal Superior Eleitoral, TSE, é um dos alvos de Bolsonaro. O Supremo Tribunal Federal, STF, também.
Bolsonaro está fazendo tudo para desmoralizar a democracia. Matá-la.
Se o STF morder a isca, pode ser fechado. Na marra. E na marra também pode haver consequências gravíssimas para o País e o povo, em geral.
Em 1964 aconteceu o que aconteceu.
Em 1968, um simples discurso de um deputado gerou o mais violento dos Atos Institucionais, o AI-5.
No último dia 20 o STF condenou o deputado Daniel Silveira a 8 anos e 9 meses, cassação do mandato e suspensão dos direitos políticos, além de multa superior a R$190.000. No dia seguinte, irritadinho, Bolsonaro "perdoou" o lambe-botas Daniel. Mais: ontem 27 o lambe-botas foi "homenageado" em grande estilo por seu coiteiro, em Palácio. Foi uma festa de horror.
Como se tudo isso não bastasse,Daniel Silveira virou figurinha carimbada na Câmara, onde ocupará o cargo de vice-presidente da comissão de Segurança, suplente da comissão da Educação, titular da comissão de Esporte, da comissão de Cultura e da comissão de Constituição e Justiça, CCJ, a mais importante das 25 comissões da chamada "Casa do Povo".
O cara está se achando, contando piadas e tirando sarro dos seus colegas de oposição.
Ainda ontem 27 tirando sarro do ministro Roberto Barroso, do TSE, Bolsonaro disse o que todo mundo sabe: que é mentiroso. "Mente o ministro Barroso quando diz que (o inquérito da PF sobre o ataque hacker ao TSE) era sigiloso. Mente. É uma vergonha. Para as Forças Armadas, se um militar mente, acabou a carreira dele. O cabo não sai sargento. O subtenente não sai tenente. O coronel não sai general. Não tem prescrição para isso. E temos um chefe do Executivo que mente".
Há poucos dias, Barroso disse a estudantes na Alemanha que as Forças Armadas estão sendo orientadas para atacar: "Foram gentilmente convidadas para participar do processo (eleitoral), estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo".
A fala do ministro provocou um rebu danado.
E aí?

quarta-feira, 27 de abril de 2022

ÁGUA É VIDA

Ilustração do cartunista Fausto Bergocce
Pela segunda vez a escola de samba Mancha Verde ganha o Carnaval de São Paulo.
Seu enredo ressaltou a importância da água e do uso da água por todos. Assinado por 11 pessoas, entre as quais duas mulheres, diz o seguinte:

Oh, mãe
Eu vejo a vida refletir em teu espelho
Vim pedir teus conselhos
Pra minh’alma lavar
Em prece, deixei o meu pranto
Para o Deus sol quarar
Eu pedi que o céu levasse
Esperança pro sertão
Como acorde de viola
Faz chover no coração
Luz dos olhos doces de sereia
Encontra o balanço da maré
Revela o encanto…
Estende seu manto num canto de fé!

Iemanjá! Iê Iemanjá!
Rainha das ondas, senhora do mar!
Iemanjá! Iê Iemanjá!
No azul dos teus mistérios eu também quero morar

Nem tudo que deságua é tempestade
Nem todo choro é saudade
Vejo o mundo em outras cores
Lágrimas que encharcam esse chão
Fertilizam a semente
Sob as nuvens de algodão
Ciclo da vida que move moinhos
Tantos caminhos pra um dia voltar
À Terra, deixando um clamor pra humanidade
A nobre missão de preservar
Nosso futuro, nosso lar!

Água de benzer… purificar
Água da fonte do rio que corre pro mar
Planeta água, nascente da vida
Sou Mancha Verde e mato a sede na avenida
 

Autores: Marcio André Filho, Marcelo Lepiane, Lico Monteiro, Rafael Ribeiro, Richard Valença, João Perigo, Solano Mota, Leandro Thomaz, Telmo JB, Lanza Muniz Moraes e Rosali Carvalho.
Intérprete: Fredy Vianna.

Ouça:

O tema água é sempre atual e necessário apresentá-lo de todas as formas. Em música, por exemplo.
O enredo da Mancha Verde teve por base a canção Planeta Água, de Guilherme Arantes.
No dia 22 de março de 2012, abordei esse tema no Blog. Leia: HOJE É O DIA MUNDIAL DA ÁGUA
O Brasil e o mundo tem sofrido muito com a escassez de água potável.
A devastação das nossas matas têm provocado grande preocupação por parte dos ambientalistas e de outros profissionais ligados à questões da natureza.
No Nordeste, especialmente, há secas históricas.
O livro de estreia da cearense Rachel de Queiroz, O Quinze, trata desse assunto. Leia: A SECA MATA SEM O GOVERNO VER...
Atenção: neste 2022 os reservatórios do Brasil, incluindo os do Nordeste, estão praticamente cheios. Isso, porém, não pode ser incentivo para as pessoas desperdiçarem água.

segunda-feira, 25 de abril de 2022

CARNAVAL E PREPOTÊNCIA

Um amigo telefona perguntando se já tomei conhecimento de que o Exército partiu pra cima do ministro Luís Roberto Barroso, do STF. Eu disse "hein?".
E foi então que fiquei sabendo de uma palestra que Barroso fez domingo 24 a estudantes brasileiros de uma universidade alemã. Ele disse, de forma direta, que o Brasil vive uma situação complicada. Disse também, em tom de apelo, que as forças armadas não se deixem contaminar pela política: "É péssima mistura para a democracia, é uma péssima mistura para as Forças Armadas, e eu tenho fé de que as lideranças militares saberão conter esse risco de contaminação indesejável, que levou à ruína da Venezuela".
Na ocasião, ele lembrou que foi um severo crítico da ditadura militar. Acrescentou dizendo que não poderia, porém, deixar de elogiar o comportamento das forças armadas nos últimos 33 anos: "Eu gosto de trabalhar com fatos e fazer justiça".
Mesmo ressaltando o bom comportamento das Forças, Barroso não deixou de receber severas críticas em nota oficial assinada pelo general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, titular do Ministério da Defesa.
Esse quiprocó todo foi provocado pelo fato de Barroso lembrar de a Democracia brasileira correr risco. E corre.
Já foram várias as vezes que Bolsonaro disse que o Exército está com ele, que as Forças estão com ele. E detalhe: fora isso reforça campanha permanente contra a lisura das urnas eletrônicas.
O STF convidou todos os principais seguimentos da sociedade, incluindo as Forças Armadas, para acompanhar todo o processo de apuração das próximas eleições. Curiosidade: o Exército elaborou uma lista com uma centena de perguntas questionando a inviolabilidade do sistema eletrônico eleitoral. Essa lista foi encaminhada ao STF. No caminho, a lista vazou e, foi assim, que todos nós tomamos conhecimento do estranho questionário.
As urnas que elegeram democraticamente Bolsonaro, são as mesmas em que ele põe dúvidas. Sem provas.
E de uma hora pra outra, mais uma vez, Bolsonaro atiça seus seguidores dizendo de modo prepotente que "Decreto da graça e do indulto é constitucional e será cumprido. No passado soltavam bandidos, ninguém falava nada, hoje eu solto inocentes".
Ele fazia referência ao deputado Daniel Silveira.
Depois de agradecer a Deus por ter sido eleito presidente, sem esperar, acrescentou: "Só Deus me tira daquela cadeira" .
Pois é, o ano nem começou e a desgraceira no meio social e político continua serelepe.
E é Carnaval.

domingo, 24 de abril de 2022

ONHONHA, CARNAVAL E COISA E TAL (2, FINAL)

Assis Angelo com diversas
obras sobre o Carnaval

Pelo menos 50 blocos deverão sair pelas ruas da Capital paulista, sem especificar o roteiro.
No Rio vários blocos também prometem sair, mesmo sem a autorização da Prefeitura. Mas o prefeito, Eduardo Paes, garante que não vai sair por aí correndo atrás de folião.
Cordões e blocos ainda pululam por aí. Mais blocos.
Em 2019, no extremo sul da Capital paulista, surgiu o Cordão das Amoxtradas. Esse Cordão reúne mulheres e a sua fundadora, a cantora e produtora musical mineira Fatel Barbosa, explica: “Já estava mais do que na hora de as mulheres se juntarem para brincar o Carnaval, num Cordão especialmente pra nós. E cá estamos”.
A primeira vez que o Cordão das Amoxtradas saiu foi em 2020. Saiu também, discretamente, em 2021. E agora, em 2022, promete botar pra quebrar. “Vamos arrasar, mas acho importante seguir a programação da prefeitura de São Paulo. A Prefeitura está programando a saída dos blocos em julho. Importante, até porque precisamos do incentivo financeiro do Governo municipal”, diz Fatel.
Neste ano de 2022 o Cordão das Amoxtradas sairá às ruas com a marcha Carolina Maria de Jesus: Uma Amoxtrada sem Parelha, de Fatel e Rosa Morena (ouvir, abaixo).

Vera Eunice (filha da homenageada, Carolina Maria de Jesus)em destaque no Cordão das Amoxtradas

 
Fatel Barbosa com o estandarte
do Cordão das Amoxtradas

Carolina Maria de Jesus nasceu em Minas Gerais e morreu em São Paulo.
Para a literatura nacional, Carolina foi descoberta pelo jornalista alagoano Audálio Dantas.
Há um movimento silencioso, quase silencioso, em movimento para apagar o nome de Audálio. Inexplicável.
Carnaval é uma expressão originária do latim “carnem levare” que significa “afastar-se da carne”, segundo a Enciclopédia Larousse. E segundo o dicionário Houaiss “fixa-se no italiano Carnevale (séc. 14) e daí no francês Carneval (1552), Carnaval (1680), passando às demais línguas europeias ainda no século 17”. E por aí vai. Meio incongruência, porque é o período em que mais há junção de corpos. A ausência da carne, no caso na mesa, fica por conta da Igreja. Páscoa.
É difícil falar da história do Carnaval sem falar dos grandes sambistas, grandes intérpretes da nossa música como Donga, Almirante, Noel Rosa, Pixinguinha…No Carnaval tudo é liberado, incluindo críticas ao poder estabelecido. E aos costumes, ao dia a dia.
Em 1921, no Rio, Pixinguinha saiu às ruas vestido de mulher. Uma graça.
Pixinguinha vestido de mulher,
o segundo da esquerda pra direita

Anos depois, ali pela metade dos anos de 1950, um anônimo fez o que Pixinguinha fez: vestiu-se de mulher e o resultado, lamentavelmente, foi o linxamento do anônimo folião.
Onde isso ocorreu?
Em João Pessoa, PB.
Pois é, há muitas histórias tristes no que deveriam ser só histórias alegres. O carnaval é, em tese, só alegria.
Não posso encerrar este texto sem falar da presença feminina na chamada “música de Carnaval”.
Em 1969, a carioca Carmélia Alves e o paulista Geraldo Filme gravaram pelo extinto selo Chantecler o LP Sambas Enredo das Escolas de Samba de São Paulo. Foi o primeiro, no gênero, gravado por uma cantora e um cantor.
O Carnaval brasileiro é conhecido em todo o mundo. Muitos discos têm sido lançados na França, Alemanha, Itália, em todo o canto. Como a mostra, não custa lembrar do compacto duplo (45 RPM) Carnaval Brasilien. No repertório, Adoniran Barbosa interpretando seu personagem Charutinho.
A propósito, a escola de samba Dragões da Real apresenta neste ano de 22 o samba enredo Adoniran.
Beleza!
Viva o Carnaval e vá de retro Covid-19!

