O meu bloco é legal.
É melhor do que o teu.
No meu bloco tem o Japa
Grampeando o Zé Dirceu.
O Japa e Sérgio Mouro
Estão nas ruas, em ação
Caçando cabra safado
Que roubaram a Nação
O Brasil está doente. A doença é grave, o
paciente geme. O paciente está atordoado e, aparentemente, abandonado.
O Brasil está doente, geme e o agridem de
todas as formas.
Skindô!
Em algumas regiões do Brasil, o carnaval
começou em janeiro. Janeiro do ano passado. Na Bahia, por exemplo, os baianos
dançam, dançam e dançam sem se cansar.
Quanta alegria! Será mesmo alegria o que os foliões que dançam o ano inteiro
sentem?
O Brasil está doente, o Brasil está sendo
ludibriado.
Na avenida, as escolas de samba se preparam
para apresentar seus enredos e baticumbuns com passistas radiantes enfeitiçando
e despertando a gula dos foliões. É um bonito espetáculo.
Sem dúvida, é bonito o espetáculo que
normalmente as escolas apresentam na avenida. De repente, personagens
históricos do mundo todo ressurgem como num passo de mágica, do nada. Cabral, por exemplo, e Tiradentes, Calabar,
Nassau e Chica da Silva já apareceram dessa
forma com suas particularidades aos olhos de todo mundo. Agora mesmo quem vai
aparecer é o Dom Quixote em mágica dos carnavalescos da escola de samba Mocidade
Independente de Padre Miguel.
Confira:
Se eu gosto dos carnavais de hoje? Se eu
gosto ou não gosto, essa não é a questão. A questão é o carnaval de hoje, com
muito luxo e dinheiro, é feito para os olhos e prazer dos turistas. Nessa, o povo está de fora. E lembrar que a escola –
incluindo a expressão – foi criada pelo povo, doi. A primeira escola chamou-se Deixa
Falar.