Seguir o blog

quinta-feira, 7 de abril de 2022

DE COMO O ASSASSINATO DE UM JORNALISTA PROVOCOU A QUEDA DE UM REI (1)

Ilustração de Fausto Bergocce

Livros sobre Líbero Badaró
Um tiro de bacamarte quebrou o silêncio da rua Nova de São José, no centro da Capital da província de São Paulo.
Era noite e era sábado.
Uma lua bonitona Cheia, pendurada no céu, espraiava seus raios alumiando os logradouros até então existentes. Naquele tempo, as poucas ruas da Capital da província eram muito mal iluminadas. Havia, apenas, 24 lampiões espalhados nas ruas, becos e vielas.
O vento frio, primaveril, batia na cara dos transeuntes que se atreviam a permanecer mais tempo fora de casa, insones.
Em seguida ao tiro, ouviram-se um “Ai!” e o barulho de passos apressados de pessoas que fugiam. Eram três homens, aparentemente de origem alemã.
O estudante Emiliano Fagundes Varella, do curso de Direito do Largo de São Francisco, foi a primeira pessoa a acudir a vítima. Colegas seus o seguiram e logo descobriram que o atingido pelo disparo de arma de fogo era Giovanni Battista Libero Badaró, médico e jornalista fundador e principal redator do jornal bissemanal O Observador Constitucional, de linha política liberal.
Badaró, muito querido pelos estudantes, foi atingido à queima roupa a altura do baixo ventre. E desabou num baque surdo, esvaindo-se em sangue.
Ainda na cena do crime, a vítima conseguiu dizer que lembrava-se de três alemães.
Essa é a história que se lê nos poucos livros escritos a respeito, até agora.
Essa também é uma história que começa em 1826 quando Libero Badaró chega ao Rio de Janeiro procedente da Itália, onde nasceu. Tinha 28 anos. Seu desejo era ampliar conhecimentos no campo da Botânica, especialmente. Estudara em Turim, Bolonha e Gênova.
Era alto e usava óculos redondos, de muitos graus.
De família bastarda, tinha tudo e muito mais do que alguém pudesse desejar.
O pai, Andrea, foi médico e amante das letras. Lia muito, sua biblioteca era enorme. No Rio, o jovem Badaró logo fez amizade com os intelectuais do naipe de Evaristo da Veiga (1799-1837).
Evaristo foi fundador e editor do jornal Aurora Fluminense.
Badaró era muito comunicativo. Falava fluentemente, além da língua mãe, francês e inglês. Em pouco tempo, dominou o português e no começo de 1828 trocou o Rio por São Paulo, à época com cerca de 20 mil habitantes.
Em São Paulo conhece e hospeda-se na casa do baiano José da Costa Carvalho (1796-1860), fundador do jornal O Farol Paulistano.
O Farol, de linha liberal inaugurado no dia 7 de fevereiro de 1827, foi o primeiro jornal da Capital da província de São Paulo. Durou até o final da primeira parte de 1832.
Em suma, diga-se com todas as letras: foi um baiano o criador da Imprensa de São Paulo.
Já em casa, levado pelos estudantes, Badaró morreria 24 horas depois do atentado. Mas insistia: sabia que os desconhecidos que o atacaram eram alemães, pois falavam essa língua.

EDGAR FERREIRA, 100 ANOS

Se vivo, o recifense Edgar Ferreira completaria hoje 100 anos de idade.
Edgar, de família humilde, desenvolveu na vida várias tarefas para garantir o pão diário.
Foi até metalúrgico o Edgar.
Em 1941, Edgar Ferreira se achava pelejando na Capital da República, Rio de Janeiro.
No comecinho dos anos de 1950, Edgar conheceu o paraibano Jackson do Pandeiro.
Jackson gravou várias de suas músicas, incluindo Forró em Limoeiro e 1 x 1. Sucesso.
As músicas do pernambucano Edgar Ferreira continuam recebendo gravações de muita gente boa, como Zé Ramalho e o grupo de rock Paralamas do Sucesso. Vão vendo! Ele morreu no dia 19 de dezembro de 1995, no Rio.

RASGANDO VOTOS

Pra valer, pra valer mesmo, oficialmente falando, a campanha à presidência da República ainda nem começou, mas já está provocando um Deus nos acuda.
Lula anda falando pelos cotovelos, dizendo coisas que se quer lhe perguntam. Por exemplo: é sonho seu regular a Imprensa. 
Nesses dias ele tem dito, sem revelar de qual lado está, que acabaria com a guerra entre Rússia e Ucrânia num boteco. Em dois palitos. Negociação regada à cerveja, claro. Com uma caninha, hic!
Disse que é direito da mulher abortar. Mais ou menos isso. Questão de saúde pública, política pública. Foi além: se eleito, tirará do poder os militares de Bolsonaro.
Essas questões têm chamado a atenção de muita gente.
Muitos políticos ficaram de cabelo de pé quando o Lula disse que, se eleito, incentivaria o povo a formar grupos para pressionar deputados nas suas residência. Hmmmmm...
Mais de 11 milhões de brasileiros estão desempregados, sem carteira assinada. A inflação já se acha nos 2 dígitos.
Os assaltos e mortes continuam a se multiplicar, principalmente nas grandes cidades.
Enquanto isso, Lula diz que a classe média brasileira nunca ostentou tanto seus bens como agora.
Eu, hein!
O que acho disso, o que acho mesmo? 
Acho que Lula está desperdiçando, rasgando, possíveis votos do eleitor conservador.
O pessoal do Centrão está feliz da vida com as falas do Lula. E a cúpula do PT, preocupada.
É isso.

POSTAGENS MAIS VISTAS