E DE LAMBUJA, LEIA: J&CIA Especial: Memória da Cultura Popular, nº 10NEGAR, NÃO NEGO: FOI BOM PULAR NO CARNAVAL

sábado, 23 de abril de 2022

TÉO AZEVEDO, UM CRAQUE DA NOSSA MÚSICA

Hoje 23, é o Dia do Choro.
O choro é um ritmo muito bonito. É o primeiro da constelação musical do nosso país Brasil.
O cantor, cantador, violeiro, repentista Téo Azevedo é caso raríssimo na música popular brasileira. 
Meu amigo, minha amiga: você sabe o que é genialidade?
Além de tudo e que o Téo faz, ele ainda é autor de centenas de folhetos de cordel. E ainda assobia!
Tão produtivo quanto ele na nossa música só a compositora e maestrina Chiquinha Gonzaga.
Chiquinha Edwiges deixou como legado mais de 1,5 mil músicas.
Téo Azevedo, de batismo Teófilo de Azevedo Filho, nasceu no dia 2 de julho de 1943. Tem cerca de 2 mil músicas autorais e com parceiros gravadas em discos, LPS e CDs. E DVDs, também.
Na sua longa e gloriosa trajetória na música brasileira, Téo teve obras gravadas por Jair Rodrigues, Luiz Gonzaga, Sérgio Reis, Clemilda, Tião Carreiro, Zé Ramalho, Tonico e Tinoco, Cascatinha e Inhana, Zé Coco do Riachão, Caju e Castanha, Milionário e José Rico, Banda de Pífanos de Caruaru, Christian e Ralf e tantos e tantos. E no estrangeiro, até por Charlie Musselwhite.
Mussulwhite gravou, de Téo Azevedo Feel it in Your Heart.
Téo Azevedo chegou a gravar com Bobby Keys (1943-2014), saxofonista da banda de rock Rolling Stones. O detalhe é que a música não era de Téo, era de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira: Asa Branca.
Téo produziu centenas de discos. E compôs nos mais variados ritmos, do samba (e samba rock) ao forró e do xote à moda de viola.
Como se tudo isso não bastasse, o mineiro Téo Azevedo ainda encontrou na modinha e no chorinho caminhos para estender o seu amplo leque de composições.
Nos últimos 3 anos, Téo Azevedo compôs e teve gravados cerca de 100 chorinhos
"O choro é um dos ritmos mais bonitos que o Brasil tem", diz Téo. E acrescenta: "É impossível não gostar de tudo que fez Pixinguinha, Benedito Lacerda e Waldyr Azevedo".
Os chorinhos do Téo se acham em meia dúzia de CDs. Até agora. Outros poderão vir, porque esse Azevedo é imprevisível.
Pra gravar seus choros, Téo convidou Zé Bodega, Arnaldinho do Cavaco, Charles da Flauta e até o legendário sanfoneiro Toninho Ferragutti. E mais, e muitos.
Os chorinhos que tem feito, Téo Azevedo classifica como "Choros do Cerrado". Um exemplo: 
 

sexta-feira, 22 de abril de 2022

ONHONHA, CARNAVAL E COISA E TAL (1)

