O dia 1° de abril de 1964 começou com militares e tanques nas ruas do Rio de Janeiro. Era o começo de longa escuridão que o país passaria a viver.
O dia 2 de abril de 1964 terminou como começou o dia anterior. A tensão tomava conta do país. Nesse dia o presidente deposto, João Goulart, se achava no Rio Grande do Sul conversando com Brizola e aliados. A conversa girou em torno de possível enfrentamento contra os poderosos de plantão que se perpetuariam até março de 1985.
O presidente tampão foi o titular da Câmara, Ranieri Mazzilli, paulista. "Governou" durante 13 dias. Aliás, por 13 dias o mesmo Mazzilli esteve à frente do poder em 1961. Foi nesse ano que Jânio, acusando umas tais "forças ocultas", pegou o boné e foi-se.
Por dois meses, o Brasil foi "conduzido" por uma junta militar formada pelos ministros do Exército, Marinha e Aeronáutica. Depois disso, se revezaram na cadeira de presidente Castelo Branco, Costa e Silva, Médíci, Geisel e Figueiredo, esse tal aí que "imortaluzou-se" por dizer que não gostava do cheiro do povo.
Bom, esses cinco aqui citados se acham com o capeta pulando miudinho no fogo do inferno.
Durante 21 anos seguidos, o Brasil sofreu e muito.
Os anos de 1960 findaram com o povo revoltado.
Em 1968, a repressão matou a tiros o estudante mineiro Edson Luís. O fuzilamento ocorreu no restaurante Calabouço no Rio.
O cantor e compositor paulista Sérgio Ricardo eternizou o episódio gravando Calabouço, de sua autoria.
Em 1970, já com o afastamento de Costa e Silva, a censura prévia desabou nas relações de jornais, revistas e emissoras de rádio e TV.
Não custa lembrar que alguns jornais apoiaram o golpe de 1° de abril.
Durante anos que nunca terminavam foram censurados pelos menos, 500 filmes, 500 composições musicais, 450 peças de teatro, 200 livros e tal.
Muitos brasileiros tombaram mortos pela fúria assassina dos milicos.
Além dos mortos pela ditadura, foram presos milhares e milhares de brasileiros. Foi nessa leva que sumiu o deputado Rubens Paiva.
O Congresso foi fechado e muita coisa feia aconteceu no decorrer daquele triste capítulo da vida brasileira que jamais algo sequer parecido volte a ocorrer no nosso Patropi.