Pois é, o nosso Guilherme Boulos, PSOL, teve menos votos ontem 27 do que o vice de Bruno que virou prefeito e como tal concorreu à última eleição tendo uns dezoito por cento a mais do que o seu concorrente.
Que fique claro: quem votou no Boulos não perdeu, ganhou.
Boulos mostrou firmeza, clareza e dignidade ao apresentar aos eleitores de Sampa o seu programa de governo.
Ganhamos, Boulos e a democracia.
Nada melhor do que um dia atrás do outro...
Ontem domingo 27 marcou o 140° aniversário de nascimento do escritor e ex-prefeito do município alagoano de Palmeira dos Índios Graciliano Ramos (1884-1953).
Graciliano, que prefeiturou Palmeira dos Índios entre 1928-1930, deixou saudade.
E como escritor, aquele ex-prefeito legou à literatura brasileira uma obra muito bonita, muito forte, entremeada de lirismo, sonho e realidade.
Graciliano Ramos foi eleito no dia 7 de outubro de 1927.
Pois, pois. Não são muitos, mas também não são poucos os escritores brasileiros que viraram políticos. Com cargos eletivos, inclusive.
O primeiro escritor brasileiro que virou político com cargo eletivo foi o cearense José de Alencar (1829-1877).
Alencar foi deputado várias vezes e só não virou senador porque o imperador Pedro II não deixou. Ele o detestava.
O primeiro livro de José de Alencar foi Cinco Minutos.
Pois bem, o segundo escritor brasileiro que virou político foi o fluminense Joaquim Manuel de Macedo, autor do romance A Moreninha (1844).
A Moreninha é considerado por muita gente como o primeiro romance brasileiro.
O Filho do Pescador de Teixeira e Souza, embora tenha sido publicado um ano antes de A Moreninha, é considerado por uns e outros como o primeiro ou segundo romance tupiniquim.
Os críticos de Souza consideravam ou ainda consideram um livro cujo enredo não pode ser classificado de romance.
Bom, eu li os dois e pra mim os dois são romances. E bons.
Por enquanto chega, né?
O ex-prefeito de Palmeira dos Índios renunciou ao cargo no dia 10 de abril de 1930. E sabe por que?
Graciliano pegou a prefeitura de Palmeira dos Índios endividada até onde não dava mais. Foi contra amigos, conhecidos e poderosos. E como começou a escrever em 1925, trocou o cargo político pela carreira de escritor admirável que se tornou.
O primeiro livro do alagoano de Quebrangulo Graciliano Ramos, Caetés, foi publicado em 1933.