Ilustração de Fausto Bergocce
 
O desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo começaram nesta sexta-feira 22, a partir das 22h.
Na Sapucaí desfilarão Imperatriz Leopoldinense, Estação Primeira de Mangueira, Acadêmicos do Salgueiro, São Clemente, Unidos do Viradouro e Beija-Flor de Nilópolis.
A Salgueiro e a Beija-Flor desenvolveram seu samba com base no negro escravizado, no Brasil.
Em São Paulo, nessa primeira noite de desfile, estarão no Sambódromo do Anhembi as escolas 
A Colorado do Brás escolheu a mineira negra Carolina Maria de Jesus como enredo do seu samba.
A Mocidade, por sua vez, escolheu a cantora negra fluminense Clementina de Jesus mexer com a sensibilidade dos foliões. É maravilhoso esse samba.
Curiosidade: A Academicos do Tatuapé entrará na avenida com o samba Preto Velho Conta A Saga Do Café Num Canto De Fé, assinado por 22 compositores. É demais, não?
A história segue.
Representação de um Entrudo
A pandemia provocada pelo Novo Coronavírus tirou da avenida o Carnaval e carnavalescos de 2020 e 2021.
Essa pandemia, que no Brasil já matou quase 700 mil pessoas, promete não sair do ar tão cedo.
Domingo 17 o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ocupou a cadeia nacional de rádio e televisão para anunciar aos brasileiros e brasileiras que chegara ao fim a Emergência em Saúde Pública relacionada à Covid-19. Decisão sua e do jeitinho que seu chefe queria. Ora, ora. Queiroga pegou onhonha e ficou doido.
Onhonha é um mal ainda desconhecido pela Ciência, mas especialistas em bestialidade garantem que quem o pega são cretinos, puxa-sacos, que desse modo lutam para garantir o seu nome na lata de lixo da história.
Bolsonaro tem onhonha desde pequeno, desde quando começou a dedurar pessoas e a fazer mal a elas.
Numa tentativa talvez inconsciente e quase desesperada de exorcizar todos os malefícios e mágoas advindos do Coronavírus, neste 2022 os foliões prometem descontar e pular e beber até o corpo aguentar. É isso, pelo menos, o que sugere o noticiário de rádio, jornal e TV.
O Carnaval cai normalmente no mês de fevereiro, às vezes em março. Neste ano, em abril.
O mês de abril foi escolhido por causa do feriado de Tiradentes.
Sobrou pra Tiradentes.
Tiradentes foi o primeiro herói reconhecido oficialmente pela luta que travou contra os invasores portugueses.
Existem ampla literatura e vários sambas de enredo enaltecendo o nome de Tiradentes.
Em 1949, a escola de samba Império Serrano entrou na avenida com o enredo Exaltação a Tiradentes.
Os desfiles de escolas de samba em São Paulo começaram em 1968, na avenida São João. Depois em 1977, os desfiles foram transferidos para a avenida Tiradentes e daí para o Sambódromo, em 1991.
Neste ano de 2022, a escola Acadêmicos do Tucuruvi entra no Anhembi lembrando velhos carnavais e dos desfiles da avenida Tiradentes.
Carro dos Democráticos
E a história segue…
Os desfiles de escolas de samba começaram no Rio, todo mundo ou quase todo mundo sabe disso.
São Paulo sempre ficou em 2º plano nos desfiles de avenida. Mas hoje São Paulo não deve nada ao Rio de Janeiro, e se deve é muito pouco.
A primeira escola de samba surgida no Brasil foi Deixa Falar, no Rio. Em São Paulo, Lavapés, em 1937.
Os sambas de enredo são marcas indeléveis na história do nosso Carnaval. Contam a trajetória de grandes nomes da nossa história, como Tiradentes e Castro Alves. Mas antes de falar disso, quero lembrar dos primórdios. Lá de trás, dos tempos do Entrudo.
O Entrudo era uma graça sem graça. Coisa de mau gosto.
O tempo foi passando e as coisas se modificando, claro.
Enquanto rolava a brincadeira sem graça do Entrudo, foram surgindo cordões, ranchos e blocos que faziam a festa do povo e da elite.
No Rio surgiram grandes grupos de foliões, como Tenentes do Diabo (1855), Democráticos (1867) e
Fenianos (1869).
Tenentes do Diabo, embora criado em 1855, só começou a funcionar em 1867. Curiosidade: o Fenianos deve seu nome aos soldados que lutaram pela libertação da Irlanda contra as amarras inglesas.
No século seguinte, 20, os grupos carnavalescos continuaram surgindo no Rio e São Paulo, principalmente.
Fala meu Louro ficou marcado na história do Carnaval carioca.
No Carnaval carioca também ficou marcado o Cordão do Bola Preta, criado em 1918 e em atividade até hoje. É assim, o mais antigo do Brasil e o que arrasta mais foliões. O seu berço é a Lapa.
Os corsos ganharam formas e adeptos nas avenidas dos grandes centros, como o Rio de Janeiro.
E em São Paulo, hein?
Além dos corsos, surgiu o Grupo Carnavalesco da Barra Funda, criado por Dionísio Barbosa. Esse grupo, cujo integrantes utilizavam vestimenta verde e branca, foram perseguidos pela ditadura Vargas. Motivo: as cores lembravam a bandeira dos Integralistas de Plínio Salgado. Durou até 1936.
No carnaval paulistano há, hoje, mais de 700 blocos. E no Rio, pelo menos 500.
Em Recife, João Pessoa, Florianópolis e outras capitais brasileiras também têm grandes blocos carnavalescos.O maior bloco do Nordeste é o Galo da Madrugada.

quinta-feira, 21 de abril de 2022

AUDÁLIO, CLEMENTINA E CAROLINA NO CARNAVAL

Eu tenho uma coisa a dizer, uma coisa a revelar. Eu conheci Clementina ali pelos anos de 1978/79, talvez 80. Mas a revelação, é: no primeiro momento em que eu me apresentei disse-lhe batendo a porta do hotel onde ela estava hospedada, ali na avenida São João: "Obrigado por me receber, dona Ivone...".
Clementina riu com um desenho bonito na cara, que identifiquei somente depois: "Entre, você é da Folha, não é?".
Guardei comigo esse encontro durante muito tempo e só agora tive a coragem de revelar, de contar a beleza da Clementina diante de mim, um simples jornalista.
A história de Clementina é uma história muito grande. 
A história de Clementina, uma negra, é a história de quem sempre viveu à sombra do branco.
Clementina é, de fato, uma deusa como define no seu canto a escola Mocidade Alegre (abaixo).
Clementina, artisticamente, foi descoberta por Hermínio Belo de Carvalho.
Outra negra que está sendo cantada na avenida, memorialmente necessária, em São Paulo com muita beleza e reconhecimento tardio é a escritora mineira Carolina Maria de Jesus
Carolina também foi muito grande. Viveu tempestades.
E Audálio Dantas?
O jornalista alagoano Audálio Dantas foi quem descobriu o talento de Carolina, para a literatura brasileira. Sem ele, nesse ponto, ela não teria existido. 
O enredo, da Colorado do Brás, parece ter sido encomendado para apagar o nome de Audálio.
Os desfiles de escola do Carnaval paulistano começam amanhã 22.

