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segunda-feira, 31 de julho de 2023

SARAMAGO, MULTIPLICADOR DE EMOÇÕES

O livro é uma pérola permeada de poucos personagens. O melhor e o principal deles, Tertuliano Máximo Afonso, é separado e namora sem muito gosto uma jovem bancária chamada Maria da Paz.
Com a primeira mulher, Tertuliano não teve filhos.
A história de O Homem Duplicado, do português José Saramago, começa quando um professor de Matemática sugere que seu amigo, Tertuliano, assista o filme Quem Porfia Perde a Caça. É dos anos 80, por ali. Tempos ainda de filme em VHS. Tertuliano aceita a sugestão e vai à locadora alugar o tal filme. É quando a vida dele dá uma guinada de 180°.
Tertuliano mora sozinho num apartamento, visitado exporadicamente por Maria da Paz. Essa Maria é apaixonadíssima por Tertuliano, que é professor de História de uma escola particular.
Ao assistir Quem Porfia Perde a Caça, o professor Tertuliano se depara com um personagem secundário de nome Daniel Santaclara. E é aí que a porca torce o rabo.
Após descobrir que o ator é cara cuspida e escarrada dele próprio, Tertuliano entra em parafuso e passa a ter um comportamento diferente do que tinha até então. 
Além de Tertuliano, Maria da Paz e Daniel, Saramago enfia no livro a mulher de Daniel, Helena; e a própria mãe do protagonista, Carolina. Dona Carolina, que tem uma presença curta mas significativa no enredo.
E a história segue com Daniel marcando encontro com Tertuliano. Após conhecer Tertuliano, Daniel conta como tudo sucedeu à mulher Helena. Ela pira e toma remédio pra dormir. Chega a um ponto que Daniel procura vingança, passando-se por Tertuliano para ter um encontro íntimo com Maria da Paz. Depois disso, e da noite de amor, os dois morrem num terrível acidente na estrada. Tertuliano fica com Helena e o final não conto, não. Apenas acrescento: é surpreendente, como surpreendente é o diálogo entre Tertuliano e o Senso Comum, "personagem" impagável pelas características como  o autor o apresenta.
O Homem Duplicado foi publicado em 2002.
O Homem Duplicado virou filme dirigido por Denis Villeneuve, lançado em 2014. É classificado como suspense psicológico. É por aí. Existencialismo na parada. A vontade é devorá-lo sem intervalos. Veja o trailer: 

RÁDIO MEC, VOTE: XOTE ERUDITO

Assis e Jorge
Com vistas às comemorações do seu centenário de fundação, a Rádio MEC soltou edital em âmbito nacional e internacional para escolher autores e intérpretes de músicas nos gêneros Erudito e Popular. Serão premiadas músicas instrumentais, infantis e canções. No item canção, o craque Jorge Ribbas e eu compusemos Xote Erudito, que versa sobre uma festa de forró com convidados como Simone de Beauvoir, Platão, Aristótes, Tinhorão, dentre outros. O ritmo escolhido foi o Xote, característico do nosso Nordeste. Veja a letra: 

ARISTÓFANES E ARISTÓTELES, CONVIDARAM SÓCRATES E PLATÃO
PARA IREM A UM FORRÓ, DANÇAR XOTE, XAXADO E BAIÃO
QUANDO LÁ ELES CHEGARAM, ENCONTRARAM SIMONE DE BEAUVOIR
TODA ARRUMADINHA E JÁ PRONTA PRA DANÇAR

O CANTOR ERA BEETHOVEN, O SANFONEIRO, DEBUSSY
NA ZABUMBA O BAMBA BACH E JACKSON, NO PANDEIRO
O CANTOR ERA BEETHOVEN, O SANFONEIRO, DEBUSSY
NA ZABUMBA O BAMBA BACH E JACKSON A PANDEIREAR

ZÉ LIMEIRA E SHOPENHAUER NUM CANTINHO FILOSOFAVAM
ENQUANTO MARX E TINHORÃO     UMA CABROCHA CORTEJAVAM

A FESTA FOI ANIMADA COM ERUDITOS NO SALÃO
CANTANDO, SE DIVERTINDO AO SOM DE LUAR DO SERTÃO
A FESTA FOI ANIMADA COM ERUDITOS NO SALÃO
CANTANDO, SE DIVERTINDO AO SOM DE LUAR DO SERTÃO

Os organizadores desse concurso O Festival Musical já fizeram a primeira seleção. É uma oportunidade, agora, para os internautas escolherem eles próprios a melhor obra. Se valer uma sugestão, lá vai: votem no Xote Erudito.

CONTENDA

O músico Jorge Ribbas ganhou o 1º lugar do concurso musical da Rádio MEC, em 2021, com Pentagonia. Este ano concorre com outra música de características eruditas. Vote: CONTENDA

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