A reunião denominada Cúpula da Amazônia, iniciada ontem 8, deverá terminar hoje com muitas indefinições.
Os governantes dos oito países da Amazônia Legal, reunidos no Pará, chegaram até aqui sem nenhuma conclusão unânime. Nem mesmo as pretensões de Lula de desmatamento zero na região. Essa meta, segundo o presidente brasileiro, deverá ou deveria ser alcançada até 2030.
As leis dos países participantes da Cúpula são diferentes entre si, daí as indefinições observadas na Carta de Belém, que já foi divulgada.
Grilagem e latifúndios são problemas antigos do Brasil.
A região Norte, onde se acha a Amazônia é no rigor a mais pobre do País. Seus habitantes, incluindo os indígenas, sofrem de todos os males provocados pela ganância do homem branco. Mas, claro, a pobreza que paira no Brasil é grande.
No campo da pobreza, pobreza de faltar tudo na mesa, se estende aos nove Estados nordestinos.
Doenças e fome atacam o Brasil em todos os flancos.
São históricas as secas no Brasil, principalmente no Norte e no Nordeste.
Em 1982, o Brasil se uniu para ajudar as vítimas das enchentes na Capital pernambucana. A ajuda veio de todo canto, até dos artistas da nossa música. Chico Buarque e Fagner lideraram esse movimento, que resultou num disco com duas faixas vendido em benefício das vítimas das chuvas daquele ano. Uma das faixas daquele disco, Seca d'Água, levou a assinatura do poeta Patativa do Assaré.
Patativa, de batismo Antônio Gonçalves da Silva, foi um dos poetas mais importantes do País. Deixou uma obra muito bonita, recheada de clássicos como A Triste Partida, A Morte de Nanã, Vaca Estrela e Boi Fubá e Eu Quero, que diz:
Quero um chefe brasileiro
Fiel, firme e justiceiro
Capaz de nos proteger
Que do campo até à rua
O povo todo possua
O direito de viver
Quero paz e liberdade
Sossego e fraternidade
Na nossa pátria natal
Desde a cidade ao deserto
Quero o operário liberto
Da exploração patronal...
Fiel, firme e justiceiro
Capaz de nos proteger
Que do campo até à rua
O povo todo possua
O direito de viver
Quero paz e liberdade
Sossego e fraternidade
Na nossa pátria natal
Desde a cidade ao deserto
Quero o operário liberto
Da exploração patronal...
Patativa do Assaré, sobre quem escrevi um livro biográfico (O Poeta do Povo), viveu longa vida num pedaço de chão no qual plantava para sobreviver em Assaré, CE. Perdeu a visão ainda criança, em 1913. Dez anos depois, em 1923, escreveu seus primeiros versos tendo como tema as festas juninas. Em 1956 publicou seu primeiro livro, Inspiração Nordestina. Em 1973, com 64 anos de idade, foi atropelado por um automóvel e quase morreu. O resto é história.
Os países que fazem parte da Amazônia Legal são, além do Brasil, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. O presidente ditador da Venezuela fugiu da reunião de Belém.