A DEMOCRACIA SOBREVIVE, APESAR DOS ATAQUES

O povo brasileiro, o que trabalha, dá duro, sofre e se lasca todinho em busca do pão de cada dia há muito anda mal representado na Câmara e no Senado.
Não à toa faz parte do falatório popular a frase segundo a qual "político é tudo ladrão, safado e sem-vergonha".
De fato, as nossas casas representativas na esfera política estão aquém dos seus objetivos.
Desde há muito os eleitores elegem figuras esquisitas para representá-los. E aqui nem é preciso que se faça uma relação enumerando políticos "sem-vergonhas". Seria redundante, pelo histórico.
Caso triste e perigoso está sendo registrado pela crônica diária.
O deputado bolsonarista Daniel Silveira, do PTB-RJ,  acaba de ser condenado pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão, perda de cargo, inelegibilidade eleitoral e o pagamento de 192,5 mil reais por atentar contra a Democracia.
Os bolsonaristas são, quase sempre, violentos que nem pitbulls acuados.
O presidente da Câmara Arthur Lira, um pitbull enrustido, ficou decepcionado com a decisão dos juízes.
Foram 10 votos a 1, quase unanimidade, contra Silveira.
Lira está reclamando ao STF e pedindo para que a decisão de cassação fique por conta da Câmara. Ora, ora, há 9 meses se acha engavetado pelo próprio Lira o processo contra o seu colega Arthur Silveira...
Falei de perigo. Pois bem, justíssimo o julgamento contra o deputado que, além de atentar contra a Democracia, atiçou seus correligionários e outros a surrar e até a matar juízes do Superior Tribunal Federal. Crime gravíssimo.
Kassio Nunes, bolsonarista de carteirinha, não viu crime algum na prática criminal de Daniel Silveira. 
Depois dizem que o cego sou eu, só porque perdi a visão dos olhos.
É preciso cuidado. Precisamos estar atentos contra a violência e malandragem de figuras horrorosas como o deputado que acaba de ser condenado.

quarta-feira, 20 de abril de 2022

TRISTEZA NO MUNDO DOS QUADRINHOS

Charge de Fausto com Angeli, publicada na Folha. Ano: 1979
Charge em que Meiaoito é morto (clique na imagem para ler)
O mundo dos quadrinhos está triste. Motivo: A Folha acaba de noticiar que o cartunista Angeli pendurou definitivamente as chuteiras. Ou a caneta. Ou os pincéis.
A inesperada aposentadoria de Angeli deve-se ao fato de ele ter sido diagnosticado como portador de Afasia.
Afasia é um mal que ataca a fala, a leitura e a escrita, segundo especialistas. Em resumo: é toda e qualquer alteração na linguagem de uma pessoa.
Da safra de 1956, o paulistano Angeli publicou seu primeiro desenho quando tinha 14 anos de idade: na revista Senhor em 1970. Ainda desconhecido pelo público, Angeli aportou na Folha em 1973.
Seus trabalhos no diário paulistano foram publicados no correr de 50 anos.
Angeli publicou milhares e milhares de charges, cartuns e tirinhas. E também em revistas no Brasil, Espanha e Portugal. 
Entre os vários personagens, Angeli deu vida à porralouca Rê Bordosa, Meiaoito (e Nanico), Bob Cuspe, Wood & Stock (filme completo abaixo) e os Skrotinhos. 
Clique na imagem para ler
Rê Bordosa e Meia Oito chegaram ao teatro e ao cinema.
Famosíssimos Rê Bordosa e Meia Oito findaram seus dias assassinados pelo seu autor.
Os Skrotinhos foram, segundo Angeli, inspirados nos personagens Sobrinhos do Capitão.
Sobrinhos do Capitão foi uma criação do alemão Rudolph Dirks (1877-1968). 
Angeli foi sempre um profissional do traço muito exigente até consigo próprio. Não perdoava nem a esquerda nem a direita. Sempre engraçado e crítico, deixou marca indelével na história do traço
Fausto e Angeli

brasileiro. "Pra mim, ele foi o melhor", diz o cartunista Fausto. "Ele me ajudou muito. Ele ajudava a todos que o procuravam. Não negava incentivo a ninguém", acrescenta Fausto.
Fausto e Angeli trabalharam juntos. E eu também, com os dois.
Certa vez Angeli, tirando uma da minha cara, disse: "Meia Oito é você". E pra não perder a graça, respondi: "É você!".
Fausto conta que um dia, em 1979, Angeli teve uma ideia "que desenvolvi e publicamos na mesma Folha" (acima).
O mal que tirou do combate Angeli também atingiu o ator Bruce Willis e Kirk Douglas.
A mulher de Angeli, Carolina Guaycuru, promete publicar toda a obra do marido.

terça-feira, 19 de abril de 2022

ONHONHA PEGA O MINISTRO DA SAÚDE. CASO GRAVE

Hoje é o Dia do Índio.
Os índios sofrem no nosso País desde sempre. Mais ainda quando chegaram os primeiros invasores. Portugueses.
Com o incentivo do atual presidente da República, grileiros invadem as terras indígenas e delas extraem todas riquezas. O ouro principalmente.
Os invasores das terras indígenas incentivados pelo presidente da República, além de roubar a riqueza do subsolo indígena, ainda poluem os rios e matam peixes e matam tudo...
E atenção! Atenção!
O titular deste blog descobriu que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pegou o mal da onhonha. E ficou doido.
Ficou doido e não se conteve a anunciar o fim da pandemia. 
O fim da pandemia provocada pelo novo Coronavírus cabe à Organização Mundial da Saúde, OMS.
Onhonha é um mal maior do que o Novo Coronavírus que resulta na Covid-19.
Quem pega a onhonha está condenado ou condenada à lata do lixo da História.
Marcelo Queiroga, como o seu chefe Bolsonaro, vai pro lixo.
Como descobrir que alguém tem onhonha?
Os primeiros sintomas do onhonha são falta de ar, tontura, dor de cabeça, caminhar bambo, pernas dormentes e tal.
E tem mais: o sujeito que pega onhonha costuma andar nu de madrugada, dizer besteira o tempo todo e entregar a própria mulher aos amigos. Às vezes até a inimigos.
A onhonha não pega trabalhador, pessoas simples e honestas.
O ministro da Saúde está com onhonha.

