É tudo muito estranho, como diria o meu querido amigo maranhense Fortuna (1931-1994).
Tudo é Muito Estranho é título de um livro que Fortuna fez dedicado a mim. Meu Deus!
Vivíamos um tempo que as pessoas estavam mais próximas, uma perto da outra, torcendo pelo bem. Um tempo de solidariedade, um com o outro. Ou outra. E todos e todas.
O mundo está uma desgraça!
Não é esse mundo que nós pacifistas cidadãos queremos, desejamos.
É tudo muito estranho...
O meu país, Brasil, ganhou dos portugueses a língua. Língua essa praticamente definida por um cara chamado Luís Vaz de Camões (1524-1580).
Camões, imagino, foi um cara natural na sua especialidade da vida. Viveu.
Fazia poesia de improviso, cantava, bebia. Um jovem como outro qualquer. Não durou, de vida, nem 60 anos.
Meus amigos, minhas amigas, acabei de lançar "oficialmente" no Memorial da América Latina o livro A Fabulosa Viagem de Vasco da Gama. Um épico. Esse livro, desenvolvido em sextilhas, é resultante da leitura que fiz de Os Lusíadas, o mais bonito livro de poesia de Portugal. Foi publicado em maio de 1572. Conta a história da grandeza heroica dos portugueses navegantes em busca de um mundo novo, de coisas novas.
Foi ontem ou anteontem que o querido maestro paulistano Julio Medaglia disse a mim, comentando, que já não há apreciações críticas da arte da vida nos jornais e revistas.
Já não se criticam, não se observam com clareza, as artes da música, do teatro, da literatura, da dança, do cinema, das artes plásticas... Das artes. Todas!
Concordo, concordei, de A a B. Ou de A a Z...
Estamos ficando pobres, no Brasil e no mundo todo. É só briga, é só guerra... Ninguém mais se entende. Estamos na Torre de Babel?
Meus amigos, minhas amigas, eu não consigo parar de viver. Pensar e exercitar o pensamento é fundamental.
É uma alegria ter Julio Medaglia como amigo meu, como foi amigo meu Eleazar de Carvalho. Gente essa que sabe tudo de arte, de vida.
Eu perdi os olhos, mas eu não perdi a vida nem as cores da alma.