Prisioneiras é o último livro da trilogia sobre o sistema carcerário de São Paulo escrito pelo médico paulistano Dráuzio Varella (foto ao lado). Os dois primeiros, Estação Carandiru e Carcereiros, foram lançados respectivamente em 1999 e 2012. Viraram filme e série com a marca Plim Plim. Isto é, grupo Globo. Mais: correram mundo. Na verdade, ainda estão correndo.
Estação Carandiru é um livro impressionante, recheado de histórias horripilantes, de degola, empalamento, quase inacreditáveis. Literariamente poderíamos classificá-lo como surrealista. Mas não nos enganemos. Esse é um livro absurdamente realista.
É difícil nomear qual a mais original e chocante história desse livro. São muitas que despertam vivamente a atenção do leitor.
As fugas e tentativas por túneis escavados à mão eram no Carandiru cinematográficas. De uma só vez, pouco mais de uma cetena de detentos lograram êxito.
Cinematográfica também foi uma fuga frustrada de um pequeno grupo armado que invadiu o refeitório da diretoria fazendo reféns o poderoso Luizão, um capitão, um tenente e um casal de advogados em visita à instituição.
Curiosamente, essa fuga não deu certo porque os celerados confundiram o barulho de um helicóptero de uma televisão como se fosse o barulho de helicóptero da Polícia como exigiam para a fuga.
Ao ler Estação Carandiru e Carcereiros não deixei de lembrar de Recordação da Casa dos Mortos (1862), de Fiódor Dostoiévski (1821-1881).
Em 1849, Dostoiévski foi preso sob a acusação de participar de um complô que tinha por objetivo derrubar o Czar. Julgado, foi condenado à morte. Na última hora, porém, teve a pena capital transformada em prisão na Sibéria. Lá ele sofreu como jamais imaginara. Passou fome, passou frio e levou muitas porradas.
A dura experiência de Dostoiévski na prisão rendeu o livro aí citado contando os terríveis anos que viveu na prisão. Aqui, o ponto: não dá pra deixar de comparar a bela e contundente escrita de Varella com a do grande escritor russo.
O terceiro livro da série tem por título Prisioneiras. É um tapa na cara da sociedade machista, sacana, hipócrita.
Os depoimentos colhidos junto às presidiárias são uma prova de que as mulheres continuam sendo vitimadas pelos arroubos preconceituosos dos machos da vida e, de certo modo, abandonadas pela própria família.
Entre as presidiárias ouvidas pelo médico há líderes do PCC.
O PCC ganhou forma pública em agosto de 1993. O berço foi o "Piranhão" de Taubaté, a cerca de 130 km da Capital paulista.
Piranhão era o nome dado à cadeia pública de Taubaté.
Dráuzio Varella continua desenvolvendo trabalho voluntário agora na Penitenciária do Estado, onde foram realocadas as mulheres condenadas pela Justiça.
Estação Carandiru é um livro impressionante, recheado de histórias horripilantes, de degola, empalamento, quase inacreditáveis. Literariamente poderíamos classificá-lo como surrealista. Mas não nos enganemos. Esse é um livro absurdamente realista.
É difícil nomear qual a mais original e chocante história desse livro. São muitas que despertam vivamente a atenção do leitor.
As fugas e tentativas por túneis escavados à mão eram no Carandiru cinematográficas. De uma só vez, pouco mais de uma cetena de detentos lograram êxito.
Cinematográfica também foi uma fuga frustrada de um pequeno grupo armado que invadiu o refeitório da diretoria fazendo reféns o poderoso Luizão, um capitão, um tenente e um casal de advogados em visita à instituição.
Curiosamente, essa fuga não deu certo porque os celerados confundiram o barulho de um helicóptero de uma televisão como se fosse o barulho de helicóptero da Polícia como exigiam para a fuga.
Ao ler Estação Carandiru e Carcereiros não deixei de lembrar de Recordação da Casa dos Mortos (1862), de Fiódor Dostoiévski (1821-1881).
Em 1849, Dostoiévski foi preso sob a acusação de participar de um complô que tinha por objetivo derrubar o Czar. Julgado, foi condenado à morte. Na última hora, porém, teve a pena capital transformada em prisão na Sibéria. Lá ele sofreu como jamais imaginara. Passou fome, passou frio e levou muitas porradas.
A dura experiência de Dostoiévski na prisão rendeu o livro aí citado contando os terríveis anos que viveu na prisão. Aqui, o ponto: não dá pra deixar de comparar a bela e contundente escrita de Varella com a do grande escritor russo.
O terceiro livro da série tem por título Prisioneiras. É um tapa na cara da sociedade machista, sacana, hipócrita.
Os depoimentos colhidos junto às presidiárias são uma prova de que as mulheres continuam sendo vitimadas pelos arroubos preconceituosos dos machos da vida e, de certo modo, abandonadas pela própria família.
Entre as presidiárias ouvidas pelo médico há líderes do PCC.
O PCC ganhou forma pública em agosto de 1993. O berço foi o "Piranhão" de Taubaté, a cerca de 130 km da Capital paulista.
Piranhão era o nome dado à cadeia pública de Taubaté.
Dráuzio Varella continua desenvolvendo trabalho voluntário agora na Penitenciária do Estado, onde foram realocadas as mulheres condenadas pela Justiça.
Prisioneiras já ganhou versão em japonês.