ÁUDIOS CONFIRMAM O ÓBVIO: A DITADURA MATOU

Ilustração de Fausto Bergocce
São inúmeros os livros que contam a história do Brasil, desde a chegada dos portugueses.
São inúmeros os livros que contam a história recente do Brasil, desde 1964.
No dia 1º de abril de 1964 cavalos e tanques invadiram as ruas do Brasil, do Rio principalmente: era o golpe perpetrado por militares contra a Democracia.
Os militares achavam Jango uma ameaça.
Ao golpe daquele 1º de abril seguiram-se horrores: perseguição, prisão, tortura e morte.
Muitos brasileiros e brasileiras morreram sob tiros e nas masmorras do DOI-Codi.
DOI-Codi significa Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna.
O primeiro chefe militar contra os civis foi Humberto de Alencar Castello Branco, era cearense e morreu numa queda de avião.
O problema cresceu contra o nosso País quando foi decretado o Ato Institucional nº 5.
O Congresso foi fechado e deputados e senadores se lascaram.
Todo mundo sabe, ou quase todo mundo, que a ditadura militar (1964-1985) deixou uma chaga terrível no coração do Brasil. Muito sangue, desespero, desgraça.
Não é de hoje que o atual presidente da República diz que não houve ditadura militar no Brasil. Seus filhotes o seguem nesse raciocínio.
Há poucos dias o deputado Eduardo Bolsonaro, duvidando do relato de tortura sofrido pela jornalista Miriam Leitão, disse que não há provas a respeito; que não há vídeo, que não há isso nem aquilo...
Pois bem, domingo passado 17 o programa Fantástico (TV Globo) trouxe matéria revelando que o Superior Tribunal Militar, STM, gravou todas as seções que tratavam de prisões, torturas e mortes de brasileiros durante o período militar. Essas gravações foram feitas entre 1975 e 1985 e a elas teve acesso o professor de História Carlos Fico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ.
Carlos Fico ouviu as agressões do deputado Bolsonaro contra Miriam Leitão e resolveu procurá-la. E tudo veio à tona.
Repito: todo mundo sabe do terror provocado pela ditadura militar contra os brasileiros, entre 1964 e 1985. Mas o que está vindo à tona, agora, reforça o que todo mundo sabe.
O jornalista Sinval
de Itacarambi Leão
"Isso é mais uma prova sobre tudo que aconteceu naquele período, no nosso País", diz o jornalista Sinval de Itacarambi Leão referindo-se à documentação em áudio gerada pelo STM.
Sinval foi um dos brasileiros que lutaram bravamente contra a ditadura e pelos agentes da ditadura foi perseguido, preso ilegalmente e depois julgado e absolvido pelo próprio STM. 
É um caso singular o caso de Sinval.
Sinval de Itacarambi Leão, jornalista mineiro à beira dos 80 anos, foi o criador da Revista Imprensa.
Eduardo Bolsonaro queria um vídeo como prova das torturas e mortes praticadas pelo regime militar... Ganhou um áudio de 10 mil horas comprovando todas as desgraceiras cometidas pelos militares e sua corja.

domingo, 17 de abril de 2022

GILBERTO ALVES: 30 ANOS DE AUSÊNCIA

Nascido no dia 15 de abril de 1915, na Capital fluminense, o cantor Gilberto Alves jamais imaginou virar cantor profissional. Morreu morreu no dia 4 de junho de 1992, aos 77 anos, numa cidade paulista chamada Cesário Lange.
Gilberto iniciou a carreira em 1935, pelas mãos do radialista e cantor Almirante.
O primeiro contrato profissional ele assinou em 1939. Essa carreira durou, pra valer, até 1965. Tinha 50 anos, mas ainda aceitava convite para cantar em churrascaria e televisão.
Conheci pouco Gilberto Alves, mas o suficiente para considerá-lo um grande cidadão. Era alegre e cheio de causos, contava piadas com naturalidade e graça, sem duplo sentido.
Considerava-se um "curioso" pela história da nossa música popular. Adorava chorinhos, mas gravou poucos. Gravou marchinhas, valsas, sambas e sambas-canção, Algum Dia te Direi. Ouça:
 

sábado, 16 de abril de 2022

HINO A BADARÓ

Giovanni Battista Libero Badaró foi o primeiro jornalista assassinado, no Brasil, por poderosos que o tinham como inimigo. Entre esses poderosos se achava o ouvidor geral da Província de São Paulo, Ladislau Japiassú.
Badaró foi vítima de uma cilada na noite de 20 de novembro de 1830, na rua Nova de São José. Essa rua traz seu nome desde 24 de agosto de 1916, por decisão da Câmara Municipal de São Paulo.
A cada ano, o nome de Libero Badaró é sufocado pela poeira trágica do esquecimento. Poucos jornalistas sabem da sua trajetória heróica, a favor do Brasil. Pensando nisso escrevi um texto poético que acaba de ser musicado por Jorge Ribbas, maestro e professor de música da Universidade Estadual da Paraíba.
Você sabe quem é Jorge Ribbas?
Jorge Ribbas nasceu em Pernambuco e mora em Campina Grande, PB, há muitos anos. Ano passado, ganhou o 1º lugar no Festival de Música Erudita da Rádio MEC. A música vencedora foi Pentagonia.
Com Jorge Ribbas, assinei algumas parcerias musicais. Estas, que se acham no spotify e youtube:

O texto poético que fiz em homenagem a Libero Badaró, e que acaba de ser musicado por Jorge Ribbas, é este:

Líbero!
Líbero!
Oh! Líbero

O teu nome virou marca
Da Imprensa, da verdade
E da luta de quem luta
Pela paz e liberdade!

