Cleópatra e César, por Jean Leon Gerome (1866) |
A história é longa e cheia de surpresas e contradições.
Depois de desposar os irmãos, Cleópatra abriu as asas e atirou-se no colo do ditador romano Júlio César, que seria assassinado pelo filho Brutus e senadores comparsas.
Com César, Cleópatra teve um filho.
Depois de transar com César em busca do poder pelo poder, Cleópatra foi pra cima do general Marco Antônio, com quem teve três filhos.
Marco Antônio e Cleópatra perderam feio uma batalha para Otaviano, filho adotivo de César.
O resultado disso é que Marco Antônio suicidou-se e Cleópatra também.
A respeito desse assunto, de adultério, o satírico Bocage escreveu:
Não lamentes, oh Nise, o teu estado;
Puta tem sido muita gente boa;
Putissimas fidalgas tem Lisboa,
Milhões de vezes putas teem reinado:
Dido fui puta, e puta d′um soldado:
Cleopatra por puta alcança a c′ròa;
Tu, Lucrecia, com toda a tua pròa,
O teu cono não passa por honrado:
Essa da Russia imperatriz famosa,
Que inda ha pouco morreu (diz a Gazeta)
Entre mil porras expirou vaidosa:
Todas no mundo dão a sua greta:
Não fiques pois, oh Nise, duvidosa
Que isto de virgo e honra é tudo peta.
Bocage |
A última rainha do Egito, Cleópatra, entrou para a história como depravada, cínica, fatal e "uma vergonha para o Egito", nas palavras do poeta Lucano.
Marco Aneu Lucano tinha lá uns 20 anos de idade quando chamou a atenção de Nero pelas poesias bravas que fazia.
Lucano virou, por pouco tempo, um protegido do incendiário Nero.
Nero findou por mandar matá-lo.
Plutarco classificou Antônio e Cleópatra como um casal vulgar, libertino e tal.
Horácio e Cícero não a viam com bons olhos.
Cícero foi um dos maiores oradores do Império Romano. Escrevia com as mãos de Deus.
Foi Propércio que, sem rodeios, a chamou de "rainha prostituta".
Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora