Era quarta, era noite de 14 de março de 2018, numa rua do Estácio, Rio de Janeiro. A testemunha do que se passou na ocasião foi a lua, foi o vento. Tiros de grosso calibre atingiram duas pessoas e traumatizaram uma terceira. Os mortos, que se achavam no carro, foram a vereadora Marielle Franco e o seu motorista Anderson Gomes. A sobrevivente foi Fernanda Chaves, à época assessora da vereadora.
Dois dias antes de se completar uma ano do atentado, o governador do Rio reuniu a imprensa no Palácio da Guanabara para anunciar oficialmente, que a polícia acabara de prender o homem que acionou o gatilho contra Marielle e o seu motorista. Preso também foi o coautor do crime, que dirigia o carro de onde partiram os disparos.
Antes tarde do que nunca, diz o dito popular.
Do Paraguai, Bolsonaro falou rapidamente sobre o assunto, rapidamente mesmo. Disse apenas que as investigações continuam. Poderia ser mais enfático, não?
Curiosidade: o pistoleiro que matou Marielle e Anderson morava no condomínio do Bolsonaro. Uma casinha lá custa algo em torno de 4 milhões. Como pode um policial aposentado, caso do pistoleiro ter tanta grana para comprar uma casa dessa.
O caso Marielle tem chamado a atenção de gente do mundo todo.
Marielle, negra e pobre da Maré, Gay, era uma mulher raçuda. Segundo o noticiário, nunca titubeou prá denunciar uma injustiça, uma covardia. Injustiça e covardia de que ela mesma foi vítima.
No Carnaval o nome de Marielle andou de boca em boca nos blocos e escolas de samba.
A campeã do Carnaval carioca, Estação Primeira de Mangueira, Escola de Angenor de Oliveira, o Cartola (1908-1980) levou a avenida um enredo que punha em destaque o nome de Marielle (acima).
Além de constar como tema principal ou parcial de enredos de escolas e marchinhas, Marielle Franco virou personagem de folhetos de cordel.