Como jornalista lutaste
Desassombradamente
Defendendo nossa Pátria
Nossa terra, nossa gente

Mas isso teve um preço
Que pagaste com a vida
A bala que te matou
Deixou a terra ferida

Com firmeza declaraste
Antes de virar saudade
Que morria um liberal
Mas jamais a liberdade

Líbero!
Líbero!
Oh! Líbero

O teu nome virou marca
Da Imprensa, da verdade
E da luta de quem luta
Pela paz e liberdade!


Para ouvir Hino a Badaró, clique:

sexta-feira, 15 de abril de 2022

REPÓRTER DA GLOBO É ESFAQUEADO EM BRASÍLIA

Bolsonaro e seus capetas radicais continuam transformando verdades em mentiras. 
Foi sempre assim, desde os tempos em que era deputado de baixo clero. Uma rachadinha ali, mais uma coisinha acolá e pronto, estava feita a fake, mais uma. E feita ficou melhor depois que inventou mentiras, via Internet, pare se transformar em presidente. E é o que vemos.
Somente em 2021, Bolsonaro mentiu milhares de vezes. PRESIDENTE MENTIROSO. E PERIGOSO
Somente em 2021 jornalistas brasileiros foram agredidos, das mais diversas formas, 430 vezes. Dados da Fenaj, Federação Nacional dos Jornalistas. LACERDA, CULTO E BARULHENTO
Hoje qualquer idiota se sente à vontade para bater em jornalistas. Hoje e ontem.
No dia 20 de novembro de 1830 três crápulas atacaram o jornalista Líbero Badaró, que caiu numa poça de sangue após receber um tiro de bacamarte.
Badaró foi o primeiro jornalista a ser assassinado por estar do lado do direito, da democracia, da liberdade.
Ontem 14, o jornalista Gabriel Luiz, de 29 anos, foi atacado por dois crápulas. Recebeu 10 facadas e foi levado, às pressas, ao Hospital de Base de Brasília.
Foi em Brasília, Capital Federal, que esse caso se deu.
Gabriel é repórter investigativo e trabalha na TV Globo há 8 anos.
Agressões como essa não podem mais acontecer.
Ah! Sim: é preciso que se diga que no último dia 11 deste mês, abril, Gabriel teve reportagem sua mostrada no DF1. Nessa reportagem, ele denunciava o medo de pessoas que vivem nas proximidades do clube de tiro de Brazlândia, localizado às margens da BR-251. O governo diz que o clube é legal e que ao Exército cabe a fiscalização. No dia seguinte, nova reportagem dava voz ao Exército, que dizia não ser responsável pela fiscalização do clube. Dois dias depois, ontem 14, Gabriel é interceptado por dois desconhecidos e esfaqueado.
Enquanto isso, Bolsonaro faz afagos a sua turma numa grande motociata. A propósito, essa movimentação do presidente não se caracteriza propaganda eleitoral antecipada?

quinta-feira, 14 de abril de 2022

EU E MEUS BOTÕES (20)

"O Lula tá tomando pinga e cheirando pó!", disse atropeladamente Jão. 
"Para de dizer besteira, rapaz. O lula é um homem de bem e um correto cidadão", rebateu Mané.
Jão e Mané são dois dos meus botões. Não têm papas na língua. Dizem o que pensam.
"Esses aí não estão com nada, patrão. O Jão é um fofoqueiro e o Mané é essa coisa aí que todo mundo sabe, um besta", opinou entrando na conversa o calejado Barrica.
"Beber pinga, eu sabia que Lula bebia. O que eu não sabia é da acusação seguinte, que cheira pó e sei lá o quê", manifestou-se calmamente o Lampa, ao mesmo tempo em que cutucava as unhas com seu punhal.
Enquanto isso, do seu canto, Zilidoro a tudo observava. E ouvia. Olhou pra mim, piscou e disse: "Vejo-me forçado a admitir alguma razão a Jão. Beber uma pinga aqui e ali, todos bebem. Principalmente a gente do nosso Nordeste, certo seu Assis?".
Nos últimos dias, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva tem dito coisas espantosas. Aquele negócio, por exemplo, de formar grupos para pressionar deputados a votar o que interessa ao governo é inadmissível. "Coisa de comunista!", bradou Biu.
Biu, normalmente, é um botão pacato e de poucas palavras, mas irritou-se também quando Lula disse que a Classe Média brasileira vive um estilo de vida que nem os europeus ostentam. "Adonde diacho esse Lula quer chegar? Com isso, com esse palavrório, ele está municiando Bolsonaro e insatisfazendo seus aliados e até a cúpula do PT", voltou a falar de dedos em riste o Zilidoro. "Noutros tempos, o Lula já estava era fazendo campanha na rua, conquistando os conterrâneos no Nordeste", emendou Jão.
A propósito, perguntei quem dos presentes aqui leu a declaração do jornalista Ricardo Kotscho? Eu li e até decorei. Foi isso, exatamente isso, que o Kotscho disse no seu blog: "Dedicado a montar palanques estaduais, costurar alianças e coordenar grupos de trabalho para elaborar o programa de governo, Lula ficou preso às telas das videoconferências e com isso se distanciou dos eleitores e da vida real, num país que sofreu profundas transformações –para muito pior– nos últimos anos".
"Pois é, esse Kotscho sabe de tudo. Até trabalhou com Lula no seu primeiro governo, como espécie de porta-voz da Presidência", lembrou Zoião que até então ficara quieto no seu canto.
Barrica contou que ouvira no rádio notícia dando conta de que os marqueteiros já estão se movimentando para dar uma "nova cara" ao Lula: "Não é que queiram que Lula esqueça o passado, mas querem que ele fale mais dos projetos que tem para o Brasil".
Zé levantou-se pedindo a palavra: "O Brasil corre o risco de continuar sendo desgovernado por esse que aí está. E se esse que aí está, esse tal Bolsonaro, ganhou na primeira vez, pode ganhar na segunda. E Lula terá culpa nisso. Teve e terá de novo".
Esses meus botões ainda vão loonge...

