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sábado, 27 de julho de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (117)

Entre as freiras do colégio Maria Augusta, a Guta, faz amizade com Maria Gloria e Maria José.Ao completar 18 anos, as três Marias deixam o colégio para ganhar vida própria. Glória casa-se cedo. José não se casa, transformando-se numa pessoa muito quieta e solitária. Augusta envolve-se com um artista plástico bem mais velho do que ela e casado. Ela sofre. Depois conhece um certo Isaac que finda por matar-se.
Raquel de Queiroz
A ficção de Júlia Lopes de Almeida flerta o tempo todo com a realidade. Ela era participativa e arguta observadora da sociedade em que viveu. De lá pra cá, ou seja, do século 19 pra cá, aparentemente nada mudou.

No livro Correio da Roça (1913), a autora conta os perrepes vividos por suas personagens: Maria, mãe de quatro filhas, perde o marido e praticamente toda a fortuna que tinha. Sobra-lhe uma fazenda fincada no fim do mundo. É lá que vai viver com as filhotas. Enfim, essa é mais uma bela história enredada por Júlia Lopes de Almeida.

O século 20 nos deu algumas autoras também muito importantes como a cearense Raquel de Queiroz, que estreou como romancista em 1928 com O Quinze. Obra-prima.

Em 1939, Raquel brindou aos leitores o romance As Três Marias.

As Três Marias são Augusta, Glória e José.

Maria Augusta é posta pelo pai num colégio de freiras depois que a mãe morre. Tinha 12 anos de idade. No começo enfrenta dificuldades para se adaptar ao novo ambiente.

O romance de Raquel de Queiroz conta, além da vida dessas Marias, a vida rápida de outras jovens.

Jandira e Violeta são duas amigas de Maria Augusta. A primeira casa-se com um sujeito desqualificado, sem profissão, e com ele tem um filho, que nasce cego.

Quanto à Violeta, Augusta fica sabendo que virara puta. Ela lembra:

…Agora estava perdida, com a porta aberta para todos os homens. E eu tentava imaginar o horror daquela vida: chega um homem gordo, bigodudo, hálito de cerveja, tem o direito de entrar, de deitar com ela na cama, de exigir o que quiser. E parecia-me ver o homem, a camisa suada fedendo, os beiços babosos, a carne mole. Ou então outro qualquer, magro, ossudo, velho, com cruzes de esparadrapo no pescoço, ou cheirando a cigarro apagado...

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