quarta-feira, 13 de abril de 2022

DIGO AO POVO QUE SOU CANDITADO, SIM!

Pois é, eu nem disse ainda com todas as letras que sou candidato a presidência da República e os políticos velhos de guerra como Lula, Bolsonaro e Ciro Gomes já estão arrepiados. Temem-me. Natural.
Esses caras, profissionais da política, têm todos os motivos para me temer como possível novo presidente dessa nossa República Federativa tão judiada. No começo, no começo de tudo, foram os portugueses que pisaram na nossa honra. Cabral, Dom João VI, Pedro I...
A República brasileira foi inaugurada em novembro de 1899.
O primeiro presidente republicano foi o marechal Deodoro da Fonseca, que renunciou forçado pelas circunstância do momento. Da época em que viveu. O segundo, Floriano Peixoto, também marechal. De ferro, assassino e covarde.
Desde sempre o Brasil tem sido pisoteado, humilhado, judiado enfim. Mas estou chegando. Pois é: estou chegando com tudo. Vou ajeitar o meu país. Vou ajeitar o Brasil quebrado por Bolsonaro e seus asseclas.
Sei que o povo, meu povo, está comigo.
Sei, sei que vocês, ou parte de vocês, estão achando que esse meu discurso da campanha que encetarei já, já, é comum e óbvio, esquisito, mentiroso. 
"Só falta agora você dizer que não é político profissional", chama-me a atenção a cientista política Anna da Hora.
Diante de tal observação, um tanto inadequada, vejo-me na obrigação pura e simplesmente de dizer que, embora estreante, sou sim um profissional da vida democrática. Ora!
Tentei rebater a observação de da Hora dizendo que não farei conchavos com ninguém. Posso até fazer acordos, em nome do povo. Mas acordos que nos beneficiem a todos.
Quero deixar claro, neste primeiro momento, que reconheço as intenções positivas de Lula e Ciro. 
Bolsonaro?
Vade retro, Bolsonaro!
É isso. E vou correndo ao computador para responder a questões que estão sendo formuladas pelo público que me quer desesperadamente como presidente da República.

terça-feira, 12 de abril de 2022

EU E MEUS BOTÕES (19)

Patrão, começou gritando Zoião, "o sinhô tá sabendo o que tá rolando no coração do Exército brasileiro?". 
Achei a frase do Zoião bastante provocadora, e respondi: "Mais ou menos, mais ou menos".
Falei baixo, com naturalidade, e assim falando notei que os meus botões estavam todos ligados em mim. Tipo, olho no olho. Zoião insistiu: "Pois é, o nosso Exército está todo de cabeça baixa mesmo engolindo sei lá quantas pílulas de Viagra por dia, ou por noite. Sei lá".
Fiquei reticente, porém pensando. 
A pergunta de Zoião tinha tudo a ver com a preocupação que a até então eu dedicava à questão Viagra.
De repente, não mais do que de repente, vem lá Lampa com aqueles olhos murchos cutucando as unhas com seu inefável punhal, tranquilamente. Assim como quem quer e não quer, à toa. Pergunta: "Chefe, o sinhô está a favor desse feladaputa chamado Bolsonaro? Se tiver, a gente conversa adespois. Se não, a gente conversa é agora!".
Calmo eu estava, calmo eu fiquei. 
E ele, Lampa, me zoiando de cabeça baixa. Tipo assim, quase ameaçando em silêncio...
Olhei pra todos os olhos dos meus botões. Mané, Zé, Jão, Biu e Barrica nada disseram no canto onde estavam. 
E o papo posto na roda, assim espontânea e de repentemente, era Viagra.
Na verdade, na verdade, a questão colocada no momento era uma questão um tanto delicada, sei. Pensemos: o Exército, as Forças Armadas do Brasil de cabeça baixa e precisando de Viagra pra se fortalecer diante e perante de quem?
Falei alto, é certo...
Zilidoro, intelectual de carteirinha, de dedo em riste se exalta: "É o fim da picada! Não entendo nada. As Forças armadas, formadas pelo Exército, Marinha e Aeronáutica, existem para defender a Pátria", disse de modo impoluto, levantando-se do tamborete onde estava.
Entendi, eu sempre entendo Zilidoro.
De certo modo, é bom saber que as Forças Armadas estão preocupadas com a grandeza do País.
A cultura musical, a cultura brasileira, registra todos os momentos da nossa vida cotidiana.

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